Mogadouro: Hospital Terra Quente abre a 15 de setembro

Mogadouro: Hospital Terra Quente abre a 15 de setembro

A antiga cantina escolar de Mogadouro foi transformada num polo do Hospital Terra Quente (HTQ), uma nova unidade de saúde que vai abrir a 15 de setembro e tem como missão ministrar consultas de especialidade às populações, evitando assim longas deslocações a outras localidades.

“Este polo do HTQ é resultado de uma parceria com o município de Mogadouro. Esta unidade está instalada na antiga cantina da Escola Secundária, edifício que foi requalificado e adaptado para fins de saúde, com várias salas e gabinetes clínicos totalmente equipados para receber utentes e profissionais”, disse o presidente do Conselho de Administração do HTQ, Manuel Lemos.

Segundo o responsável, “a decisão de abrir este novo polo resulta da identificação de uma necessidade real da população local, que enfrenta constrangimentos de acesso a cuidados de saúde diferenciados e de especialidade, muitas vezes devido à distância geográfica ou à escassez de oferta”.

“Acreditamos que o interior precisa de respostas inteligentes, funcionais e próximas. Este polo foi concebido para servir com dignidade e qualidade, sem substituir o que já existe, mas reforçando a capacidade de resposta onde ela é mais necessária”, indicou.

Segundo Manuel Lemos, o Polo de Mogadouro do HTQ “não pretende replicar estruturas hospitalares existentes, mas sim complementar a resposta de saúde local com serviços resolutivos, integrados e acessíveis”.

Esta nova unidade de saúde vai disponibilizar serviços de enfermagem, posto de colheitas, consultas de especialidade e exames intracapsulares.

“Todos os utentes terão a possibilidade de ser integrados na rede da Terra Quente Saúde, beneficiando de um percurso clínico articulado com os Hospitais de Mirandela e Bragança”, vincou o administrador.

O polo de Mogadouro disponibiliza várias especialidades médicas que respondem às principais necessidades identificadas na região, nomeadamente cardiologia, cirurgia geral, medicina geral e familiar, neurologia, ortopedia, otorrinolaringologia entre outras.

“Estas especialidades serão asseguradas por profissionais qualificados e integrados na rede do grupo, permitindo um acompanhamento próximo e coordenado com outras unidades”, indicou o grupo HTQ.

O polo de Mogadouro do HTQ funcionará com um conjunto alargado de convenções com o SNS e subsistemas do estado e acordos com seguradoras, facilitando o acesso dos utentes a consultas e exames.

Nos primeiros dias após a inauguração, que acontece a 15 de setembro, a unidade vai disponibilizar rastreios médicos gratuitos à população, incluindo uma breve avaliação geral do estado de saúde e avaliação de risco cardiovascular.

Fonte: Lusa

Ensino: Início do ano letivo 2025/2026

Ensino: Início do ano letivo 2025/2026

No novo ano letivo 2025/2026, as aulas começam esta quinta-feira, dia 11 de setembro e em quase todas as escolas (98%) há professores para todas as disciplinas, segundo o ministério da Educação.

O arranque do ano letivo acontece até 15 de setembro, mas muitas escolas abrem já esta quinta-feira, dia 11, para receber os alunos.

A falta de professores volta a marcar o regresso às aulas, numa altura em que milhares de estudantes não têm professor atribuído a, pelo menos, uma disciplina.

Segundo o ministro da Educação, Ciência e Inovação, em pelo menos 98% das escolas os alunos terão aulas a todas as disciplinas, mas existem ainda cerca de mil horários completos por preencher.

O número de alunos sem todas as disciplinas ainda não foi contabilizado, mas, em entrevista à Antena 1, Fernando Alexandre garantiu que as necessidades das escolas “são muito inferiores” aos professores ainda não colocados.

Há “mais de 20 mil professores profissionalizados não colocados”, disse o governante, reconhecendo que a maioria vive no norte do país e as necessidades são essencialmente nas zonas de Lisboa, Alentejo e Algarve, onde os custos da habitação e de deslocação são incomportáveis.

Entretanto, o Governo abriu um concurso extraordinário com quase 1.800 vagas para fixar docentes nas zonas com maior carência, mas os resultados só serão conhecidos depois do início das aulas. 

Além dos professores, as escolas confrontam-se, este ano, também com a falta de mediadores linguísticos e culturais para apoiar à integração dos alunos imigrantes.

Depois de, no ano letivo passado, terem contratado mais de duas centenas de mediadores já durante o 2.º período, as escolas vão poder reforçar-se com mais profissionais, mas esse recrutamento ainda está a decorrer.

Mesmo aquelas que já contavam com o apoio de mediadores vão ter de realizar novas contratações, uma vez que não foi possível renovar os contratos que terminaram em agosto, lamentou, na quarta-feira, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, em declarações ao Lusa Extra, podcast da agência Lusa que será divulgado na sexta-feira. 

Nos dois últimos anos letivos, as escolas duplicaram o número de alunos estrangeiros – que são agora mais de 140 mil – e que vão começar as aulas sem o apoio destes mediadores culturais e linguísticos.

Já do lado dos professores, o novo ano começa com a expectativa da muito antecipada revisão do Estatuto da Carreira Docente. 

O processo negocial não chegou a começar, devido à queda do primeiro Governo liderado por Luís Montenegro, mas o ministro da Educação prometeu voltar a sentar-se à mesa com os sindicatos em setembro para dar início às negociações. 

Fonte: Lusa | Foto: HA

Vimioso: Autarcas transmontanos reclamam mais meios para prevenir incêndios

Vimioso: Autarcas transmontanos reclamam mais meios para prevenir incêndios

Esta quarta-feira, dia 10 de setembro, os autarcas da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) reuniram-se em Vimioso, tendo o presidente, Pedro Lima, adiantado que os nove municípios pretendem mais meios financeiros para implementar planos de prevenção de incêndios.

A reunião dos autarcas transmontanos decorreu no auditório do pavilhão multiusos, em Vimioso, onde o presidente da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), Pedro Lima, explicou que estas reuniões são mensais.

“Os autarcas dos nove concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais reuném-se mensalmente. As reuniões são rotativas, ou seja, acontecem em todos os nove concelhos, sendo um ótimo exemplo de descentralização e de promoção de cada município”, começou por dizer.

O tema em destaque da reunião foram os incêndios que devastaram floresta, propriedades e bens em alguns concelhos da CIM-TTM. A reunião em Vimioso contou com a presença da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Norte (CCDR-N), que quis auscultar os autarcas sobre os prejuízos causados pelos incêndios nas explorações agrícolas afetadas.

“Na reunião os vários municípios da CIM-TTM expressaram determinação em fazer mais na área da prevenção dos fogos florestais. Para que isso aconteça, é necessário que os municípios participem na definição do plano de prevenção e na obtenção de meios financeiros para o implementar. Queremos apostar mais na prevenção, para aliviar o combate aos incêndios”, afirmou o também autarca de Vila Flor, Pedro Lima.

Questionado sobre outros grandes desafios do nordeste transmontano, Pedro Lima, referiu que de um modo geral, os municípios enfrentam as mesmas dificuldades como o despovoamento, a falta de quadros qualificados e a dificuldade em fixar a população jovem.

“No âmbito da agricultura, os municípios do nordeste transmontano estão a realizar diligências junto do governo para desenvolver projetos no aproveitamento da água para fins agrícolas. Há um investimento de 400 milhões de euros, a ser aplicados em vários anos, que faz parte da estratégia nacional ‘Água que Une’ e que visa desenvolver o setor agrícola nos vários concelhos”, indicou.

Ainda no setor agrícola e pecuário, Pedro Lima, recordou que a Comunidade Intermunicipal está a desenvolver a marca Trás-os-Montes, que conta atualmente com mais de 300 produtos endógenos desta região.

“Os produtos regionais como o azeite, cabrito transmontano, cordeiro mirandês, enchidos, compotas e frutos, mel, pão e doces, queijos, vinhos e outros produtos não alimentares são o que de melhor caracteriza a região de Trás-os-Montes”, destacou.

Para enfrentar a dificuldade em fixar os jovens na região, o presidende do município de Vila Flor, referiu que cada um dos nove municípios da CIM-TTM procura implementar outras medidas como a atribuição de bolsas universitárias, habitação acessível e outros apoios.

“Para incentivar e apoiar os jovens a enveredar pela atividade agropecuária em Trás-os-Montes estamos em conversações com a Associação Portuguesa de Jovens Agricultores, para criar a figura do Jovem Empresário Agrícola. Com esta medida pretende-se que facilitar e apoiar o investimento para iniciar a atividade agrícola”, disse.

No âmbito dos transportes e da mobilidade, o autarca de Vila Flor referiu-se ao projeto comum do sistema de transportes públicos, regulares e flexíveis, assegurado por 90 autocarros.

“Dadas as longas distâncias entre os nove concelhos da CIM-TTM e a diminuição de utentes nos transportes públicos, desenhamos uma resposta inclusiva, para que as pessoas tenham acesso a transportes públicos dentro do território da CIM-TTM”, indicou.

Os nove municípios das Terras de Trás-os-Montes situam-se no nordeste transmontano e abrangem uma área de cerca de 5538 km2.

HA

Bragança-Miranda: Capuchinhos visitam em autocaravana as paróquias da diocese

Bragança-Miranda: Capuchinhos visitam em autocaravana as paróquias da diocese

A 9 de setembro, os frades Capuchinhos da Fraternidade Itinerante de Presença e Apostolado, iniciaram a visita em autocaravana, das 321 paróquias da diocese de Bragança-Miranda, uma iniciativa denominada ‘Caravana de Esperança no ‘Tempo da Criação’ 2025, que decorre durante três semanas.

“Esta iniciativa surge, antes de mais, da obrigação que nós sentimos, como consagrados, em enriquecer a igreja local com aquilo que é específico do nosso carisma. E o cuidado da Criação é, sem dúvida, algo que nos é muito querido”, disse o responsável pela FIPA, à Agência ECCLESIA.

“Depois, porque nos pareceu oportuno aproveitar o Tempo da Criação para celebrar de modo mais intenso o 10º aniversário da Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, e os 800 anos do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, unindo estas celebrações à celebração do grande Jubileu da Igreja, que tem como lema ‘Peregrinos de Esperança’, acrescentou frei Hermano Filipe.

A Fraternidade Itinerante de Presença e Apostolado, dos Franciscanos Capuchinhos em Portugal, é constituída pelos freis Hermano Filipe, John Naheten, e Hermenegildo Sarmento, que vão percorrer as 321 paróquias, das 18 unidades pastorais, da Diocese de Bragança-Miranda, numa ‘Caravana de Esperança’, pelo ‘Tempo da Criação’ 2025.

Esta viagem vai começar “com apenas três pessoas”, numa autocaravana, mas, à medida que for avançando, e se forem “cruzando e rezando com os habitantes das cidades e aldeias, certamente centenas e centenas de pessoas se irão juntar espiritualmente”.

“Queremos que seja uma peregrinação de gente para quem «o mundo é algo mais do que um problema a resolver; é um mistério gozoso que contemplamos na alegria e no louvor» (LS 12)”, acrescentou o frei Hermano Filipe.

Entre 9 e 30 de setembro, a ‘caravana’ dos Capuchinhos da FIPA tem ainda previstas paragens em algumas escolas, lares de idosos e instituições públicas.

Neste Ano Santo 2025, os três frades franciscanos vão levar “Esperança” às comunidades, como mensagem principal; o bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, tem procurado pôr a diocese a “Caminhar unida na Esperança”.

A Diocese de Bragança-Miranda é a quarta diocese mais extensa de Portugal, os frades têm também o objetivo de entregar exemplares do ‘Cântico das Criaturas’ e da mensagem do Papa Leão XIV para o X Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação (1 setembro), para além de “rezar com os principais agentes da pastoral de cada comunidade a oração do Jubileu”.

Desde 12 de novembro de 2023, a Fraternidade Itinerante de Presença e Apostolado (FIPA), da Província Portuguesa da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, é uma presença na Paróquia de Argozelo, no concelho de Vimioso, da Diocese de Bragança-Miranda, até meados de 2026.

Fonte: Ecclesia

Vindimas: Viticultores do Alentejo com quebra média de produção de 30%

Vindimas: Viticultores do Alentejo com quebra média de produção de 30%

Na época de vindimas deste ano, os viticultores do Alentejo registam uma redução média de 30% na colheita de uvas, em alguns casos até de 40%, face a 2024, indicou a Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo (ATEVA).

“Aquilo que conseguimos apurar, neste momento, [após] um mês e meio do início da vindima, é uma redução que apontamos que possa rondar os 30%”, indicou hoje à agência Lusa Patrícia Cotrim, da Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo (ATEVA).

A diretora técnica e executiva da associação realçou que existem mesmo “casos mais graves e mais extremos”, em que a quebra é superior.

Em comunicado, a ATEVA aludiu à média dos 30% de redução da quantidade de uva colhida e precisou que, nas “situações mais graves”, a campanha atinge “quebras na ordem dos 40%”, em comparação com o ano passado.

A associação faz uma “primeira avaliação sobre o impacto produtivo da campanha de 2025”, através dos dados recolhidos no terreno junto dos seus associados, que possuem 17 mil dos 23 mil hectares de vinha no Alentejo.

Segundo Patrícia Cotrim, a quebra de produção é generalizada pela região, ainda que existam também “viticultores que não têm quebras ou não têm quebras expressivas”.

As vindimas deste ano até “começaram um bocadinho mais tarde do que o normal” e devem ainda prolongar-se “mais três semanas a um mês”, disse, referindo que os dados da ATEVA respeitam sobretudo às castas dos vinhos brancos, aquelas que são colhidas primeiro, mas também estão incluídas castas tintas.

A diretora técnica e executiva da ATEVA justificou que a quebra deve-se a este “ano agrícola particularmente difícil”, marcado por “bastante chuva até abril, que não permitiu ou dificultou muito a entrada nas vinhas para fazer determinados tratamentos e determinadas operações que são adequadas nessa altura”.

E, depois, surgiu “o calor extremo e muito continuado”, o que também não foi benéfico, acrescentou a responsável, precisando que o Alentejo tem sempre períodos de calor, mas, este ano, “foram bastante mais continuados do que o normal”.

Houve, por isso, menos frutificação: “Temos uva que não pesa, como se costuma dizer, [ou seja] temos reboques cheios que, em vez de pesarem 10 toneladas, pesam sete e isso é muito devido a esta conjugação de fatores”, frisou a diretora.

Segundo a ATEVA, “a viticultura no Alentejo, pilar fundamental da economia regional e expressão maior da identidade agrícola e cultural do território, enfrenta assim um dos anos mais desafiantes da última década”.

“A quebra na produção, associada ao baixo preço das uvas pago aos viticultores, coloca em causa não apenas a sustentabilidade económica do setor, mas também o equilíbrio social e ambiental de uma atividade que estrutura a paisagem, fixa população e projeta o Alentejo como região vitivinícola de referência nacional e internacional”, destacou a associação.

Questionada pela Lusa sobre se, perante este cenário, a medida agora aprovada pelo Governo para atribuir aos viticultores do Douro 50 cêntimos por quilo de uva entregue para destilação, é mais uma ‘pedrada’ no setor, Patrícia Cotrim concordou.

“Temos um setor em crise, com um preço da uva que continua baixo e já tivemos uma taxa de abandono da vinha muito elevada no ano passado, cerca de 800 hectares arrancados e cerca de 100 hectares abandonados”, o que tem “muito impacto no Alentejo [e] nas exportações e isso tem que nos preocupar a todos”, argumentou.

Por isso, “essa dualidade de critérios” do Governo, apoiando o Douro e deixando de fora as outras regiões, “preocupa [os viticultores] no Alentejo”, afiançou Patrícia Cotrim, afirmando esperar que “a situação seja revista”.

Já em 29 de agosto, o presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, Luís Sequeira, afirmou à Lusa que o Alentejo está “estupefacto” e “em choque” com o apoio do Governo aos viticultores do Douro de 50 cêntimos por quilo de uva entregue para destilação.

Fonte: Lusa | Fotos: ATEVA e Flickr

Saúde: Vacinação contra a gripe gratuita para crianças dos 6 aos 23 meses

Saúde: Vacinação contra a gripe gratuita para crianças dos 6 aos 23 meses

A vacinação contra a gripe passa a ser gratuita para todas as crianças dos 6 aos 23 meses de idade, na campanha outono-inverno 2025-2026, que se inicia a 23 de setembro, anunciou a Direção-Geral da Saúde (DGS).

“A principal novidade da campanha é o alargamento da gratuitidade da vacinação contra a gripe a todas as crianças desde os 6 até aos 23 meses de idade”, refere a DGS.

A autoridade explica esta decisão com dados nacionais que demonstram que “esta faixa etária apresenta taxas de hospitalização e de cuidados intensivos equiparáveis às registadas entre pessoas mais idosas”.

A vacinação sazonal contra a gripe é recomendada e voluntária para os grupos:

  • Pessoas com idade igual ou superior a 60 anos;
  • Crianças com idade igual ou superior a 6 meses de idade e inferior a 5 anos de idade, em
    particular durante os primeiros 2 anos de vida;
  • Doentes crónicos ou com imunossupressão, com 6 ou mais meses de idade;
  • Grávidas;
  • Profissionais de saúde e outros prestadores de cuidado.

Fonte: Lusa | Imagem: DGS

Naso: Burros de Miranda são animais dóceis e inteligentes

Naso: Burros de Miranda são animais dóceis e inteligentes

No dia 6 de setembro, o recinto do Santuário do Naso, acolheu o 6º Concurso Nacional da Raça Asinina de Miranda, um evento anual que tem como objetivos premiar os criadores e avaliar o atual estado desta raça autóctone do planalto mirandês, cujos animais são descritos como dóceis, meigos e inteligentes.

O concurso dos burros de Miranda realiza-se desde 2002, graças à iniciativa conjunta da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) e do município de Miranda do Douro. Presente no 6º Concurso Nacional da Raça Asinina de Miranda, o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, congratulou-se com o trabalho desenvolvido no concelho, pelas associações das raças autóctones.

“A AEPGA, assim como as associações de criadores de bovinos e ovinos mirandeses são os principais responsáveis pela preservação destes animais. Ao município compete apoiar estas associações em todas as atividades que visem promover as raças originárias da Terra de Miranda, pois são importantes recursos económicos, culturais e turísticos da região”, justificou o autarca.

Para a preservação do Burro de Miranda, o município de Miranda do Douro, indicou também que apoia os criadores com os custos da sanidade animal, a desparasitação e o incentivo à reprodução.

“Com estes apoios pretendemos também incentivar os mais jovens a dedicarem-se à agropecuária no concelho, pois é uma atividade que precisa de uma renovação geracional”, disse.

Por sua vez, o secretário técnico da raça asinina de Miranda, Miguel Nóvoa, inidcou que o concurso deste ano contou com a inscrição de 60 criadores, a maioria dos quais provenientes das várias localidades do concelho de Miranda do Douro, mas também dos concelhos de Vimioso, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros.

“No total foram a concurso 80 animais. Quero destacar, por exemplo, a iniciativa do criador Filipe Miranda, que este ano veio de Vimioso, de carroça com as suas duas burras, para participar no concurso. Antigamente, a viagem de burro era muito comum nas gentes do planalto mirandês, que vinham das suas aldeias para participar na romaria em honra de Nossa Senhora do Naso”, disse.

O concurso organizado pela AEPGA elegeu os melhores burros de Miranda, nas idades dos 6 meses aos três anos; e dos 3 aos seis anos. Segundo a associação, as caraterísticas identificativas do burro de Miranda são a corpulência, a força e a andadura ou maneira de andar.

“Os prémios são valores monetários que são atribuídos do 1º ao 20º classificado. Estes prémios visam recompensar o trabalho desenvolvido pelos criadores, ao longo do ano. Para além dos prémios pelo trato aos animais, também há prémios para o melhor criador nacional e concelhio; e para a melhor exploração asinina nacional e concelhia”, indicaram.

Sobre o estado da raça asinina de Miranda, Miguel Nóvoa referiu que se está a manter a média de 100 a 120 nascimentos por ano, o que assegura o futuro desta raça autóctone.

“Continua a existir uma grande procura dos Burros de Miranda, seja das fêmeas para reprodução, seja dos machos para outros fins como a limpeza dos terrenos, a agricultura biológica e o turismo rural. A longevidade de um Burro de Miranda são cerca de 30 anos, sendo que a partir dos 22 anos vai perdendo progressivamente a corpulência e força física”, respondeu.

De acordo com os criadores, os Burros de Miranda são animais dóceis, meigos e de trato fácil. O criador, Filipe Miranda, residente em Vimioso, é proprietário de duas burras, a Serra e a Silvana.

“As burras são animais sociáveis e meigas e continuam a ser muito úteis nas lavras da horta, na produção de estrume fertilizante e na limpeza dos lameiros. Estes animais, embora lhe chamemos de burros, são muito inteligentes e obedientes”, disse o criador de Vimioso.

Da aldeia de Ifanes, Catarina Miguel, é a criadora da burra de Miranda, Rebeca, um animal de três anos, que tem como principal missão fazer companhia aos donos e entreter as crianças que a visitam com regularidade.

O programa do VI Concurso Nacional de Asininos de Miranda, realizado no passado dia 6 de setembro, incluiu ainda um Mercado Rural com produtos agrícolas e artesanais, jogos tradicionais e animação musical.

Anualmente, o Concurso Nacional de Asininos de Miranda é uma iniciativa conjunta da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) e do Município de Miranda do Douro, sob a orientação técnica da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

HA





Naso: Festa do Nascimento da Virgem Santa Maria com milhares de pessoas

Naso: Festa do Nascimento da Virgem Santa Maria com milhares de pessoas

No dia 8 de setembro, Festa da Natividade da Virgem Santa Maria, o Santuário de Nossa Senhora do Naso, na Póvoa, voltou a acolher milhares de pessoas do planalto mirandês e da vizinha Espanha para participarem na celebração religiosa, o que confirmou a profunda devoção destas gentes à Mãe de Deus.

No santuário do Naso, a missa campal foi presidida pelo pároco, Manuel Marques e concelebrada pelos padres Tiago Alves e Rufino Xavier. Na homilia dedicada à Natividade da Virgem Santa Maria, o jovem sacerdote Tiago Alves, natural da Póvoa, afirmou que o nascimento de Maria tinha como desígnio ser a Arca da Nova Aliança, isto é, a Mãe do Filho Deus, Jesus Cristo, que quis encarnar para dar a conhecer Deus à humanidade.

“Agradeçamos a Deus Pai, pela mãe de Jesus, Maria, que com o seu ‘sim’, se tornou Mãe de todos os povos. Nossa Senhora, como Mãe, quer o nosso bem e por isso conduz-nos sempre a Jesus, Aquele que, não obstante as dificuldades da vida, enche a nossa peregrinação de sentido e alegria plena”, exortou o sacerdote.

A celebração religiosa concluiu-se com a tradicional procissão das imagens de Nossa Senhora do Naso e da Imaculada Conceição, acompanhadas por milhares de fiéis e pela música da Banda Filarmónica Mirandesa.

No Santuário do Naso, a festa prosseguiu durante a tarde, com a feira franca, as merendas familiares no recinto e os concertos musicais dos grupos Mega W e Costa Verde.

No final das festividades, Aquilino Ginjo, da Comissão de Festas, numa autoavaliação ao trabalho realizado pela equipa de mordomos, no triénio 2023-2025, indicou que procuraram devolver o protagonismo regional e internacional, à romaria em honra de Nossa Senhora do Naso.

“Todas as mordomias procuram dar o seu melhor para que a festa em honra de Nossa Senhora do Naso continue a ser uma referência na nossa região. Ao longo dos três últimos anos, de 2023 a 2025, definimos como prioridades o embelezamento do santuário, com o alargamento e asfaltamento do espaço dos concertos musicais, uma obra que custou 60 mil euros”, indicou.

Em 2025, a comissão de festas iniciou uma nova obra no Santuário do Naso, com a construção do muro em predra rústica à volta do recinto, para continuar a cuidar e embelezar o espaço e torná-lo mais seguro.

“Esta obra vai custar 50 mil euros, sendo que contamos com o apoio de 25 mil euros por parte do município de Miranda do Douro, a freguesia da Póvoa apoia com 2500 euros e o restante montante vamos ter que o angariar com donativos, esmolas e as vendas no bar e na loja de lembranças da Confraria do Naso”, adiantou o mordomo.

A atual Comissão de Festas em honra de Nossa Senhora do Naso vai concluir o serviço no final de dezembro 2025, com a entrega da festa aos novos mordomos, que darão continuidade ao trabalho de valorização e embelezamento do santuário do Naso.

HA



Cultura: Compra e leitura de livros ainda são prática irregular

Cultura: Compra e leitura de livros ainda são prática irregular

O estudo “Hábitos de Compra e Leitura em Portugal”, apresentado pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), revela que 76% dos portugueses admitem ter hábitos de leitura, embora apenas 58% tenham adquirido livros no último ano.

Num mercado editorial que manteve crescimento em 2024, com um aumento de 9% para os 204 milhões de euros, sobre os anteriores 187 milhões, 76% dos portugueses afirmaram ter lido pelo menos um livro no ano passado, verificando-se um ligeiro crescimento face a 2023 (73%), mas a quantidade de livros lidos por pessoa, no universo da população residente em Portugal desceu para uma média de 5,3, abaixo dos 5,6 do ano anterior.

Entre os leitores, que na prática representam três em cada quatro residentes em Portugal (76%), o número médio de livros lidos também diminuiu, passando de 7,9 em 2023 para 7,2 em 2024, segundo o estudo desenvolvido pela Gfk, para a APEL, que o apresentou hoje no encontro Book 2.0 – O Futuro da Leitura, a decorrer até quinta-feira na Fundação Champalimaud, em Lisboa.

“Estes resultados confirmam que, apesar do crescimento sustentado do mercado do livro em Portugal evidenciar uma base estável de leitores, e apesar dos avanços verificados nas últimas cinco décadas no acesso à educação e no acesso aos livros, a compra de livros e a leitura não são, ainda, uma prática regular nem um hábito diário fortemente enraizado na maioria das famílias portuguesas”, disse Miguel Pauseiro, presidente da APEL, citado pelo dossier de apresentação do estudo.

“O papel da escola, das famílias e da sociedade em geral é crucial para que o livro seja definitivamente visto como uma ferramenta essencial de cidadania e de desenvolvimento do potencial humano e para que a leitura se transforme num hábito sustentável ao longo da vida”, sublinhou o representante de editores e livreiros.

A leitura por lazer é uma atividade praticada por cerca de 60% dos portugueses com 15 ou mais anos, que na globalidade preferem o livro em papel em relação à edição digital, segundo o estudo.

As mulheres e as pessoas entre os 35 e os 54 anos estão entre os mais leais ao livro, com a faixa etária entre os 25 e os 34 anos a apresentar o maior índice de leitura. O maior crescimento da adesão à leitura situa-se entre os 15 e os 24 anos.

As mulheres (64%) leem mais por lazer do que os homens (54%), e é entre os 35 e os 54 anos que se regista a maior frequência (71%) desta atividade.

Ainda assim, a leitura surge atrás de outras ocupações de tempos livres, como conviver com amigos (mais de 90%), estar nas redes sociais (84%), ver televisão em geral (72%), assistir a eventos culturais ou desportivos (72%) e a praticar desporto (63%).

Mais de metade dos portugueses (53%) afirma que o gosto pela leitura é a principal motivação para a sua prática, indica o estudo.

Na análise por faixas etárias, os 25-34 anos passaram a ser o grupo com maior índice de leitura, com 91% a afirmar ter lido no último ano, seguidos de perto pelos 35-54 com 86%.

Os mais jovens (15-24 anos) são o grupo etário que apresenta um maior crescimento, de 58% para 76%, enquanto acima dos 75 anos, são os que apresentam níveis de leitura mais baixos.

O papel mantém-se o formato dominante, com 92% dos portugueses a preferirem ler em suporte físico, ligeiramente abaixo dos 93% registados em 2023. O digital, contudo, tem vindo a ganhar espaço: já foi usado por 22% dos portugueses, contra 17% em 2023. Esta percentagem sobe para os 32% na faixa etária entre os 25 e os 24 anos.

Os ‘e-readers’ são os dispositivos preferidos (45%), seguidos pelo ‘tablet’ (37%) e o telemóvel (35%), que registou o maior crescimento face ao ano anterior (seis pontos percentuais).

O inquérito foi realizado pela GfK para a APEL, entre 08 de julho e 07 de agosto deste ano, com base em 1.002 entrevistas a indivíduos com 15 ou mais anos residentes em Portugal.

A margem de erro máxima, segundo a consultora, é de cerca de 3,1 pontos percentuais, para um intervalo de confiança de 95%.

Fonte: Lusa | Imagem: RMOP

Portugal: Abundantes energias renováveis marinhas

Portugal: Abundantes energias renováveis marinhas

Portugal dispõe de recursos abundantes para produzir energia a partir das ondas e das marés, defendeu o professor Luís Gato, do Instituto Superior Técnico, explicando que o setor está em fase de investigação e desenvolvimento ao nível internacional.

“A tecnologia não está ainda na fase comercial. Isto significa que ainda há problemas técnicos a resolver sob o ponto de vista da sobrevivência [dos equipamentos], porque os custos positivos têm de sobreviver às condições agressivas do mar”, explicou.

Luís Gato falava no âmbito da abertura da 16.ª Conferência Europeia sobre Energia das Ondas e Marés (EWTEC2025), organizada pelo Instituto Superior Técnico, que decorre no Funchal, Madeira, até 11 de setembro, com cerca de 400 participantes ligados à investigação, indústria, investimento e políticas públicas no setor, oriundos da Europa, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Coreia do Sul.

“Estamos na fase de investigação e desenvolvimento a nível nacional e internacional”, disse, acrescentando: “Temos um grupo de investigação no Instituto Superior Técnico, que tem relevo internacional, e trabalhamos em cooperação com universidades europeias e com projetos de outras geografias”.

O objetivo, conforme explicou, é desenvolver as energias renováveis marinhas, em especial a partir das ondas e das correntes, que são “muito previsíveis”, e produzir eletricidade em “grande escala”.

Luís Gato disse que se tratam para já de projetos-piloto e não há ainda uma convergência da tecnologia no sentido de uniformizar os equipamentos, como ocorreu com as turbinas eólicas, cuja base passou a assentar num eixo horizontal e três pás.

“Não estamos numa fase verdadeiramente comercial (…), como acontece com as turbinas eólicas”, disse, para logo reforçar: “Se calhar, precisamos de mais 20 anos para ser comercial”.

O responsável considerou que as necessidades energéticas do mundo estão sempre a aumentar e que, por outro lado, para atingir as metas da descarbonização será necessário contar com todas as energias renováveis, mesmo que tenham um preço mais alto.

“Sabemos que existe uma relação entre o Produto Interno Bruto e o consumo de energia e isso significa que à medida que os países se desenvolvem requerem mais e mais energia”, explicou, vincando que esta pressão é atualmente manifestada pela China, mas também pela Índia e outros países.

“A perspectiva é que a energia é um recurso que tem de ser conservado e não vai ser nunca barato. O preço da energia vai tender a aumentar”, alertou.

Luís Gato disse que a escolha da Madeira para palco da 16.ª Conferência Europeia sobre Energia das Ondas e Marés teve por objetivo “chamar a atenção” dos responsáveis do setor, sobretudo os decisores políticos, para a importância das energias renováveis marinhas, bem como potenciar o envolvimento da região, da universidade e das empresas em futuros projetos.

“O país, incluindo a Madeira e os Açores, tem uma grande zona económica exclusiva e tem no mar um recurso muito abundante”, sublinhou.

Já o diretor regional do Ambiente e Mar, Manuel Ara Oliveira, afirmou que a Madeira tem “abertura para a inovação” e destacou algumas áreas em que a região foi pioneira, como a instalação da primeira central eólica do país, em 1986, na ilha do Porto Santo.

“Nas energias renováveis, a Madeira assumiu os riscos. Nem sempre as coisas correm tão bem como pretendíamos, mas, na verdade, na maioria dos casos foi muito positivo”, disse.

No caso da energia das ondas e das marés, disse que também há oportunidades para “projetos com maturidade”.

“É preciso irmos fazendo o nosso caminho com seriedade, por questões de segurança e questões também económicas e sociais”, advertiu.

Fonte: Lusa | Fotos: Flickr