Ambiente: Barragens de regadio à espera de luz verde

Há vários anos que a região de Trás-os-Montes tem vários projetos de barragens de regadio à espera de financiamento ou licenciamento, segundo foi salientado na sessão de preparação de um plano regional de combate à seca.

Do Vale da Vilariça a Vimioso são várias as barragens projetadas, que continuam à espera de luz verde do Governo.

“Infelizmente as coisas demoram imenso tempo”, afirmou o presidente da Câmara de Vimioso, Jorge Fidalgo, que tem pensado “há 15 anos” um plano de regadio para este concelho, que continua por concretizar.

“Ou porque não há financiamento ou porque o licenciamento é difícil”, os projetos não avançam e o autarca aproveitou a presença dos secretários de Estado do Ambiente e da Agricultura, em Alfândega da Fé, para apelar ao Governo que agilize os mecanismos de licenciamento para que estes investimentos possam avançar.

Outro projeto à espera é o do alteamento da barragem da Burga, a que assegura a maior área de regadio do Vale da Vilariça, e que espera por obras para aumentar a capacidade de armazenamento.

O secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, afirmou que a tutela está “a fazer o ponto da situação” e que está a ser finalizado o projeto de execução”.

O que empatou o projeto, disse, “foi apenas uma questão de análise do ponto de vista de impacto ambiental”.

“O projeto já teve o licenciamento devido, agora seguirá os trâmites normais. Agora depende daquilo que são os concursos públicos do seguimento da obra e da execução”, acrescentou.

O atraso é motivo de preocupação para Fernando Brás, o presidente da associação de regantes de um dos vales mais férteis do país, o da Vilariça, que lamenta haver um “parecer favorável há mais de dois anos e não haver desenvolvimento significativo”.

“É algo que nos preocupa muito porque precisamos de aumentar a capacidade de armazenamento de água”, sublinhou, acrescentando que ficou ainda mais preocupado com a vala aberta no coroamento da barragem para passagem das condutas da rede de abastecimento a algumas populações do concelho de Vila Flor.

Aquele troço foi desviado, mas as condutas continuam enterradas no coroamento da barragem, uma questão que só será resolvida com o alteamento, segundo disse.

À espera há cinco anos estão também três barragens para regadio e um investimento de 30 milhões de euros no concelho de Bragança.

O presidente da Câmara, Hernâni Dias, contou que lhe foi dito hoje, na reunião em Alfândega da Fé, que as três barragens (Rebordãos, Calvelhe e Parada) “não foram financiadas porque não havia dotação financeira e foi necessário fazer opções para outros locais”.

O autarca espera que agora “haja essa vontade por parte do Governo de financiar essas barragens para o setor agrícola”.

Fonte: Lusa

Ambiente: Trás-os-Montes avança com plano para seca

A região de Trás-os-Montes deu o primeiro passo para a elaboração de um plano de combate à seca, que junta entidades locais e o Governo na procura de soluções.

Os secretários de Estado da Agricultura e do Ambiente reuniram-se, em Alfândega da Fé, com os autarcas e entidades locais para “lançar as bases do Plano de Eficiência Hídrica para Trás-os-Montes”.

“Temos mais água do que tínhamos no ano passado, mas temos de nos preocupar com este recurso e olhar para o futuro”, afirmou o secretário do Estado do Ambiente, Hugo Pires, indicando que municípios e Governo irão “desenhar as soluções que deem mais resiliência a este território”.

Segundo disse, o plano deverá contemplar regadio, barragens, novas charcas e agregação de municípios a sistemas que existem para abastecimento humano.

O plano para mitigar os efeitos da seca começou a ser discutido numa altura em que a região transmontana não tem “nenhum problema de abastecimento de água”, ao contrário do que aconteceu no ano passado.

“Temos a água garantida”, afiançou, apontando como exemplo uma barragem que no ano passado estava “a 13%, este ano está a 80%”.

Mais crítica é a situação no setor agrícola com a falta de pastagens para animais, o que já levou a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) a reclamar a declaração de seca extrema para a região de Trás-os-Montes, para que os agricultores possam ser apoiados.

O secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, afirmou que o Governo está “a fazer o acompanhamento climático da região” para se poder pronunciar relativamente à declaração de seca regional.

“Assim que o podermos fazer, será feito e serão determinadas as medidas necessárias para que os agricultores da região possam ser apoiados para tentar minimizar os impactos desta questão”, disse, esclarecendo que será necessário “aguardar dois meses de seca contínua regional”, de acordo com as orientações europeias.

O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo, defendeu que os agricultores têm razão de queixa e acompanhou a reivindicação de ajudas.

Embora tenha corroborado que o consumo humano está garantido este ano, Jorge Fidalgo não descarta a necessidade de serem tomadas medidas municipais de contingência como as que pretende adotar no concelho onde é presidente, Vimioso, no distrito de Bragança.

Entre essas medidas estão “dizer às pessoas que há determinados consumos que não podem ser efetuados, nomeadamente as regas, algumas lavagens, ou seja a água deve ser usada exclusivamente para o consumo humano”.

A CIM Terras de Trás-os-Montes encomendou a uma empresa um estudo sobre o potencial hidroagrícola da região, que o presidente espera venha a ser entregue “ainda durante o verão”.

Jorge Fidalgo espera também que “as medidas que [o estudo] vier a preconizar possam ter financiamento e que possam contribuir para este plano” de combate à seca, que irá ser desenhado entre os municípios e o Governo.

Fonte: Lusa

Palaçoulo: Mosteiro vai estar concluído no 1º trimestre de 2024

As obras de construção do mosteiro de Santa Maria, Mãe da Igreja, em Palaçoulo, estão atrasadas devido à falta de materiais, ao aumento dos custos e à dificuldade em recrutar mão-de-obra para a região, o que vai obrigar a um prolongamento do prazo para a conclusão do edifício.

Segundo a superiora das monjas trapistas, a madre Giusy Maffini, perante estas contrariedades, o prazo previsto para a conclusão da obra, que inicialmente apontava para agosto de 2023, terá que ser prolongado para a primavera de 2024.

Recorde-se que na primeira fase desta obra foi construída a hospedaria, onde vivem atualmente as 10 monjas trapistas, que chegaram a Palaçoulo, em novembro de 2020.

Quando as obras estiverem concluídas, as monjas trapistas vão viver no mosteiro e a hospedaria destinar-se-á aos hóspedes, peregrinos e visitantes.

Percorridos, quase três anos da sua estadia em Portugal, as religiosas oriundas do Mosteiro de Vitorchiano (Roma), em Itália, dizem estar adaptadas à realidade do planalto mirandês.

“Temos sido muito bem acolhidas por todas as pessoas”, agradeceu a madre superiora.

A Ordem Cisterciense da Estrita Observância, também conhecida como Trapista, deve o nome à região francesa de La Trappe. As trapistas são uma ordem religiosa católica, contemplativa, composta por mosteiros de monges e mosteiros de monjas.

Ao longo do ano, a comunidade de monjas trapistas, em Palaçoulo, realiza encontros vocacionais, destinados às jovens interessadas em conhecer o estilo de vida monástico. Para obter informações sobre estes encontros, pode
consultar a página do mosteiro, escrever um e-mail (chamamento@trapistaspalacoulo.pt) ou ligar para o número: 910 909 588.
O dia-a-dia das religiosas é feito de oração e trabalho.

A par da importância religiosa, o mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, está a acrescentar valor cultural e económico à região, dada a maior afluência de pessoas interessados em conhecer a espiritualidade trapista.

No trabalho do dia-a-dia, as monjas trapistas dedicam-se à confecção da doçaria conventual, como o creme de amêndoas com avelãs, compotas e artigos de artesanato religioso.

HA

Sendim: Dia Mundial da Família juntou crianças e idosos

Para comemorar o Dia Internacional da Família, que se assinala a 15 de maio, realizou-se em Sendim, o V Encontro Intergeracional, uma iniciativa organizada pelo município de Miranda do Douro, que teve como propósito promover o convívio entre as crianças e as pessoas idosas do concelho.

Ao longo da tarde de sexta-feira, dia 12 de maio, no pavilhão multiusos, os cerca de 100 alunos, dos jardins de infância e do 1º ciclo das escolas de Sendim e de Palaçoulo, ofereceram aos mais idosos, várias interpretações musicais e excertos de teatro.

Por sua vez, os mais velhos, presentearam os mais novos, com a atuação da tuna da universidade sénior, que orientada pelo professor e músico, Paulo Meirinhos, deu aso a um baile entre as várias gerações.

De acordo com Sandrine Araújo, do município de Miranda do Douro, o Encontro Intergeracional, que já vai na 5ª edição, surgiu a propósito do Dia Internacional da Família e da vontade em juntar as pessoas de diferentes idades.

“No encontro deste ano, para além do município de Miranda do Douro e do Agrupamento de Escolas, também estão envolvidas a Casa da Criança Mirandesa, o CLDS 4G Miranda CumBida, o Centro Social e Paroquial de São João Batista de Picote e a União de Freguesias de Sendim e Atenor”, informou.

Como anfitrião do encontro, o presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, reiterou o compromisso da freguesia em promover a coesão social entre as várias gerações.

“Estes encontros entre gerações, são um oportunidade de aprendizagem para as crianças. E para os mais velhos, são momentos de alegria!”, disse.

Segundo o autarca, estes encontros geracionais têm sido habituais em Sendim, dado que na Páscoa e no âmbito da Oficina do Idoso, os idosos e as crianças juntaram-se para confeccionar e degustar o folar e da bola doce mirandesa.

“No próximo dia 28 de maio e a pensar nas jovens gerações, a freguesia de Sendim vai celebrar o Dia Mundial da Criança, com uma tarde de animação, em que haverá insufláveis e pinturas faciais”, informou.

HA

Igreja: Mais de 600.000 jovens inscritos na JMJ

Mais de 600.000 jovens já se inscreveram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que vai realizar-se em Lisboa, de 1 e 6 de agosto, informou o presidente da Fundação JMJ, D. Américo Aguiar.

“Na primeira fase, já são mais de 600 mil jovens que manifestaram interesse em participar na JMJ Lisboa 2023.”, disse Américo Aguiar, durante uma visita à sede da Fundação JMJ, em Lisboa, do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin e do primeiro-ministro português, António Costa.

Num curto discurso, antes da visita às instalações, o bispo auxiliar de Lisboa adiantou que nesse lote de inscritos está representado “a quase totalidade dos países do mundo”.

A 80 dias do início do encontro mundial, que vai contar com a presença do Papa Francisco, Américo Aguiar pediu confiança na organização e assegurou que tudo está a ser feito “dentro dos calendários”.

O presidente da Fundação JMJ disse ainda que não se pode “perder muito tempo”, tendo em conta que falta cerca de dois meses e meio, sentindo um “misto entre alegria e aflição”.

A acompanhar António Costa estiveram os ministros da Saúde, Manuel Pizarro, da Administração Interna, José Luís Carneiro, e a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que é a responsável do Governo pela organização do encontro mundial.

Na visita marcaram também presença o coordenador da JMJ nomeado pelo Governo, José Sá Fernandes, e o Cardeal Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de agosto, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

A edição deste ano, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.

O Papa Francisco foi a primeira pessoa a inscrever-se na JMJLisboa2023, no dia 23 de outubro de 2022, no Vaticano, após a celebração do Angelus. Este gesto marcou a abertura mundial das inscrições para o encontro mundial de jovens com o Papa.

Fonte: Lusa

Portugal: Médicos Católicos lamentam aprovação «da lei da morte medicamente assistida»

«A eutanásia e o suicídio assistido atentam contra a própria Medicina, são atos vedados aos médicos», alerta Associação

A Associação de Médicos Católicos Portugueses (AMCP) lamentou a aprovação pelo Parlamento português da lei da eutanásia, mostrando esperança no “pedido de fiscalização sucessiva da lei”.

“Lamentamos profundamente a aprovação pelo Parlamento português da lei da morte medicamente assistida. Portugal vive hoje um dia negro da sua história, uma ocasião de afrontamento à dignidade dos portugueses”, refere a AMCP, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

Os deputados da Assembleia da República aprovaram a 12 de maio, o Decreto n.º 43/XV, sobre a morte medicamente assistida, depois de, em abril, o presidente português o ter devolvido ao Parlamento.

O diploma foi a votação tendo sido aprovado com os votos do PS, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda, PAN e Livre, e alguns deputados do PSD, contabilizando 129 votos a favor e 81 votos contra do PSD, do Chega, do PCP e alguns deputados do PS; a votação contou com uma abstenção de um deputado do PSD.

A AMCP lembra que manifestou publicamente, “diversas vezes”, “a radical oposição à legalização da eutanásia em Portugal”, mormente desde que o processo parlamentar se iniciou, em 2017, junto dos órgãos decisórios e da opinião pública.

“Esta firme oposição mantém-se hoje como então e assenta na ética médica e no Código Deontológico, que não pactuam com a lei aprovada”, acrescenta, reiterando que a eutanásia e o suicídio assistido “atentam contra a própria Medicina, são atos vedados aos médicos, não são atos médicos”.

Segundo a AMCP, quando os médicos encontram um doente em sofrimento de grande intensidade “cuidam e acompanham-no com humanidade e proximidade”, hoje têm “meios muito eficazes”, para apaziguar o sofrimento físico, psicológico e espiritual dos doentes.

A direção dos Médicos Católicos Portugueses mantêm a opinião de que a Ordem dos Médicos “não deve participar na Comissão de Verificação”.

Temos esperança no pedido de fiscalização sucessiva da lei e desde já comunicamos que estaremos atentos à regulamentação da lei no sentido de denunciar inconformidades com o Código Deontológico”.

Em declarações, a presidente da Federação Portuguesa pela Vida, Isilda Pegado, explicou “não existir um entendimento unânime” sobre o que poderão ser os próximos passos do Presidente da República, destacando “uma enorme sensibilidade” de Marcelo Rebelo de Sousa e criticou, por outro lado, a “prepotência” do Parlamento português.

“Esta é uma decisão historicamente sancionável contra os direitos humanos e quase uma direção selvagem de cada um por si, sem conhecer a palavra solidariedade, sem conhecer a palavra apoio; é uma lei economicista, e, como já disse um retrocesso civilizacional”, desenvolveu.

Marcelo Rebelo de Sousa indicou, a 19 de abril, que “convém clarificar quem deve supervisionar o suicídio assistido. Isto é, qual o médico que deve intervir numa e noutra situação”.

Fonte: Ecclesia

Agricultura: Ajuda para a redução e estabilização de preços dos bens alimentares

A ministra da Agricultura e Alimentação anunciou que a ajuda para a redução e estabilização de preços dos bens alimentares, no valor de 180 milhões de euros, “deverá começar a chegar aos agricultores nos próximos dias”.

Durante a sessão comemorativa dos 100 anos da Nestlé Portugal, que decorreu em Estarreja, no distrito de Aveiro, Maria do Céu Antunes, disse que nos próximos dias começarão a chegar aos agricultores as ajudas extraordinárias, no âmbito de um pacto para a estabilização e redução dos preços aos consumidores.

“Estamos em condições de nas próximas semanas fechar este pacote de apoios e com isso podermos alimentar toda a cadeia e ajudar, ainda assim, a que as condições de vida dos nossos cidadãos possam ser melhores”, referiu

No final da sessão, a ministra esclareceu que esta ajuda extraordinária aos agricultores no valor global de 180 milhões de euros, surge no âmbito do pacto assinado a 27 de março entre o Governo, a Confederação dos Agricultores de Portugal e a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição.

Apesar de a verba sair exclusivamente do Orçamento de Estado, Maria do Céu Antunes observou que foi necessário pedir a aprovação da Comissão Europeia para “não causar constrangimento do ponto de vista do mercado interno”.

“Estamos neste momento com o processo já fechado, em tempo recorde, para nos próximos dias, semanas, os agricultores receberem estes valores”, acrescentou.

Há cerca de três semanas, durante a reunião da comissão de acompanhamento do pacto de estabilização de preços, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) tinha pedido ao Governo para acelerar o pagamento dos apoios aos agricultores, assim que recebesse a “luz verde” da Comissão Europeia.

“Eu acho que o Governo tem que agilizar o pagamento quando tiver a autorização de Bruxelas.”, referiu na altura, Luís Mira.

Para conter o impacto da inflação na carteira dos portugueses, o Governo lançou um conjunto de medidas, como a aplicação de uma taxa de IVA de 0% num cabaz de produtos alimentares essenciais.

A lista de produtos com IVA a 0% inclui o atum em conserva, bacalhau, pão, batatas, massa, arroz, cebola, brócolos, frango, carne de porco ou azeite.

A medida IVA zero entrou em vigor a 18 de abril e prolonga-se até ao final de outubro.

A comissão de acompanhamento do pacto deverá voltar a reunir-se no final de maio.

Fonte: Lusa

Agricultura: Seca em Trás-os-Montes

Em Mogadouro, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) exigiu que o Governo inclua a região transmontana e duriense na situação de seca, justificando que neste território verifica-se um teor de água nos solos extremamente baixo.

“O Governo, ao não considerar o território transmontano e o duriense em situação de seca, deixou os nossos associados desagradados e desmotivados. Embora este território ainda não esteja numa situação de seca extrema, são já visíveis os sinais da falta de água nos solos, o que interrompeu o ciclo da colheita de forragens para a alimentação animal, disse o dirigente da CNA, Vítor Rodrigues.

Para o responsável é já notório um conjunto de consequências que “são visíveis e irreversíveis” nas culturas agrícolas, devido à falta de água nos solos que deixaram de ter capacidade de produzir alimento para animais, numa altura em que os estábulos deveriam estar cheios de forragens tais como aveia, palha e feno.

“É bem visível nesta região do país a falta de pasto para os animais nos lameiros do planalto mirandês. Por outro lado, as forragens tiveram de ser cortadas um mês antes do tempo previsto, devido à falta de humidades nos solos e não cresceram o suficiente, o que provocou uma acentuada quebra na produção”, vincou o dirigente da CNA.

Vítor Rodrigues acrescentou, ainda, que Portugal atravessa o segundo ano consecutivo de seca e que não há reservas de alimento para o gado, o que dificulta em muito a ação dos agricultores na manutenção das suas explorações.

“Trás-Os-Montes e Alto Douro, pelos motivos apresentados, deveriam ser considerados pelo Governo como um território de seca porque os apoios concedidos nestas situações permitiriam mitigar a situação de seca e de falta de alimento para os animais e ajudariam os agricultores a contornar a situação vivida nesta região do país”, rematou Vítor Rodrigues.

Segundo o dirigente da CNA, “para já há fracas perspetivas de os agricultores nacionais obterem alimento para os animais, nomeadamente em Espanha e França, países também muito afetados pela seca, e por este motivo será previsível que produtores pecuários vão desistir da atividade e vender os seus animais”.

“Esta situação de abandono da produção animal vai acentuar ainda mais o despovoamento dos territórios do interior, que têm grande potencial produtivo”, considerou.

O dirigente da CNA visitou algumas explorações agrícolas no concelho de Mogadouro onde ouviu as preocupações dos agricultores devido à falta de água nos solos e de alimento para o gado e à consequente perda de rendimento.

Fernando Pimentel, produtor de leite com 160 cabeças de gado bovino, mostrou-se desesperado porque só tem alimento para os seus animais para mais 60 dias.

“Daqui a dois meses não sei o que vou fazer com os meus animais. Ou lhe abro a porta do estábulo ou terei de os vender porque não tenho o que lhe dar de comer. Estamos em pânico porque não sabemos o que fazer”, vincou o produtor de bovinos, com uma exploração em Valcerto, no concelho de Mogadouro.

Já Carlos Lopes, técnico da Associação Arribas do Douro, disse que nesta altura do ano e em situação normal, num hectare, os produtores de gado colhiam 20 fardos de ferragens gigantes. Atualmente a produção chega a dois três fardos com as mesmas dimensões na mesma parcela de terreno.

“Há uma diferença muito grande na produção de alimento devido à falta de água, que vai levar a aumento dos preços das forragens, que passou de oito para 16 cêntimos o quilo de palha, uma duplicação, o que é insuportável devido igualmente ao aumento dos fatores de produção”, relatou o técnico agrícola.

Fonte: Lusa

VI DOMINGO DA PÁSCOA

Deus é a nossa companhia

At 8, 5-8.14-17 / Slm 65 (66), 1-3a.4-7a.16.20 / 1 Pe 3, 15-18 / Jo 14, 15-21

Não vos deixarei órfãos (Evangelho).

Quantas vezes já nos assaltou o medo de ficarmos sozinhos? Seja na morte de alguém que amamos, seja no distanciamento que por vezes surge numa relação, este receio vai-se insinuando e ganhando espaço nos nossos corações.

Uma amiga contou-me que, quando adotou uma criança, teve de enfrentar um desafio, do qual estava a par como pedopsicóloga, mas para o qual não estava preparada: a criança, de 5 anos de idade, nunca chorava nem se queixava. Não porque fosse particularmente resistente, mas porque não tinha confiança de que alguém a escutasse.

Nos primeiros meses de vida nunca a acudiram quando chorava, fosse por sentir fome, frio ou simplesmente por estar sozinha. Deixou de acreditar no choro e no grito, porque não havia quem acudisse, quem acompanhasse, quem ajudasse, quem consolasse.

A maior parte de nós ainda acredita no choro e no lamento. Ainda crê que existe alguém que está à escuta e consola. Mas quantos de nós já passámos por momentos em que isto parecia fora do nosso alcance, momentos em que sentimos que não havia ninguém para nos dar colo? Pior: quantos de nós já sentimos que não merecíamos ser amados?

Jesus encarnou para nos mostrar que o Pai do Céu não abandona. Que Ele está connosco, faz caminho connosco, vem em nosso auxílio, e que nada nos pode separar do amor de Deus. Ainda que nos encontremos sós ou nos sintamos abandonados, a encarnação de Cristo mostra-nos que somos dignos de amor e que somos efetivamente amados. E que vale a pena chorar, lamentar-nos, queixar-nos, porque o Pai que está no Céu escuta o nosso lamento.

No Evangelho de hoje, Jesus tenta consolar os seus discípulos antes de partir para o Pai. Ele diz-lhes que pedirá ao Pai «outro Paráclito», um outro consolador, um outro defensor, um que poderá acudir a todos e que atuará em todo o lado. É este o grande dom daquele que Jesus nos envia, o grande dom do Espírito Santo: Ele é a graça de Deus que sempre nos abraça.

Deus procura-nos e deseja a nossa companhia. Entreguemos-lhe as nossas alegrias e choros, entusiasmos e desânimos. Esperemos que Ele venha e nos conforte. Foi esta a sua promessa e Deus é fiel.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Póvoa: IX Festa da Gaita de Foles Mirandesa assinala 40º aniversário da associação local

Na aldeia da Póvoa, em Miranda do Douro, vai realizar-se este fim-de-semana a IX Festa da Gaita de Foles Mirandesa, um evento que este ano vai assinalar o 40º aniversário do Grupo Cultural e Recreativo Renascer das Tradições e tem como destaque o concerto dos Galandum Galundaina.

Na Póvoa, a “Fiesta de la Gaita de Fuolhes Mirandesa “é, anualmente, o ponto de encontro de gaiteiros do planalto mirandês e também da vizinha Espanha, sendo por isso, a localidade onde mais se ouve a sonoridade caraterística da gaita de foles e as tradições que lhe estão associadas, como é a dança dos pauliteiros.

Este ano, a IX edição da “Fiesta” inicia-se no serão desta sexta-feira, dia 12 de maio, com o ensaio dos pauliteiros locais, às 21h00.

No dia seguinte, sábado, a festa prossegue com a ronda dos gaiteiros pela localidade da Póvoa. Às 20h00, vai ser servida a ceia gaiteira.

Após o jantar assinala-se o 40º aniversário da associação Renascer das Tradições, organizadora do evento, com uma cerimónia na qual vão ser homenageados alguns dos associados.

O sábado de festa culmina com o concerto dos Galandum Galundaina.

No Domnigo, dia 14 de maio, os gaiteiros da Póvoa vão participar na Missa Dominical e acompanhar musicalmente a Procissão, às 15h00.

Na tarde de Domingo, o encerramento da festa vai contar com a atuação do grupo de dançadores locais, os pauliteiros da Póvoa.

A IX edição da Festa da Gaita de Foles Mirandesa é organizada pela associação Renascer das Tradições e conta com os apoios da freguesia da Póvoa, do município de Miranda do Douro, da ALCM, do AG3 e do Bar da ENA.

HA