Turismo: Medidas para aumentar o número de trabalhadores no setor
O Ministério da Economia apresentou 20 medidas, como o plano para a modernização da rede de escolas de hotelaria, para aumentar em 20% o número de trabalhadores no setor do Turismo.
A agenda para as profissões do turismo foi apresentada pelo Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda.
“Esta é uma agenda estratégica, com 20 medidas, que visa aumentar em 10% os profissionais de turismo com o ensino secundário e superior, crescer em 15% no número de estudantes em turismo em todos os níveis de ensino e incrementar em 20% a população empregada no setor”, adiantou o Ministério da Economia e do Mar.
Entre estas medidas encontra-se o Plano Nacional para a Modernização e Especialização da Rede de Escolas Hotelaria e Turismo.
Outras medidas são: a concretização da Academia Internacional do Turismo; o programa de benefícios para os profissionais do turismo; a majoração do financiamento a empresas com boas práticas laborais e de formação; a internacionalização de empresas e marcas; o reforço de formação e as campanhas para a valorização de profissões do turismo.
Esta agenda, que continua em construção, tem por objetivo tornar Portugal o destino de referência para estudar e trabalhar no setor do turismo.
“Valorizar os profissionais do setor é essencial para termos mais e melhor turismo. Investir nas pessoas, no aumento das suas qualificações, rendimentos e reconhecimento, é uma aposta estratégica para preparar o futuro de uma atividade em crescimento. Esta é também uma agenda com ação para fazer face aos desafios presentes. Para o alcance dos objetivos e das metas apresentadas nesta agenda será fundamenta a mobilização e o envolvimento de todos”, afirmou, citado na mesma nota, Nuno Fazenda.
Na sessão de apresentação desta agenda estiveram ainda os ministros da Economia e do Mar, António Costa Silva, do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e da Educação, João Costa, a que se juntou um painel de profissionais do setor.
O Governo apresentou um cabaz de produtos com IVA zero, que inclui atum em conserva e bacalhau, além de vários tipos de frutas, legumes, laticínios, carne e ovos, para combater a subida dos preços alimentares.
A lista conta com vários produtos essenciais, como pão, batatas, massa e arroz e vários legumes, incluindo cebola, couve portuguesa e brócolos.
Entre os 44 produtos apresentados estão ainda frango, carne de porco e azeite.
Estes são os produtos que serão vendidos com IVA zero, segundo a lista disponibilizada pelo Governo:
Saúde: Reservas de sangue estão em níveis que necessitam de atenção
O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) apelou à dádiva de sangue, porque “neste momento as reservas estão em níveis que necessitam de atenção”, devido a uma quebra de dádivas em fevereiro e março.
Em declarações aos jornalistas, em representação da presidente do IPST, o diretor do centro do Porto, Jorge Condeço, frisou: “A dádiva não demora muito tempo e é muito importante”.
No Dia Nacional do Dador de Sangue, o responsável disse que “as reservas estão em níveis que necessitam de atenção” e apelou à dádiva de sangue regular e junto dos mais jovens.
“Todos nós podemos contribuir um bocadinho e não só em apelos porque os apelos duram pouco no espaço e no tempo. Em 2022 estivemos em linha com 2021 e 2021 foi um bom ano. Em 2022 houve uma pequena quebra, mas foi um ano aceitável. Começamos janeiro com dados muito bons e estávamos contentes, mas em fevereiro e março houve uma quebra e essa quebra provavelmente tem a ver com toda a preocupação social que reinou”, descreveu.
As greves, dificuldades com deslocamentos, questões relacionadas com o frio, crises epidémicas de gripe e vírus respiratórios poderão ser as causas dessa quebra, enumerou o diretor do Centro de Sangue e Transplantação do Porto, sublinhando que “é preciso recuperar nos meses seguintes”.
“E chamar os mais jovens. Os mais jovens são fundamentais. Em 2021 tivemos um ano fantástico porque tivemos 16% de novos dadores entre os 18 e os 25 anos. É preciso começar isso porque temos uma enorme crise demográfica e isso estende-se aos dadores. Há um conjunto de pessoas que vão saindo do grupo que pode dar sangue e é preciso substituí-los”, frisou.
Sobre a dádiva de componentes sanguíneos específicos e a necessidade que algumas instituições já revelaram de recolher plaquetas, Jorge Condeço explicou que “o sangue total que é doado é separado em componentes [células vermelhas, plasma e plaquetas] e as plaquetas duram sete dias.
“É o grande problema que temos [neste momento]. Necessitamos de um afluxo contínuo de dádivas de sangue para podermos chegar aos doentes todos os dias com plaquetas porque ao fim de sete dias caducam e temos de fazer um novo ciclo”, explicou.
O responsável falava à margem de uma conferência dedicada ao Dia Nacional do Dador de Sangue que decorreu na Biblioteca Almeida Garrett, nos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto, e junto a um placard onde se lia “Bora lá! Dar sangue salva vidas”, que é o mote da campanha lançada pelo IPST.
De acordo com o publicado no ‘site’ do IPST, para ser potencial dador de sangue só é preciso tomar a decisão, sentir-se com saúde e ter hábitos de vida saudáveis, ir ao exame médico e responder com sinceridade às perguntas que lhe forem feitas, dar sangue e tomar uma curta refeição.
Os dadores precisam de ter pelo menos 50 quilos, idade igual ou superior a 18 anos e ser saudáveis.
O Dia Nacional do Dador de Sangue que comemora-se a 27 de março e serve para homenagear os dadores que cumprem o seu dever de cidadania com um gesto simples e altruísta, sendo este um gesto capaz de salvar vidas.
O Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) conquistou uma importante vitória rumo ao título, ao vencer fora o Águia Futebol Clube de Vimioso, por 0-3 e ao beneficiar da derrota do 2º classificado, o que aumentou a vantagem dos mirandeses na liderança para quatro pontos.
Com a vitória em Vimioso, o Clube Desportivo de Miranda do Douro soma 33 pontos, mais 4 pontos que o segundo classificado, o Torre Dona Chama.
O jogo relativo à 15ª jornada realizou-se no serão de sexta-feira, dia 24 de março, às 21h30, no pavilhão multiusos de Vimioso.
O desafio começou de feição para os líderes do campeonato distrital de futsal, dado que no primeiro minuto, a equipa de Miranda do Douro abriu o marcador, através de uma recuperação de bola e transição rápida de Finha, que assistiu o companheiro de equipa, Diogo, para o 0-1.
No jogo em Vimioso, Finha voltou a ser decisivo ao fazer duas assistências e um golo.
Depois seguiram-se vários minutos de um jogo muito tático, com ambas as equipas a procurar não cometer erros e a atacar com precisão.
A equipa vimiosense, como lhe competia, bem tentou ultrapassar a muralha defensiva mirandesa, mas os remates finais sairam desenquadrados da baliza adversária. Aos 14 minutos, Miguel Diz, desperdiçou a melhor oportunidade de golo da primeira parte, num remate que saiu enrolado e sem direção.
No recomeço da segunda parte, os mirandeses voltaram a imprimir mais intensidade no seu jogo. Aos 24′ minutos, Nickas conseguiu espaço e rematou para defesa atenta do guarda-redes vimiosense, Chico.
Aos 27 minutos, a equipa de Miranda do Douro chegou ao segundo golo, novamente graças a um bom trabalho defensivo de Finha, que assistiu Castro, para o 2-0.
Castro fez o 0-2 para a equipa de Miranda do Douro.
Este golo deu ainda mais confiança aos visitantes.
Aos 32′, o guardião mirandês, Guilherme, subiu no campo e após combinação entre Gaby e Nickas a bola embateu na barra da baliza adversária.
A dois minutos do final, Finha fez o 3-0, num remate do meio campo, aproveitando a baliza descoberta do Vimioso, que jogava num 5 contra 4.
A vitória dos mirandeses premiou a sua maior concentração e determinação ao longo de todo o jogo. Destaque ainda para o apoio recebido pela equipa de Miranda do Douro, por parte do público e da claque que encheram e animaram as bancadas do multiusos, em Vimioso.
Equipas:
Águia Futebol Clube de Vimioso: Xico, Pedro Diz (cap.), Nuno Esteves, Sérgio Miranda, Miguel Diz, Tiago Ventura, David Choupina, Luís Gonçalves, Rafael e Ricardo Ferreira.
Treinador: Bruno Sobrinho
“Quero dar os parabéns à equipa de Miranda do Douro, que com esta vitória justificou a razão de ser líder do campeonato. No jogo de hoje, os mirandeses optaram por jogar mais defensivos, dado que nós precisávamos mais da vitória do que eles. Tivemos a infelicidade de entrar logo a perder. Ainda assim procuramos mais vezes a baliza adversária e eles optaram por sair no contra-ataque” – Miguel Diz
Equipas:
Clube Desportivo de Miranda do Douro: Guilherme, Finha, Ricky, Diogo, Castro, Pina, Diniz, Couto (cap.), André, Vitor Hugo, Gaby, Caio, Nickas e Renato.
Treinador: Paulo Gonçalves
“Foi mais um jogo difícil, entre duas boas equipas de futsal. Sabíamos da importância deste jogo para o Vimioso chegar aos lugares cimeiros da tabela classificativa. O Clube Desportivo de Miranda do Douro conseguiu ter uma boa organização defensiva e ofensiva. Marcámos primeiro e soubemos controlar o jogo. Conseguimos ser muito humildes, solidários e coesos. O 2º e 3º golos vieram premiar esta nossa atitude coletiva. Estamos felizes por mais esta vitória” – Vitor Hugo.
Ambiente: Macedo de Cavaleiros reduz perdas de água de 81,5% para 56,9%
O município de Macedo de Cavaleiros anunciou que reduziu as perdas de água de 81,5% para 56,9% e deixou de encabeçar a lista do desperdício.
Depois de ter sido, durante vários anos, o concelho com maior volume de perdas de água a nível nacional, a autarquia informa que, em cinco anos, conseguiu eliminar cerca de um quarto das fugas na rede de abastecimento e “uma poupança anual na ordem dos 200 mil euros”.
“É uma redução muito significativa, na ordem dos 24,6 pontos percentuais, e que resultam do trabalho que tem sido feito no sentido de melhorar os sistemas de abastecimento de água de Macedo de Cavaleiros”, segundo o presidente da Câmara, Benjamim Rodrigues.
O autarca adianta que o município transmontano “tem vindo a investir num conjunto de medidas que visam reduzir as perdas e os roubos na rede” e, “em 2022, já tinham passado dos 81,5% de 2017 para os 56,9%”.
O presidente da Câmara concretizou que os valores passaram de 65,9% no balanço hídrico de 2021”, já validado pela entidade reguladora (ERSAR), “para 56%, no balanço hídrico de 2022, a submeter até abril de 2022 e já apurado”.
Benjamim Rodrigues indicou ainda que “só em 2022 a Câmara registou uma redução das perdas reais de água na ordem dos 600 mil metros cúbicos da água aduzida à rede, por ano”.
Segundo o autarca, as perdas de água “representam um peso muito significativo no orçamento autárquico, uma vez que se trata de valores que são injetados na rede de abastecimento público, mas que depois, pelos mais variados motivos, não são faturados aos consumidores”.
O plano de combate às fugas de água no concelho de Macedo de Cavaleiros foi apresentado no final de 2020 e começou a ser executado em 2021. “Neste momento, já temos cobertura total de Zonas de Medição e Controle, ou seja, de monitorização das redes, temos telegestão implementada e iremos iniciar a substituição de contadores volumétricos para contadores inteligentes”, concretizou.
Em curso estão também obras de substituição de condutas no valor de um milhão de euros.
O plano de combate às fugas de água estima que, “até 2024, será possível reduzir as perdas anuais para valores próximos dos 30%”, no concelho de Macedo de Cavaleiros.
“Não sendo a solução ideal, que seria a de perdas nulas, essa redução será um enorme contributo para equilibrar as contas do município e, sobretudo, mais um passo no caminho da sustentabilidade ambiental”, destacou o autarca.
Política: PS disponibiliza acervo histórico em suporte digital no seu 50º aniversário
O PS vai disponibilizar ao público o seu acervo histórico, em suporte digital, uma iniciativa que integra o programa de comemorações do 50.º aniversário deste partido, comemorações que vão decorrer entre 19 de abril e dezembro de 2024.
De acordo com o programa já apresentado pela direção do PS, as comemorações começam no dia em que este partido assinala os 50 anos da sua fundação, em Bad Munstereifel, na Alemanha, em 19 de abril de 1973.
As comemorações vão encerrar a 7 de dezembro do próximo ano, dia em que se assinala o centenário do nascimento de Mário Soares, fundador e primeiro líder dos socialistas portugueses.
“As comemorações terão cinco dimensões fundamentais de natureza simbólica, ideológica, cultural, popular e territorial”, afirma o secretário-geral adjunto do PS, João Torres.
A dimensão simbólica, segundo João Torres, diz respeito à projeção do aniversário do PS por via de iniciativas que reforcem a ligação imagética e formal com os militantes, simpatizantes e cidadãos em geral, “procurando vincar e projetar o caráter transformador de momentos e medidas marcantes que tiveram a chancela do PS ao longo da História”.
Desta forma, através do portal do PS, será disponibilizado ao público o acervo histórico em suporte digital.
“Com este aniversário dos 50 anos PS, pretendemos criar um repositório arquivístico de interesse histórico que ficará disponível para os historiadores e para o público em geral”, salientou o “número dois” da direção do PS.
Ainda nesta dimensão simbólica, será emitido um selo comemorativo, lançada uma medalha evocativa e descerrada uma placa evocativa dos 50 anos do PS.
No plano de comemorações, está também previsto que se realize um evento conjunto do PS com o SPD (Partido Social Democrata alemão) em Bad Munstereifel e será lançado um site, denominado, “Marca reformista”, o qual conterá informação sobre “as principais reformas desenvolvidas pelo PS ao longo da história”.
Em relação à componente ideológica das comemorações, João Torres promete que “sem qualquer tipo de dogmas” se procurará “revisitar os momentos da História do PS e narrá-los às novas gerações”.
“Serão salientadas as características de internacionalismo e europeísmo do PS no campo dos seus valores e posicionamentos. Teremos realizações diversas, como uma grande conferência internacional sobre o futuro da democracia e do socialismo democrático, a qual será antecedida por um ciclo de sessões”, aponta.
João Torres adianta que serão dinamizadas publicações ligadas à História do partido, “quer por parte do próprio PS, quer por parte de organizações, editoras e autores que têm procurado o partido para se associarem a estas comemorações”
Serão disponibilizados “trabalhos académicos sobre a fundação do PS e sobre o impacto transformador desta força política ao longo da sua existência” e o PS “acolherá uma conferência do Partido Socialista Europeu e reuniões da Aliança Progressista e do Conselho da Internacional Socialista”, completa.
No pilar cultural, segundo o socialista, as comemorações “deverão ter a capacidade de valorizar a História, mas serem também um momento de afirmação da identidade do PS”.
“A dimensão cultural terá um espaço próprio, designadamente com a inauguração de uma galeria de exposições – a Galeria de Exposições 19 de Abril, na sede nacional do PS. A primeira exposição será sobre os cartazes da História do PS”, assinala.
Serão organizadas mais duas exposições, uma com fotografias e cartoons, para vincar a interligação entre a História do PS e estes elementos gráficos. No próximo dia 19 de abril, em Lisboa, será apresentada uma peça de arte urbana e, ao longo do ano, haverá uma exposição itinerante sobre a história do PS.
“Ambicionamos que estas comemorações muito assentes na História do PS sejam também uma oportunidade para atualizar a nossa visão prospetiva de um futuro com História”, acrescenta João Torres.
O conjunto de iniciativas vai ligar-se aos 50 anos do 25 de Abril de 1974.
Agricultura: CAP considera “bom anúncio” 140 ME do Governo de apoio à produção
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, considerou “um bom anúncio” do Governo os 140 milhões de euros de apoios à produção agrícola que vão ser atribuídos este ano.
“Neste momento, é um anúncio, portanto, nós agora precisamos de saber qual é que é o setor, quais são os setores, de que forma é que esses apoios estarão ou não disponíveis e quando”, afirmou aos jornalistas o presidente da CAP, à margem de uma manifestação de agricultores em Évora.
Apesar de ainda não ser mais do que um anúncio, ”já é um bom anúncio por uma outra razão”, destacou o mesmo dirigente.
“É que quem o anunciou é o ministro das Finanças [Fernando Medina] e, por isso, é um ministro em quem nós temos confiança, porque não tem nada a ver com a ministra da Agricultura”, Maria do Céu Antunes, frisou.
Por isso, continuou, “pode ser que finalmente o valor da agricultura esteja a ser trazido para a primeira linha da importância do trabalho do Governo”.
Questionado sobre se receia que estes 140 milhões de apoios não passem de uma promessa, Eduardo Oliveira e Sousa insistiu tratar-se de “um anúncio que tem alguma consistência, porque o primeiro-ministro [António Costa] falou exatamente em apoios à produção há dois dias, no parlamento”.
“E só tenho a ideia até de que não foi anunciado por ele, porque ele está em Bruxelas, portanto, esperemos que isto seja um bom anúncio”, insistiu.
Em conferência de imprensa, o Governo anunciou que vai atribuir este ano um apoio de 140 milhões de euros à produção agrícola.
O apoio será atribuído, de forma direta, aos produtores agrícolas para fazer face ao aumento dos custos de produção.
Segundo a apresentação feita no Ministério das Finanças, em Lisboa, esse apoio será para apoio aos produtores agrícolas para que esses consigam fazer face ao aumento dos custos de produção. Em consequência, o executivo espera que esses apoios tenham impacto no menor preço que chegará ao consumidor final.
Questionado sobre os detalhes desta medida na conferência de imprensa, o ministro das Finanças, Fernando Medina, não deu mais informações referindo apenas que “as negociações continuam sobre essa matéria” com o setor da produção.
O ministro das Finanças revelou ainda que vai reduzir o IVA dos bens alimentares essenciais, colocando a taxa em zero no cabaz de bens essenciais. Para já, o Governo ainda não fechou os bens abrangidos pela redução do IVA.
Igualmente questionado em Évora sobre este assunto, o presidente da CAP sublinhou tratar-se também de “um bom anúncio para todos os portugueses, incluindo os agricultores, obviamente”.
Instado a comentar se a ministra da Agricultura deveria ter estado presente nesta conferência de imprensa, nomeadamente no anúncio que respeita ao apoio de 140 milhões de euros para a produção agrícola, Eduardo Oliveira e Sousa foi perentório.
“Eu acho que não vale a pena. Da senhora ministra da Agricultura não temos nada a esperar já, ultimamente”, disse.
Economia: Governo destina 140 ME de apoio à produção
Em 2023, o Governo vai atribuir um apoio de 140 milhões de euros à produção agrícola, de modo a enfrentar o aumento dos custos de produção, foi anunciado pelo ministério das Finanças, em conferência de imprensa.
O apoio será atribuído, de forma direta, aos produtores agrícolas para fazer face ao aumento dos custos de produção.
Segundo a apresentação feita no Ministério das Finanças, em Lisboa, esse apoio será para os produtores agrícolas fazer face ao aumento dos custos de produção. Em consequência, o executivo espera que esses apoios tenham impacto no menor preço que chegará ao consumidor final.
Questionado sobre os detalhes desta medida na conferência de imprensa, o ministro das Finanças, Fernando Medina, não deu mais informações referindo apenas que “as negociações continuam sobre essa matéria” com o setor da produção.
O Governo vai reduzir o IVA dos bens alimentares essenciais, anunciou o ministro das Finanças, colocando a taxa em zero no cabaz de bens essenciais. Para já, o Governo ainda não fechou os bens abrangidos pela redução do IVA.
Para concretizar esta medida do IVA, o Governo está a tentar celebrar acordo com setor da produção alimentar e com setor da distribuição alimentar.
A 23 de março, o presidente da Jerónimo Martins (dona do Pingo Doce), Pedro Soares dos Santos, apelou para que as ajudas sejam dadas “à produção” e não à distribuição, com a condição de que os produtos fiquem em Portugal, afirmando que o ano passado houve uma escassez de produtos “muito perigosa”.
“A escassez fez com que muitas vezes tivéssemos feito a opção de ter produto e não ter capacidade de discutir preço”, afirmou, na conferência de imprensa de apresentação das contas da Jerónimo Martins de 2022 (590 milhões de euros, mais 27,5% face a 2021, para 590 milhões de euros,
Soares dos Santos disse ainda que o Estado “foi quem mais recolheu, foi quem mais beneficiou com a inflação e foi aquele que menos fez pelas pessoas”.
Por sua vez, o diretor-geral da Jerónimo Martins Agro-Alimentar, António Serrano, retratou os desafios da produção no último ano, como o caso do leite.
“Chegámos a meados do ano e estávamos confrontados com o facto de poder não haver leite porque os custos aumentaram, muitos produtores deixaram de produzir, não foi só em Portugal, foi em Espanha, em França e outros países, a redução de matéria-prima foi uma evidência”, referiu.
No final de 2021 um litro de leite ao produtor estava em 32 cêntimos e no final de 2022 era de 60 cêntimos.
Os ministros da Presidência, Mariana Vieira da Silva, Finanças, Fernando Medina, e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, apresentaram a 24 de março, em Lisboa, o novo pacote de ajudas para mitigar o aumento do custo de vida.
Sociedade: Presidente da Cáritas afirma que «IVA zero» é uma boa medida «se tiver impacto no preço final»
Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa, alertou para a diferença entre medidas estruturais e de emergência, comentando que a decisão de implementar “IVA zero” nos produtos essenciais “é boa”, mas limitada para tirar pessoas do “risco de pobreza”.
“Vivemos uma situação de emergência e não devemos confundir medidas estruturais ou estratégicas com medidas de emergências. Neste momento precisamos mesmo de medidas de urgência. No que diz respeito à mudança do risco de pobreza das famílias, estas medidas não vão resolver. Vão sobretudo, dar espaço de respiração às pessoas e impedir que algumas se vejam na situação de precisar de apoio de outro tipo. Para o futuro – e depois de tanto tempo de crises sobrepostas – não podemos continuar a pensar só nas medidas quando há uma situação de desgraça iminente ou grande crise”, afirma à Agência ECCLESIA.
O Governo anunciou que, a partir de abril, um cabaz de bens alimentares vai passar a ter, IVA a 0%; o executivo anunciou também um aumento de 1% dos salários para os trabalhadores da Função Pública e 30 euros mensais de apoio destinado a famílias mais vulneráveis, até ao final do ano.
Rita Valadas reconheceu que o valor acrescentado mensalmente “é de saudar” e salientou o facto de não ser “um cheque único, sem continuidade”.
“Tudo o que melhore o rendimento das famílias e que possibilite algum espaço de pausa na angústia que vivem, é importante. Se forem medidas pontuais, sem continuidade, não me parece que seja o caso, não são úteis”, explicou.
O anúncio do Governo acontece dias depois de o executivo ter anunciado novos apoios à habitação, quer nas rendas quer no crédito, orçados em 900 milhões de euros, num total de medidas com um custo para o Estado de 2.475 milhões de euros.
Rita Valadas fala na necessidade de se criarem medidas que retirem as pessoas empregadas do risco de pobreza, alertando para a necessidade de se ver para além da emergência.
“As medidas hoje apresentadas são úteis para a resolução do problema de emergência mas isso não nos pode retirar da preocupação de criar medidas que possibilitem que as pessoas que trabalham não estejam em situação de risco de pobreza, que não haja tantas famílias com grande risco social. Todas essas medidas não podem ficar em pousio à espera que deixe de haver uma crise, porque as crises têm-se sucedido e temos deixado isso para trás”, lamentou.
Sobre a redução do IVA para zero, Rita Valadas pede a sua verificação, explicando que se o custo de produção não descer, o preço final não irá ter alterações.
“Em absoluto diminuir o IVA é uma medida importante para criar um espaço de respiração às famílias mas é necessário que a descida do IVA se venha a verificar na dimensão do custo dos produtos. Para isso terá de haver um acompanhamento da medida para garantir que isso aconteça porque se houver aumento no custo de produção, isso pode manter os mesmos preços. Eu diria que, é uma ótima notícia, se o IVA zero tiver consequências diretas no custo para as famílias dos bens a que disser respeito”, traduz.
A presidente da Cáritas lamenta que as medidas apresentadas nem sempre sejam “automáticas”, receando, por isso, que o IVA zero possa não ser percetível no poder de compra.
A “atual situação social e económica” foi um dos temas que vai estar na agenda de trabalho do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, que decorreu Santarém, de 24 a 26 de março, onde foi debatido também o Plano de Recuperação e Resiliência e a Estratégia da Luta Contra a Pobreza na agenda.
Ez 37, 12-14 / Slm 129 (130), 1-2.3-4ab.4c-6.7-8 / Rom 8, 8-11 / Jo 11, 1-45
Dentro de uma semana celebramos o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor e, assim, entramos na Semana Santa. Estamos na reta final do percurso quaresmal, deste tempo de preparação do coração para a Páscoa. Na Quarta-Feira de Cinzas éramos convidados a exercitar o jejum, a esmola e a oração. Ainda vamos a tempo de pôr em prática alguma destas práticas.
O Evangelho de João leva-nos hoje até à ressurreição de Lázaro, o último sinal realizado por Jesus antes de morrer. É a «gota de água» que provoca a decisão da sua morte por parte de quem se sente ameaçado no seu poder. Lázaro está doente e as suas irmãs, Marta e Maria, mandam pedir a Jesus que os venha consolar nesta adversidade. Logo aqui, nota-se uma amizade muito especial entre Jesus e estes três irmãos, que fala de afetos e proximidade. Jesus não é um «extraterrestre» nem um autómato sem sentimentos; comove-se com quem sofre, preocupa-se com os necessitados, implica-se nas relações. Na agitação da sua vida apostólica, vai ajudar esta família amiga.
Ao olharmos para este gesto de Jesus, perguntemos como andam as nossas relações. O que fazemos por elas? Como cuidamos das amizades? Que tempo temos para estar com aqueles que mais amamos ou com quem precisa da nossa presença nas suas tribulações? Que gestos podemos fazer neste caminho quaresmal?
Jesus compromete-se com as pessoas, mesmo arriscando a vida. Sabe que o amor liberta o outro e repara as relações feridas. Em Jesus aprendemos a sair do nosso conforto e comodismo e a virar-nos para fora. Daí, as práticas quaresmais do jejum, da esmola e da oração que nos ajudam a descentrar-nos e a recentrar-nos no outro.
Mas Jesus não vai logo! Demora-se ainda dois dias, parecendo hesitar e não estar certo de querer ir. Na verdade, vai, mas no seu tempo, no tempo certo, para restituir a vida. Não vai a correr, levado por uma qualquer emoção. Espera o tempo necessário para poder realizar os sinais do Reino. Quantas vezes fazemos, nós também, esta mesma experiência de querer resolver logo tudo num instante, impacientes. Os caminhos e os modos de Deus nem sempre são os nossos. Como diz Marta a Jesus: Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido…
Jesus reanima Lázaro e trá-lo de novo à vida, ao convívio. Pode dizer-se que o religa às suas relações, à comunhão, ao sentido para a vida. É a relação com Jesus que ressuscita do pecado.
A Epístola de São Paulo aos Romanos traz esta ideia de forma clara: «se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele (…) também dará vida aos vossos corpos mortais». Este é o momento para um bom exame de consciência e de procurar um sacerdote para pedir o sacramento da Reconciliação.