Cultura: Festival D’Onor recebe Alto Patrocínio do Presidente da República
O Festival D’Onor, da aldeia de Rio de Onor, no concelho de Bragança, foi distinguido com o Alto Patrocínio do Senhor Presidente da República na área da cultura, anunciou a Associação Montes de Festa, organizadora do evento.
Num comunicado enviado explica-se que esta distinção é concedida a “eventos, iniciativas ou projetos considerados de relevância nacional e que contribuem significativamente para o desenvolvimento do País”.
“Acreditamos que este selo presidencial acrescenta um valor significativo à dinâmica cultural da região e, por conseguinte, à principal missão deste festival: valorizar e preservar a história, tradição e cultura transfronteiriça e comunitária das míticas aldeias de Rio de Onor (Bragança, Portugal) e Rihonor de Castilla (Zamora, Espanha)”, congratula-se a associação no mesmo comunicado.
A próxima edição, que será a sexta, do Festival D’ONOR já tem data marcada, de 19 e 21 de julho de 2024.
Fauna: Portugal e Espanha com programa para reintroduzir quebra-ossos no Douro Internacional
Portugal e Espanha apresentaram em Miranda do Douro, estratégias comuns para recuperar o quebra-ossos (‘Gypaetus barbatus’), uma ave de rapina ameaçada de extinção e trazê-la de volta ao Douro Internacional e Norte de Portugal.
Este trabalho acontece no âmbito do projeto “LIFE Corredores Ibéricos para o Quebra-ossos”, para recuperar a antiga área de distribuição desta ave de rapina na Península Ibérica.
“Trata-se de um projeto muito ambicioso e nós estamos muito comprometidos e pretendemos criar as condições necessárias para possamos receber novamente esta espécie. Uma das ações da iniciativa passa pela construção de uma estratégia ibérica para a conservação do quebra-osso”, disse à Lusa a diretora regional do Norte do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Sandra Sarmento.
O ICNF é um dos parceiros deste projeto, conjuntamente com o Ministério espanhol para a Transição Ecológica e Desafio Demográfico (MITECO) e a Fundación Para la Conservación del Quebrantahuesos.
A responsável explicou ainda que há todo um trabalho de capacitação das equipas que vão para o terreno criar as condições para acolher este espécie de abutre, havendo uma investigação dirigida para depois se pensar na reintrodução desta ave de rapina.
“Se tivermos a sorte de os trabalhos de preparação correrem bem e as condições necessárias para acolher o quebra-ossos, será para nós muito importante”, vincou a responsável.
Sandra Sarmento acrescentou que acredita que a reintrodução do quebra-ossos no território do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) poderá ser possível.
“Todo este trabalho tem de ser acompanhado por um programa de comunicação, de divulgação, um conjunto de ações de educação e sensibilização ambiental que são fundamentais”, indicou.
Este projeto “LIFE” vai durar até 2027, tem um dotação de 2,68 milhões de euros no seu global e os intervenientes esperam que, durante este período haja quebra-ossos a voar pelo Douro Internacional e pelo Norte de Portugal.
Já um representante do MITECO explicou que o desaparecimento desta espécie de ave de rapina se ficou a dever a ação humana e urge introduzi-la nas áreas rochosas peninsulares.
“O quebra-ossos foi exterminado até ao século XX e agora, aos que nos parece, os encaixes rochosos do vale do Douro Internacional poderão ser um lugar muito favorável para a reintrodução desta espécie, mas haverá que fazer todo um trabalho para estar seguro que será possível”, explicou o responsável espanhol.
Miguel Aymerich acrescentou ainda que há outros locais em Portugal que se podem estudar para a introdução desta espécie de ave, mas terão de ter uma formação geológica muito rochosa.
O quebra-ossos é uma das espécies que faz parte da galeria dos animais que já desapareceram de Portugal. No Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal está “Regionalmente Extinto”.
Desde 2008, e pela primeira vez em 100 anos, aves libertadas no âmbito da reintrodução da espécie na Andaluzia têm sido observadas nos céus portugueses, fazendo curtas incursões no país.
Com este projeto, Portugal e Espanha dão um novo passo para o regresso do quebra-ossos, estando os dois países ibéricos empenhados no proliferação desta espécie com recurso à sua criação em cativeiro, já que se trata de uma ave com uma baixa taxa de nidificação.
Atualmente, apenas restam quebra-ossos em pequenos núcleos na Córsega, Creta e sobretudo em ambas as vertentes dos Pirinéus, garantiram os responsáveis pelo projeto.
A partir de 13 de dezembro, o tempo frio e seco regressa ao continente, prevendo-se uma descida das temperaturas mínimas entre 5 a 8 graus Celsius e entre os 3 e os 6 nas máximas, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) indicou que o estado do tempo vai mudar na quarta-feira, dia 13 de dezembro, após dias de temperaturas acima da média, devido a um anticiclone localizado a norte da Península Ibérica.
“Amanhã [quarta-feira], dia 13 de dezembro, teremos uma descida mais generalizada com as temperaturas a descerem. A mínima vai diminuir de 5 a 8 graus na maior parte do território e a máxima de 3 a 6 graus. Vamos sentir um aumento do desconforto térmico devido ao aumento da intensidade do vento”, adiantou.
Segundo o meteorologista, há também a possibilidade na quarta-feira de queda de neve acima dos 1200 e 1400 metros.
“Quarta-feira será o dia em que vamos notar mais a descida da temperatura porque estivemos com temperaturas acima da média para o mês de dezembro”, disse.
Na quinta-feira, volta a registar-se uma descida da mínima, havendo algumas variações no dia seguinte, mas nada acentuado.
“Vão ser dias de tempo frio e seco com céu pouco nublado. São temperaturas dentro da média para o mês de dezembro”, indicou.
Futsal: Mirandeses venceram a resistência de Freixo de Espada à Cinta
Na oitava jornada do campeonato distrital de futsal, realizada no dia 8 de dezembro, defrontaram-se o primeiro e o último classificados, tendo o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) vencido o Grupo Desportivo de Freixo (GDF), por 4-2.
O mirandês, Nickas, bisou no jogo e aos 12 minutos fez o 2-1.
Se na teoria o jogo aparentava ser fácil para o campeão e atual líder do campeonato, na prática, os mirandeses tiveram que correr e manter a concentração para vencer os freixienses.
No pavilhão multiusos, em Miranda do Douro, os mirandeses começaram melhor graças à objetividade de Nickas, que ao simplificar o jogo, rematou de biqueira para inaugurar o marcador, 1-0, aos 4 minutos.
No entanto, no minuto seguinte, os visitantes empataram na sequência de um canto que o freixiense, Fredy, bem próximo da baliza mirandesa, concluiu com êxito para restabelecer a igualdade a 1-1.
O freixiense, Fredy, empatou o jogo 1-1, aos 13 minutos.
Com o empate, a equipa de Freixo de Espada à Cinta ganhou confiança e opôs-se bem às seguintes investidas dos mirandeses, que começaram a jogar de forma lenta e com muita previsibilidade.
O jogo só voltou a ter emoção, aos 12 minutos, quando Nickas (mais uma vez!), bisou e fez o 2-1, através de um potente remate à entrada da área adversária.
Chegado o intervalo, os mirandeses foram para o descanso com a vantagem mínima, em resultado da previsibilidade do seu jogo e da falta de ideias para superar a equipa adversária.
No recomeço do jogo, os líderes do campeonato entraram com mais intensidade e aos 22 minutos, Diogo, ampliou a vantagem mirandesa, para 3-1, numa recarga a um primeiro remate executado pelo companheiro de equipa, Vitor Hugo.
Aos 26 minutos, foi a vez de Finha fazer o gosto ao pé, ao concluir com êxito 4-1, uma assistência de Vitor Hugo.
O mirandês Davide (Finha) apontou o quarto golo da sua equipa, ao concluir com êxito uma assistência de Vitor Hugo.
Com esta vantagem mais confortável, a equipa de Miranda do Douro optou por dar minutos de jogo aos atletas menos utilizados.
Ainda assim, aos 32 minutos, os visitantes reduziram para 4-2, na sequência de contra-ataque, concluído por Simão.
Até ao apito final, o resultado não sofreu mais alterações, ditando assim a oitava vitória consecutiva do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), no campeonato distrital de futsal.
Do lado dos freixienses, a equipa do sul do distrito, averbou a oitava derrota.
HA
Equipas:
Clube Desportivo de Miranda do Douro: Guilherme, Couto (cap.), Vitor Hugo, Nickas, Diogo, Chuva, Rúben, Cristal, André, Dinis, Caio e Finha.
Treinador: Nélson Moreira
Treinador-adjunto: Ricardo Rocha
Fisioterapeuta: Zélia Martins
“O jogo de hoje mostrou que o campeonato distrital de futsal é uma competição cada vez mais equilibrada e competitiva. Neste jogo não conseguimos imprimir a dinâmica e a velocidade habituais, devido à ausência de alguns jogadores. No entanto, aproveitámos para dar mais minutos a outros jogadores menos utilizados. O objetivo da vitória foi alcançado e conquistámos mais três pontos nesta caminhada para revalidar o titulo de campeões” – Ricardo Rocha.
Grupo Desportivo de Freixo: Kelvin, Marco, António, João, Leonardo, Fredy, Hélder, Manuel, Nuno, Marcelo, Valdemar, Tiago e Simão.
Treinador: Júlio Gabriel
“Sabíamos de antemão que ia ser um jogo difícil, que exigia concentração do princípio até ao fim. Não conseguimos estar sempre focados no jogo, mas apesar da derrota, estou muito satisfeito com o desempenho dos meus jogadores. Como o resultado de 4-2 demonstra, creio que fizemos um bom jogo diante do atual campeão e líder do campeonato” – Júlio Gabriel.
Atletismo: Jéssica Falcão e Bianca Silva venceram a corrida de benjamins em Mogadouro
Na III Corrida de São Silvestre, em Mogadouro, que decorreu no sábado, dia 9 de dezembro, as jovens atletas do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), Jéssica Falcão e Bianca Silva alcançaram o 1º e 2º lugares, na categoria de benjamins.
Esta prova de atletismo reuniu 300 atletas, de craveira nacional e internacional, com prémios no valor total de 6 mil euros, tendo sido ganha por Rui Teixeira e Carla Martinho, que percorreram os 10 quilómetros, em 31 minutos 10 segundos e 35 minutos e 37 segundos, respetivamente.
Segundo um comunicado da seção de atletismo do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), os 16 atletas mirandeses efetuaram uma boa corrida. E entre eles, desta vez, destacaram-se as jovens atletas, Jéssica Falcão que venceu na categoria benjamins e Bianca Martins Silva que foi a segunda classificada.
Na competição masculina, o mirandês, Bruno Aires foi distinguido com um prémio de mérito desportivo, entregue pelo presidente do município de Mogadouro, António Pimentel.
Este ano, pela primeira vez, a corrida de São Silvestre, em Mogadouro, incluiu uma vertente competitiva para atletas adaptados, promovendo assim a inclusão e a universalização da prática desportiva.
Vimioso: Espanhóis elogiaram a Feira de Artes, Ofícios e Sabores (FAOS)
A XXII Feira de Artes, Ofícios e Sabores (FAOS), que decorreu em Vimioso, nos dias 8, 9 e 10 de dezembro, registou uma considerável afluência de espanhóis, que para além da participação nas provas desportivas de todo-o-terreno (TT) e BTT, aproveitaram para visitar o pavilhão multiusos, onde decorreu o certame e aí comprar alguns produtos alimentares e artesanato.
A abertura da Feira de Artes, Ofícios e Sabores (FAOS) foi animada com a atuação da Banda Filarmónica da A.H.B.V.V..
À medida que a Feira de Artes, Ofícios e Sabores (FAOS) ganha cada vez mais notoriedade na vizinha Espanha, regista-se uma maior afluência de espanhóis, em Vimioso. Foi o caso das visitas de Agustin Alonso e Diego Bermudez, que decidiram sair da rotina em Alcañices, para vir a Vimioso, à XXII edição da Feira de Artes, Ofícios e Sabores (FAOS).
“Soubemos da feira pela publicidade em Espanha. Foi a primeira vez que visitámos este evento em Vimioso e ficámos muito bem impressionados com a organização e a grande variedade de produtos. Dos produtos expostos, somos apreciadores do fumeiro, do pão, do mel, do azeite e do vinho. Gostaríamos que na nossa região em Espanha também organizassem estas feiras locais”, disseram.
Por sua vez, a espanhola Aurora Rego veio com um grupo de amigas aos habituais tratamentos termais, aos sábados, em Vimioso e aproveitaram a estadia para visitar a feira.
“Já conhecia a feira dos anos anteriores e gosto muito do espaço da feira. O certame está muito bem organizado e há muita oferta de artesanato e produtos alimentares. Na feira comprei artesanato e frutos secos”, disse.
Entre as termalistas veio também a espanhola Lurdes Anta, de Alcañices, que revelou que o grupo, após os tratamentos termais, tem o costume de vir lanchar a Vimioso.
“Neste fim-de-semana que coincidiu com a realização da Feira de Artes, Ofícios e Sabores (FAOS) decidimos visitar o certame. Nesta visita aproveitei para comprar a doçaria tradicional”, disse.
De visita à feira, o vice-presidente do Turismo Porto e Norte, Inácio Ribeiro, salientou que o mercado espanhol é o principal mercado de turistas no norte de Portugal e por isso, faz todo o sentido reforçar a comunicação e divulgação de eventos, como a FAOS, na vizinha Espanha.
“Nesta região da raia, no concelho de Vimioso e na Terra de Miranda, a relação entre portugueses e espanhóis é tão próxima, que muitos dos produtos e tradições são os mesmos nos dois lados da fronteira. E quem cá vive, sente-se em casa, quer do lado de lá, quer do lado de cá”, começou por dizer.
Relativamente à atração de mais público espanhol, Inácio Ribeiro desafiou a organização da FAOS a ir mais além de Alcañices e a entrar nos mercados de Zamora, Valladolid, León e Salamanca.
“Se os espanhóis são os principais turistas nesta região, quanto mais expandirmos e dermos a conhecer este território, maior é a probabilidade de aumentar o turismo”, disse.
Na perspetiva do vice-presidente do Turismo Porto e Norte, para além desta feira anual, é importante dar a conhecer as outras mais valias do concelho de Vimioso, como são as Termas, a natureza, o património histórico, as tradições, os produtos locais e a gastronomia.
No final da XXII Feira das Artes, Ofícios e Sabores (FAOS), o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, indicou que a organização do certame levou a cabo uma intensa publicitação do certame em Espanha.
“Nesta XXII edição, segundo a organização da FAOS houve um aumento de participantes espanhóis em provas como o raid Todo-o-Terreno (TT) e o passeio de Bicicleta Todo-o-Terreno (BTT)”, indicou.
Sobre as vendas ao longo do certame, o autarca de Vimioso, indicou que apesar do aumento do preço dos produtos, por causa da inflação, o feedback dos expositores foi positivo.
“O município de Vimioso organiza a Feira de Artes, Ofícios e Sabores (FAOS) para que os produtores locais e regionais possam comercializar os seus produtos. Depois, cabe aos produtores oferecerem produtos de inquestionável qualidade, que mereçam a preferência do público”, disse.
A XXII Feira de Artes, Ofícios e Sabores (FAOS) decorreu ao longo do fim-de-semana prolongado de 8, 9 e 10 de dezembro, no pavilhão multiusos, em Vimioso e contou com a participação de 100 expositores locais e regionais, que tiveram a oportunidade de comercializar produtos alimentares e artesanato.
Vimioso: Festival de Folclore animou a Feira de Artes, Ofícios e Sabores (FAOS)
A XXII Feira das Artes, Ofícios e Sabores (FAOS), em Vimioso, encerrou no passado Domingo, dia 10 de dezembro, com a realização do X Festival de Folclore da Castanha, um evento cultural que animou a feira com as cantigas e danças dos ranchos de Vimioso, Ponte de Lima e São Salvador de Árvore (Vila do Conde).
O X Festival de Folclore da Castanha foi uma das atividades integradas na FAOS, em Vimioso.
Nesta X edição, o festival de folclore contou com a participação Rancho Folclórico de Vimioso, do Grupo Cultural e Recreativo de Ponte de Lima e do Rancho Folclórico de São Salvador de Árvore (Vila do Conde).
Na abertura do festival, o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, destacou uma vez mais o contributo do Rancho Folclórico local na preservação e divulgação dos cantares e danças locais.
“O Rancho Folclórico de Vimioso é o maior “embaixador” do concelho vimiosense, ao levar a cultura transmontana a tantos lugares do país e do estrangeiro e ao atrair a vinda a Vimioso, de outros grupos congéneres”, enalteceu.
Consciente da responsabilidade de representar o concelho, a presidente da Associação para o Desenvolvimento Cultural do Concelho de Vimioso (ADCCV), Elisabete Fidalgo, destacou que estes festivais de folclore são oportunidades de enriquecimento cultural.
“Ao visitar outras regiões e ao sermos visitados por outros grupos folclóricos, dá-se um encontro de pessoas e uma troca de culturas, a vários níveis: na música e instrumentos musicais, nas coreografias da dança e nos trajes típicos da cada região. E estes encontros também são oportunidades para aprender e evoluir como grupo tradicional”, explicou.
Fundado em 1996, o grupo Rancho Folclórico de Vimioso debate-se, segundo a presidente, Elisabete Fidalgo, com a dificuldade em integrar novas pessoas e sobretudos os mais jovens.
Após as atuações dos vários grupos, seguiu-se o concurso de Doçaria da Castanha, um evento integrado na Feira das Artes, Ofícios e Sabores (FAOS), com o objetivo de consciencializar a população para a importância da castanha na economia e gastronomia locais.
Vimioso: Degustação de produtos valorizou a origem transmontana
No sábado, dia 9 de dezembro, a XXII Feira das Artes, Ofícios e Sabores (FAOS), de Vimioso, voltou a pôr em destaque a origem e a qualidade dos produtos transmontanos, através da degustação de uma açorda de enchidos e de sonhos condimentados com compotas.
O D’ Gustar TTM – Provas de produtos das Terras de Trás-os-Montes decorreu na tarde de sábado, dia 9 de dezembro, no pavilhão multiusos, em Vimioso.
Com o propósito de incentivar o público à compra de produtos locais e regionais, realizou-se na tarde de sábado, o workshop culinário “D’Gustar TTM” dedicado à degustação de produtos das Terras de Trás-os-Montes. Nesta mostra, o chef António do Rosário confeccionou uma açorda de chouriça e alheira e sonhos de Natal condimentadas com compotas locais.
“Este ano selecionámos produtos que já têm o selo Terras de Trás-os-Montes, como são o pão, os enchidos, o azeite, o mel, as compotas e os vinhos. Todos os anos, verifico que há uma crescente qualidade nos produtos transmontanos e nem que seja um pouco mais caro, pelo sabor e pela qualidade vale bem a pena adquirir estes produtos”, indicou.
Segundo o mestre de cozinha, certames com a Feira de Artes, Ofícios e Sabores (FAOS), em Vimioso são também um incentivo à competitividade entre os produtores locais, na procura da qualidade dos seus produtos.
De acordo com Sónia Lavrador, da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT), a participação na XXII FAOS, em Vimioso, tem por finalidade destacar a origem dos produtos transmontanos e angariar cada vez mais produtores, dos nove concelhos que compõem CIM-TT.
“Atualmente, já foram atribuídos selos a mais de 100 produtos transmontanos, desde azeites, enchidos, vinhos, queijos, carnes, pão, compotas, etc. O objetivo desta certificação é promover o nosso território através da origem dos produtos”, indicou.
Entre outros produtos que já têm o selo Terras de Trás-os-Montes estão o Cordeiro Mirandês e o cabrito transmontano.
A CIM-TTM integra nove concelhos do distrito de Bragança -Bragança, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais.
Vimioso: Desenvolvimento do interior é um processo com vários agentes e etapas
Na sexta-feira, dia 8 de dezembro, aquando da abertura da XXII Feira das Artes, Ofícios e Sabores (FAOS), em Vimioso, realizou-se o seminário “A inovação no interior como fator de competitividade”, durante o qual os vários intervenientes indicaram que o problema da baixa demografia se resolve com políticas diferenciadoras, com a criação de novas empresas e o aproveitamento e promoção dos recursos e produtos da região transmontana.
O encontro decorreu no auditório do pavilhão multiusos, em Vimioso, onde o presidente do município, Jorge Fidalgo, deu as boas vindas aos convidados e começou por sublinhar a importância de dinamizar os territórios de baixa densidade populacional.
“O concelho de Vimioso está apetrechado de infraestruturas e de condições que oferecem qualidade de vida à população e a quem nos visita. No entanto, à semelhança de tantos outros concelhos do país, enfrentámos o problema da baixa demografia. Acredito que a resposta a este problema passa necessariamente por políticas diferenciadoras para estes territórios”, disse.
Para responder a este desafio demográfico e a débil economia, Marília Santos, do IAPMEI, indicou que as incubadoras de empresas apoiam o desenvolvimento de novos projetos empresariais e por conseguinte incutem maior dinamismo económico e social nos territórios do interior.
“As incubadoras – como a que está sediada em Vimioso, a 3INT – Incubadora para a Inovação do Interior e Negócios Transfronteiriços – orientam na tomada de decisões, na definição de estratégias, no marketing, no networking, na organização de eventos e no acesso a financiamento”, indicou.
Referindo-se concretamente ao concelho de Vimioso, onde existe uma estância termal, Susana Morgado, destacou o potencial económico deste espaço de saúde e bem-estar, que recebeu a visita de 4 mil utentes ao longo dos 10 anos de atividade.
“As Termas de Vimioso são a única estância em funcionamento no distrito de Bragança. Pela sua localização, as termas podem ser frequentadas pelas populações dos concelhos de Vimioso, Miranda do Douro, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Bragança e pelas localidades da vizinha Espanha”, disse.
Outro área que ao longo dos seus 40 anos de existência tem promovido o desenvolvimento económico e social do distrito de Bragança é o ensino superior, através do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
Segundo o professor do IPB, José Humberto, atualmente, esta instituição de ensino, que é constituída por 6 Escolas Superiores, é frequentada por 10 500 alunos.
“Dado que o conhecimento e a inovação propiciam o desenvolvimento económico, a missão do IPB é formar pessoas para que depois se fixem neste território e acrescentem valor à economia local e regional. Nos últimos anos, foram constituídas mais de 80 novas empresas no distrito de Bragança”, indicou.
Uma empresa em destaque no concelho de Vimioso é a cooperativa agropecuária Mirandesa, através da Unidade de Transformação Industrial da Carne Mirandesa. De acordo com o gestor da cooperativa, o engenheiro Nuno Paulo, as raças autóctones, como os bovinos mirandeses, são um dos recursos locais que importa preservar e valorizar.
“Perante o assustador despovoamento das nossas aldeias, a atividade pecuária e e as raças autóctones, correm um sério risco de sobrevivência. Por isso é importante criar incentivos para a fixação de jovens no meio rural, que se dediquem à pecuária. Recordo ainda que os animais, como os bovinos, os ovinos, os asininos e os caprinos desempenham um importante papel na limpeza dos campos e na prevenção dos fogos florestais”, disse.
Outra área que pode impulsionar o desenvolvimento de concelhos como Vimioso é o turismo. Na perspectiva do engenheiro, João Madureira, da empresa Glamping Hills, sediada em Santa Comba de Rossas, em Bragança, o turismo é o ex-libris da região transmontana.
“Trás-os-Montes oferece paisagens deslumbrantes, tranquilidade, descanso, natureza, produtos locais de qualidade, tradições e uma verdadeira hospitalidade. Mas é preciso promover mais e melhor a região”, concluiu.
O seminário foi conduzido pela consultora Partnia, através de Carla Branco, que explicou que estes encontros são importantes para reunir os vários agentes, para identificar o potencial de cada território e definir ações em conjunto.
Finalizado o seminário, seguiu-se a abertura oficial da XXII Feira das Artes, Ofícios e Sabores (FAOS), que contou com a participação do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, António Cunha.
COP28: Uso eficiente da água e transição energética são prioridades da política agrícola
O secretário de Estado da Agricultura disse que o elevado consumo de água no setor agrícola não é um gasto, mas uma necessidade, sublinhando que o uso eficiente é uma prioridade, a par da transição energética.
Gonçalo Rodrigues participou na 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), que decorre no Dubai, Emirados Árabes Unidos, no dia em que o programa temático foi dedicado à alimentação, agricultura e água.
O setor agrícola é um dos que consome mais água e, nos últimos anos, tem vindo também a aumentar as emissões de gases com efeito de estufa. Ainda assim, foi a primeira vez que o tema mereceu tanto destaque numa cimeira do clima.
Apesar do peso ambiental, o secretário de Estado sublinhou a importância do setor, entendendo que, numa avaliação de custo-benefício, o consumo de água não é um gasto, mas uma necessidade.
Acrescentou, no entanto, que “há um esforço muito grande, não só dos estados-membros, mas de Portugal em particular, na tentativa de adotar tecnologias que permitam a redução do consumo, tornando o uso da água cada vez mais eficiente”.
Alguns desses exemplos foram apresentados numa sessão organizada pelo Ministério da Agricultura e Alimentação, realizado no pavilhão de Portugal na COP28, sobre a produção de azeite e de frutos secos.
“Do ponto de vista alimentar, não há país nenhum no mundo completamente soberano”, começou por dizer a propósito desses dois casos e da dimensão das plantações, acrescendo que o facto de Portugal aproveitar as condições endógenas que permitem potenciar a produção de determinado alimento para exportação, compensando também dessa forma as necessidades de importação de outros, não implica que o caminho não esteja a ser percorrido da melhor forma.
“Vivemos num mundo perfeitamente globalizado e também temos de dar resposta a outras necessidades, mas sempre com uma aposta muito clara na defesa do globo, apostando naquilo que se deve fazer e bem”, defendeu.
Por outro lado, e a propósito da transição energética, Gonçalo Rodrigues sublinhou que essa é igualmente uma prioridade e destacou como exemplo a seguir a projeto de instalação do maior projeto fotovoltaico flutuante da Europa no Alqueva.
O lançamento do procedimento para a instalação foi anunciado hoje pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) e será o maior projeto fotovoltaico flutuante da Europa, com uma produção estimada em 90 gigawatts-hora (GWh)/ano.
“A mensagem que passámos é de que estamos a percorrer o nosso caminho através da adoção de tecnologias, mudança de mentalidades, da incorporação de um desígnio nacional para tentar encontrar soluções para este problema”, disse num balanço da sua participação da cimeira.