Língua: Mirandês em situação “muito crítica”

A língua mirandesa está numa situação” muito crítica” devido ao abandono por parte de entidades públicas e privadas, conclui um estudo elaborado pela Universidade de Vigo (UVigo), em Espanha.

Iniciado em 2020, o estudo estimou em cerca de 3.500 o número de pessoas que conhecem a língua, com cerca de 1.500 a usá-la regularmente, identificando uma rotura com este idioma, sobretudo nas gerações mais novas, através de uma “forte portugalização linguística”, assente em particular na profusão dos meios de comunicação nas últimas décadas, e na identificação do mirandês com ruralidade e pobreza locais.

“A língua mirandesa está numa situação muito crítica, dado o abandono das intuições públicas e privadas. A utilização do mirandês teve uma quebra de 50% no que se refere ao número de falantes. A este ritmo, este idioma desaparece em menos de 20 anos”, disse o investigador Xosé-Henrique Costas, professor catedrático da UVigo, que coordenou o estudo “Presente e Futuro da Língua Mirandesa”.

Este estudo tem por base 350 inquéritos feitos à população do concelho de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, em março de 2020, por uma equipa de alunos da UVigo, designada por “Brigada da la Léngua” (Brigada da Língua).

Esta é também, e de acordo com o docente universitário, a primeira vez que uma universidade espanhola edita um trabalho de investigação escrito em mirandês, com versão em português destinada ao público e a investigadores que tenham dificuldades de compreensão da segunda língua oficial em Portugal.

Os responsáveis pelo estudo, apontam para a ratificação da Carta Europeia das Línguas Minoritárias e para a necessidade de uma nova Lei do Mirandês, atualizada de acordo com ações e medidas planificadas e orçamentadas em educação, justiça, administração local e regional, serviços públicos, meios de comunicação, atividades e equipamentos sociais, economia e intercâmbios transfronteiriços, como ponto de partida para que “a língua mirandesa ganhasse de novo vitalidade”, garante filólogo, especialista nas línguas portuguesa e galega.

Para os responsáveis pelo estudo “Usos, Atitudes i Cumpetencias Lhenguíticas de la Populacon Mirandesa”, as autoridades portuguesas “têm a obrigação de proteger e salvaguardar o mirandês para toda a humanidade, como protege e investe no lince ibérico ou nas florestas autóctones”.

“Este estudo pretende ser um retrato atual da vitalidade da língua mirandesa, dos seus usos, atitudes linguísticas e conhecimento dos habitantes da Terra de Miranda”, vincou o investigador.

As conclusões do estudo a que a Lusa teve acesso apontam que a rotura com este idioma transmontano se dá “sobretudo nos nascidos entre 1960-1980”, quando “se operou uma forte portugalização linguística”, através “da imprensa, rádio, TV, escola e administração pública”.

“Isso contribuiu para o seu desprestígio [da língua Mirandesa], e para a identificação do mirandês com a ruralidade, a pobreza e a ignorância. Houve nesta época uma terrível rutura da transmissão entre gerações”, frisou Xosé-Henrique Costas.

De acordo com o professor catedrático da UVigo, os falantes de mirandês andam por volta dos 3.500, embora apenas 1.500 o possam falar regularmente, no dia-a-dia.

“Mas o uso entre menores de 18 anos é só de 2%”, indicou o especialista, acrescentando que a língua “só é utilizada em ambientes familiares e vizinhos nas freguesias do Norte do concelho de Miranda do Douro”.

Para os investigadores da UVigo, as medidas concretas tomadas até agora a favor do mirandês, como o ensino opcional ou o uso bilingue da Câmara local e de outros serviços públicos e privados, “foram um placebo para manter viva esta secular forma de falar”.

“Um doente de cancro não pode ser tratado com aspirinas e orações uma vez ao ano. Há que diagnosticar bem, operar, medicar e avaliar no tempo a evolução da doença até ao coração. E tudo contra o relógio”, disse o investigador estabelecendo a gravidade da “doença” que afeta o mirandês.

Outra das conclusões aponta que a introdução optativa do estudo da língua mirandesa nas escolas do concelho, limitada a uma hora por semana, não tem livros de texto, materiais pedagógicos, nem vagas próprias de professorado especializado.

“Não se consegue deter a hemorragia nem recuperar novos falantes”, disse Costas num diagnóstico da situação atual, admitindo, porém, que é possível e urge “criar boas atitudes face à língua”, com menos preconceitos negativos” e estabelecer bons conhecimentos “como compreender, ler e escrever” o mirandês.

Mantendo-se a situação, “a este ritmo é possível que o mirandês morra antes [dos próximos] 30 anos”, conservando-se apenas como “um latim litúrgico para celebrações”, sem ser “língua para viver a diário”, indica o estudo que ainda não tem data para a sua apresentação oficial.

No trabalho de campo, o estudo do Departamento de Filologia da UVigo verificou que a população mais nova pede “condições para se sociabilizar em língua mirandesa”.

“Salvar o mirandês é uma questão de vontade política e de economia linguística”, concluiu a investigação.

Este trabalho contou com a colaboração da Associação de Língua e Cultura Mirandesa e do município de Miranda do Douro.

A língua mirandesa é uma língua oficial de Portugal desde 29 de janeiro de 1999, data em que foi publicada em Diário da República a lei que reconheceu oficialmente os direitos linguísticos da comunidade mirandesa.

A 21 de fevereiro assinalou-se o Dia Internacional da Língua Materna, estabelecido no âmbito das Nações Unidas.

Fonte: Lusa

Apicultura: Projeto para aumentar resiliência na criação de abelhas

Um projeto internacional do qual faz parte a Universidade de Coimbra (UC) quer aumentar a resiliência da apicultura a fatores de stress abióticos, como mudanças climáticas, perda de habitat e compostos químicos, nomeadamente pesticidas.

O projeto denominado ‘Better-B’ é financiado pelo Horizonte Europa, um programa para o financiamento da investigação e da inovação, na União Europeia, que junta 17 instituições de vários países e foi contemplado com cerca de seis milhões de euros, divulgou a UC.

Nos próximos quatro anos, os investigadores vão abordar diferentes tipos de fatores de stress através de monitorização, experimentação e modelação ecológica, explica a academia.

Citado numa nota de imprensa, o investigador José Paulo Sousa, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC e coordenador do projeto nesta universidade, explicou que “as colónias de abelhas melíferas estão muitas vezes mal-adaptadas para lidar com estes fatores de stress, em grande parte devido às práticas modernas de apicultura”.

“A chave para uma apicultura resiliente é aproveitar o ‘poder da natureza’ para restaurar a harmonia e o equilíbrio dentro das colónias e entre as colónias e o meio ambiente, ambos perturbados pelas atividades humanas”, referiu.

José Paulo Sousa sustentou que a solução passa por “compreender os processos e mecanismos que se aplicam na natureza e adaptar as práticas apícolas modernas e a tomada de decisões em conformidade, e quando adequado, utilizando os benefícios das tecnologias avançadas”.

O também docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia adiantou que no âmbito do ‘Better-B’ vai ser feita uma “avaliação da qualidade dos recursos florais em diferentes habitats e ainda as interações entre planta-polinizador”, para “compreender melhor os fenómenos de competição entre as abelhas melíferas e espécies de polinizadores selvagens em situações de abundância e escassez de recursos, recorrendo a monitorização e experimentação”.

Os dados recolhidos vão servir “para alimentar modelos para avaliar a ‘capacidade de carga’ de diferentes tipos de habitats e, ainda, para desenvolver ferramentas de tomada de decisão sobre como melhorar a estrutura do habitat em termos de recursos alimentares e balancear a atividade apícola e conservação/aumento da biodiversidade de polinizadores”, informa a UC.

A equipa do ‘Better-B’ vai também avaliar o impacto da “complexidade da paisagem e da contaminação por pesticidas no desempenho das colónias”, utilizando métodos de avaliação desenvolvidos e testados no âmbito do projeto ‘B-Good’, do qual a faculdade faz parte. Este último, divulgado em dezembro de 2019, passava pela realização de testes com colmeias inteligentes de baixo custo, para melhorar a gestão dos apiários.

“Serão avaliados os efeitos de determinados fatores abióticos na sensibilidade a pesticidas, realizando ensaios ecotoxicológicos com abelhas melíferas para avaliação de efeitos letais e subletais. A UC é a única instituição de ensino superior em Portugal a realizar este tipo de ensaios”, destacou José Paulo Sousa.

Neste projeto será igualmente avaliado o impacto da vespa asiática nas colónias de abelhas.

“Aqui, utilizaremos métodos de monitorização e será uma extensão de dois projetos da UC em parceria com as comunidades intermunicipais das regiões de Coimbra e Viseu Dão Lafões”, acrescentou o investigador.

Fonte: Lusa

Cidadania: MCTM diz que impostos das barragens são assunto de todos

O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) disse que a aprovação, na Assembleia da República, da resolução que recomenda a liquidação de impostos sobre as barragens deixou de ser um assunto regional, passando a ser “causa de todos os portugueses”.

“O sentido desta votação só foi possível porque o poder político compreendeu que a nossa luta tem a solidariedade do país profundo. Esta votação representa também um consenso parlamentar, unânime, numa causa que se tornou de todos os portugueses, porque se vai poder proceder à tributação de todas barragens que existem no país em sede de IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis] e construídas no país depois da Lei da Água, antes de 2005”, explicou José Maria Pires, membro fundador do MCTM.

De acordo com os representantes do Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM), “os portugueses não percebem, nem aceitam que a EDP e a Movhera, a coberto do seu poder económico, tenham um estatuto fiscal privilegiado”.

“Todos os que pagam os impostos que lhe são exigidos e cumprem a sua quota-parte da responsabilidade social não aceitam que a EDP e a Movhera não tenham o mesmo sentido de compromisso social que o comum dos portugueses”, vincou

Os deputados aprovaram a 17 de fevereiro um projeto de resolução do PS que recomenda ao Governo que assegure a captação das receitas associadas às barragens, mas chumbaram projetos do PCP, BE, PAN e Livre sobre questões fiscais relacionadas com barragens.

O projeto de resolução do PS foi aprovado com os votos favoráveis do PS, PSD, PCP, BE, PAN e Livre e a abstenção do Chega e Iniciativa Liberal, após um debate em que deputados de vários partidos da oposição acusaram os socialistas de apresentarem uma iniciativa que não tem valor e de apenas quererem salvar a face.

Em causa está um projeto de resolução que recomenda ao Governo que assegure as condições necessárias para a captação para os municípios de receitas no quadro da exploração económica dos aproveitamentos hidroelétricos.

“Das votações resulta também uma orientação firme no sentido de a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) proceder à cobrança dos impostos devidos pela venda das seis barragens da bacia do Douro, designadamente Miranda, Picote, Bemposta, Feiticeiro, Baixo Sabor e Foz Tua”, vincou José Maria Pires.

O MCTM espera agora que esta orientação “seja cumprida pela AT e seja devidamente interpretada pela EDP e pela Movhera”.

“O comportamento da AT relativamente à cobrança do IMI, com avanços e recuos inexplicáveis, deixa-nos expectantes quanto ao que farão agora relativamente ao pagamento dos impostos devidos com a transmissão das barragens e estranhamos que, decorridos mais de dois anos, ainda não tenha dado nota do resultado da inspeção tributária ao negócio da venda das barragens”, acrescentou.

O MCTM garantiu ainda que vai continuar “a pôr a nu a arrogância, a prepotência, a insensibilidade e falta de sentido de compromisso social enquanto este comportamento se mantiver”, e espera que, de uma vez por todas, “EDP e Movhera oiçam os ecos que vêm da votação na Assembleia da República que é voz do Portugal inteiro”.

“Não deixaremos que a AT ceda mais a pressões, seja de quem for, nem a influências de quem nos corredores próximos do ‘poder’ advoga a causa da EDP e da Movhera. Esperamos também que estas duas empresas tenham compreendido o significado e o alcance do consenso que a nossa luta gerou no país”,sustenta.

Na opinião dos membros que integram este movimento cívico, “os cidadãos da Terra de Miranda e todos os portugueses esperam destas empresas sentido de compromisso social e de responsabilidade perante toda a comunidade e que regularizem a sua situação tributária, corrigindo os comportamentos inaceitáveis e perigosos que têm adotado”.

Fonte: Lusa

Ensino: Professores e Ministério tentam acordo

Sindicatos de professores e Ministério da Educação retomam esta semana as negociações sobre um novo regime de recrutamento e colocação de professores, depois de o ministro ter garantido “total disponibilidade” para discutir a valorização da carreira.

Desde setembro de 2022 que representantes dos docentes e do Governo tentam chegar a acordo quanto a um novo modelo de seleção e colocação de professores, que também vinha sendo pedido pelos sindicatos.

Na quinta-feira, dia 23 de fevereiro, arranca a 6.ª ronda negocial e os sindicatos já fizeram saber que poderão pedir reuniões complementares visto existirem ainda matérias sem acordo à vista.

A possibilidade de os diretores poderem colocar alguns professores a trabalhar em duas escolas do mesmo Quadro de Zona Pedagógica (QZP) é um dos principais pontos de discórdia.

O atual anteprojeto prevê a criação de equipas de diretores – “Conselhos de Quadro de Zona Pedagógica” – responsáveis por distribuir o serviço e com poderes para colocar professores a dar aulas em dois agrupamentos quando se tratem de contratados ou de docentes do quadro com menos de oito horas letivas no horário.

No final da 5.ª ronda negocial, na passada sexta-feira, dia 17 de fevereiro, os sindicatos disseram que se a medida não caísse não haveria acordo. Para os sindicatos, os conselhos de diretores devem manter apenas as funções de seleção quando há necessidades transitórias de colocação.

O outro motivo que tem levado os sindicatos a recusar qualquer acordo é a recusa do Governo em recuperar o tempo de serviço congelado durante a Troika.

Os professores dizem não desistir dos cerca de seis anos e meio de serviço, lembrando que o Governo “devolveu” esse tempo a quem trabalha nas escolas dos Açores e da Madeira.

Enquanto a tutela não avançar com uma proposta de calendarização para debater o assunto, os professores vão continuar em protesto, participando em manifestações e greves.

“Neste momento, o que existe da nossa parte é a total disponibilidade para, assim que fecharmos este assunto do recrutamento, continuarmos sentados à mesa com as organizações sindicais para trabalharmos questões gerais da valorização da carreira e questões muito concretas como o combate à burocracia”, anunciou o ministro da Educação, João Costa, na sexta-feira, sem esclarecer se a negociação poderá chegar à recuperação do tempo de serviço.

Entre as medidas já acordadas estão a realização anual de concursos internos, a integração nos quadros de mais de 10 mil professores ainda este ano e o aumento dos atuais dez Quadros de Zona Pedagógica para 63.

No caso dos docentes que se mantenham a contrato, a tutela promete que passará a haver três escalões salariais para que possam progredir consoante os anos de serviço.

Até agora os docentes recebiam sempre como se estivessem no 1.º escalão, mesmo que estivessem a dar aulas há várias décadas.

A proposta da tutela prevê que após 1.095 dias de serviço (equivalente a três anos), o docente sobe para o equivalente ao 2.º escalão e passados outros três anos pode voltar a subir.

Mas existem requisitos para subir na carreira como ter concorrido a escolas de pelo menos dez QZP, ter aceitado todas as colocações e cumprido integralmente os contratos nos dois anos anteriores.

A proposta da tutela prevê também o agravamento da penalização aos docentes que recusem um horário, passando a ficar dois anos impedidos de ser colocado (agora é um).

As negociações têm decorrido num ambiente tenso, com os sindicatos a convocar greves, que começaram em dezembro e estão previstas até março, e o Ministério da Educação a pedir a convocação de serviços mínimos.

Depois de o Tribunal Arbitral ter decidido pela convocação de serviços mínimos para as greves por tempo indeterminado decretadas pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP), o ME decidiu agora pedir também para as duas greves regionais decretadas para 2 e 3 de março, que foram organizadas por uma plataforma de estruturas sindicais.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Santuário do Naso associou-se à JMJ 2023

No âmbito da preparação para a Jornada Mundial da Juventude 2023, celebrou-se este Domingo, dia 19 de fevereiro, no Santuário de Nossa Senhora do Naso, na Póvoa, a missa e a plantação de uma oliveira, pelos jovens do concelho de Miranda do Douro.

Na celebração da eucaristia, o padre Manuel Marques, exortou a assembleia e em particular os jovens mirandeses, presentes na capela de Nossa Senhora da Naso, a serem santos.

“Precisamos mudar a ideia de que os santos são uns coitadinhos que vivem fechados nas igrejas! Ser santo é ser virtuoso! Ser santo é exercitar-se nas virtudes e praticar a bondade, a justiça e a fortaleza de alma”, disse.

De acordo com o pároco do Santuário de Nossa Senhora do Naso, ao agir assim, os cristãos fazem a diferença no mundo e transmitem a fé, a esperança e a caridade.

Após a celebração religiosa, realizou-se no recinto do santuário a plantação de uma árvore. Esta iniciativa teve como objetivo sensibilizar os mais jovens para a importância da preservação do ambiente.

“A sustentabilidade ambiental é um dos três eixos do compromisso sustentável da JMJ 2023”, refere o comunicado.

Aquilino Ginjo, membro da Comissão de Festas em honra de Nossa Senhora do Naso, acrescentou que a missa e a plantação da oliveira visam assinalar e perpetuar na memória dos jovens e do povo mirandês, a realização, inédita, em Portugal, da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

“O Santuário do Naso quis associar-se à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com a plantação desta oliveira e de uma placa comemorativa, que são um registo para a posteridade deste grande encontro mundial de jovens”, disse.

Quem também se associou a esta iniciativa foi a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, e no momento da plantação da árvore, a autarca, comparou a resiliência da oliveira à tenacidade do povo mirandês.

“Assim como a oliveira resiste em terrenos menos férteis, também o povo e os jovens mirandeses resistem diante das dificuldades do isolamento e de êxodo demográfico”, disse.

A iniciativa “Plantação de uma árvore no âmbito das JMJ 2023” foi promovida pelo município de Miranda do Douro, em colaboração com a Confraria de Nossa Senhora do Nazo e Picão e a Junta de Freguesia da Póvoa.

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, e desde então a JMJ já passou pelas seguintes cidades: Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

A próxima edição da Jornada Mundial da Juventude vai realizar-se em Lisboa, de 1 a 6 agosto de 2023.

HA

Vimioso: Jovens expõem trabalhos sobre a beleza

A exposição “Ensaio sobre a perfeição estética” foi inaugurada no dia 17 de fevereiro, na casa da cultura de Vimioso e contou com a presença dos autores, os alunos do Agrupamento de Escolas Emídio Garcia, de Bragança, que deram a conhecer o conceito de beleza e os seus enganos, através da arte.

A exposição é constituída por 30 estatuetas, máscaras, painéis e pinturas feitas pelos alunos do 1º, 2º e 3º anos, dos cursos profissionais Técnico Animador Sociocultural e Técnico Auxiliar de Saúde, da escola Emídio Garcia, de Bragança.

Na inauguração, o curador da exposição, Acácio Pradinhos, explicou que ao longo dos anos, o agrupamento de escolas brigantino acolhe muitos alunos do concelho de Vimioso, pelo que acharam oportuno dar a conhecer estes trabalhos à comunidade vimiosense.

“Alguns dos trabalhos inspiram-se na obra do artista suiço, Alberto Giacometti e refletem o diálogo entre a estatueta e a máscara. Outras obras inspiram-se nos caretos de Lazarim, de Podence e da zona de Bragança. Há ainda outros trabalhos que tentam expressar a procura da perfeição estética”, explicou.

O professor de Expressão Artística acrescentou que os alunos do curso Técnico Auxiliar de Saúde, procuraram também alertar para o problema dos padrões de beleza, que amiúde influenciam tanto os jovens, através dos conteúdos divulgados das redes sociais.

“Os alunos pesquisaram sobre os padrões de beleza e fizeram painéis e pinturas alusivos a este tema, que por vezes, dá origem a problemas graves de saúde como são a anorexia e a bulimia”, disse.

Para dar forma à sua inspiração, os jovens artistas utilizaram arame, pasta de papel, pasta de modelar, tintas e outros materiais.

Pedro Afonso Ferreira, frequenta o curso profissional de Animação Sociocultural e explicou que construiu uma estatueta inspirado nos trabalhos de Alberto Giacometti.

“Construí uma escultura de traços finos e com uma expressão assustada”, disse.

Por sua vez, a companheira de turma, Inês Falcão Fernandes, natural de Vimioso, que também construiu uma estatueta inspirada no artista suíço, explicou que o conceito de beleza é uma utopia, dado que “não há ninguém perfeito”.

A exposição “Ensaio sobre a perfeição estética” resultou de um trabalho paciente e sistemático dos alunos e do professor da disciplina de Expressão Artística.

Nesta exposição, os alunos aprenderam os vários elementos da linguagem visual, como são a estrutura, a forma, as texturas e a cor.

“As peças feitas pelos alunos são o resultado de um processo criativo e alegre. Neste percurso, os alunos viveram o autêntico espírito de grupo e aprenderam a não temer os desafios. Estas formas de criação artística são o modo como os jovens interpretam o mundo”, lê-se no comunicado.

De acordo com a vereadora da cultura, do município de Vimioso, Carina Lopes, a vinda desta exposição para Vimioso, resultou do entendimento entre o Agrupamento de Escolas Emídio Garcia, em Bragança e a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT).

“Dado que estudam neste agrupamento de escolas, alunos de várias localidades do concelho, como são os casos de Pinelo, Carção, Argozelo, Vimioso, etc., achamos que seria muito oportuno receber esta exposição na Casa da Cultura”, justificou.

A exposição “Ensaio sobre a perfeição estética” vai estar presente na Casa da Cultura, em Vimioso, até ao dia 31 de março.

HA

Agricultura: Produção de azeite diminuiu 40%

Em 2022, a produção de azeite rondou os 1,375 milhões de hectolitros, o que corresponde a uma diminuição de 40% face à campanha anterior, divulgou o INE.

“As previsões agrícolas apontam para uma produção de azeite, na campanha de 2022, a rondar os 1,375 milhões de hectolitros (cerca de 126 mil toneladas), o que corresponde a uma diminuição de 40% face à campanha anterior”, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Ainda assim, apontou a autoridade estatística, “num ano com condições meteorológicas e hidrológicas muito desfavoráveis e após a produção recorde de azeite de 2021 (com 2,29 milhões de hectolitros), a produção de 2022 deverá ser a quarta maior de sempre”.

Segundo a entidade, “de um modo geral, o azeite produzido apresenta boa qualidade, com baixa acidez e boas características organoléticas”.

Já quanto aos cereais de inverno, as dificuldades sentidas na instalação das searas devido ao encharcamento dos solos, que impediram a entrada das máquinas nos terrenos para a realização das sementeiras, levaram à diminuição da área de trigo mole (-15%), de trigo duro (-25%), de cevada (-5%) e de triticale (-10%).

“De referir que, apesar da tendência de estabilização em redor dos 100.000 hectares das últimas campanhas, o cenário previsto corresponde à menor área de cereais de inverno desde que há registos sistemáticos”, realçou o INE.

Fonte: Lusa

VII DOMINGO DO TEMPO COMUM

A vida de Cristo é amar

Lev 19, 1-2.17-18 / Slm 102 (103), 1-4.8.10.12-13 / 1 Cor 3, 16-23 / Mt 5, 38-48

Todos queremos um Deus de amor até ao momento em que nos sentimos injustiçados, atraiçoados, feridos. Aí, o que desejamos é um deus que vem em fúria para julgar e castigar aqueles que nos fizeram mal. E ressentimo-nos com a sua inação.

O nosso Pai «faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos». Para verdadeiramente sermos seus filhos, devemos amar os nossos inimigos e rezar pelos que nos perseguem. Mas não é isto insensato? Não será loucura? É sim! Para a sabedoria do mundo, isto não tem nenhum sentido, porque o mundo, e nós mesmos, nos tornámos insensíveis à matéria com que se teceu a Criação: a bondade!

O nosso coração tornou-se impermeável ao mandamento do Senhor a amar os nossos inimigos. Optamos por uma versão «descafeinada», para não perder o sono, algo como «não lhe desejo mal» ou «Deus com ele e Deus comigo». E talvez funcione. Talvez desta forma não percamos o sono. Mas também não vivemos despertos, porque ficamos aquém do Evangelho e, por isso mesmo, privados da alegria de fazer caminho com Jesus.

Amar os nossos inimigos não é um conselho que Cristo nos dá e do qual podemos prescindir. Amar os inimigos é a vida de Cristo.

Nestas vésperas da Quaresma, olhemos a Paixão. Desde que é preso até à sua morte na cruz, Cristo não condena quem o persegue nem quem o abandona. Quando o procuram para lhe fazer mal, não foge nem se esconde. Quando lhe batem, pergunta-lhes porquê. Quando é humilhado, gozado e tido por pouco, não se ouve a sua voz. E pregado na Cruz, pede ao Pai que perdoe os que o condenaram e torturaram.

Amar os nossos inimigos não é uma frase de postal, um sentimento delicodoce que proferimos quando o sol brilha e que descartamos mal as nuvens surgem no horizonte. É o caminho da santidade, pois só o amor pelo outro o resgatará às cadeias do pecado, à armadilha do mal, aos enganos do mundo… e a nós com ele.

Comprometamo-nos, uns com os outros, a tornar este mandamento uma realidade. Ajudemo-nos no caminho de santidade. Deitemos fora o ressentimento, o cinismo, o desejo de vingança, pois todos estes sentimentos são veneno para o nosso coração e ladrões de alegria.

Façamos como Santa Teresa de Calcutá quando, um dia, lhe cuspiram na cara por ter pedido um pão para uma criança com fome. Ela agarrou num lenço, limpou a sua cara e disse a quem a humilhou: «Obrigado por aquilo que me deu. E para a criança, tem alguma coisa?». Este seu gesto converte mais corações do que cem vergastadas nas costas de quem a humilhou, do que toda a maledicência nas esquinas das ruas e do que todos os «cancelamentos» tão na moda hoje em dia.

Em breve escutaremos as palavras «arrepende-te e acredita no Evangelho». Até à Quarta-Feira de Cinzas, que nos espera esta semana, preparemo-nos para a imposição das cinzas começando por acreditar em Jesus, na sua Palavra e na sua vida. A conversão espera-nos e a santidade está ao nosso alcance. Basta amar.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Miranda do Douro: «Existe uma grande variedade de plantas medicinais na nossa região” – Raquel Afonso

Estão abertas as inscrições para o curso de curta duração (25 horas) em “Plantas aromáticas, medicinais e condimentares”, uma iniciativa do município de Miranda do Douro, em colaboração com a CoraNE, com o objetivo de sensibilizar a população local para a valorização dos recursos naturais da região.

De acordo com a bióloga do município de Miranda do Douro, Raquel Afonso, as plantas aromáticas, medicinais e condimentares estão subvalorizadas na região.

“Dada a existência de uma grande variedade de plantas autótones no concelho, a formação pretende dar conhecer e fazer um bom aproveitamento destas espécies vegetais”, justificou.

Na Terra de Miranda, as plantas medicinais mais comuns são o Canelheiro Caneleiro, sabugueiro (Sambucus nigra L), Fiolho, funcho, erva-doce (Foeniculum vulgare L), Junciana, aristolóquia, erva-bicha ( Aristolochia paucinervis Pomel), Rabo-de-raposa,  Conyza canadensis (L.), Dente-de-leão (Taraxacum o$cinale), Borrage ( Borago officinalis L), Serrão do pastor (Capsella bursa-pastori), Erva-loba, alcária (Tuberaria lignosa), umbigo-de-vénus (Umbilicus rupestres) ou Carqueja (Pterospartum tridentatum)”.

Segundo Raquel Afonso, algumas destas plantas, como a cidreira, são historicamente muito utilizadas para fins medicinais, em chá, por exemplo, para combater o colesterol e a hipertensão.

“O consumo destas plantas no dia-a-dia é uma mais-valia para a saúde”, disse.

A técnica do muniípio de Miranda do Douro acrescentou ainda que para além do consumo doméstico, estas plantas podem ser uma fonte de rendimento extra nas explorações agrícolas do concelho de Miranda do Douro.

“Outro dos objetivos desta formação em Plantas aromáticas, medicinais e condimentares é promover o uso sustentável, a boa gestão e a conservação dos recursos naturais”, indicou.

A formação certificada em “Plantas aromáticas, medicinais e condimentares” tem início previsto para o dia 14 de março, no Ecocentro Micológico Terra de Miranda, onde vai decorrer em horário pós laboral e contempla ainda uma saída de campo.

“A saída de campo vai realizar-se em São Pedro da Silva, dado que é uma zona de elevado valor ecológico e onde existe uma grande variedade de plantas medicinais”, adiantou.

A formação “Plantas aromáticas, medicinais e condimentares” destina-se a todas as pessoas empregadas; às pessoas empregadas no sector agrícola; e às pessoas desempregadas há menos de 1 ano e com habilitações iguais ou superiores ao 12º ano.

Os interessados em participar na formação devem inscrever-se no Gabinete de Apoio ao Agricultor e Desenvolvimento Rural – GAADR, Cabanais do Castelo – Miranda do Douro ou através do envio da respetiva ficha de inscrição para o email: ecomicologico.miranda@cm-mdouro.pt

Para realizar a pré-inscrição é necessário preencher, assinar e enviar a ficha de pré-inscrição, juntamente com a copia do Certificado de habilitações (nível igual ou superior ao 12º ano de escolaridade) e de documento que ateste a situação face ao emprego.

“As pessoas empregadas devem entregar uma declaração da entidade empregadora ou a declaração de início de atividade. Os empregados no setor agrícola devem entregar o IE da exploração agrícola. E os desempregados de curta duração entregam uma declaração do IEFP.”, especificou.

HA

Futsal/ Taça: Mirandeses avançam para a final four da Taça Distrital

O Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) confirmou a passagem à final four da Taça Distrital de Futsal, apesar da derrota desta quarta-feira, em Vimioso, por 3-2, beneficiando porém da vitória da primeira mão (6-4) e da vantagem de golos (8-7) nos dois jogos.

No jogo em Vimioso, os mirandeses adiantaram-se no marcador, por intermédio de Finha.

O segundo jogo dos quartos de final da taça distrital foi antecipado para o serão desta quarta-feira, dia 15 de fevereiro, no pavilhão multiusos, em Vimioso.

No começo do desafio, os visitantes até entraram melhor e aos 3 minutos, Finha abriu o marcador, 0-1, numa jogada de insistência, na qual o possante jogador mirandês rematou rasteiro e colocado levando a bola para o fundo da baliza vimiosense.

Aos 6 minutos, a equipa de Miranda do Douro voltou criar perigo num remate de Diogo, que testou a atenção do guarda-redes vimiosense, Rafael Neves.

Do lado do Vimioso, aos 10 minutos, destaque para o gesto técnico de Pedro Diz que recebeu a bola no peito e sem a deixar cair no chão, rematou de pronto mas a bola não levou a direção da baliza adversária.

Os mirandeses voltaram a aproximar-se da baliza vimiosense, graças ao bom entendimento entre Nickas e Vitor Hugo, com o remate final a embater na barra da baliza.

No seguimento desta jogada, os mirandeses voltaram a atacar, através de uma recuperação de bola de Diogo, que assistiu Gaby para o 0-2, aos 18 minutos.

Chegados ao final da primeira parte, a vantagem dos mirandeses premiava a boa organização defensiva e o ataque mais objetivo. Do outro lado, os vimiosenses mostraram alguma impaciência e falta de objetividade no seu jogo.

Na segunda parte, a equipa de Vimioso, orientada pelo treinador Bruno Sobrinho entrou mais focada na baliza adversária.

Aos 26 minutos, os “bileiros” obrigaram o guardião, Pina, a uma extraordinária defesa, só com uma mão, evitando o golo a Rafael Esteves.

No minuto seguinte, o mesmo Rafael Esteves, numa iniciativa individual assistiu Ricardo, para dentro da área mirandesa fazer o 1-2, para o Vimioso.
Neste jogo, a reviravolta vimiosense começou aos 27 minutos, com o golo de Ricardo.

Aos 28 minutos, o mirandês, Castro, viu o duplo amarelo e foi expulso. Esta contrariedade fez com que a equipa de Miranda do Douro tivesse que jogar num 4 contra 5 e o Vimioso aproveitou a superioridade numérica para chegar ao empate, 2-2, por intermédio de Sérgio Miranda.

A equipa mirandesa ainda estava a recompor-se da expulsão de Castro e o companheiro Renato, deixou-se levar pelo nervosismo e foi também ele expulso, na sequência de um desentendimento com um adversário.

Noutra superioridade numérica, o Vimioso concretizou a reviravolta no marcador, fazendo o 3-2, através de Luís Gonçalves, aos 38’30 minutos.

Até ao final do jogo, o Vimioso tentou fazer pelo menos mais um golo para empatar a eliminatória, mas os mirandeses souberam defender a sua baliza.

Apesar da derrota neste jogo, os mirandeses carimbaram a passagem para a Final Four da Taça Distrital de Futsal, da Associação de Futebol de Bragança.

As outras três vagas para a Final Four da Taça Distrital AF Bragança de Futsal são ocupadas por Sporting Moncorvo, Torre Dona Chama e E.F. Arnaldo Pereira.

A Final Four está agendada para os dias 4 e 5 de março, em local ainda a designar.

Equipas:

Águia Futebol Clube de Vimioso: Rafael Neves, Tiago, Luís, Nuno, Sérgio, Ricardo, Pedro Diz (cap.), Diogo e David Choupina.

Treinador: Bruno Sobrinho

“Neste jogo tínhamos apenas sete jogadores disponíveis e mais uma vez conseguimos recuperar de uma desvantagem e alcançar a vitória. Faltou-nos apenas um golo para empatar a eliminatória. Por isso, é com tristeza e frustração que não vamos na final-four. Ainda assim, dou os parabéns ao Clube Desportivo de Miranda do Douro” – Bruno Sobrinho

Clube Desportivo de Miranda do Douro: Pina, Rúben, Vitor Hugo, Couto (cap.), Castro, André, Nickas, Finha, Diogo, Cristal, Caio, Renato e Gaby.

Treinador: Luís Gonçalves

“Entrámos bem no jogo e conseguimos fazer o 0-2. Na segunda parte, prevíamos que o Vimioso criasse muitas dificuldades porque é uma equipa forte e que nunca se dá por vencida. O primeiro golo do Vimioso deu-lhes ânimo e nós recuamos muito. Depois, as duas expulsões na nossa equipa condicionaram muito o nosso jogo e desgastámo-nos ainda mais. Ainda assim, conseguimos defender bem e segurar a vantagem da primeira mão. Pelo que fizemos nos dois jogos, considero que merecemos seguir em frente na Taça distrital de futsal” – Vitor Hugo.

HA