Vimioso: Semana para a Saúde e Bem Estar vai decorrer nas aldeias

De 22 a 26 de maio vai decorrer nas localidades de Matela, Santulhão, Carção e Argozelo, a II Semana para a Saúde e Bem Estar, uma iniciativa do município de Vimioso com o propósito de acompanhar e informar as populações, maioritariamente idosas, sobre cuidados a ter na promoção da saúde.

Segundo a vereadora, Carina Lopes, após a realização da I edição da Semana para a Saúde e Bem Estar, o município de Vimioso decidiu nesta nova edição, ir ao encontro das populações, maioritariamente pessoas idosas e que têm dificuldade em deslocar-se até à sede do concelho.

“Este ano, a Semana para a Saúde e Bem Estar vai decorer nas aldeias de Matela, Santulhão, Carção e Argozelo. No próximo ano, esta inciativa realizar-se-á noutras aldeias do concelho de Vimioso”, indicou a autarca.

Nas deslocações às aldeias, os técnicos da Cruz Vermelha Portuguesa vão esclarecer as populações locais sobre assuntos ligados à saúde e vão realizar rastreios a doenças como a hipertensão, a diabetes e o colesterol.

Segundo o município de Vimioso, estas sessões nas aldeias vão decorrer nos dias 22, 23, 24 e 25 de maio, em horário pós laboral, das 20h30 às 21h30, de modo a abranger o maior número dos habitantes de cada localidade.

Antevendo o périplo pelas aldeias, a vereadora do município de Vimioso fez questão de relembrar as dificuldades que as populações do concelho enfrentam, atualmente, no acesso aos serviços de saúde, por causa da falta de médicos de família e o moroso acesso às consultas de especialidade.

O programa de atividades da II Semana para a Saúde e Bem Estar contempla, no dia 24 de maio, uma intervenção sobre o bullying, no Agrupamento de Escolas de Vimioso. Recorde-se que o bullying é o conjunto de comportamentos agressivos, de ordem física ou moral, perpetrados de forma intencional e repetida, que são adotados por uma ou mais pessoas contra alguém considerado mais vulnerável, sobretudo em contexto escolar.

O encerramento da II Semana para a Saúde e Bem Estar ocorre no dia 26 de maio, com uma visita às Termas de Vimioso e uma palestra sobre a importância da saúde termal para o bem estar.

“Com esta iniciativa também queremos continuar a promover as Termas de Vimioso. Alguns dos participantes nesta atividade vão ser os alunos do curso técnico superior profissional em Termalismo e Bem Estar, ministrado pelo Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e que está a decorrer pelo primeiro ano, em Vimioso”, disse.

A Semana para a Saúde e Bem Estar é uma iniciativa conjunta da Cruz Vermelha Portuguesa e do município de Vimioso, que conta com o apoio do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

HA

Miranda do Douro: Terra de Miranda comemora Dia Internacional dos Museus

De 18 maio a 20 de maio, o Museu da Terra de Miranda vai comemorar o Dia Internacional dos Museus, com um programa de atividades, no qual se destaca a feira de antiguidades, uma oficina lúdica para aprender a língua mirandesa e um espetáculo de vídeo mapping, na praça D. João III.

Referindo-se à pertinência de celebrar o Dia Internacional dos Museus (18 de maio), não obstante as obras que decorrem nas instalações do Museu da Terra de Miranda, a diretora, Celina Pinto, sublinhou a importância deste espaço museológico para a promoção da identidade do território.

“Apesar das obras em curso, o MTM continua a funcionar provisoriamente nas instalações do antigo Paço Epsicopal. Enquanto estão a decorrer as obras, fazemos questão de providenciar um espaço para que a equipa do museu continue ativa e a prestar informações ao público que nos visita”, respondeu.

De acordo com a diretora do museu, este ano, o grande destaque da comemoração é a projeção de um vídeo mapping, que narra a ligação do museu ao território e que será projetado no sábado, dia 20 de maio, na praça Dom João III.

“Trata-se de uma projeção, na fachada da Câmara Municipal de Miranda do Douro, que vai dar a conhecer ao público, o futuro Museu da Terra de Miranda. Com as obras de remodelação e ampliação em curso, este espaço museológico vai ser mais interativo, moderno e voltado para o território”, informou.

Outro dos destaques da comemoração, é a continuidade da Feira de Antiguidades, que este ano vai realizar-se no exterior do antigo Paço Episcopal, onde funcionam provisoramente os serviços do museu. Segundo Celina Pinto, a continuidade da feira de antiguidades, em Miranda do Douro, pretende incutir no público o interesse pela salvaguarda e conservação dos objetivos antigos, que, na opinião da diretora, despertam cada vez mais o interesse em várias faixas etárias.

No mesmo sentido de salvaguarda, mas com um objeto diferente, o programa inclui ainda a oficina “Mirandês Çtrabado”, uma atividade que pretende preservar e ensinar a língua mirandesa, através de atividades lúdicas, como é a música.

Outra atividade na comemoração do Dia Internacional dos Museus, é dedicada ao ciclo da lã, proveniente dos ovinos desta região, a raça autóctone churra galega mirandesa.

“Através de uma oficina prática, queremos dar a conhecer ao público as várias fases de manuseamento e transformação da lã, desde a tosquia, o cardar e fiar, até ao tingimento e à confecção de peças de vestuário”, explicou.

No sábado, dia 20 de maio, outro dos destaques do programa é a conferência que vai decorrer no Ecomuseu – Terra Mater, em Picote, dedicada ao tema “Língua, património cultural, ambiente, desenvolvimento e ecomuseologia”. Sobre esta conferência, Celina Pinto sublinhou a importância do Museu da Terra de Miranda colaborar com outras instituições e entidades locais, na promoção de um território comum.

Relativamente às obras de remodelação e ampliação do MTM, a diretora informou que estão a decorrer a bom ritmo e prevê-se que estejam concluídas no final de dezembro de 2023.

“Após a conclusão das obras estruturais, seguem-se os trabalhos de desenvolvimento do discurso museológico, que vão decorrer ao longo de alguns meses, pelo que antevejo que o Museu da Terra de Miranda possa abrir as portas ao público no decorrer do ano 2024”, indicou.

Recorde-se que as obras no Museu da Terra de Miranda (MTM), representam um investimento de cerca 1,1 milhão de euros, cofinanciados pelo Programa Operacional Norte 2020 e resultam de uma candidatura apresentada pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN).

O vídeo mapping vai ser projetado no sábado, às 22h00, na praça Dom João III, em Miranda do Douro.

HA

Agricultura: Candidaturas ao Pedido Único prolongadas até 14 de julho

Através de um comunicado, o Ministério Agricultura e Alimentação e o Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas (IFAP), I.P. anunciaram o prolongamento do prazo das candidaturas ao Pedido Único, até ao dia 14 de julho.

A tutela e o IFAP “decidiram alargar o prazo das candidaturas ao Pedido Único, do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum, até dia 14 de julho”, sendo que “além deste alargamento, termina também o período de candidaturas com penalização e o período de modificação de candidaturas”.

Esta decisão, lê-a na mesma nota, “foi tomada em conjunto com a Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Confederação Nacional dos Jovens Agricultores e do Desenvolvimento Rural (CNJ), Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, CCRL (Confagri)” numa reunião realizada a 11 de maio, no Ministério da Agricultura e Alimentação, destacou.

Segundo a tutela, “este prazo é concedido de forma a que o adiantamento dos pagamentos em outubro possa acontecer de acordo como calendário regulamentar”. De momento, está para aprovação na Comissão Europeia o pedido que foi feito pelo Ministério da Agricultura e Alimentação para aumento das percentagens de adiantamento para 70% nos pagamentos diretos em relação às ajudas à produção e 85% nas medidas de desenvolvimento rural”.

“É do conhecimento geral que estamos perante um novo processo de candidaturas, o que representa um desafio para todo o setor, da administração pública aos agricultores, e como em qualquer mudança” há um período “de adaptação e assimilação de novos métodos, de novas exigências e em especial de novos apoios”, disse a ministra Maria do Céu Antunes, citada na mesma nota.

“Tendo já decorrido parte substancial do período de candidaturas, os organismos do Ministério têm recebido de agricultores, associações e confederações, sinalizações de constrangimentos, cuja resolução tem assegurado, a cada dia que passa, um maior fluxo de submissões”, referiu a governante.

“No entanto, a nossa grande preocupação é não deixar ninguém de fora e por isso mesmo decidimos prolongar o prazo de entrega das candidaturas até dia 14 de julho. Este prolongamento não coloca em causa o pagamento dos adiantamentos que vai ser feito em outubro, como previsto”, garantiu. 

Fonte: Lusa

Investigação: Governo lança programa de financiamento à ciência

Em julho, o Governo vai apresentar um programa de financiamento, para que as instituições de ensino superior possam admitir doutorados, com contratos precários, para carreiras como investigadores ou docentes, informou a ministra da tutela.

Este programa é cofinanciado por fundos europeus e vai ser lançado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), acrescentou a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato.

“Ainda estamos em negociação, porque vai ser um programa cofinanciado” por fundos europeus e o número de doutorados que podem ser abrangidos vai ser determinado “em função do cofinanciamento”, adiantou.

Ainda assim, admitiu a governante, este programa para “combater a precariedade” na área da ciência e do ensino superior pode abranger “um número na casa dos 1.000” doutorados.

Segundo a ministra, no âmbito do programa, o Governo vai assinar um contrato-programa com as instituições de ensino superior e são as entidades que, no âmbito da sua autonomia, “vão definir quantos investigadores e docentes querem de carreira”.

“Queremos dar liberdade às instituições para, no âmbito da sua estratégia científica e pedagógica, admitirem parte dos doutorados que estão em situação de precariedade para uma posição de carreira como investigador ou na área da docência”, vincou.

Elvira Fortunato assinalou que esta medida “está muito direcionada” para os investigadores contratados ao abrigo da norma transitória, mas vincou que a precariedade nesta área não se restringe a estes.

“Há muitos outros investigadores que, até por questões de dias ou semanas, não conseguiram ter a sua bolsa convertida em contrato e temos também investigadores que são contratados ao abrigo de projetos europeus das instituições”, sublinhou.

Considerando que o programa vai ajudar a diminuir a precariedade, a ministra referiu que “a FCT tem que continuar a financiar investigadores que se acabam de doutorar e que querem também ter uma carreira na investigação e depois sair”.

“Todos estes financiamentos no âmbito do emprego científico são, no fundo, uma plataforma. Há uns que queremos manter, mas há outros que não podem ficar”, porque, caso contrário, “não conseguimos financiar todos”, acrescentou.

A governante participou no encerramento do ciclo de conferências “Caminhos do conhecimento”, realizado em Évora, integrado nas celebrações do Dia Nacional dos Cientistas, que se assinalou a 16 de maio.

Neste dia, algumas centenas de cientistas reuniram-se junto à reitoria da Universidade de Lisboa numa manifestação contra a precariedade laboral, alertando que a ciência não se faz com bolsas e contratos a prazo.

Os participantes no protesto, que incluiu uma marcha até ao Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, empunhavam cartazes com as inscrições “Pela defesa dos direitos profissionais” ou “Doutoramento é trabalho”.

A manifestação, promovida por várias organizações e estruturas sindicais, realizou-se no Dia Nacional dos Cientistas.

Fonte: Lusa

Sociedade: Teste online avalia dependência dos jovens da internet

Um teste online vai avaliar o risco de dependência da Internet entre os jovens, numa iniciativa concebida pelo projeto Geração Cordão e pelo Ispa – Instituto Universitário.

Na data em que se assinala o Dia Mundial da Internet, 17 de maio, o teste online vai fazer uma análise dos hábitos de consumo das tecnologias e da Internet entre os utilizadores mais jovens.

Segundo a coordenadora do projeto Geração Cordão e investigadora do Ispa, Ivone Patrão, o estudo vai analisar a perceção do comportamento online.

“O teste é uma ferramenta útil para as famílias e os professores aferirem o risco de dependência dos jovens. Esta avaliação é importante, sobretudo para que, em caso de intervenção de um psicólogo, já tenhamos uma avaliação inicial do risco de dependência online, refere Ivone Patrão.

De acordo com o comunicado, o teste vai estar disponível no site do projeto Geração Cordão (www.geracaocordao.com) e visa contribuir para reduzir a excessiva dependência da Internet entre os jovens.

Segundo estudos recentes, a utilização excessiva da Internet está associada a mudanças de humor e a impacto negativo nas interações familiares e sociais, bem como repercussões ao nível da alimentação, do sono e da qualidade do desempenho escolar.

Através de um estudo realizado em fevereiro pelo projeto Geração Cordão, em parceria com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, Ivone Patrão traçou um perfil do utilizador com maior dependência online.

O perfil aponta para um utilizador com idade entre os 16 e os 21 anos, do sexo masculino, com frequência do secundário, entrada no mundo ‘online’ aos oito anos, que não pratica exercício físico, tem um rendimento escolar mais baixo, não namora, está mais de seis horas diárias na internet, envia e recebe dados íntimos (sexting), joga online e é vítima ou agressor (cyberbullying).

O projeto Geração Cordão foi criado em 2010, na sequência da experiência clínica e da investigação profissional na área dos comportamentos e dependências online.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Artistas espanhóis expõem na Casa da Cultura Mirandesa

Em Miranda do Douro, de 13 de maio até 14 de julho, a Casa da Cultura Mirandesa tem em exposição os trabalhos de pintura e escultura, dos artistas espanhóis Satur Vizán, Fernando Lozano Bordell e Javier Rodanés.

Os pintores Satur Vizán e Fernando Lozano são considerados dois conceituados aquarelistas e nesta exposição conjunta em Miranda do Douro, mostram os seus trabalhos, juntamente com as esculturas do madrileno, Javier Rodanés.

As pinturas de Satur Vizán captam imagens do dia-a-dia na sociedade espanhola, como são as animadas conversas entre homens e mulheres, sentados na esplanada duma praça ou jardim, observando, falando ao telemóvel ou apenas refletindo. Segundo a crítica, as obras de Vizán, parecem ser autênticas fotografias.

Por sua vez, Fernando Bordell, é considerado um mágico da água e da cor. Nas suas aquarelas cria ambientes naturais que não deixam ninguém indiferente. O pintor é capaz de captar e transmitir a cíclica transformação que se opera na natureza. Através da cor, mostra a consistência de troncos e raízes, mas também a exuberância das rosas e o seu murchamento.

Finalmente, o escultor, Javier Rodanês, nos seus trabalhos sobre o ferro ou o bronze remete o público para o mundo da Grécia Antiga e a África Negra. Instrumentos como os capacetes e estátuas de hoplitas, gladiadores e ginastas narram a historia da civilização.

A exposição de Pintura e Escultura Espanhola vai estar patente ao público, na Casa da Cultura Mirandesa, até ao dia 14 de julho.

HA

Miranda do Douro: Município investe na requalificação dos edifícios municipais

Em Miranda do Douro, estão a decorrer obras de requalificação de vários edifícios municipais, entre os quais a biblioteca municipal, o cemitério ou a Escola Básica (EB1), intervenções que segundo o executivo municipal, fazem parte da estratégia de preservação e valorização do património existente.

De acordo com a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, a biblioteca municipal António Maria Mourinho, instalada no antigo convento dos Frades Trinos, carecia de manutenção desde a data de inauguração como biblioteca, a 10 de julho de 2003.

Segundo a autarca, no exterior da biblioteca estão a realizar-se trabalhos de limpeza das paredes graníticas do edifício. Já no interior do edifício, vai proceder-se à reinstalação do sistema elétrico e ao reboque e pintura das paredes. Segundo o município de Miranda do Douro, as obras na Biblioteca Municipal implicam um investimento de 162 mil euros.

“A data prevista para a reabertura da biblioteca municipal é o próximo dia Dia da Cidade, a 10 de julho”, informou a autarca.

Outro equipamento que está a ser requalificado em Miranda do Douro é o cemitério municipal, onde estão a ser realizados trabalhos de limpeza e reboco dos muros.

“No interior do cemitério vão ainda ser construídos passeios para facilitar a mobilidade das pessoas”, acrescentou a autarca.

Quanto à intervenção que está a decorrer na Escola Básica (EB1) de Miranda do Douro, Helena Barril, indicou que a intervenção é sobretudo no âmbito da eficiência energética.

“O edifício da escola vai beneficiar do revestimento térmico exterior, o chamado capoto. E vão ser mudadas as caixilharias”, especificou.

Ao projeto inicial, o novo executivo acrescentou obras no interior da EB1, concretamente na secretaria e na remodelação da cozinha, que vai ser totalmente remodelada, com a substituição dos equipamentos.

Segundo o município de Miranda do Douro, as obras na EB1 deverão estar concluídas a 31 de dezembro de 2023.

Relativamente ao projeto de requalificação da rua das Arribas, Helena Barril, informou que as anomalias detectadas na estrutura do miradouro já foram corrigidas.

“Por razões de segurança para o público, os técnicos do município verificaram que a base do miradouro tinha que levar espigões para assentar em rocha firme. Feitas as correções, as obras de instalação do miradouro devem estar concluídas no final de junho”, indicou.

Referindo-se a outras obras, a autarca de Miranda do Douro, adiantou que já estão consignados o projeto de florestação “8 mil árvores, 8 mil habitantes” e o projeto do “Pulmão verde da cidade”.

“Também estão em vias de ser entregues as obras da zona industrial de Miranda do Douro, localizada em Duas Igrejas e a despoluição do rio Fresno”, avançou.

Para concluir, a presidente do município de Miranda do Douro assegurou que até ao final do corrente ano de 2023 vai ser lançado o concurso, para a construção do matadouro intermunicipal.

HA

Agricultura: “Portugal não tem falta de água mas adia decisões como fez com aeroporto” – CAP

O presidente da Confederação dos Agricultores (CAP) assegurou que Portugal não tem falta de água, mas que adia a decisão sobre este recurso, tal como fez com o aeroporto, criticando a falta de visão para travar o avanço do deserto.

“Portugal não tem falta de água, não está é a ter capacidade de gerir a água convenientemente para que não haja escassez”, assegurou o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, pouco antes de deixar o cargo e passar para a mesa da assembleia-geral.

O representante dos agricultores criticou a “falta de visão” do Governo sobre esta matéria, lembrando que a CAP apresentou um documento, chamado “Ambição Agro 2020-30”, no qual identificou os sete principais eixos que necessitam de intervenção, com o impulso dos fundos europeus, trabalhados por cientistas e técnicos que não pertencem ao setor.

Entre as sete áreas abordadas, estão a água e a seca, mas nem estes ou os restantes temas foram aproveitados pelo Governo, lamentou Eduardo Oliveira e Sousa.

“Às tantas, veio a notícia de que havia um reforço da verba que vinha para Portugal [no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência – PRR], de 1.634 milhões de euros e, assim que soubemos, até porque no PRR o setor agrícola tinha ficado excluído, lançámos uma dica ao senhor primeiro-ministro para que aproveite esses 1.634 milhões de euros e os dedique à questão dos recursos hídricos em Portugal”, referiu.

A ideia, segundo a CAP, era estudar os recursos hídricos em todos os setores e fins, de modo a Portugal ficar protegido contra a seca e contra os incêndios, “mas não aconteceu nada”, adiando Portugal as decisões sobre a água, tal como aconteceu com o aeroporto.

“Agora estão quase obrigados a tomar uma decisão [sobre o aeroporto], depois de quase 50 anos a estudar, dizem”, constatou o presidente da CAP, avisando que Portugal não tem esse tempo no que concerne à seca.

A confederação dos agricultores disse ainda que o ano foi altamente chuvoso, o que permitiu encher a grande maioria das barragens, e que bastava aproveitar 1% da água que, no inverno, corre do rio Tejo para o mar para melhorar substancialmente o problema e “travar o avanço do deserto”.

Eduardo Oliveira e Sousa alertou também para o perigo de Portugal ter território abandonado “de pessoas e atividades económicas”, que se transforma em “pasto para as chamas”, pedindo que o mundo rural seja mais acarinhado pelo poder político do que aquilo que tem sido até agora.

O mundo rural “não é só a tradição, os enchidos e os queijos e a paisagem”, tem que haver 5G (quinta geração de redes móveis) no “ponto mais recôndito” para que um jovem empreendedor consiga levar em diante a sua ideia no meio de um mercado global, apontou, vincando que, se esse mesmo empreendedor não tiver água, escolas e internet de qualidade, nem sequer pensa em ir para esses locais.

“É esta visão, que conjuga uma união de matérias, que faz um mundo rural vivo e isso não está no léxico, nos objetivos e na visão dos nossos governantes e eu tenho muita pena”, afirmou.

A 8 de maio, o Ministério da Agricultura e da Alimentação, tutelado por Maria do Céu Antunes, reconheceu a situação de seca severa e extrema em cerca de 40% do território nacional.

Num comunicado, o ministério garantiu ter sinalizado a situação junto da Comissão Europeia, acrescentando que a adoção de um conjunto de medidas está sempre dependente da “luz verde” de Bruxelas.

De acordo com o índice ‘PDSI – Palmer Drought Severity Index’, citado pelo Governo, no final de abril, verificaram-se 40 municípios na classe de seca severa e 27 em seca extrema, o que corresponde a cerca de 40% do território.

Fonte: Lusa

Ambiente: Barragens de regadio à espera de luz verde

Há vários anos que a região de Trás-os-Montes tem vários projetos de barragens de regadio à espera de financiamento ou licenciamento, segundo foi salientado na sessão de preparação de um plano regional de combate à seca.

Do Vale da Vilariça a Vimioso são várias as barragens projetadas, que continuam à espera de luz verde do Governo.

“Infelizmente as coisas demoram imenso tempo”, afirmou o presidente da Câmara de Vimioso, Jorge Fidalgo, que tem pensado “há 15 anos” um plano de regadio para este concelho, que continua por concretizar.

“Ou porque não há financiamento ou porque o licenciamento é difícil”, os projetos não avançam e o autarca aproveitou a presença dos secretários de Estado do Ambiente e da Agricultura, em Alfândega da Fé, para apelar ao Governo que agilize os mecanismos de licenciamento para que estes investimentos possam avançar.

Outro projeto à espera é o do alteamento da barragem da Burga, a que assegura a maior área de regadio do Vale da Vilariça, e que espera por obras para aumentar a capacidade de armazenamento.

O secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, afirmou que a tutela está “a fazer o ponto da situação” e que está a ser finalizado o projeto de execução”.

O que empatou o projeto, disse, “foi apenas uma questão de análise do ponto de vista de impacto ambiental”.

“O projeto já teve o licenciamento devido, agora seguirá os trâmites normais. Agora depende daquilo que são os concursos públicos do seguimento da obra e da execução”, acrescentou.

O atraso é motivo de preocupação para Fernando Brás, o presidente da associação de regantes de um dos vales mais férteis do país, o da Vilariça, que lamenta haver um “parecer favorável há mais de dois anos e não haver desenvolvimento significativo”.

“É algo que nos preocupa muito porque precisamos de aumentar a capacidade de armazenamento de água”, sublinhou, acrescentando que ficou ainda mais preocupado com a vala aberta no coroamento da barragem para passagem das condutas da rede de abastecimento a algumas populações do concelho de Vila Flor.

Aquele troço foi desviado, mas as condutas continuam enterradas no coroamento da barragem, uma questão que só será resolvida com o alteamento, segundo disse.

À espera há cinco anos estão também três barragens para regadio e um investimento de 30 milhões de euros no concelho de Bragança.

O presidente da Câmara, Hernâni Dias, contou que lhe foi dito hoje, na reunião em Alfândega da Fé, que as três barragens (Rebordãos, Calvelhe e Parada) “não foram financiadas porque não havia dotação financeira e foi necessário fazer opções para outros locais”.

O autarca espera que agora “haja essa vontade por parte do Governo de financiar essas barragens para o setor agrícola”.

Fonte: Lusa

Ambiente: Trás-os-Montes avança com plano para seca

A região de Trás-os-Montes deu o primeiro passo para a elaboração de um plano de combate à seca, que junta entidades locais e o Governo na procura de soluções.

Os secretários de Estado da Agricultura e do Ambiente reuniram-se, em Alfândega da Fé, com os autarcas e entidades locais para “lançar as bases do Plano de Eficiência Hídrica para Trás-os-Montes”.

“Temos mais água do que tínhamos no ano passado, mas temos de nos preocupar com este recurso e olhar para o futuro”, afirmou o secretário do Estado do Ambiente, Hugo Pires, indicando que municípios e Governo irão “desenhar as soluções que deem mais resiliência a este território”.

Segundo disse, o plano deverá contemplar regadio, barragens, novas charcas e agregação de municípios a sistemas que existem para abastecimento humano.

O plano para mitigar os efeitos da seca começou a ser discutido numa altura em que a região transmontana não tem “nenhum problema de abastecimento de água”, ao contrário do que aconteceu no ano passado.

“Temos a água garantida”, afiançou, apontando como exemplo uma barragem que no ano passado estava “a 13%, este ano está a 80%”.

Mais crítica é a situação no setor agrícola com a falta de pastagens para animais, o que já levou a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) a reclamar a declaração de seca extrema para a região de Trás-os-Montes, para que os agricultores possam ser apoiados.

O secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, afirmou que o Governo está “a fazer o acompanhamento climático da região” para se poder pronunciar relativamente à declaração de seca regional.

“Assim que o podermos fazer, será feito e serão determinadas as medidas necessárias para que os agricultores da região possam ser apoiados para tentar minimizar os impactos desta questão”, disse, esclarecendo que será necessário “aguardar dois meses de seca contínua regional”, de acordo com as orientações europeias.

O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo, defendeu que os agricultores têm razão de queixa e acompanhou a reivindicação de ajudas.

Embora tenha corroborado que o consumo humano está garantido este ano, Jorge Fidalgo não descarta a necessidade de serem tomadas medidas municipais de contingência como as que pretende adotar no concelho onde é presidente, Vimioso, no distrito de Bragança.

Entre essas medidas estão “dizer às pessoas que há determinados consumos que não podem ser efetuados, nomeadamente as regas, algumas lavagens, ou seja a água deve ser usada exclusivamente para o consumo humano”.

A CIM Terras de Trás-os-Montes encomendou a uma empresa um estudo sobre o potencial hidroagrícola da região, que o presidente espera venha a ser entregue “ainda durante o verão”.

Jorge Fidalgo espera também que “as medidas que [o estudo] vier a preconizar possam ter financiamento e que possam contribuir para este plano” de combate à seca, que irá ser desenhado entre os municípios e o Governo.

Fonte: Lusa