Europeias: Mais de metade dos eleitores optou por votar em mobilidade
Mais de metade dos eleitores que votaram nas eleições europeias optou fazê-lo fora da sua mesa de voto habitual, de acordo com dados provisórios avançados pelo Ministério da Administração Interna (MAI).
“Na eleição para o Parlamento Europeu do passado domingo registaram-se 3.948.530 votantes (36,6% dos recenseados), tendo 2.220.917 (56,2% dos votantes) optado pelo exercício do voto na modalidade em mobilidade e 1.727.613 optado por votar na sua mesa de recenseamento”, refere o MAI.
Os valores incluem os votos antecipados em mobilidade e todos os eleitores que não exerceram o seu direito na mesa onde se encontravam recenseados, adiantou a mesma fonte.
Os números avançados são ainda provisórios e estão a ser atualizados com base na votação no estrangeiro, faltando ainda alguns consulados por apurar.
Pela primeira vez e por a eleição europeia ser de círculo único, foi possível votar em qualquer mesa de voto no país ou no estrangeiro, bastando apresentar o documento de identificação civil. A operação exigiu a desmaterialização dos cadernos eleitorais.
O MAI não dispõe ainda dos dados da votação em mobilidade por distribuição geográfica e remeteu para o que está previsto na lei que criou este regime excecional, ou seja, será a Comissão Nacional de Eleições (CNE) a fazer o relatório sobre o voto em mobilidade, no prazo de três meses.
A mesma lei prevê que a secretaria-geral do MAI contratará uma auditoria para avaliar a robustez, segurança e fiabilidade do sistema de cadernos eleitorais desmaterializados e remeterá ao Governo, ao parlamento e à CNE os resultados, no prazo de seis meses após a eleição.
As eleições para o Parlamento Europeu realizaram-se no domingo, dia 10 de junho, para eleger 21 deputados portugueses.
Estavam recenseados 10,8 milhões de eleitores e a taxa de abstenção registada no domingo foi de 63%, ainda segundo os dados provisórios.
Sociedade: Estudos ibéricos sobre a longevidade das populações
O Conselho Económico e Social (CES) vai realizar dois estudos ibéricos sobre como podem as sociedades responder à maior longevidade das populações, que em Portugal é superior aos 80, mas inclui vários anos sem vida saudável.
A presidente interina do CES, Sara Falcão Casaca, adiantou que um estudo incidirá sobre a economia do cuidado e o outro sobre as sociedades longevas de Portugal e Espanha.
“Estamos a olhar para a economia do cuidado numa perspetiva inovadora, a pensar nos desafios socioeconómicos das alterações demográficas, nas sociedades envelhecidas de hoje e tendo em conta que a longevidade se venha a prolongar”, afirmou.
Para a responsável deve-se “pensar de forma articulada e até de forma prospetiva sobre como é que estas sociedades se podem organizar para responder a estas necessidades do cuidado que vão estar cada vez mais presentes”.
A esperança média de vida à nascença tem vindo a aumentar em Portugal – em 1974 era de 68 anos e atualmente é de 81 anos.
Contudo, “a nossa esperança média de vida saudável, sem limitações, é de 58 anos não obstante a nossa esperança média de vida ser de 81”, constatou Sara Falcão Casaca.
No caso das mulheres, elas passam os últimos 23 anos sem vida saudável e nos homens este valor baixa para 19 anos, exemplificou.
Nesse sentido, o que se pretende com estes estudos é que sirvam para a criação de novas políticas públicas que respondam “a uma vida mais prolongada, mas também mais saudável”, resumiu.
No caso da economia do cuidado, o estudo visa também perceber que oportunidades laborais existem na organização social do cuidado.
“Conhecer o perfil mão-de-obra associada à prestação de cuidados formal e informal, já se sabe que há uma marca de género fortíssima, são áreas altamente feminizadas, importa conhecer melhor que carências existem do ponto de vista das qualificações, conhecer melhor o perfil sociodemográfico das pessoas que trabalham neste setor e que necessidades é que existem”, explicou.
No final, o objetivo do CES é produzir pareceres que possam informar os decisores políticos.
Os concursos para os estudos estão em fase de avaliação, esperando-se que em finais de 2025 estejam concluídos.
O CES tem como entidades parceiras do projeto ibérico a Fundação Geral da Universidade de Salamanca (Espanha), o Conselho Económico e Social de Espanha e o Politécnico de Bragança.
O Conselho Económico e Social é um órgão constitucional de consulta e concertação social.
Vimioso: Conselho Raiano “Gestão do território e ameaças ambientais”
No próximo sábado, dia 15 de junho, a Rionor – Rede Ibérica Ocidental para uma Nova Ordenação Raiana vai organizar em Vimioso, um novo Conselho Raiano, desta vez dedicado ao tema da “Gestão do território e ameaças ambientais”.
O encontro vai decorrer entre as 14h30 e as 21h00, no auditório do pavilhão multiusos, em Vimioso e vai contar com a participação de secretário de Estado da Administração Local, Hernâni Dias.
No Conselho Raiano vão participar ainda o presidente do Município de Vimioso, Jorge Fidalgo, o presidente da Rionor, Francisco Alves, o Alcaide de Alcañices, David Carrion, entre outras personalidades.
De acordo com um comunicado da RIONOR, este novo Conselho Raiano pretende discutir a gestão dos territórios transfronteiriços e as causas de calamidades comuns, como os incêndios. No encontro transfronteiriço, pretende-se também abordar a possibilidade de políticas comuns que possam combater ou mitigar os efeitos devastadores.
O programa do Conselho Raiano deste ano compreende duas Mesas Redondas:
MESA 1 – Rumo a um novo modelo de gestão integral do território transfronteiriço: a reinvenção da aldeia e as relações com o ambiente.
MESA 2 – Ferramentas para a ação pública avançar em direção a um novo paradigma de assentamento. Necessidades legislativas e recursos materiais ao serviço da gestão integral do território.
Para participar no Conselho Raiano é obrigatória a inscrição.
No encerramento dos trabalhos está previsto um Porto de Honra e de confraternização com a degustação de produtos raianos, uma oferta da Câmara Municipal de Vimioso.
Em 2023, a RIONOR organizou um Conselho Raiano dedicado ao tema do regresso da Ferrovia em Trás-os-Montes e a Ligação a Espanha.
Os Conselhos raianos são uma inciativa anual da associação Rionor – Rede Ibérica Ocidental para uma Nova Ordenação Raiana. Este ano, a iniciativa é coorganizada com o Centro de Ciência Viva de Bragança, do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e os Municípios de Bragança e de Vimioso.
Tiro ao prato: Luís Gonçalves venceu a VIII Taça Interclubes
No dia 30 de maio, o atirador do Clube de Caça e Pesca de Mogadouro, Luís Gonçalves, natural de Vimioso, venceu a VIII Taça Interclubes RF Malta 2024, em Vieira do Minho, uma conquista que vai trazer esta competição para a vila de Mogadouro, no próximo ano de 2025.
Para a vitória na Taça Interclubes Fosso Universal, Luís Gonçalves foi o melhor entre 108 concorrentes, ao partir 25 pratos na primeira série, 24 pratos na segunda série e na final partiu 25+6.
Na modalidade do Fosso Universal, uma das disciplinas de tiro tuteladas pela Federação Portuguesa de Tiro com armas de Caça, os pratos são lançados a distâncias entre 60 e 75 metros por cinco máquinas, (numeradas de um a cinco, da esquerda para a direita) instaladas no interior de um fosso, cujo teto está ao mesmo nível das cinco posições de tiro.
Na competição em Vieira do Minho, participaram clubes de localidades da região norte, como Vieira do Minho, Póvoa do Lanhoso, Terras do Bouro, Alijó, Peso da Régua, Valpaços, Vale Tâmega, Macedo de Cavaleiros, Bragança, Salto, Chaves e Mogadouro.
Com a conquista da Taça Interclubes RFMalta-2024, pelo atleta Luís Gonçalves, o Clube de Caça e Pesca de Mogadouro ganhou também a oportunidade de organizar a prova em 2025.
“A prova é agendada pela Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça, decorre ao longo de um dia e envolve a participação de 150 atletas. A organização da Taça Interclubes exige a instalação de cinco máquinas de lançamento de pratos no campo de tiro de Mogadouro ”, indicou o presidente do CCPM, Diogo Vilares.
Fundado a 21 de maio de 1981, o Clube de Caça e Pesca de Mogadouro tem atualmente cerca de uma centena de associados. Na modalidade de tiro aos pratos, o clube mogadourense conta com trinta e cinco atiradores federados, que competem nos campeonatos regional e nacional de Fosso Universal e Olímpico.
“Outra modalidade praticada no Clube de Caça e Pesca de Mogadouro é o tiro ao prato de fosso olímpico, na qual o atleta Sérgio Venâncio foi campeão nacional em 2023”, informou, Diogo Vilares.
Cultura: Final do Campeonato de Jogos Tradicionais
No Domingo, dia 16 de junho, Mirandela, acolhe a final do Campeonato de Jogos Tradicionais, uma iniciativa da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) que reúne os vencedores dos nove municípios participantes.
A final dos Jogos Tradicionais vai decorrer no Parque Dr. José Gama, conhecido como Zona Verde, onde são esperados mais de 400 participantes provenientes dos concelhos de Bragança, Alfândega da Fé, Mirandela, Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso, Vinhais, Vila Flor e Macedo de Cavaleiros.
De modo individual ou em grupo, os participantes vão competir em jogos como o fito, a raiola, a malha, a relha, a tração à corda, a corrida de sacos ou os jogos do burro e da dança das cadeiras.
Em todas as modalidades é atribuído um troféu aos três primeiros classificados, assim como um certificado de participação a todos os jogadores.
A inclusão está também nos objetivos deste Campeonato de Jogos Tradicionais, que conta com a participação de “equipas oriundas de sete instituições de apoio a pessoas portadoras de deficiência ou incapacidade”.
Segundo a organização, este evento “celebra e preserva os jogos que marcaram gerações, promovendo atividades que incentivam a interação social, o exercício físico e o contato com a natureza”.
O projeto dos Jogos Tradicionais está integrado no programa Cultura para Todos e é financiado pelo Programa Operacional NORTE 2020.
Trabalho: Situação de trabalhadores precários da Resíduos do Nordeste comunicada ao MP
A Autoridade Para as Condições de Trabalho (ACT) encaminhou a situação de cerca de 50 trabalhadores precários da Resíduos do Nordeste para o Ministério Público, indicou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL).
Os funcionários em causa, fazem parte de um total de 250 que assegura a recolha e tratamento dos resíduos para a empresa intermunicipal em treze concelhos do Nordeste Transmontano, mas recrutados por várias empresas de trabalho temporário.
Em comunicado, o sindicato informou que “na sequência da denúncia apresentada pelo STAL à ACT, esta realizou, em dezembro, uma ação inspetiva ao Parque Ambiental do Nordeste Transmontano, mais concretamente ao pavilhão de separação de lixos, tendo notificado a Resíduos do Nordeste (RdN) para apresentar um conjunto de documentos, nomeadamente, registos dos trabalhadores e contratos de trabalho vigentes, incluindo contratos de utilização de trabalho temporário”.
O STAL citou um ofício da ACT recebido a 4 de junho onde é dito que a entidade analisou os “sucessivos contratos de utilização de trabalho temporário e verificou a existência de infrações, o que, à face da lei, obriga à conversão dos mesmos em contratos de trabalho sem termo, pelo que advertiu a RdN para proceder à regularização e reconstituição da carreira dos trabalhadores desde a data do início de funções na empresa”.
Lê-se no mesmo comunicado que os factos foram participados pela ACT a 31 de maio ao Ministério Público (MP), junto Juízo do Trabalho de Bragança, para a instauração de ações de reconhecimento da existência de contratos de trabalho sem termo.
“Nós pedimos a intervenção da ACT, que cumpriu o seu papel e a sua responsabilidade. De acordo com aquilo que nos informou, enviou o processo para o MP e vai para o Tribunal do Trabalho. E o sindicato vai constituir-se como assistente no processo”, acrescentou Joaquim Sousa, da direção nacional do STAL, enfatizando que este é um serviço “essencial para a comunidade” e que por isso os postos laborais devem ser efetivos.
Segundo o dirigente sindical, os vínculos precários mantêm-se há cerca de duas décadas, desde a criação da empresa. O sindicato disse ainda que “a administração da RdN, contrariando promessas de que os trabalhadores seriam integrados nos seus quadros, sempre adiou a decisão”.
“É uma vida de trabalho de quem presta um serviço essencial com um vínculo precário. (…) Os trabalhadores nunca têm nada garantido, como poder fazer um empréstimo bancário para comprar uma casa. (…) Portanto, esta é uma grande vitória para os trabalhadores, que já vem muito tarde mas, como diz o ditado, mais vale tarde do que nunca”, considerou Joaquim Sousa.
Fonte da administração da RdN remeteu esclarecimentos para depois de análise interna da situação.
Com sede em Mirandela, a RdN iniciou atividade em abril de 2003 e abrange os municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vimioso e Vinhais, no distrito de Bragança e Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda.
A informação é da página oficinal na internet da empresa, que dá ainda conta de que estes municípios representam 143.777 habitantes e uma produção de resíduos estimada em cerca de 50 000 toneladas/ano.
O prazo para o MP intentar as ações referidas junto do Tribunal de Trabalho é de 20 dias.
Ensino: Alunos do 9.º ano realizam prova final de matemática em formato papel
Os alunos do 9.º ano realizam a 12 de junho a prova nacional de matemática, em formato papel, depois de o Governo ter anulado a decisão da anterior equipa ministerial de realizar a prova final em formato digital.
Os alunos do 9.ºano realizam às 9h30, a primeira prova do 3.º ciclo, que se mantém excecionalmente em formato papel para garantir equidade a todos os alunos, segundo uma decisão da nova equipa do Ministério da Educação, tomada em abril.
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação justificou a decisão por considerar que o Governo anterior não tinha assegurado às escolas as condições necessárias para a realização das provas em formato digital.
A deliberação surgiu após ter ouvido o Conselho das Escolas e os diretores escolares, mas também serviços do ministério, como o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), Júri Nacional de Exames (JNE) ou a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE).
Dois dias após a realização da prova de matemática, os alunos estrangeiros do 9.º ano irão realizar a prova de português língua não materna. Para dia 17 de junho estão marcadas as provas de português e português língua segunda.
As provas orais de Português língua não materna vão realizar-se entre os dias 14 de junho a 03 de julho, segundo o calendário do IAVE.
Os resultados das provas do 9.º ano serão conhecidos a 8 de julho e nos casos em que os alunos peçam a reapreciação das provas, a afixação dos resultados das reapreciações serão a 31 de julho.
Atenor: XII Ronda das Adegas deliciou os visitantes do litoral
A XII Ronda das Adegas que decorreu no fim-de-semana de 7, 8 e 9 de junho, voltou trazer até à aldeia de Atenor milhares de pessoas, muitas delas vindas do litoral do país e que ficaram deliciadas com a ruralidade de um evento que continua a proporcionar o convívio, a degustação da gastronomia local e muita animação musical.
Numa avaliação à XII Ronda das Adegas, Vitor Rodrigues, presidente da Associação Cultural e Recreativa de Atenor, disse que a instabilidade meteorológica dissuadiu a vinda de algum público. Ainda assim, o dirigente associativo, expressou satisfação pela contínua afluência de pessoas ao evento cultural e gastronómico, que desperta o interesse, em particular, de público de outras regiões do país e também do estrangeiro.
Foi o caso do casal de emigrantes, António e Julieta, que vieram pela primeira vez à Ronda das Adegas. Em Atenor, os portugueses emigrados em França, apreciaram a originalidade de transformar os antigos currais e casas antigas, em adegas e tabernas.
Nestas adegas improvisadas serviram-se caldo verde, bifana, espetadas, orelhas, presunto, pernil, moelas, queijo, feijoada de javali, tripas, misto de carne e churrasco de frango. As bebidas mais solicitadas foram a sangria, o sidra e o vinho.
A família Pereira, que veio de Vila do Conde para gozar o fim-de-semana prolongado na cidade de Miranda do Douro, tinha como propósito inicial visitar os miradouros sobre o rio Douro.
“Viemos com o propósito de ver os miradouros e soubemos que estava a decorrer a Ronda das Adegas. Viemos até Atenor e gostamos mesmo muito do ambiente acolhedor desta aldeia. Na grande variedade de adegas, aproveitamos para comer umas chouriças assadas e provámos o vinho”, disse.
Outro casal, António Miguel e Angélica Silva, acompanhados do filho mais novo, Francisco, também foram estreantes na Ronda das Adegas. Nesta visita a Atenor, a jovem família que vive na Trofa, apreciou o concerto dos Pica Trilha e a visita ao Centro de Valorização do Burro de Miranda.
Questionado sobre que atividades gostariam de desenvolver se decidissem mudar-se para o planalto mirandês, esta jovem família respondeu que gostaria de dedicar-se à agropecuária, à apicultura e ao artesanato com materiais locais.
“Esta região, pelo sossego e pela beleza natural é um pedacinho de céu na terra!”, disse o jovem Francisco.
De Vizela, veio um grupo de jovens que apreciaram as danças dos pauliteiros, os petiscos e os vinhos da cooperativa Ribadouro e os concertos musicais.
Atuação dos Pauliteiros de Sendim, na XII Ronda das Adegas.
Dada a afluência de público de todo o país à Ronda das Adegas, Regina Nobre, presidente da Ribadouro, disse que o evento é uma oportunidade para apresentar os vinhos da cooperativa de Sendim.
“Ao longo dos três dias do evento decidimos promover os vinhos produzidos pela cooperativa Ribadouro, com destaque para as marcas Ribeira do Corso, Lhéngua Mirandesa e Pauliteiros”, disse.
Com o objetivo de contribuir para a evolução da Ronda das Adegas, a presidente da Ribadouro sugeriu que outros produtos locais como o azeite, o mel, compotas, frutos secos, doçaria tradicional, produtos hortícolas, fumeiro, artesanato, etc., também tenham a oportunidade de dar visibilidade ao que de melhor se produz no planalto mirandês.
Ana Ramalho, que tem acompanhado a Ronda das Adegas desde a primeira edição, elogiou a evolução e a divulgação do evento.
“Ao longo dos anos, a Ronda das Adegas tem crescido de forma sustentável, quer do lado da população local, que procura renovar os currais para a instalação das adegas. Do lado dos expositores, há cada vez mais gente a querer participar com a instalação de uma adega, com petiscos e bebidas. Destaco ainda a animação do evento que conta com a participação entusiasta de vários grupos locais”, destacou.
No entanto, Ana Ramalho chamou a atenção para o preocupante decréscimo do número de oficinas e dos ofícios artesanais no evento.
“Antigamente, havia uma grande variedade de oficinas para aprender a tocar gaita-de-foles, para aprender as danças dos pauliteiros, para cozer pão, para fazer queijo, para aprender a apicultura, etc. E a Ronda das Adegas distingue-se pela ruralidade que oferece como um todo: a natureza envolvente, o património edificado, o acolhimento das suas gentes, os ofícios e o artesanato, os jogos tradicionais, os produtos locais e os animais”, lembrou.
De acordo com a organização, na XII Ronda das Adegas participaram artesãos dos escrinhos, da cestaria, da olaria, da fiação da lã e do linho e os artigos em burel.
Picote: XIX Encontros Primavera permitiu ver a localidade com o olhar artístico
A localidade de Picote acolheu no fim-de-semana de 7, 8 e 9 de junho, a XIX edição dos Encontros Primavera, um evento cultural e científico, durante o qual os artistas e investigadores proporcionaram à população local, uma reflexão conjunta sobre o património natural e cultural existente, que culminou com a apresentação de obras artísticas.
Humberto Martins, docente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), mentor e organizador dos Encontros Primavera lembrou que este evento cultural e científico foi concebido em 2006, na cidade de Miranda do Douro, quando aí era lecionado o curso de antropologia, no pólo da UTAD.
“Na altura, este evento era um encontro científico, ao qual se associavam as artes, como o cinema. Este encontro era uma possibilidade de partilha de experiências e saberes entre os estudantes da Universidade Nova e do ISCTE, em Lisboa, e os alunos da UTAD”, recordou.
Em 2010, com o encerramento do polo da UTAD, os Encontros Primavera passaram a ser promovidos pelo Museu da Terra de Miranda, com o desenvolvimento de projetos expositivos no museu.
“Em 2014, a Frauga – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote associa-se de forma definitiva ao projeto e desde então os Encontros Primavera estão sedeados em Picote. A partir de 2018, começámos a desenvolver residências artísticas que se tornaram a marca distintiva deste evento, que atualmente são dirigidos pela curadora, Patrícia Geraldes, natural de Picote”, indicou.
Todos os anos, as Residências Artísticas proporcionam a estadia em Picote, de jovens artistas. Em várias edições já foram desenvolvidos trabalhos em áreas como artes visuais, artes plásticas, artes da paisagem, música, entre outras expressões artísticas.
Na edição deste ano e para assinalar o Cinquentenário do 25 de abril, o tema escolhido para os Encontros Primavera deste ano foi “Artes, Democracias e Futuros”.
De acordo com o presidente da Frauga – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote, Jorge Lourenço, os Encontros Primavera reúnem artistas e investigadores, com o propósito de estabelecerem relações com a natureza e a comunidade local e criarem obras artísticas.
Na edição deste ano, a artista, Isabel Carvalho, formada em Artes Plásticas, nas especialidades de Pintura e Literatura, desenvolveu um trabalho artístico relacionado com a ecologia.
“Com base nas experiências vividas em Picote desenvolvi um projeto no âmbito da poluição luminosa, com o objetivo de verificar se à noite ainda se avistavam a estelas. Para tal, quis verificar se a iluminação noturna da própria localidade e das localidades vizinhas ofuscavam ou não, o visionamento das estelas e dos astros”, explicou.
Esta questão foi trabalhada por Isabel Carvalho, numa obra artística e num texto, que foram apresentados no dia 9 de junho e estão agora em exibição no Eco Museu Terra Mater, em Picote.
“Concluí que à noite, as estrelas ainda são visíveis, mas a visibilidade é menor do que antigamente. Por isso, o texto ou manifesto da obra artística apela à instalação de candeeiros mais adequados, com uma menor intensidade de luz, para que seja possível ver e contemplar as estrelas no ambiente noturno”, disse.
Outros dos destaques dos XIX Encontros Primavera foi a conferência, no miradouro da Fraga do Puio, sobre o tema “Democracia, direito à arte e o lugar da criação artística na cidadania plena”. No decorrer desta conversa, os artistas e investigadores presentes em Picote, chamaram a atenção da comunidade local para a escassa diversidade cultural existente na região, que na perspectiva dos artistas não deve limitar-se à dança dos pauliteiros, à música tradicional e o folclore local.
“Sem desvalorizar as expressões culturais locais, pretende-se que as pessoas tenham contato com outras ofertas artísticas e culturais. Ao longo das várias edições dos Encontros Primavera verificámos que as pessoas aderem, por exemplo, às sessões de cinema e aos concertos, que depois dão aso à partilha de vivências e experiências”, justificaram os artistas.
Ao longo do fim-de-semana de 7, 8 e 9 de junho, o programa da XIX edição dos “Encontros da Primavera” incluiu outras atividades como uma prova comentada de vinhos, cinema ao ar livre, uma conferência caminhada, sessão de leituras e a apresentação do álbum musical “Amélias”, da compositora e cantora Amélia Muge.
Naso: Festa da Amizade juntou mais de um milhar de pessoas
No dia 10 de junho, mais de um milhar de pessoas participaram na Festa da Amizade, no Santuário de Nossa Senhora do Naso, uma iniciativa anual do município de Miranda do Douro, com o propósito de promover o convívio entre as pessoas idosas de todo o concelho.
O encontro dos idosos mirandeses iniciou-se com a celebração da missa campal, animada musicalmente pela Banda Filarmónica Mirandesa e o coro.
Na homília da missa, presidida pela padre Manuel Marques e concelebrada pelo padre Rufino Xavier, pároco de São Pedro da Silva, Granja e Fonte Ladrão, o sacerdote convidado sublinhou a importância da amizade, que se traduz em gestos concretos de proximidade, visita e companhia às pessoas que vivem em solidão, sobretudo nas aldeias e nos lares.
Após a missa, o município de Miranda do Douro presenteou as pessoas vindas de todas as freguesias do concelho de Miranda do Douro e dos lares de Miranda do Douro e de Malhadas, com um almoço-convívio, que foi animado com as atuações musicais da Banda Filarmónica Mirandesa e da Tuna da Universidade Sénior.
Para a presidente de município de Miranda do Douro, Helena Barril, a festa da amizade é um modo de expressar gratidão às gerações mais antigas do concelho.
“Em colaboração com as freguesias e as instituições queremos homenagear estas pessoas que com a sua vida, experiência e legado nos dão tanta sabedoria e nos ajudam a construir o caminho para as novas gerações de mirandeses e mirandesas”, disse.
A autarca de Miranda do Douro destacou ainda que a Festa da Amizade é uma oportunidade de encontro e de convívio entre as gentes do concelho de Miranda do Douro.
A Festa da Amizade prosseguiu ao longo da tarde do feriado de 10 de junho, com um baile no recinto do Santuário de Nossa Senhora do Naso, animado pelo grupo musical DM.