Vimioso: CIM-TT pretende criar uma comunidade de energia
Os autarcas dos nove municípios que integram a Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes ((CIM-TT), voltaram a reunir-se em Vimioso, no dia 13 de abril, para aprovar o relatório de gestão de contas do ano anterior e discutir assuntos transversais para os vários municípios como é o caso da energia, da igualdade e da cultura.
A reunião ordinária mensal do conselho da Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT), realizou-se no auditório do pavilhão multiusos, em Vimioso, onde foi aprovado o relatório gestão de contas do ano 2021 e foram discutidos assuntos transversais a todos os nove municípios que compõem a CIM-TT: Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais.
De acordo com o presidente da CIM-TT, o autarca, Jorge Fidalgo, entre os assuntos discutidos mereceram especial atenção: algumas ações no âmbito da cultura, a avaliação dos planos para a igualdade e os contratos municipais com as empresas de energia.
Questionado sobre o impacto do atual agravamento dos preços da energia, dos combustíveis e das matérias primas na atuação dos nove municípios da CIM-TT, Jorge Fidalgo, reconheceu que a atual situação poderá criar algumas dificuldades.
Nesta reunião da CIM-TT, participou também o vice-presidente do Município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, o qual sublinhou a relevância da criar uma comunidade energética entre os nove municípios.
“Dada a preponderância da energia no nosso dia-a-dia, é nossa intenção organizarmo-nos para produzir, consumir, armazenar, partilhar e/ou vender energia renovável e limpa, de modo a reduzir os custos municipais e alcançar a neutralidade carbónica. Recordo que o objetivo europeu é reduzir em 50% as emissões de dióxido de carbono, até 2030”, indicou.
Questionado sobre os projetos em curso no município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, informou que o projeto do matadouro intermunicipal está “bastante adiantado” e aguardam “com muita expetativa” o início das obras de construção, em Sendim.
Sendim: Trail das Arribas do Douro vai dar a conhecer a paisagem, a gastronomia e a cultura
Sendim vai acolher no sábado, dia 16 de abril, a terceira edição do Trail das Arribas do Douro, uma corrida na natureza e uma caminhada, que vão trazer à vila cerca de 200 participantes, que terão a oportunidade de descobrir a beleza da paisagem das arribas do rio Douro, a gastronomia e a cultura sendinesa.
De acordo, com Mariana Xavier, da Associação Mirai q’Alforjas, as primeiras edições da corrida na natureza (trail) na vila de Sendim, realizaram-se em 2018 e em 2019. A prova foi depois suspensa, durante dois anos, por causa da pandemia, voltando agora a realizar-se a terceira edição, em 2022.
“Na associação Mirai q’Alforjas há várias atletas que praticam há já algum tempo esta modalidade, como é o caso da Vera Conde e da Fernanda Castro, que deram a ideia de organizar uma prova destas em Sendim”, disse.
Segundo a organização, o planeamento de um trail exige um prévio conhecimento sobre esta modalidade desportiva e depois muito trabalho no terreno, para a limpeza e a marcação do precurso.
No dia do trail das Arribas do Douro, é ainda necessária uma cuidadosa logística que assegure o bom funcionamento da prova, providenciando os pontos de reforço para os participantes ao longo do percurso, o almoço e os prémios, detalhes que a organização diz serem muito importantes para o êxito da prova.
Com a realização deste evento, a associação Mirai q’ Alforjas está simultaneamente a promover a prática desportiva e a divulgar a beleza natural da região. Mariana Xavier acrescentou que um dos objetivos desta prova desportiva é a promoção das arribas de Douro, o que na perpetiva da associação não tem sido feita da melhor forma.
Sobre a recetividade da população de Sendim à realização desta prova, Mariana Xavier, adiantou que a Sendim vão chegar pessoas de Espanha, do Porto, do Minho e do distrito de Bragança.
“Habitualmente muitas destas pessoas ficam surpreendidas com o tanto que a vila e a região têm para oferecer, nomeadamente a paisagem, a gastronomia e a cultura”, revelou.
No decorrer do Trail das Arribas do Douro, a organização vai dar a conhecer os traços culturais mais caraterísticos da região, como é a música dos gaiteiros, no decorrer do almoço-convívio.
O Trail das Arribas do Douro conta com o apoio do Município de Miranda do Douro, da União de Freguesias de Sendim e Atenor, da Associação de Atletismo de Bragança e ainda da ajuda de pessoas particulares que querem ajudar a dinamizar a vila de Sendim.
Para além do Trail das Arribas do Douro, a associação Mirai Qu’Alforjas informou que ao longo do ano realiza um plano de atividades, com o intuito de fomentar a participação e a união da comunidade local, desde os mais jovens até às gerações mais velhas.
“O nosso grande evento é o Trail da Arribas do Douro, mas também realizamos palestras, em março passado, por exemplo, organizámos uma feira de troca de sementes, promovemos caminhadas e outras corridas durante o ano, realizamos a festa de Natal e a comemoração do São Martinho, entre outras atividades”, indicou.
A Mirai Qu’Alforjas é uma associação sem fins lucrativos, constituída unicamente por mulheres, naturais de Sendim e que realizam este trabalho gratuitamente e graças à boa-vontade das associadas.
“A maioria das associadas da Mirai Qu’Alforjas vive em Sendim, mas há outras pessoas que vivem noutras localidades. Eu, por exemplo, atualmente estou em Lisboa e tento manter-me ativa e ajudar naquilo que está ao meu alcance, como é a divulgação das atividades nas redes sociais. Cada uma de nós, à sua maneira, tenta ajudar e contribuir para o bem-comum da nossa vila de Sendim”, concluiu.
Bragança-Miranda: Diocese iniciou apresentação da JMJ 2023 nas escolas
Os professores da disciplina de Educação Moral Religiosa Católica (EMRC) do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, em Bragança, em conjunto com o Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil Vocacional (SDPJV), promoveram uma sessão de apresentação da JMJ Lisboa 2023.
De acordo com um comunicado do Secretariado das Comunicações Sociais da Diocese de Bragança-Miranda, foi a primeira vez que, com a participação de um elemento do Comité Organizador Diocesano (COD) a Jornada Mundial da Juventude foi apresentada nas escolas da região.
“O significado da JMJ, como surgiu, o tema, os símbolos, o logo (que foi criado por Beatriz Antunes, uma jovem com referências familiares a Bragança), o hino oficial, o que lá se realiza e acontece, a JMJ na Diocese de Bragança-Miranda e algumas ideias base enquadradoras de participação” foram temas apresentados na sessão, refere o comunicado.
Para Jorge Oliveira Novo, professor de EMRC, esta ação tornou “desde já os jovens como protagonistas da Jornada Mundial da Juventude visando o seu conhecimento e a descoberta deste impulso de encontro, de promoção da união, da paz e da fraternidade entre os Jovens de todo o mundo e de uma experiência de Igreja universal reunida em nome de Jesus Cristo”.
A sessão, orientada pela irmã Conceição Borges, do Secretariado diocesano da Pastoral Juvenil Vocacional, e por Pedro Cunha, do COD de Bragança-Miranda, foi dirigida a alunos de EMRC de 12.º ano.
Miranda do Douro: Apresentação da marca “Casa De La Música Mirandesa”
A Casa da Música Mirandesa pretende recuperar o dinamismo de outrora e tornar-se num novo centro cultural, aberto a toda a população e onde os grupos e associações do concelho podem aprender música, ensaiar e participar nos vários eventos culturaisagendados.
A apresentação pública da marca “Casa de la Música Mirandesa” realizou-se no dia 7 de Abril, às 18h00, nas instalações da Casa da Música Mirandesa, situada no Largo do Castelo, em Miranda do Douro.
Na cerimónia esteve presente a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, que se mostrou muito esperançada com o reinício das atividades na Casa da Música Mirandesa.
“Esta instituição foi inaugurada a 10 de julho de 2004 e durante algum tempo foi um espaço de atividades e dinâmico. Depois, por causa do desleixe foi perdendo fulgor. Mas a música é um pilar da nossa cultura e merece toda a nossa atenção”, disse.
A presidente do município de Miranda do Douro sublinhou que dada a proximidade à época festiva da Páscoa, a apresentação da marca “Casa de La Música Mirandesa” significa também a “ressurreição” desta instituição.
“O Rui Valdemar e o Paulo Meirinhos, pela sua competência e conhecimento, vão fazer da Casa da Música Mirandesa uma referência a nível regional e nacional” – Helena Barril
O organista da Concatedral de Miranda do Douro, Rui Valdemar, começou por dizer que a Casa da Música Mirandesa vai ser um espaço cultural multifacetado.
“Pretendemos fazer da Casa da Música Mirandesa um centro cultural, aberto a toda a população e onde as várias associações do concelho podem usufruir deste espaço e realizar ensaios. É também uma escola de música e um promotor de eventos culturais” – Rui Valdemar
Entre as atividades culturais que se propõem realizar, Rui Valdemar, adiantou que as aulas de formação musical já estão a decorrer e também já foi divulgado o programa cultural para a Semana Santa, que contempla a realização de cinco concertos.
Para o futuro próximo, a Casa da Música Mirandesa está a preparar uma série de outras atividades. Entre o programa destaca-se: o Minicurso de Gestão Associativa, Projetos Culturais e Candidaturas; as Sextas no Parque; Conversas à volta da Música; Música para Bebés, dirigido aos famílias, nos sábados de manhã; Ensaios deslocalizados; Concertos com Vista; e em setembro de 2022, os responsáveis pela Casa da Música Mirandesa pretendem arrancar com a Academia de Música, considerado o grande projeto da instituição.
O músico Paulo Meirinhos vai ser um colaborador ativo da Casa da Música Mirandesa. Na cerimónia de apresentação do novo projeto para a instituição, Paulo Meirinhos, recordou a origem deste espaço.
“Há 20 anos, esta casa era o local de encontro de muitas pessoas, sobretudo jovens que queriam aprender música. E daqui surgiram vários grupos, com destaque para os pauliteiros”, disse.
Perante esta nova oportunidade de dinamizar a Casa da Música Mirandesa, o vocalista dos Galandum Galundaina, disse que o objetivo é dar vida à instituição e trabalhar com os vários grupos e associações do concelho no desenvolvimento da música tradicional da Terra de Miranda.
“Há 20 anos, esta casa era o local de encontro de muitas pessoas, sobretudo jovens que queriam aprender música. E daqui surgiram vários grupos, com destaque para os pauliteiros” – Paulo Mierinhos.
A Casa da Música Mirandesa situa-se no largo do Castelo, em Miranda do Douro.
Agricultura: Produção de amêndoa com quebra devido ao frio
As perdas na produção de amêndoa rondam os 50% devido à vaga de frio que se fez sentir no início do mês de abril na região transmontana, informou o presidente da Cooperativa dos Lavradores do Centro e Norte.
“Prevemos quebras que rondam os 50% da produção de amêndoa, provocada pela vaga de frio que se fez sentir no início do mês de abril, quando o amendoal estava numa fase de passagem da floração para o fruto. A gema da amêndoa está queimada e não consegue evoluir, o que faz com haja uma grande perda de produção”, explicou o presidente daquela estrutura com sede em Mogadouro, no distrito de Bragança, Armando Pacheco.
Para o responsável da LCN- Cooperativa dos Lavradores do Centro e Norte, estrutura agrícola que representa mais de 600 cooperantes de todo o país, a situação “é muito grave” já que a produção de amêndoa “é uma das que mais valorizadas, atualmente, na região transmontana e duriense”.
“O frio que levou à quebra de produção do amendoal, verificada em apenas alguns dias, vai refletir-se nos próximos anos. E isto sem contar com o esforço e os gastos efetuados pelos produtores deste fruto de casca rija”, observou o dirigente cooperativo.
O técnico diz que é nas zonas mais baixas de Trás-os-Montes e Douro, como é caso dos vales dos rios Douro, Sabor, Tua ou Coa, que se registam para já as maiores perdas na produção de amêndoa.
“É nas zonas baixas do território que se verifica o maior número de quebras de produção onde o fruto não recupera. Já nas zonas mais elevadas, sempre houve um maior arejamento das gemas de amêndoa, que não foram tão afetadas, mas mesmo assim verificam-se estragos”, vincou.
Armando Pacheco referiu ainda que a seca é outros dos problemas que afeta o setor agrícola e o amendoal não foge à regra, “e os próximos dois anos poderão ser complicados para esta produção porque vai ser difícil as árvores responderem a estes agravantes”.
“Temos de ser realistas. Para fazer face a este tipo de prejuízos só vejo uma solução: os agricultores têm de apostar no seguro de colheitas. Esta afirmação pode custar a muita gente. Mas é mesmo assim”, frisou o dirigente.
De acordo com Armando Pacheco, é muito difícil obter ajudas à produção se não houver seguros agrícolas.
“Não há medidas compensatórias que possam ajudar nestas perdas de rendimento agrícola provocada pelas geadas ou outras intempéries”, enfatizou Armando Pacheco.
O responsável deixou um alerta aos produtores: “Definitivamente há que fazer uma aposta nos seguros agrícolas. Este tipo de mecanismo poderá ser a salvação de muitos prejuízos causados pelas intempéries”.
Pecuária: Aumento dos preços e seca dificultam atividade dos pastores do planalto mirandês
Os pastores do planalto mirandês estão a enfrentar dificuldades devido à seca e também à escalada dos preços dos fatores de produção, associados à guerra na Ucrânia.
“A chuva de março foi claramente insuficiente. Se a isto acrescentarmos o aumento dos custos dos fatores de produção como os combustíveis, rações ou fertilizantes devido aos danos colaterais da guerra na Ucrânia, há muitos produtores com vontade em desistir. Os produtores estão sufocados devido a estas contingências”, disse a secretária técnica da Associação Nacional de Criadores de Raça Churra Mirandesa, Andrea Cortinhas.
De acordo com a técnica, os ovinos de raça churra mirandesa têm assistido a um diminuição do efetivo e a componente pecuária é sempre uma parte complicada para cativar gente jovem, caso não haja apoios concretos para o setor.
“Estamos a tentar convencer os criadores para manterem a suas produções, mas estamos com falta de argumento para os motivar. A idade também já pesa em alguns produtores e, sem ter medidas de apoio, não é fácil cativar os mais jovens para este setor, devido às várias condicionantes inerentes à atividade da pastorícia”, explicou a responsável.
Andrea Cortinhas vincou, ainda, que se não chover durante mês de abril, a produção de fenos e forragens está ainda comprometida e, com o aumentos de combustíveis e nitratos (fertilizantes) para trabalhar a terra, “os produtores vão ter de pagar para produzir, em vez de terem algum retorno económico.
Francisco Lopes, um produtor de Malhadas, no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança, disse que os fatores de produção como as rações, combustíveis ou fertilizantes estão a subir de preços diariamente e que há muitas contas a fazer também aos danos provocados pela seca e pela pandemia que também contam na equação.
“Temos que ser resistentes para manter a atividade. Estamos a falar de uma raça de crescimento lento, o que demora mais tempo a criar os animais, o que não os torna tão rentáveis. A seca e a pandemia também não ajudam à produção”.
Por seu lado, Duarte Alves, um criador de ovinos de raça churra mirandesam refere que faz o pastoreio das ovelhas é feito por pessoas com uma certa idade e, com o tempo, a atividade vai acabando.
“Os mais novos não pegam nesta atividade. Está tudo caro. Alguns produtores só por gosto mantêm a atividade, tal como eu, que estou reformado. Para viver, seria difícil”, frisou.
Já a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, lembrou os apoios do município à sanidade animal e indicou que vão tentar aumentar os montantes.
“Vamos apoiar com os incentivos que estão ao nosso alcance, para poder diminuir os custos de produção e apoiar os criadores”, indicou.
Os ovinos de raça churra mirandesa tem um efetivo de 6.067 machos e fêmeas, repartidos por 75 produtores do planalto mirandês (Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso).
Miranda do Douro: Pizzaria Gorgonzola pretende obter certificação internacional
A pizzaria Gorgonzola, em Miranda do Douro, é muito apreciada pela qualidade das suas pizzas, uma distinção que segundo o pizaiolo, Emanuel Soares, resulta de um processo de aprendizagem, no qual aprendeu a preparar a massa e a escolher os melhores ingredientes, segundo a arte tradicional napolitana.
Emanuel Soares apaixonou-se pela esposa, Margarida, natural de Bemposta e decidiram viver no planalto mirandês. Em 2006, viu um letreiro na porta de uma pizzaria, em Miranda do Douro, com a inscrição “Passa-se”. Falou com o proprietário, chegaram a um acordo, recebeu uma formação (de um único dia!) e desde aí começou a sua aventura como pizeiro.
Nos primeiros 12 anos desta aventura profissional foi um autodidata e procurou aprender o ofício por si mesmo. Até que em novembro de 2018, decidiu procurar aconselhamento e formação profissional, junto do italiano Giuseppe Irace.
“Este formador italiano, trabalha numa pizzaria em Barcelos, e procura transmitir o saber da confeção das pizzas tradicionais italianas, como a finalidade de preservar esta arte tradicional”, disse.
Ao longo de cinco dias, Emanuel Soares, acompanhou o trabalho deste mestre napolitano, com quem aprendeu várias técnicas, que lhe permitiram começar a confecionar a pizza clássica italiana, a napolitana, entre outras pizzas.
Descobriu, por exemplo, que a qualidade das pizzas começa na preparação da massa e na escolha dos ingredientes.
“Enquanto autodidata, eu gostava do que fazia e procurava aprender com as pesquisas de conteúdos que fazia na internet. Contudo, a formação profissional deu-me um conhecimento mais profundo e instruções técnicas e práticas na confeção das pizzas. Ao provar as pizzas que ia fazendo fiquei maravilhado com a diferença”, disse.
Concluída a formação, Emanuel Soares obteve o certificado internacional de pizzaiolo (pizeiro).
“Aconselho todos os comerciantes, empresários e artesãos a procurarem sempre evoluir profissionalmente e a adquirem novos conhecimentos. Ao fazê-lo, estão a contribuir para desenvolver os seus negócios e artes, a dar-lhes mais requinte e qualidade e por conseguinte, a tornar Miranda do Douro mais atrativa”, disse.
Segundo Emanuel Soares, a pizza é o prato mais popular em todo o mundo e é apreciada por todas as idades. À pizzaria Gorgonzola acorrem jovens, adultos, famílias e até os vizinhos espanhóis.
“A população de Miranda do Douro aprecia as pizzas com fumeiro. Já os espanhóis preferem as pizzas com queijo”, indicou.
Em setembro ou outubro deste ano, a pizzaria Gorgonzola vai ser remodelada com os objetivos de tornar o espaço interior mais acolhedor, pretende-se ainda reorganizar o espaço de trabalho e obter a certificação internacional da pizza Gorgonzola.
“As obras estão agendadas lá para setembro ou outubro e têm por grande objetivo elevar as nossas pizzas a um nível superior e obter o certificado internacional da pizza napolitana ”, adiantou.
“Gorgonzola” é o nome do queijo picante de leite de vaca, originário de Gorgonzola (Itália), de pasta mole e amanteigada, com o interior raiado de mofo e cheiro intenso.
Em setembro ou outubro deste ano, a pizzaria Gorgonzola vai ser remodelada, com os objetivos de tornar o espaço interior mais acolhedor, pretende-se ainda reorganizar o espaço de trabalho e obter a certificação internacional da pizza Gorgonzola.
Entrevista: «Pretendemos dar notoriedade ao comércio, à indústria e ao artesanato local» – Bruno Gomes, presidente da ACIMD
A 31 de março de 2022, realizaram-se as eleições para os órgãos sociais da Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD), para o triénio 2022/2025, tendo sido eleito presidente, Bruno Gomes, que assumiu que a prioridade é dar notoriedade ao comércio, à indústria e ao artesanato local.
Bruno Gomes é o novo presidente da Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD)
Terra de Miranda – Notícias: A Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD) foi constituída a 16 de Outubro de 1986, com a missão de contribuir para o desenvolvimento do comércio e da indústria local. O que o motivou a candidatar-se à presidência da ACIMD?
Bruno Gomes: Decidi candidatar-me a este cargo por duas razões. A primeira é procurar fomentar uma maior proximidade e cooperação entre os associados da Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD). A outra razão é a vontade de trabalhar e aproveitar o enorme potencial turístico de Miranda do Douro, para dinamizar as outras atividades como são o comércio, a hotelaria e a restauração, a indústria e o artesanato, a agricultura e a pecuária.
T.M.N: A agropecuária, o comércio, a hotelaria e a restauração são as atividades económicas mais desenvolvidas no concelho. Que tipo de colaboração há entre estes diferentes setores?
B.G.: Na minha atividade, sempre tive o cuidado de dar preferência aos produtos locais, como são a carne mirandesa, o cordeiro mirandês, alguns produtos hortícolas do concelho, os talheres fabricados nas fábricas de cutelaria de Palaçoulo, etc. Outro detalhe importante são as sugestões que fazemos às excursões e aos turistas para visitarem as fábricas da cutelaria e da tanoaria de Palaçoulo. No âmbito do artesanato, fazemos questão, por exemplo, de usar no local de trabalho os coletes em burel, manufaturados por artesãs locais, com o objetivo de promover a identidade da região.
“No âmbito do artesanato, fazemos questão, por exemplo, de usar no local de trabalho os coletes em burel, manufaturados por artesãs locais, com o objetivo de promover a identidade da região.”
T.M.N.: No artesanato de Miranda do Douro destaca-se também a manufatura de tapetes, colchas, mantas, as capas d’honras mirandesas, o ferro forjado, as cestas em verga, as peças em madeira e os instrumentos musicais. Qual o papel da ACIMD na promoção do artesanato local?
B.G.: Um dos eventos que promove o artesanato local é a Famidouro – Feira do Artesanato, que esperamos voltar a organizar este ano. O nosso propósito é dar continuidade ao trabalho realizado pela anterior direção da ACIMD. No decorrer do mês de agosto, há muitos turistas e emigrantes que visitam Miranda do Douro e por isso, a Famidouro é uma boa montra para que os artesãos locais – e outros artesãos vindos de todo o país – possam mostrar ao público os seus trabalhos.
T.M.N.: Na cidade de Miranda do Douro, a hotelaria e a restauração são setores com bastante atividade. Quantas pessoas trabalham nestes setores?
B.G.: Para uma cidade de pequena dimensão, como é o caso de Miranda do Douro, só no setor da restauração trabalham cerca de 90 pessoas, o que por si é um número bastante significativo.
T.M.N.: Há falta de mão-de-obra na restauração?
B.G.: Sim, há falta de trabalhadores qualificados. Mas procuramos pessoas que pretendam construir um projeto de vida nesta área da restauração e não apenas trabalhadores sazonais. Para dar resposta a este problema, uma das nossas sugestões é a de abrir uma escola de turismo em Miranda do Douro.
“Uma das nossas sugestões é a de abrir uma escola de turismo em Miranda do Douro.”
T.M.N.: O que atrai tanto os espanhóis a Miranda do Douro?
B.G.: Os espanhóis gostam de vir a Miranda, por várias razões: porque é uma cidade histórica, bonita e de pequena dimensão. E o ser pequena permite aos visitantes percorrer a pé e com facilidade quer a zona histórica, quer a parte comercial. Neste perímetro, a cidade oferece aos visitantes várias possibilidades: a história e a cultura, a natureza e os passeios de barco no rio Douro, o comércio, a gastronomia e o lazer.
T.M.N.: No comércio, o que é que os espanhóis gostam de comprar?
B.G.: No comércio, as preferências dos visitantes espanhóis mudam muito. Quando abriu a fronteira em 1978, dizia-se que os espanhóis compravam de tudo. Depois, compravam sobretudo artigos de bronze. Seguiu-se o nosso café, que é de melhor qualidade e preço. Veio depois o interesse pelos atoalhados, também por causa da qualidade dos têxteis portugueses. E mais recentemente surgiu o interesse pela compra do mobiliário português, fabricado em Paços de Ferreira e comercializado em Miranda do Douro.
“Miranda oferece aos visitantes várias possibilidades: a história e a cultura, a natureza e os passeios de barco no rio Douro, o comércio, a gastronomia e o lazer.”
T.M.N: Que investimentos faz a ACIMD na promoção de Miranda do Douro no exterior, em particular na vizinha Espanha?
B.G.: A ACIMD procura divulgar e promover Miranda do Douro nos meios de comunicação social espanhóis e também através da publicidade em outdoors e flyers, sobretudo nas cidades de Zamora e Salamanca. É importante dar esta visibilidade a Miranda. Depois, a melhor promoção continua a ser a qualidade do serviço que prestamos. Se os visitantes ficarem agradados, certamente serão eles a publicitar-nos junto dos seus familiares e amigos.
T.M.N.: Miranda é sobejamente conhecida pela cultura local, pela gastronomia e pela beleza natural do seu território. Que novas ideias e projetos pretende a nova direção da ACIMD implementar, para desenvolver as atividades económicas?
B.G.: Em primeiro lugar, a nova direção da ACIMD vai inteirar-se do atual estado da associação, para depois definir objetivos concretos. Adianto que uma das nossas primeiras ações é estabelecer sinergias com as associações homólogas, de Espanha e também dos concelhos vizinhos, para nos apoiarmos mutuamente e criarmos um maior dinamismo económico da região. Outro grande propósito é o de criar uma Feira da Agricultura, o Roteiro Gastronómico no Distrito e oferecer formação profissional inovadora para os nossos associados.
“É importante dar visibilidade a Miranda do Douro.”
T.M.N.: A valorização dos produtos locais é uma causa a defender?
B.G.: Sim, na nossa região há produtos de muita qualidade e os agricultores têm muita dificuldade em escoar a sua produção. Por isso, a nossa intenção é criar uma cadeia local entre os produtores, os restaurantes e o comércio, de modo a valorizar o que é nosso e simultaneamente fortalecer a economia local.
T.M.N.: Qual é a mais valia de um empresário pertencer à ACIMD?
B.G.: A ACIMD proporciona aos associados ações de consultoria, aconselhamento e formação contínua, assim como informações e esclarecimentos vários sobre assuntos como a legislação em vigor e os programas de apoio ao desenvolvimento da atividade económica.
T.M.N.: Quais são os principais problemas que enfrentam os comerciantes e industriais de Miranda do Douro?
B.G.: Atualmente, a ACIMD tem 470 associados inscritos. Os nossos principais problemas derivam do despovoamento e do isolamento geográfico, que por conseguinte dificultam o desenvolvimento do comércio, da indústria, do artesanato e da venda dos produtos locais. Por isso, a nova direção da ACIMD assume como grande desafio a promoção destes setores. À semelhança do que o município de Miranda do Douro tem conseguido fazer na promoção de ícones da região – a posta mirandesa, o cordeiro mirandês, a bola doce mirandesa, a capa d’honras, a música tradicional e os pauliteiros – pretendemos alcançar a mesma notoriedade para o comércio, a indústria e o artesanato.
“A nova direção da ACIMD assume como grande desafio a promoção do comércio, da indústria e do artesanato locais.”
Perfil
Bruno Gomes, tem 47 anos, é casado e pai de duas filhas.
Desde 1996, é empresário no setor da restauração, sendo proprietário do restaurante Miradouro, localizado em Miranda do Douro.
A 31 de março de 2022, foi eleito presidente da Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD).
Opinião: “Na melhor Nódoa cai o pano”, por Fernando Vaz das Neves
Os Deputados à Assembleia da República podem, nos termos da legislação aplicável, optar pelo exercício do respectivo mandato em exclusividade ou sem exclusividade. Se optarem pelo exercício do mandato em exclusividade recebem um acréscimo de 382,66 € no vencimento. O Bloco de Esquerda assumiu que todos os seus deputados exerceriam o mandato em exclusividade e defende: “que a melhor forma de garantir transparência ao sistema político é impedir as teias de negócio que se possam tecer entre agentes políticos e interesses económicos. E a melhor forma de garantir o rompimento dessas teias é a da obrigação de exclusividade de funções por parte de todos os deputados e deputadas”.
E é assim que, na melhor nódoa, Mariana Mortágua, cai o pano. A Deputada em causa – o “símbolo” da nova moralidade e dos bons costumes, tal como os demais camaradas do BE – foi apanhada a violar o regime de exclusividade dos Deputados, uma vez que estava a ser paga para participar, como comentadora, no programa Linhas Vermelhas, na SIC notícias.
Confrontada com os factos, a Deputada disse que “desconhecia uma alteração à regra que permite aos deputados receber dinheiro por artigos de opinião, que têm direitos autorais, mas não por participar em programas de comentário televisivo, como era o caso.” É extraordinário que a Deputada desconheça a alteração em causa, uma vez que a mesma foi aprovada na Assembleia da República, local onde, supostamente, os Deputados trabalham, e dos do BE, em exclusividade. Mas, pelos vistos, também desconhece o seguinte princípio basilar do Direito: “A ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento nem isenta as pessoas das sanções nela estabelecidas”.
Aqui chegados, com os factos apurados, e tendo a Deputada assumido a violação do regime de exclusividade, restava a coerência e a aplicação da lei: perda de mandato. Artigo 11º da Lei 52/2019 – regula o exercício de funções por titulares de cargos políticos.
Mas não, o nosso país tem sempre uma atitude de ternura para com a extrema esquerda. Tudo lhes é permitido, tudo lhes é perdoado. Todo é abafado. Só assim se percebem as declarações do douto Secretário Geral da Assembleia da República sobre o caso da moralista Deputada. Para o Secretário Geral, o assunto está resolvido e nada de pensar em abrir inquérito, por violação do regime de exclusividade que, segundo muitos constitucionalistas, levaria à perda de mandato da menina. Mas também se percebe a atitude do Secretário Geral da AR, ele tem de ser leal para com os chefes, para quem o escolheu, para com quem lhe paga o salário. Pena é que não esteja à altura para o exercício do cargo. Pena que seja mais um a contribuir para que os cidadãos se afastem da política, pena que lhe falta aquela grande qualidade, a LIBERDADE e não passe de uma correia de transmissão.
Claro que, para esta gentinha, a regularização da situação, anula a infracção cometida. A questão é: A Infracção foi ou não cometida? Foi. A infracção não se apaga com a devolução do dinheiro. Aliás a lei nem prevê a devolução do dinheiro. O que diz a lei? Perda de mandato. Simples de perceber.
A Moral e a coerência há muito que deixaram de fazer parte do discurso e das atitudes da classe política Portuguesa. É o “olha para o que eu digo e não olhes para o que eu faço”. Lembro-me de há uns anos uma Deputada de um país do norte da Europa se apresentar como a grande defensora da ecologia, da economia verde, energia limpa, etc. A certa altura descobriu-se que a senhora era uma adepta do táxi, que diariamente andava de táxi. Nesse mesmo dia deixou de ser Deputada. É este salto qualitativo que nos falta dar para sermos uma verdadeira democracia.
Fernando Vaz das Neves
(Deputado Municipal na Assembleia Municipal de Miranda do Douro)
Miranda do Douro: Semana Santa com concertos de música sacra e portuguesa
O município de Miranda do Douro vai promover cinco concertos de música sacra e portuguesa durante a Semana Santa, que antecede o Domingo dePáscoa, que serão realizados em vários templos da cidade e da vila Sendim.
“A juntar ao habitual programa religioso do tempo de Páscoa, vamos oferecer diversos eventos de cariz cultural e pedagógico, como os concertos nos diversos espaços de arquitetura religiosa do concelho de Miranda do Douro, com o propósito de dignificar a Semana Santa”, explicou a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril.
Quatro dos concertos vão realizar-se na cidade de Miranda do Douro – dois na Concatedral e os restantes na Igreja da Misericórdia e na Igreja de Santa Cruz – sendo o quinto concerto na Vila de Sendim.
Dentro do repertório que vai ser tocado destaca-se “Leçons de Ténèbres” do renomado compositor francês François Couperin, a execução de uma obra ímpar e pouco conhecida do repertório português, o Livro de São Vicente.
No Domingo, dia 10 de Abril, o Coro dos Pequenos Cantores de Esposende apresenta repertório de compositores portugueses contemporâneos.
Os grupos que vão participar neste ciclo de concerto são expoentes da execução de Música Sacra, sendo, muitos deles, referências artísticas nacionais. Com esta seleção de agrupamentos musicais, este evento passa a ser o principal do género na região.
A Capella Patriarchal, o Ensemble Voces Caelestes, o Serviço de Música Sacra da Igreja de São Roque, o Coro Infantil de Miranda do Douro e os Pequenos Cantores de Esposende são os responsáveis pela execução musical dos diversos concertos.
No plano pedagógico vão existir visitas guiadas e comentadas ao Órgão Histórico da Concatedral de Miranda do Douro e duas Masterclasses de Órgão. Para suprimir a falta de formação adequada em música sacra na região as duas masterclasses versam especialmente essa temática, sendo de participação gratuita.
A organização informa que todos os eventos são de entrada gratuita. E para usufruir das visitas guiadas e/ou da Masterclasse, bem como para obter mais informações, deve enviar email para geral.casadelamusica@cm-mdouro.pt
A apresentação pública da Semana Santa coincide com a apresentação da marca “Casa da Música Mirandesa” e será no dia 7 de Abril às 18h00 na Casa da Música Mirandesa, Largo do Castelo em Miranda do Douro.