Ambiente: GNR vai reforçar vigilância e fiscalização da floresta até ao fim de novembro
A Guarda Nacional Republicana (GNR) realiza até 30 de novembro a Operação “Floresta Segura 2024”, reforçando ações de sensibilização, vigilância e fiscalização das zonas florestais no âmbito da prevenção e deteção de incêndios rurais.
Em comunicado, a GNR adianta que a operação, que teve início na quinta-feira e termina em 30 de novembro, visa igualmente a “investigação de causas e os crimes de incêndio florestal e validação das áreas ardidas, para prevenir, detetar, combater e reprimir atividades ilícitas, garantindo a segurança das populações, dos seus bens e a preservação do património florestal”.
De acordo com a GNR, desde o ano de 2013 e até 2023, verificou-se uma evolução positiva no que diz respeito à redução, não só do número de ignições, mas também da própria área ardida, registando-se menos 46% de incêndios rurais e menos 72% de área ardida, relativamente à média anual do período.
O ano de 2023 apresentou, segundo a GNR, o valor mais reduzido em número de incêndios rurais e o 3.º valor mais baixo no que à área ardida diz respeito, desde 2013.
Quanto às causas dos incêndios, a guarda indica que a realização de queimas e queimadas representam cerca de 32% das situações.
“Nesse sentido e para 2024, constitui uma prioridade reduzir o número de ignições, através de ações de sensibilização e demonstração do uso correto do fogo, particularmente direcionada aos concelhos em que se contabilizaram mais de 100 ignições, nomeadamente, Ponte da Barca, Paredes, Vila Nova de Gaia, Amarante, Penafiel, Lousada, Gondomar, Montalegre, Fafe, Arcos de Valdevez, Vila Verde e Marco de Canaveses”, refere a GNR.
As ações terão a colaboração da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Na operação “Floresta Segura 2023”, a GNR deteve 63 pessoas e identificou 970 pelo crime de incêndio florestal, tendo sido registadas 3.292 contraordenações por queimas, falta de limpeza de terrenos e queimadas.
Num balanço da operação “Floresta Segura 2023” divulgado em 13 de janeiro, a GNR referiu que no ano passado foram registados 4.332 crimes de incêndio florestal.
Vimioso: Instituto de Apoio à Criança (IAC) recomenda plano de ação contra a violência nas escolas
O Instituto de Apoio à Criança (IAC) afirmou que o caso de agressão na escola de Vimioso “vem demonstrar” que “factos desta natureza são ainda muito frequentes e banalizados” e pede um plano de combate à violência nas escolas.
“Por serem graves e recorrentes as situações de violência, incluindo sexual sobre as crianças, em contexto escolar, o Instituto da Criança reforça mais uma vez que só com um Plano Nacional de Prevenção e Combate a Violência nas escolas se dá um forte contributo para a prevenção e combate deste tipo de situações”, lê-se no comunicado do Instituto de Apoio à Criança (IAC), hoje divulgado.
A propósito do caso de agressão a um aluno de 11 anos na escola de Vimioso, que alegadamente foi sodomizado por um grupo de oito colegas com idades entre os 13 e os 16 anos, e que já motivou a abertura de inquérito pelo Ministério Público (MP), o IAC afirmou que “entende que deve pronunciar-se sobre este caso que chocou o País e que vem demonstrar, mais uma vez, que factos desta natureza são ainda muito frequentes e banalizados”.
“Mais, causam dor e sofrimento profundo e têm consequências devastadoras e prolongadas. Daí que seja necessária uma abordagem interdisciplinar sobretudo visando a prevenção da violência, na sociedade muito em particular na família e na escola, lugares que devem ser acolhedores e seguros para todas as crianças”, argumenta o IAC.
Salientando que a violência entre os jovens tem registado um aumento, manifestando-se em situações de pornografia, violência no namoro, discurso de ódio, nomeadamente recorrendo a redes sociais, o organismo considera que “será sempre relevante e necessário fazer campanhas de esclarecimento sobre os efeitos perversos da violência, incluindo o combate contra os castigos corporais, por forma a desde cedo ser considerada inaceitável toda a violação da integridade pessoal, na medida em que é também um desrespeito pela dignidade humana”.
O IAC destaca a importância de apostar na educação para a cidadania, “com enfoque no respeito pelo outro, na empatia, na compaixão”, para prevenir situações graves de violência e aponta a sua própria experiência com os Gabinetes de Apoio ao Aluno e à Família como uma “boa prática” de criação de equipas interdisciplinares para prevenir a violência, o insucesso e abandono escolar e comportamentos aditivos, desenvolvendo “estratégias de cooperação em vez da competição e do conflito”.
O instituto sublinha ainda a importância de apostar na participação das crianças e jovens, envolvendo-os na vida escolar e “permitindo-lhes concretizar o seu direito à palavra”.
“É de recordar que o IAC desde sempre tem tido a consciência de que a violência na escola devia constituir uma prioridade ao nível das políticas públicas e sociais”, refere o instituto.
“A defesa dos Direitos Humanos e a Cidadania devem ser uma aposta coerente, pelo que o IAC apela a que sejam tomadas medidas integradas, designadamente apoiando o modelo de mediação escolar já exposto e para que não seja desvalorizada a violência, é prioritário o Plano Nacional de Prevenção e combate à Violência sobre a criança”, conclui o comunicado.
A alegada agressão sexual aconteceu no dia 19 de janeiro, mas só três dias depois é que a GNR foi informada da ocorrência.
Apenas nesse dia o aluno foi levado ao Centro de Saúde de Vimioso e depois ao hospital de Bragança.
Um dos autores da alegada agressão é irmão da vítima.
Miranda do Douro: Criação de grupo de trabalho para promoção da língua mirandesa
Entidades ligadas à salvaguarda e divulgação do mirandês reagiram “com satisfação” à constituição do grupo de trabalho para promoção da língua mirandesa, publicada em Diário da República, abrindo caminho à estratégia “há tanto tempo ambicionada” por associações locais.
A presidente da câmara Municipal de Miranda do Douro, a social-democrata Helena Barril, disse que viu “com satisfação” a publicação do diploma, apontando no entanto “o momento de pré-campanha eleitoral” em que é feito, quando “houve outras oportunidades” anteriores não aproveitadas.
O presidente da Associação de Língua e Cultura Mirandesa, Alfredo Cameirão, confessa-se igualmente satisfeito, e recorda que a constituição do grupo de trabalho decorre do Orçamento de Estado para 2024. Para este responsável, é ainda o primeiro passo “para a criação de uma unidade orgânica há tanto tempo ambicionada pela comunidade mirandesa, que possa guiar os destinos da língua”.
O presidente do Agrupamento de Escola de Miranda do Douro, António Santos, por seu lado, disse à Lusa que espera que “a medida se imponha, porque toda a gente sabe que a língua mirandesa está em risco de desaparecimento.”
O grupo de trabalho para promoção da língua mirandesa tem por missão definir uma estratégia para promover e proteger a língua mirandesa, até ao final de julho, assim como propor a criação de uma unidade orgânica para operacionalizar essa estratégia, segundo o despacho publicado em Diário da República, assinado pelos ministros da Cultura e da Educação, e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.
Este grupo, segundo o diploma, envolve a autarquia e as escolas de Miranda do Douro, a Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa – Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM), e os organismos centrais instituto Património Cultural, Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, Direção-Geral da Educação e o Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC), do Ministério da Cultura, que coordena.
Para as entidades locais, a publicação do diploma significa sobretudo continuar a trabalhar na defesa da língua, agora com “mais garantias”, sobretudo pela perspetiva da definição de peças importantes, como a estratégia de defesa e promoção da língua e a unidade orgânica para a pôr em prática.
A autarca Helena Barril, lamentando que “a medida seja publicada num momento de pré-campanha eleitoral”, quando “houve outras oportunidades” para o Governo “ter outro papel nesta matéria”, mostrou-se determinada a prosseguir o trabalho iniciado pelo município com outras entidades, que assim ganha “aval do Governo”.
Por seu lado, o presidente da ALCM indicou que é “mais um passo para a criação de uma unidade orgânica há tanto tempo ambicionada pela comunidade, que possa guiar os destinos da língua mirandesa.”
“Desta forma ficamos com mais garantias para lutar pela preservação do idioma, para que não desapareça. Nós sempre defendemos que a existência desta entidade é fundamental e todos os passos que forem dados neste sentido são vistos como muitos positivos”, disse Alfredo Cameirão.
Do lado do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro, António Santos reiterou que “a criação de uma unidade orgânica em forma de instituto é uma peça importante para a recuperação da língua mirandesa.”
A perspetiva de criação de um instituto também foi saudada pela Federação Distrital de Bragança do Partido Socialista, quando “o reconhecimento do Mirandês, completa 25 anos” e há um “sério perigo” do seu “desaparecimento como língua viva”.
O despacho para a constituição do grupo de trabalho dá cumprimento à rubrica definida no Orçamento do Estado para 2024 de “Promoção da língua mirandesa”, aprovada na Comissão de Orçamento e Finanças, por proposta do Livre, com uma dotação de 200 mil euros.
A definição de uma estratégia e a criação de uma entidade para a defesa da língua tem vindo a ser defendida pelas entidades locais, ao longo dos anos, com argumentos reforçados desde fevereiro do ano passado, quando foram conhecidos os resultados do estudo da Universidade de Vigo, que davam conta de uma situação “muito crítica”, devido ao abandono desta forma de falar por parte de entidades públicas e privadas.
Lançado no terreno em 2020, o estudo estimou em cerca de 3.500 o número de pessoas que conhecem o mirandês, com cerca de 1.500 a usá-lo regularmente, identificando uma rotura com o idioma, sobretudo nas gerações mais novas, através de uma “forte portugalização linguística”, assente em particular na profusão dos meios de comunicação nas últimas décadas, e na identificação do mirandês com a ruralidade e a pobreza locais.
Quando nos encontramos com alguém na rua e perguntamos «como está?», a resposta mais comum é «ocupado». Já nem nos referimos à saúde que temos ou não temos; o que nos angustia é a quantidade de tarefas que estão por fazer, a enormidade de solicitações às quais temos de dar resposta. E há mesmo uma pressão social para estar «ocupado», como se fosse pecado ou desperdício de tempo não ter sempre «coisas para fazer».
Infelizmente, parecemos uma geração de Job’s, insatisfeitos com a velocidade dos dias, como ouvimos na primeira leitura, quando deveríamos parecer Paulo, cujo entusiasmo pelo que faz é palpável.
O anúncio do Evangelho, ainda que imposto como obrigação, como diz Paulo na segunda leitura, faz com que este corra cheio de vida, contando como recompensa não o resultado do trabalho, mas o privilégio de anunciar.
Quão diferentes seriam as nossas vidas se olhássemos para as tarefas que temos pela frente como a nossa oportunidade de dar testemunho do Evangelho. Para viver desta forma, mais do que vontade de o fazer, temos de aprender com Jesus a viver centrados, pois é aí que se encontra o segredo do seu dinamismo, algo que o Evangelho deste domingo insinua.
Entremos no Evangelho deste domingo com atenção ao muito que está a acontecer. Jesus cura a sogra de Pedro assim que entra em casa, quando era expetável que pudesse descansar um pouco, já que vinha de curar pessoas e de ensinar na sinagoga. Nessa mesma noite, mal o sol se põe, trazem-lhe doentes e possessos para que os cure, o que Ele faz. São Marcos acrescenta que toda a cidade de Cafarnaum está reunida à frente da casa, muitos seriam curiosos, enquanto outros queriam mesmo falar com Ele, o que indica que a noite será longa.
De madrugada, Jesus levanta-se e sai para ir rezar. Ele esteve a curar noite dentro, deve ter tido imensas conversas, e no dia seguinte levanta-se cedo para rezar. Deverá ter dormido muito pouco. Seguramente sente-se consolado pela quantidade de pessoas que pôde ajudar, mas é inevitável que esteja cansado. Ainda assim, quando Pedro o encontra e lhe aponta as pessoas que o esperam, Ele tem a presença de espírito para dizer que é necessário ir a outros lugares, quando teria sido mais fácil ficar na urgência do momento presente, num ambiente familiar e no qual foi bem acolhido.
Esta passagem do Evangelho está cheia de ação e de movimento. E o centro de tudo é Jesus, presença luminosa no meio de tanto bulício. Como é possível que a sua presença inunde tudo de luz quando há tantas solicitações que a poderiam dispersar? Como se pode estar sempre em ação, sempre presente, sem se perder?
O segredo de Jesus está na fidelidade à oração. Não é difícil imaginar que a vontade de Jesus para se levantar cedo, depois de uma noite tão cheia, fosse pouca. Mas foi falar com o Pai para escutar o que Ele lhe pedia. E foi isso que lhe permitiu ver que, existindo ainda muita gente a procurá-lo, estava na hora de partir para outra povoação.
É para cumprir a vontade do Pai que Ele vem. É à escuta do Pai que Ele vive. É esse o centro de uma vida que não se dispersa no meio da ação, que ilumina mesmo quando há tanta dispersão.
Bragança-Miranda: Mogadouro acolhe Dia do Consagrado
A vila de Mogadouro, no arciprestado de Miranda, vai celebrar, este domingo, dia 4 de fevereiro, o Dia do Consagrado, com a participação de várias congregações da Diocese de Bragança-Miranda.
De acordo com o programa divulgado pelo Secretariado Regional de Bragança-Miranda (da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal), o acolhimento inicia-se às 10h00, na igreja matriz de Mogadouro.
Depois, às 11h00, vai celebrar-se a eucaristia presidida pelo bispo diocesano, D. Nuno Almeida.
Pelas 12h30 está previsto um almoço convívio entre a comunidade local e os membros das congregações e institutos de vida consagrada, que vivem e trabalham na diocese.
Atualmente, na Diocese de Bragança-Miranda estão presentes as seguintes congregações religiosas: as Irmãs da Caridade do Sagrado Coração de Jesus, as Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado, as Carmelitas da Antiga Observância, as Monjas Trapistas, as Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, os Salesianos, os Marianos da Imaculada Conceição, e os Franciscanos Capuchinhos de Portugal com uma Fraternidade Itinerante de Presença e Apostolado.
Política: 17 autarcas suspenderam presidência nas câmaras para serem candidatos a deputados
Dezassete presidentes de Câmaras Municipais, quase todos no terceiro e último mandato, suspenderam os mandatos à frente das autarquias para serem candidatos a deputados, nas eleições legislativas de 10 de março, a maior parte em listas da Aliança Democrática (AD).
O PSD tem o maior número de candidatos presidentes de câmaras, embora nem todos em lugares considerados elegíveis: três deles no distrito de Aveiro – Santa Maria da Feira, Ovar e Vagos –, em Valpaços e Vila Pouca de Aguiar (distrito de Vila Real), Sernancelhe e Vouzela (Viseu), Bragança e Moncorvo (Bragança), Fronteira (Portalegre) e Câmara de Lobos (Madeira).
Suspenderam funções por integrarem listas do PS às legislativas os presidentes das Câmaras de Vendas Novas, Nazaré, Cinfães, Macedo de Cavaleiros e Arruda dos Vinhos e, por ser candidato pelo Juntos Pelo Povo (JPP), o presidente da Câmara de Santa Cruz (Madeira), Filipe Sousa.
À exceção do presidente de Macedo de Cavaleiros, o socialista Benjamim Rodrigues, todos estes presidentes estavam a meio do terceiro mandato consecutivo e, portanto, impedidos de se recandidatarem outra vez ao mesmo cargo na mesma autarquia.
A coligação Aliança Democrática (AD) aposta em alguns autarcas que são candidatos experientes, desde logo Emídio Sousa, três mandatos com maioria absoluta na Câmara de Santa Maria da Feira, e que encabeça a lista por Aveiro, distrito onde o PSD em 2022 elegeu sete deputados.
Em Aveiro, a AD apresenta em quarto lugar Salvador Malheiro, ex-vice-presidente do PSD de Rui Rio e presidente da Câmara de Ovar, e em segundo Silvério Regalado, presidente da Câmara Municipal de Vagos.
O até agora presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, é o primeiro da lista da AD por este distrito, na qual tem como “número dois” Nuno Gonçalves, que suspendeu o cargo como presidente de Torre de Moncorvo.
Nas últimas legislativas, em 2022, o PSD apenas elegeu um dos três deputados por Bragança, mas nas eleições anteriores tinha conseguido eleger dois.
Em Viseu, os até agora presidentes das câmaras de Sernancelhe, Carlos Silva Santiago, e de Vouzela, Rui Ladeira, ocupam o quarto e o quinto lugar, respetivamente, na lista da AD, num distrito em que o PSD elegeu quatro deputados em 2022.
Em Vila Real, onde o PSD elegeu dois deputados nas últimas legislativas, há mais dois presidentes em final de mandato que concorrem pela AD, designadamente Amílcar Almeida, que suspendeu o mandato na Câmara de Valpaços para ser o primeiro da lista, assim como Alberto Machado, que deixa a presidência da Câmara de Vila Pouca de Aguiar para ser o segundo.
Em Castelo Branco, Ricardo Aires suspendeu o cargo de presidente de Vila de Rei para ser o terceiro na lista da AD, num distrito onde apenas um deputado social-democrata foi eleito em 2022.
A AD escolheu o presidente da Câmara de Fronteira, o advogado Rogério Silva (PSD), para liderar a lista de Portalegre, o distrito que elege menos deputados, apenas dois, que em 2022 foram ambos do PS.
Na Madeira, há mais um autarca presidente a encabeçar uma lista da AD: é Pedro Coelho, até agora presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, desde 2013 sempre com maioria absoluta.
O círculo eleitoral da Madeira elege seis deputados e na legislatura agora interrompida o PSD tinha três e o PS os outros três.
O até agora presidente da Câmara de Vendas Novas, Luís Dias, encabeça a lista dos socialistas por Évora, onde o PS elegeu dois deputados nas últimas legislativas.
Walter Chicharro, o socialista que presidia à Nazaré, interrompeu o mandato para ser o terceiro na lista do PS por Leiria, onde em 2022 foram eleitos cinco deputados pelo partido.
Em Cinfães, Armando Mouriscos suspendeu o mandato como presidente para ser o quinto candidato na lista socialista a Viseu, um distrito onde o PS elegeu quatro deputados em 2022, o que levou o próprio candidato a considerar que dificilmente será eleito.
O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, a meio do segundo mandato, é o número dois do PS por Bragança e, se as eleições correrem como em 2022, será o último socialista a ser eleito por este distrito.
Já o presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, André Rijo, é o 15.º a Lisboa pela lista do PS, que em 2022 elegeu 21 deputados neste círculo.
Além de presidentes também integram as listas vereadores ou autarcas com outros cargos nas câmaras, como o dirigente social-democrata Miguel Pinto Luz, que teve de suspender o mandato como vice-presidente de Cascais por fazer parte da lista da AD por Faro.
O exercício do mandato de deputado à Assembleia da República é incompatível com o cargo de presidente e de vice-presidente de Câmara Municipal, pelo que a lei obriga à suspensão dos mandatos dos presidentes e vice-presidentes de Câmara para serem candidatos, embora a suspensão permita o regresso ao cargo após as eleições, caso não sejam eleitos, por exemplo.
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março e a campanha eleitoral vai decorrer entre 25 de fevereiro e 8 de março.
UE/Agricultores: Protestos bloquearam país e forçaram Governo a dar garantias
No dia 1 de fevereiro, os agricultores portugueses paralisaram importantes vias de norte a sul do país, incluindo fronteiras, com alguns dos movimentos a começarem a desmobilizar à noite, após garantias sobre os apoios anunciados pelo Governo.
Logo nas primeiras horas os agricultores começaram a mobilizar-se e o resultado foi o corte de importantes vias, como as autoestradas 25 (no distrito da Guarda), 6 (no distrito de Portalegre) e o Itinerário Complementar (IC) 1 (distrito de Setúbal).
A Guarda Nacional Republicana (GNR) indicou o corte de um total de 15 estradas, num acompanhamento da situação que obrigou esta força policial a reforçar a transmissão de informações na plataforma de tráfego Waze e nas redes sociais, para garantir a segurança de manifestantes e restantes cidadãos.
Os protestos assumiram variadas formas, sendo uma iniciativa do Movimento Civil de Agricultores, que se apresenta como espontâneo e apartidário, replicando manifestações em outros pontos da Europa.
Junto à fronteira do Caia, em Elvas, no distrito de Portalegre, os agricultores que bloquearam a A6 permitiram a passagem de veículos prioritários, como o caso de carros com grávidas, crianças ou doentes, e 10 camiões de hora a hora, num protesto que começou a ser desmobilizado após a garantia de que vão receber, até final do mês, os apoios que tinham sido retirados.
Na fronteira de Vila Verde de Ficalho, no concelho de Serpa (Beja), os agricultores almoçaram bifanas de porco preto no pão, feitas num grelhador montado a alguns metros dos tratores que cortavam a Estrada Nacional 260 (EN260), sendo que faziam ainda parte da ‘bucha’ linguiças assadas ‘na hora’, torresmos e vinho, cervejas, água e sumos.
Agricultores do Ribatejo e Oeste concentraram-se hoje na Ponte da Chamusca, realizando ainda uma breve arruada junto a um acesso da Autoestrada 23 (A23), sem provocar o corte da via, tendo começado a desmobilizar pelas 20:00.
O trânsito automóvel foi restabelecido desde as 21:00 no IC1, na zona da Mimosa, concelho de Santiago do Cacém (Setúbal), após a desmobilização dos agricultores que cortaram a via.
A A25 foi uma das vias afetadas, onde os agricultores se concentraram junto ao Alto de Leomil, bloqueando a circulação na autoestrada desde as 06:15 entre o nó de Pínzio, no concelho de Pinhel, e Vilar Formoso, concelho de Almeida.
Os agricultores também condicionaram o acesso a Espanha pela fronteira da Bemposta, em Mogadouro, situação que ficou normalizada ao final da tarde de 1de fevereiro.
Perante a paralisação e promessa de manter o protesto, o Governo adiantou que a maior parte das medidas do pacote de apoio aos agricultores portugueses, com mais de 400 milhões de euros de dotação, entra em vigor ainda este mês de fevereiro, com exceção das que estão dependentes de ‘luz verde’ de Bruxelas.
O Governo avançou com um pacote de ajuda aos agricultores, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).
No contexto europeu, a Comissão Europeia vai preparar com a presidência semestral belga do Conselho da UE uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos ministros da Agricultura dos 27 Estados-membros do bloco europeu no próximo dia 26 de fevereiro.
Palaçoulo: Monjas trapistas agradecem proximidade e generosidade
As monjas trapistas do Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, escreveram uma carta a agradecer a “grande manifestação de proximidade e generosidade” que receberam, depois do “grave incêndio” destruir o telhado da hospedaria onde residem.
“Durante o dia [do incêndio], recebemos a visita do bispo, D. Nuno Almeida que nos mostrou a sua proximidade, do pároco, António Pires, da presidente da Câmara, Helena Barril e depois de muitos amigos, conhecidos e desconhecidos, todos movidos pelo desejo de nos ajudar. Alguns trouxeram comida, outros começaram a recolher os escombros, outros queriam simplesmente estar perto de nós e animar-nos”, revelam, numa comunicação partilhada pela Diocese de Bragança-Miranda.
Na mensagem com o título “O que um incêndio não pode destruir”, as monjas adiantam que “foram muitos os telefonemas e os e-mails de amigos” que exprimiram o desejo de “ajudar materialmente”.
“Assim, estamos a experimentar a Providência do Senhor, que desperta nos corações a vontade de participar na reconstrução deste lugar, que não é só de nós monjas, mas é a Casa de todos os que procuram Deus”.
O incêndio deflagrou na madrugada do dia 27 de janeiro, “tendo começado na conduta da lareira acesa e que, alastrando rapidamente, comprometeu a zona central” da hospedaria (telhado, sótão e grande parte do primeiro andar).
“A zona mais atingida foi o sótão (que servia de arrecadação) e os quartos, que ocupamos enquanto aguardamos a conclusão da construção do mosteiro”, informam as monjas trapistas.
Além disso, algumas salas eram utilizadas como escritórios e áreas de trabalho (escritório da Madre, escritório das irmãs ecónomas, lavandaria, armazém e embalagem da confeitaria) e “o incêndio danificou-as gravemente, inutilizando parcial ou totalmente as salas, as máquinas e o material armazenado”.
“Estamos a tentar restabelecer a vida monástica regular, ocupando os lugares poupados pelo fogo e pela água. Cada uma de nós conseguiu arranjar um quarto para dormir e, nos corredores e na garagem, tentamos recolher o material que conseguimos salvar, limpar e arrumar”, avançam na carta.
As monjas trapistas indicam ainda que “os operários estão a isolar” as partes onde vivem “para depois começarem a demolir as restantes áreas da hospedaria em ruínas”: “Depois teremos de começar a reconstruir”.
Dadas os danos provocados pelo incêndio, a Casa de Acolhimento do Mosteiro Trapista de Palaçoulo fica impossibilitado de “receber hóspedes agora e durante um tempo indeterminado”, pois ficaram sem espaço para oferecer.
“Temos a certeza de que o Senhor sabe o que está a fazer e o que nos permite viver é sempre para um bem maior do que aquele que podemos prever. A própria experiência da fraternidade entre nós e com as pessoas que nos ajudam é já um milagre comovente de comunhão e de esperança: o homem que acredita, espera e ama é verdadeiramente uma imagem da glória de Deus, da sua bondade e da sua beleza”.
Na comunicação, as monjas trapistas revelam que a zona da capela “permaneceu intacta, assim como os quartos do noviciado”, que reservaram para receber hóspedes, além de ter sido uma “surpresa encontrar pendurados e intactos no meio do corredor atingido pelas chamas, pelo fumo e pela água, os hábitos brancos destinados à próxima tomada de hábito” de uma das postulantes, que no dia anterior uma das monjas tinha acabado de coser.
“Um jovem padre e três dos seus jovens paroquianos foram nossos convidados para um retiro. Conscientes de que não podíamos ajudar materialmente, a presença providencial do padre permitiu-nos celebrar a Eucaristia – depois do canto das Laudes. Enquanto os bombeiros ainda se esforçavam por apagar as chamas nos telhados, sobre o altar o Amor consumia mais uma vez o Seu dom por nós”, acrescentam.
“Certos de que a Providência do Senhor leva sempre a bom termo a obra que inicia, retomamos e continuamos o caminho e a construção da Sua morada entre nós, com renovada gratidão e espanto. Agradecemos antecipadamente a todos os que quiserem ajudar-nos, de qualquer modo, rezando ou doando ajuda, enquanto vos asseguramos a nossa oração contínua”, conclui o texto.
A Diocese de Bragança-Miranda divulgou o número da conta bancária do mosteiro para aqueles que queiram contribuir com donativos (PT50 0045 2260 4029 1080 1063 2) e informou que continuam à venda em vários pontos do país os artigos de artesanato, livros, doces e compotas feitas pelas monjas trapistas.
Miranda do Douro: Meia centena de agricultores participaram na sessão sobre o Pedido Único 2024
Na manhã desta quinta-feira, dia 1 de fevereiro, foi ministrada uma sessão de esclarecimento aos agricultores do concelho de Miranda do Douro, sobre as alterações a atualizações dos apoios financeiros ao Pedido Único (PU), para o corrente ano de 2024.
A sessão de esclarecimento decorreu no miniauditório, em Miranda do Douro e foi ministrada pela Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), em parceria com a Associação de Agricultores do Planalto Mirandês (AAPM).
À meia centena de agricultores que participaram na sessão, a técnica da CAP, engenheira Olinda Vieira informou que “o ministério da Agricultura corrigiu a informação avançada dos cortes de 35% e 25%, nos apoios à agricultura biológica e à produção integrada (Prodi) e vai repor a totalidade das ajudas”, disse.
No decorrer desta reunião, foi dada uma especial atenção ao modo de produção biológico e a técnica, Emília Caminha, esclareceu os agricultores mirandeses sobre os critérios de elegibilidade.
“O ‘Modo de Produção Biológico’ consiste num sistema de práticas agrícolas mais sustentáveis ambientalmente, em que se limita ao máximo a utilização de produtos químicos na agricultura e de antibióticos na pecuária», explicou.
Os agricultores que pretendam iniciar o processo de conversão em agricultura biológica têm que adquirir uma formação homologada de 50 horas, durante a qual aprendam os requisitos obrigatórios para cultivar e/ou criar produtos biológicos, sejam vegetais ou animais.
“A produção em agricultura biológica exige a certificação por parte de uma empresa que ateste o cumprimento das normas de qualidade. E os agricultores têm que contratar o serviço de uma destas entidades”, acrescentou.
Emília Caminha, exemplificou ainda que “um agricultor com um amendoal em sequeiro, no modo de produção biológico, recebe um apoio anual de 320€/por hectare; e a vinha, em modo de produção biológico, tem um apoio anual de 600€ “, indicou.
Esta sessão em Miranda do Douro decorreu, em simultâneo, com o protesto dos agricultores a nível nacional, que reclamam pelo pagamento atempado dos apoios, a abertura de projetos para a instalação de jovens agricultores e a redução do preço do gasóleo agrícola.
Perante esta insatisfação, a técnica da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), Olinda Vieira mostrou-se solidária e compreensiva com os agricultores perante o excesso de burocracia.
“Os agricultores estão cansados e asfixiados com a burocracia da Política agrícola Comum (PEPAC)”, disse.
Do lado dos agricultores, Abílio Marcos Preto, produtor de castanha em São Martinho de Angueira, referiu que os problemas que enfrenta diariamente, são o elevado preço do gasóleo agrícola e as recorrentes doenças dos castanheiros.
Por sua vez, Francisca Martins, criadora de gado bovino e cavalos, em Duas Igrejas, indicou que a falta de mão-de-obra neste setor e o elevado preço das rações, como sendo os maiores problemas que enfrenta na atualidade.
Sobre a realidade agrícola do planalto mirandês, o técnico da Associação de Agricultores do Planalto Mirandês (AAPM), Manuel Fernandes, referiu que nesta região continuam a cultivar-se sobretudo amendoais, olivais, vinhas e soutos de castanheiros.
“Já na pecuária, predominam as explorações extensivas com a criação de raças como os bovinos mirandeses e outros, para produtos de carne. Há também a criação de ovinos, como a raça churra galega mirandesa”, disse.
A Associação de Agricultores do Planalto Mirandês (AAPM) está localizada no Largo do Castelo, em Miranda do Douro e presta vários serviços como o licenciamento da atividade pecuária, as candidaturas ao pedido único, o apoio técnico na elaboração e gestão de projetos agrícolas, entre outros serviços.
UE/Agricultores: Protestos condicionam trânsito na fronteira de Bemposta
Esta quinta-feira, dia 1 de fevereiro, no âmbito do protesto dos agricultores, o trânsito na fronteira de Bemposta, no concelho do Mogadouro, ficou condicionado por cerca de 20 tratores, dificultando o acesso a Espanha.
No local, fonte oficial da GNR disse que “a fronteira está condicionada” pelos agricultores que se manifestam para reclamar melhores condições e mais apoios financeiros por parte do Governo.
O porta-voz do movimento da marcha, que partiu do nó de acesso ao Itinerário Complementar (IC) 5 no Mogadouro pelas 12:30 e demorou cerca de 45 minutos a chegar à fronteira da Bemposta, referiu que estiveram presentes agricultores do Planalto Mirandês (Mogadouro, Miranda do Douro e Vimioso) e ainda do Douro Superior, nomeadamente Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.
“O balanço [do protesto] é muito positivo, conseguimos mostrar à sociedade civil e ao Governo o descontentamento no setor agrícola. Começamos com 15 tratores às 07:00 e ao longo da jornada o número chegou às 150 máquinas agrícolas e outros veículos”, disse Dário Mendes.
Segundo Gilberto Pintado, os agricultores, exigem “o pagamento dos apoios do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) atempadamente, a abertura dos projetos de jovens agricultores, que estão parados desde março de 2022, o pagamento da apregoada ‘bazuca para agricultura’, no valor de dois milhões de euros anunciada há dois anos e que dinheiro nem vê-lo e o gasóleo agrícola a 50 cêntimos”.
O protesto decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).
Segundo um comunicado divulgado a 31 de janeiro, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.
O movimento, que se apresenta como espontâneo e apartidário, garantiu que os agricultores portugueses estão preparados para “se defenderem do ataque permanente à sustentabilidade, à soberania alimentar e à vida rural”.