Bragança-Miranda: Centro de Conservação e restauro da diocese assinala 7º aniversário
O Centro de Conservação e Restauro da Diocese de Bragança-Miranda (CCR), localizado em Sendim, assinalou no dia 10 de março, o sétimo aniversário de atividade no restauro e preservação do património religioso e cultural da diocese transmontana.
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O centro está situado em pleno nordeste transmontano, na vila de Sendim, concelho de Miranda do Douro, e conta com a “colaboração permanente de técnicos especializados, com formação académica superior e experiência profissional nas áreas de talha dourada e policromada, escultura em madeira policromada, pintura de cavalete e sobre tábua, pintura mural, azulejaria, entre outras”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
Nos primeiros meses de 2021, os técnicos do Centro de Conservação e Restauro realizaram uma intervenção no retábulo-mor da Capela do Santuário de Nossa Senhora do Amparo, em Mirandela, que foi financiada pelo município e teve também uma intervenção em talha dourada e policromada.
Posteriormente, destaca-se a intervenção na pintura mural a fresco da Capela de Nossa Senhora do Areal (Agrochão, concelho de Vinhais), que apesar de já relatada a sua existência num artigo de Belarmino Afonso “encontrava-se oculta por um retábulo”.
Posta novamente a descoberto, após a desmontagem do retábulo para tratamento, não poderia deixar de ser conservada e mantida.
Paralelamente a estas intervenções, o Centro de Conservação e Restauro procedeu à conservação do retábulo-mor da Capela de Nossa Senhora de Jerusalém de Sendim da Serra (Alfândega da Fé), retábulo barroco do século XVIII, em talha dourada, que se prolongou por cinco meses.
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“Seguimos com mais duas intervenções em retábulos, na Igreja de São Martinho da Ervedosa (Vinhais) e na Igreja de São Miguel de Agrobom (Alfândega da Fé). Relativamente ao retábulo-mor da paróquia de Ervedosa, a intervenção pautou, principalmente, pela devolução da autenticidade e originalidade do retábulo, que se encontrava desvirtuado por intervenções anteriores pouco adequadas, pelo que envolveu, além de outros, um tratamento intensivo de remoção de repinte e reposição da mesa de altar e sacrário ao local original”, descreve Joana Afonso.
Quanto ao retábulo-mor da paróquia de Agrobom, que se encontra à data na fase final de intervenção, trata-se de «um retábulo barroco do século XVIII, em talha dourada», salienta a diretora do Centro de Conservação e Restauro, «no qual é de evidenciar o avançado estado de degradação em que nos chegou, quer a nível estrutural, quer a nível de policromia, correndo o risco de dia após dia se perder».
Por fim, e ainda em fase de tratamento, realça-se uma pintura sobre tábua, que retrata a Última Ceia, pertencente ao espólio do Seminário Diocesano de São José, em Bragança, «intervenção particularmente desafiante e meticulosa» devido a vários danos estruturais revelados.
«Durante os primeiros tratamentos foi percetível a existência de uma camada de repinte, que à data se encontra em processo de remoção de modo a deixar à vista a pintura original e que nos próximos meses estará terminada», frisa a responsável.
Fonte: Ecclesia