Meteorologia: Chuvas garantem pastagens e culturas de outono/inverno
As chuvas dos últimos dias já garantem pastagens e condições para as culturas de outono/inverno, depois de um ano de seca que afetou todas produções, disse a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.
“Claramente, estas chuvas, que vieram em boa hora, já nos ajudaram a ultrapassar o nível de stresse hídrico que os nossos ecossistemas todos tinham”, afirmou a ministra, em Bragança, à margem de uma visita à fábrica da castanha Sortegel.
A castanha é uma das produções agrícolas onde os efeitos da seca são visíveis no atraso da campanha e na menor quantidade que se espera, este ano, na região transmontana, a maior produtora nacional.
As chuvas de outubro trouxeram também a expectativa de as variedades de castanha mais tardias ainda recuperarem e a certeza avançada pela ministra de que há já “uma recuperação de água no solo, dos lençóis freáticos, das barragens”.
“Ainda não é suficiente para estarmos descansados, mas tem uma consequência que nos parece muito importante, que é recuperarmos o nível de água no solo, o que permite, nomeadamente aos nossos prados, às pastagens naturais ou semeadas, poderem começar a desenvolver-se”, indicou a governante.
Beneficiadas pela chuva estão também a ser as culturas de outono/inverno, depois da ameaça da seca, que, a manter-se “dificilmente” permitiria existirem condições para estas produções, como salientou.
“Claramente já temos, neste momento, o nível mínimo para garantir pastagens e condições para se poder planear estas culturas de outono/inverno”, vincou.
A ministra ouviu durante a visita, em Bragança, o apelo ao reforço do regadio na região que, garantiu, “é o distrito com os maiores investimentos em regadio”, salientando que “o trabalho que está a ser feito é notório, pela quantidade de projetos aprovados, em execução e já concluídos”.
Entre estes projetos estão 9,3 milhões de euros para o alteamento da barragem da Burga e a construção da barragem do ribeiro do Cerejal, para reforçar o regadio do Vale da Vilariça, um dos mais férteis da região.
O alteamento para aumentar a capacidade de armazenamento da barragem da Burga é reclamado há anos apesar do financiamento garantido tem sido motivo de queixa da Associação de Regantes devido à demora do processo entregue à Câmara de Vila Flor, em articulação com a de Alfândega da Fé.
A ministra explicou que o projeto está sujeito a uma avaliação ´ex-ante` (antes de a obra poder avançar) por parte do Banco Europeu de Investimento (BEI).
“E, neste momento, estão a decorrer os estudos para o cumprimento dessa condicionante e, tendo por base os documentos que vão ser submetidos, vamos estar em condições de poder avançar para a obra, que tem que estar concluída até final de 2025”, afirmou.
Maria do Céu Antunes salientou ainda que os investimentos em curso na região também estão a ter impacto “na produção agrícola, que tem vindo a desenvolver-se” e que o Governo quer que continue este rumo com mais apoios aos agricultores.
“Já este ano de 2022 abrimos a possibilidade de que todos os agricultores possam ir a estas medidas de apoio ao rendimento. Atualmente beneficiam 2. 500 agricultores e este ano são mais 1.200 agricultores das zonas vulneráveis aos fogos rurais que vão candidatar-se. Até 2026, acabando com o regime do histórico e dos direitos, todos os agricultores podem candidatar-se”, especificou.
Fonte: Lusa