II Domingo da Páscoa | Domingo da Divina Misericórdia

Misericórdia

At 4, 32-35 / Slm 117 (118), 2-4.16ab-18.22-24 / 1 Jo 5, 1-6 / Jo 20, 19-31

Os discípulos estão trancados numa casa, com medo dos judeus. Mas será este o seu único receio? Maria Madalena já lhes tinha dito que tinha visto o Senhor e mesmo que não tenham acreditado completamente nela, creio que algum temor deveria habitar o seu coração, pois eles tinham abandonado Jesus na hora da sua grande prova: se Ele ressuscitou, se Ele vem à procura deles, o que terá para lhes dizer? O que irá fazer o Ressuscitado com aqueles que o traíram?

Jesus aparece no meio dos discípulos e mostra-lhes as marcas da Paixão, feridas que permanecem no corpo ressuscitado, sinal daquilo que o mundo fez a Cristo e que eles permitiram que lhe fosse feito e que comprovam que é verdadeiramente Ele quem agora está diante deles. Contudo, Jesus não tem uma única palavra ou gesto de recriminação para com eles. O que lhes diz é: «a paz esteja convosco». O que Ele lhes oferece é a misericórdia divina, um coração que se abaixa, que cura e que perdoa.

Mas Jesus não vem somente para tranquilizar as consciências dos discípulos e sossegar os seus corações. Ele envia-os para que deem testemunho do que viram e ouviram; oferece-lhes o Espírito Santo, o sopro criador de Deus, que faz novas todas as coisas, para que não vão sozinhos pelos caminhos, mas sim acompanhados pelo Espírito, tal como Cristo na sua peregrinação terrena; e, surpresa das surpresas, confia-lhes o poder de perdoar pecados, de libertar os irmãos de todas as correntes que mantêm a humanidade escrava. A Ressurreição de Cristo é também a nossa ressurreição, o início de uma nova vida, a vida no Espírito.

Com Cristo, todos vivemos ressuscitados. Como batizados, também nós somos habitados pelo Espírito. Como discípulos, somos enviados a dar testemunho de que há um só Pai, que Ele nos ama e tem uma proposta de felicidade para todos. E por muitos passos mal andados que tenhamos acumulado, o Senhor precisa somente de um pequeno gesto de arrependimento para nos perdoar e libertar de tudo o que nos escraviza, sejam o prestígio e as aparências, sejam outras pessoas, sejam apetites ou hábitos prejudiciais.

Neste domingo da Divina Misericórdia, festa instituída por São João Paulo II para responder ao pedido feito por Jesus Cristo a Santa Faustina Kowalska, reforcemos a nossa confiança na misericórdia de Deus, que nos renova e nos lança em missão. A paz só se encontra quando reconhecemos o nosso pecado e regressamos à fonte da misericórdia. Renovemos a nossa confiança no perdão de Deus, na paz que Ele nos oferece, sabendo que com a paz vem também o Espírito Santo e a missão de anunciar esta grande alegria.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

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