Miranda do Douro: “A recriação histórica da Guerra do Mirandum já é uma marca cultural da cidade” – Nuno Rodrigues

Miranda do Douro: “A recriação histórica da Guerra do Mirandum já é uma marca cultural da cidade” – Nuno Rodrigues

A III Recriação histórica da “Guerra da Mirandum”, voltou a animar a cidade de Miranda do Douro, no fim-de-semana de 17, 18 e 19 de maio, um evento cultural que fez a população local (e os visitantes) vestir os trajes do século XVIII, para evocar um dos acontecimentos mais marcantes na história local, uma batalha que opôs Portugal à vizinha Espanha e destruiu o castelo da cidade.

A recriação histórica da Guerra do Mirandum iniciou-se com o cortejo pelas ruas da cidade de Miranda do Douro.

A recriação histórica da Guerra do Mirandum começou na sexta-feira, dia 16 de maio, com a participação dos alunos das escolas dos concelhos de Miranda do Douro e de Vimioso, como figurantes nesta viagem até ao século XVIII.

Nos três dias do evento, o público que visitou o Largo do Castelo, em Miranda do Douro, encontrou um mercado com produtos locais e a constante animação proporcionada pela música, canto, dança, malabarismo, acrobacia, jogos de destreza e treino de armas.

O centro histórico de Miranda do Douro foi também o cenário de antigas personagens do século XVIII, como os almocreves, mendigos e rameiras, carregadores, escravos, poetas, fidalguia, burguesia e o clero.

Segundo a história, a Guerra do Mirandum resultou da participação de Portugal na Guerra dos Sete Anos (1756-1763). A 8 de maio de 1762, o exército espanhol atacou a cidade fronteiriça de Miranda do Douro e nesta investida, o paiol do exército português, instalado na torre do castelo explodiu, causando a morte a cerca de 400 pessoas. A explosão levou à rendição dos mirandeses e à entrada do exército franco-espanhol na cidade.

Com esta recriação histórica, o vice-presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, expressou a sua satisfação pela organização deste evento cultural, que simultaneamente, evoca a história da cidade e é mais uma valia para o turismo.

“A cidade de Miranda do Douro organiza pelo terceiro ano consecutivo a recriação histórica da Guerra do Mirandum. Esta é uma iniciativa da câmara municipal, que, em colaboração com 50 atores e figurantes e a participação entusiasta das associações locais, dos agrupamentos de escolas de Miranda do Douro e de Vimioso e dos produtores locais estão a fazer deste evento mais uma marca cultural distintiva de Miranda do Douro,. A recriação histórica da Guerra do Mirandum pela animação que dá à cidade, atrai novos turistas e visitantes prolonga a sua estadia na cidade, o que por conseguinte traz benefícios económicos e sociais para os setores do comércio, a restauração e da hotelaria”, justificou.

HA

Espanha: Mirandês em destaque no mundo rural

Espanha: Mirandês em destaque no mundo rural

A língua mirandesa vai estar em destaque num concurso espanhol, que valoriza as memórias escolares do mundo rural, na região de fronteira entre o planalto mirandês e a comunidade autónoma espanhola de Castela e Leão.

“Este concurso valoriza as memórias vividas nas escolas rurais de Portugal e Espanha e distingue-se, este ano, pelo reconhecimento do mirandês como uma das línguas aceites para participação”, disse à agência Lusa Suzana Ruano, da Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ACLM).

Este concurso procura recolher testemunhos de antigos alunos e professores que frequentaram ou lecionaram em escolas situadas em meios rurais dos dois países.

“O concurso procura pessoas que escrevam sobre as suas experiências, seja como professor, seja como aluno. Eu própria estudei numa escola do interior e verifiquei que há diferenças nos métodos de ensino na cidade”, indicou Suzana Ruano.

A edição de 2025 do Prémio Memória Escolar Rural, uma iniciativa promovida pelo município de Fonfria, uma localidade espanhola que faz fronteira com Miranda do Douro, conta com apoio científico do Observatório Social da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Salamanca.

“O objetivo é preservar a memória educativa que moldou gerações longe dos grandes centros urbanos e este ano com enfoque no mirandês”, indicou este membro da ACLM.

A valorização do mirandês, ao lado de línguas como o catalão, galego, basco, valenciano, castelhano e português, representa um passo importante no reconhecimento da diversidade linguística e cultural da Península Ibérica, na opinião de Suzana Ruano.

“Encaramos este desafio como um reconhecimento da língua mirandesa como uma valorização deste idioma peninsular, porte dos espanhóis. Mirandês acaba por ser, igualmente, a ‘lhengua’ dos avós das pessoas que estão do outro lado da fronteira”, explicou Suzana Ruano.

Entre os apoiantes desta iniciativa estão ainda a Diputación de Zamora, a Fundação Fomento Hispania e várias associações culturais de Aliste (Espanha) e da Terra de Miranda (Portugal), como a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) e a ALCM.

O prazo para envio dos testemunhos decorre até 31 de maio de 2025.

Os originais podem ser submetidos em espanhol, português ou nas restantes línguas cooficiais dos dois países, com destaque especial para o mirandês.

Fonte: Lusa

Ensino: Provas de monitorização decorrem até 6 de junho

Ensino: Provas de monitorização decorrem até 6 de junho

As provas de monitorização das aprendizagens (ModA), do 4.º e do 6.º anos de escolaridade, que substituem as provas de aferição, decorrem de 19 de maio até 6 de junho.

As provas ModA realizam-se em formato digital e vão ser classificadas por uma equipa de avaliadores, do Instituto de Avaliação Educativa, criada para o efeito.

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) anunciou ter autorizado a contratação de 27 técnicos especializados em redes informáticas para apoio à realização das provas finais do 9.º ano em formato digital.

Os técnicos vão acompanhar e resolver eventuais problemas nos dias das provas”, de 20 a 25 de junho, e poderão ser contratados pelos “27 agrupamentos escolares ou escolas não agrupadas que, no último inquérito realizado, sinalizaram essa necessidade”.

Para a realização destas e das provas de Monitorização das Aprendizagens (ModA), também em formato digital, o ministério refere ter atribuído aos 809 agrupamentos escolares e escolas não agrupadas 15,4 milhões de euros.

Deste valor, 15,3 milhões destinavam-se à aquisição ou reparação de computadores e 122.380 euros a outro equipamento informático, como extensões e auriculares, mas as escolas apenas utilizaram “8,32 milhões para a aquisição de computadores”, acrescenta.

Indica também que, de acordo com informações dos diretores, “há ainda 96.550 computadores disponíveis para distribuir entre professores e alunos” para se realizarem as referidas provas, 65.866 dos quais já foram utilizados e devolvidos para poderem ser distribuídos novamente.

Os resultados das provas ModA, que substituem as anteriores provas de aferição, não têm implicações na classificação interna do aluno, na aprovação nas disciplinas e na transição de ano, mas permitirão, segundo o MECI, “acompanhar a evolução dos resultados no Ensino Básico anualmente” e poderão contribuir para “a definição de abordagens pedagógicas mais ajustadas às necessidades individuais de cada aluno, assim como para disponibilização de informação a nível nacional, regional, concelhio e de escola”.

Fonte: Lusa

Legislativas: “Vamos ter estabilidade” – Presidente da República

Legislativas: “Vamos ter estabilidade” – Presidente da República

Após as audiências com os três partidos mais votados nas eleições legislativas, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se confiante que vai haver estabilidade política em Portugal, indicando que volta a ouvir PSD, PS e Chega na próxima semana.

“Vamos ter estabilidade”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas, à saída de uma sessão comemorativa dos 40 anos da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), no Museu dos Coches, em Lisboa.

O chefe de Estado fez sinal de que não tencionava falar aos jornalistas, à entrada e à saída desta iniciativa, mas acabou por dizer algumas palavras enquanto andava, em passo rápido, em direção ao Palácio de Belém, acompanhado por alguns elementos da comunicação social.

Interrogado se vai haver estabilidade, o Presidente da República respondeu que sim, mas realçou que o processo de audiências continua: “Vamos ter as reuniões, ainda faltam muitos partidos”.

“Eu acho que correu bem, correu bem, qualquer das três [audiências]. Vamos ver, isto continua. Os três [PSD, PS e Chega] continuam para a semana”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Vimioso: Município apoia criadores na desparasitação das explorações pecuárias

Vimioso: Município apoia criadores na desparasitação das explorações pecuárias

O município de Vimoso aprovou um protocolo de apoio financeiro, no valor total de 8383 euros, destinado à desparasitação dos bovinos adultos, ovinos, caprinos e cães de rebanho existentes nas explorações pecuárias do concelho.

O protocolo foi aprovado em reunião da Câmara Municipal de Vimioso e segundo o vereador, Pascoal Padrão, a desparasitação do efetivo pecuário do concelho é uma responsabilidade atribuída à Cooperativa Agrícola de Palaçoulo.

“Até 20 de maio inscreveram-se através dos serviços municipais, meia centena de criadores pecuários do concelho de Vimioso. Os custos na aquisição do produto desparasitante, que é administrado por via oral, variam entre 1 euro por ovino e caprino, 2,5 euros por bovino adulto e três euros por cada cão de rebanho, informou.

O autarca vimiosense indicou que as inscrições para a desparasitação dos animais devem ser efetuadas na Câmara Municipal e decorrem até ao final do ano.

No concelho de Vimioso, o apoio financeiro à desparasitação soma-se ao da sanidade animal, isto é, às ações de prevenção médica veterinária e de rastreamento de doenças como a tuberculose bovina, brucelose bovina, leucemia enzoótica bovina e brucelose dos ovinos e caprinos, que custam anualmente, ao município 33 mil euros.

“Dado que a agricultura e a pecuária são atividades muito importantes na fixação de pessoas, em particular de jovens, no concelho, o município entende que deve apoiar os agricultores e criadores. Só há boa carne mirandesa, cordeiro e cabrito se houver criadores. É por isso que estas atividades têm de ser apoiadas e incentivadas”, justificou.

HA

Miranda do Douro: Semana de Empreendedorismo Agropecuário

Miranda do Douro: Semana de Empreendedorismo Agropecuário

A 19 de maio iniciou-se em Miranda do Douro, a Semana de Empreendedorismo Agropecuário, uma iniciativa conjunta das associações das raças autóctones, do município de Miranda do Douro e do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), que tem como finalidade desenvolver projetos e ações de revitalização do território rural.

Na sessão de abertura da Semana do Empreendedorismo Agropecuário, a secretária-técnica da Raça Churra Galega Mirandesa, Andrea Cortinhas começou por descrever aos participantes, a realidade demográfica da região do planalto mirandês, caraterizada pelo despovoamento e o envelhecimento da população residente.

“Mais preocupante do que a extinção das raças autóctones é o declínio demográfico que afeta esta nossa região. Sem pessoas, isto é, sem criadores também não há a criação de animais como os ovinos, os bovinos e os burros de Miranda”, alertou.

Em representação do município de Miranda do Douro, o vice-presidente, Nuno Rodrigues, agradeceu o trabalho desenvolvido pelas três associações locais – Associação Nacional de Criadores de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa – ACOM; a Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa; e a Associação para o Estudo e Preservação da Raça Asinina (AEPGA) – na preservação e promoção das raças autóctones, assim como na proximidade e apoio aos criadores.

CeVIR – Centro de Valorização e Inovação Rural

Para prestar um melhor serviço aos criadores das raças autóctones e às populações rurais, na abertura da Semana do Empreendedorismo Agropecuário, foi apresentado o projeto CeVIR – Centro de Valorização e Inovação Rural, que vai funcionar no renovado posto zootécnico, em Malhadas.

“Este projeto insere-se no âmbito da inovação social e é financiado a 85%, Ao longo dos primeiros 36 meses, para além da produção pecuária e o registo genealógico das raças autóctones vamos realizar outras atividades. Entre as atividades programadas, destaco por exemplo, as que são dirigidas a públicos vulneráveis, como as populações idosas, que vivem mais isoladas nas aldeias”, explicou a engenheira zootécnica, Andrea Cortinhas.

Referindo-se ao Centro de Valorização e Melhoramento das Raças Autóctones, em Malhadas, Andrea Cortinhas, avançou que brevemente neste local vai ser instalado o Centro Interpretativo das Raças Autóctones.

“Neste espaço, os visitantes vão ter a oportunidade de visitar os animais ao vivo, ou seja, os ovinos mirandeses, os bovinos mirandeses e os burros de Miranda. E simultaneamente vai ser instalado uma espaço interativo com painéis, imagens e vídeos interpretativos sobre a história das nossas raças autóctones. O objetivo é trazer gente ao nosso território e dar-lhes a conhecer a riqueza natural e cultural da Terra de Miranda”, informou.

Carta da Inovação

Na sessão dedicada ao Empreendedorismo Agropecuário, foi também apresentada a Carta de Inovação, resultante de uma parceria entre o Município de Miranda do Douro e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

O documento estabelece um compromisso para a defesa e valorização do território, através de ações em áreas como a melhoria da qualidade de vida, inclusão social, fortalecimento das comunidades locais, capacitação das pessoas e sustentabilidade ambiental.

A pro-presidente do IPB, a professora, Vera Lebres, explicou que a Carta de Inovação foi desenvolvida em conjunto com o município de Miranda do Douro e também com as associações das raças autóctones e as associações culturais do concelho.

“Esta Carta de Inovação é um documento agregador, que estabelece um compromisso entre o município de Miranda do Douro, as associações locais e o IPB, que tem como objetivo último contribuir para o desenvolvimento económico e social da região”, disse.

A docente do IPB acrescentou que uma das ações previstas na Carta de Inovação é a abertura e a promoção da Terra de Miranda junto de atores sociais, para os tornar embaixadores da região.

“Regularmente, o IPB acolhe alunos e professores internacionais, em ações de curta duração. Nesta nova visita a Miranda do Douro, convidámos 15 professores de oito países (Portugal, Albânia, Chéquia, Alemanha, Espanha, Polónia, Roménia e Eslováquia), para conhecer e investigar os recursos locais, como é o caso da lã dos ovinos mirandeses, com o propósito final de conceber uma obra artística”, disse.

A pro-presidente do IPB, Vera Lebres explicou aos professores universitários estrangeiros as potencialidades naturais e culturais da Terra de Miranda.

Ao longo de uma semana, os professores universitários internacionais estão alojados no centro de formação de Malhadas, onde vão acompanhar e conhecer o ciclo da lã, desde o pastoreio, a tosquia, passando cardação, lavagem, fiação e a produção de tecidos e outras utilidades.

Unlocking Imagination – Residência Artística

No decorrer da semana dedicada ao “Empreendedorismo Agropecuário”, os professores do IPB, Carlos Costa e Jacinta Costa, estão a dinamizar o projeto 4º Unlocking Imagination – Residência Artística.

«Trata-se de um programa intensivo, patrocinado pela União Europeia (UE), que como a designação indica significa “despertar a imaginação” a partir da matéria, neste caso, a partir da lã proveniente dos ovinos mirandeses», indicou.

Carlos Costa, professor de Design Gráfico, sublinhou que a originalidade desta iniciativa está na diversidade da formação dos participantes, que para além das várias proveniências geográficas, vêm também de áreas profissionais e artísticas distintas, como a arquitetura, a gestão, a química, entre outras áreas científicas.

“A partir de um criação plural vamos trabalhar em equipa multidisciplinar, com o intuito de potencializar a utilidade da lã dos ovinos mirandeses. Neste trabalho conjunto, vamos ter em consideração que esta matéria-prima tem uma simbologia cultural muita arreigada no planalto mirandês. O nosso objetivo é revitalizar este recurso natural e legado cultural”, disse.

HA |Foto: ACOM

Legislativas: Proximidade aos partidos tradicionais afastam Chega do distrito de Bragança

Legislativas: Proximidade aos partidos tradicionais afastam Chega do distrito de Bragança

A proximidade aos partidos tradicionais, aliada ao voto útil numa região que tem apenas três deputados, pode ajudar a explicar que Bragança seja o único distrito do país onde o Chega não elegeu deputados.

Dos círculos eleitorais cujas votações finais já são conhecidas (faltam os da Europa e fora dela), Bragança foi o único que não elegeu para o Chega, apesar da tendência à direita do distrito, nomeadamente para o Partido Social Democrata. Manteve o habitual desde as eleições em democracia e atribuiu dois mandatos à AD e um ao PS.

“Uma das principais explicações é o facto de eleger poucos deputados. Acaba por limitar eleger pelo Chega. Porventura, a percentagem de votos conseguida seria suficiente para eleger, por exemplo, um deputado em Vila Real”, começou por considerar à Lusa João Pedro Batista, professor na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O também investigador na área política salientou que o distrito brigantino tem “uma cultura ligada ao PSD”, integrado na AD. Contudo, de forma mais abrangente, os partidos mais tradicionais, à direita ou à esquerda, acabaram por criar “afinidade social”.

”Até porque nestes territórios do interior, como Bragança, há uma política de proximidade, de comunidade. E tem sido feita nos últimos dos anos por parte dos partidos que estão nas câmaras municipais, que estão representadas em determinadas instituições, como nas autarquias, nos bombeiros ou nos hospitais”, detalhou o investigador, referindo que assim está criada uma maior afinidade com o eleitorado.

Essa proximidade é, por isso, mais difícil a outros partidos menos bem integrados:”Nestas zonas onde muitas vezes o voto noutros partidos do sistema não são considerados, acaba por haver uma ótica de voto útil, também à esquerda”, segundo João Pedro Batista.

As mesmas ideias vão ao encontro do pensamento de Cláudia Costa, professora coordenadora da Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo do Instituto Politécnico de Bragança:” As pessoas não consideram que o voto seja útil noutros partidos que não sejam ou a esquerda ou a direita tradicionais, porque consideram que não vão conseguir eleger ninguém”, partilhou.

Também Cláudia Costa considerou que o facto de o distrito de Bragança eleger só três deputados desde 2009 ajuda igualmente a explicar os resultados, a juntar ao referido eleitorado “mais fiel aos partidos antigos, que votam no mais tradicional”.

Hoje, em Bragança, num dos cafés centrais da cidade, Sérgio Gonçalves, que gere um destes negócios, contou à Lusa que o tema das eleições é o que “toda a gente comenta”, o que considera normal depois da noite em que se conheceram os resultados de mais umas legislativas antecipadas. Apesar disso, nem todos aceitaram dar-nos a sua opinião sobre o assunto.

“Tendo em conta os resultados nacionais, esperaria que o Chega pudesse eleger um deputado, o que aqui é sempre difícil, porque as pessoas são muito tradicionais”, caracterizou Sérgio Gonçalves.

Joel Anjos, um dos clientes de Sérgio esta segunda-feira, também sublinhou que o Bragança “é sempre à direita”, e fez a sua análise: “Foi muito bom a esquerda ter levado o tombo que levou. O Chega não ter sido eleito em Bragança, por outro lado, prova que não somos assim tão incultos”, considerou o brigantino.

A AD voltou a conseguir dois dos três deputados que o distrito elege, reforçando a votação, passando de 29.077 votos, e 40,01%, em 2024, para 30.611 votos e 43,74% nesta eleição.

Segundo os resultados oficiais do Ministério da Administração Interna na internet, o PS manteve a segunda posição, e conquistou um mandato, mas caiu nas preferências, com 25,43%, 17.796 votos, menos 3.742 votos do que em 2024, onde teve 29,64% e 21.538 votos.

O Chega voltou a ser a terceira força política mais votada e saiu reforçado em relação ao ano passado, com 20,42%, mas continua sem eleger. Nas últimas legislativas, obteve 18,19% das preferências, com 13.216 votos. Subiu agora para 14.288 votos.

Nos concelhos de Mirandela, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães e Mogadouro, todos mais a sul da região, o Chega ficou mesmo à frente do PS, e foi aí a segunda força partidária mais votada.

Na freguesia mais populosa do concelho e do distrito de Bragança – Sé, Santa Maria e Meixedo – onde havia 21.204 inscritos nos cadernos eleitorais, votaram 11.692. A AD venceu com 4.389 votos (37,54%), o PS ficou em segundo com 3.166 (27,08%) e o Chega teve 2.487 (21,27%).

A AD – Coligação PSD/CDS venceu as eleições legislativas de domingo, com 89 deputados, se se juntarem os três eleitos pela coligação AD com o PPM nos Açores, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o parlamento, 58.

A Iniciativa Liberal continua a ser a quarta força política, com mais um deputado (9) do que em 2024, e o terceiro lugar é do Livre, que passou de quatro a seis eleitos.

A CDU perdeu um eleito e ficou com três parlamentares, enquanto o Bloco de Esquerda está reduzido a uma representante enquanto o PAN manteve um deputado.

O JPP, da Madeira, conseguiu eleger um deputado. 

Estes resultados não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e escolhas serão conhecidos a 28 de maio.

Fonte: Lusa | Gráficos: SIGMAI

Legislativas: Abstenção alcança valor mais baixo em 30 anos

Legislativas: Abstenção alcança valor mais baixo em 30 anos

Nas eleições legislativas de 18 de maio, a taxa de abstenção deve situar-se nos 35,62%, o valor mais baixo em 30 anos, quando em outubro de 1995 ficou nos 33,70%.

Estes valores não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e escolhas serão conhecidos a 28 de maio.

A taxa de abstenção baixou nas duas últimas eleições legislativas, depois da tendência de subida durante décadas, tendo alcançado em 2019 o valor mais elevado desde 1975 ao atingir os 51,43%.

A taxa de abstenção nas eleições legislativas de 2024 situou-se nos 40,16%, a mais baixa desde 2005, quando ficou nos 35,74% e José Sócrates alcançou a primeira maioria absoluta do PS.

Nas legislativas de 30 de janeiro de 2022, quando António Costa foi reeleito com maioria absoluta, a taxa de abstenção situou-se nos 48,54%, verificando-se já uma participação eleitoral superior à registada nas eleições de 2019, ano em que a abstenção atingiu o recorde de 51,43% e em que foram mais os não votantes do que os votantes.

Desde as legislativas de 1995, em que ficou nos 33,70%, que a abstenção não registava um valor tão baixo como o sufrágio de 18 de maio de 2025.

Só em 1980, 2002, 2005, 2022 e 2024 houve quebras na galopante taxa de eleitores ausentes das mesas de voto desde 25 de abril de 1975 (o menor valor, de 8,34%).

Abstenção em eleições legislativas:

08,34% - 25 abr 1975 (Constituinte).

16,47% - 25 abr 1976.

17,13% - 02 dez 1979 (intercalares).

16,06% - 5 out 1980.

22,21% - 25 abr 1983.

25,84% - 6 out 1985.

28,43% - 19 jul 1987.

32,22% - 06 out 1991.

33,70% - 01 out 1995.

38,91% - 10 out 1999.

38,52% - 17 mar 2002.

35,74% - 20 fev 2005.

40,32% - 27 set 2009.

41,97% - 5 jun 2011.

43,07% - 4 out 2015.

51,43% - 6 out 2019.

48,54% - 30 jan 2022.

40,16% - 10 mar 2024.

Fonte: Lusa

Legislativas: Presidente da República espera novo Governo perto do 10 de Junho

Legislativas: Presidente da República espera novo Governo perto do 10 de Junho

Após o resultado das eleições legislativas, o Presidente da República considerou que “à primeira vista” os partidos vão dar condições de governabilidade à AD (PSD/CDS-PP) e disse esperar que haja um novo Governo perto do feriado de 10 de Junho.

Em declarações a televisões, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que em 2024, o tempo para a formação do Governo PSD/CDS-PP “não demorou um mês”, mas assinalou: “Aqui a dúvida é como há o 10 de Junho, há ali uma série de feriados”.

“Se for possível ter [o Governo] pronto antes dos feriados, se não for possível, ficará para logo a seguir aos feriados”, acrescentou o chefe de Estado.

Interrogado se vê condições de governabilidade na sequência das legislativas, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Eu só posso saber depois de ouvir os partidos, mas à primeira vista não há razões para considerar que eles não queiram colaborar na governabilidade”.

“Porque o mundo está como está, a Europa está como está e, portanto, é do interesse português que haja um esforço de todos no sentido da governabilidade”, argumentou.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Miranda do Douro: Semana de Empreendedorismo Agropecuário

Miranda do Douro: Semana de Empreendedorismo Agropecuário

A 19 de maio iniciou-se em Miranda do Douro, a Semana de Empreendedorismo Agropecuário, uma iniciativa conjunta das associações das raças autóctones, do município de Miranda do Douro e do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), que tem como finalidade desenvolver projetos e ações de revitalização do território rural.