Opinião: “Municipalização do País”, por Fernando Vaz das Neves

Opinião: “Municipalização do País”, por Fernando Vaz das Neves

A regionalização, apesar de prevista na Constituição desde 1976, nunca foi implementada em Portugal. Nos anos 90 do século passado, o debate sobre a mesma intensifica-se, levando mesmo o governo de Cavaco Silva, em 1991, a aprovar a Lei-quadro das Regiões Administrativas, que definia os órgãos de poder a criar em cada região (Juntas Regionais e Assembleias Regionais), as respectivas competências e atribuições, a forma como as Regiões iriam ser instituídas, e o regime eleitoral das futuras regiões, apenas não definindo o número de regiões a criar e a sua delimitação.

Todavia, aquando da Revisão Constitucional de 1997, a criação de Regiões Administrativas em Portugal ficou obrigatoriamente sujeita a referendo. É neste contexto que, em Novembro de 1998, se realiza o referendo à Regionalização em Portugal. Referendo no qual a maioria do Povo Português rejeitou a regionalização do país. De então para cá, o tema não caiu no esquecimento e, de quando em vez, especialmente quando o poder político não tem nada para dizer, o tema tem vindo à tona.

Sem coragem para enfrentar o Povo Português em novo referendo, e com uma classe política cada vez mais incompetente para a governação, nos últimos anos, em especial a partir de 2018, a classe política encontrou forma de, não havendo regionalização, transferir competências atrás de competências, para os municípios.

Perante tal dilúvio de transferência de competências, nem sabemos se o governo – poder executivo -, possui, ainda, competência alguma ou se, como dizia Eça de Queiroz, “o poder executivo, deixou de ser um poder do estado, é uma necessidade do programa constitucional: está no cartaz, é necessário que apareça na cena. Não governa, não tem ideia, não tem sistema; nada reforma, nada estabelece; está ali, é o que basta. O país verifica todos os dias que alguns correios andam atrás de algumas carruagens – e fica contente”.

Se não vemos mal algum, e até concordamos que algumas competências passem para os municípios – por exemplo em 1997, o Governo passa, e bem, para os municípios competências relativas à atividade de transportes de aluguer em veículos ligeiros de passageiros e a criar regras específicas sobre o acesso à profissão de motorista de táxis – já não percebemos nem podemos concordar com esta avalanche de transferência de competências, – educação, segurança social, saúde, entre outras – como se estas competências não fossem do Governo central, aliás bem plasmadas que estão na nossa Constituição da República Portuguesa.

Assim, o Estado passa para os municípios apenas aquilo que não lhe interessa gerir, as chatices do dia a dia, criando deste modo um conjunto de complicações e dificuldades aos municípios na gestão destas novas competências, a que acresce o problema latente, em muitas autarquias, de falta de recursos humanos para fazer face a esta nova realidade, a que se junta a dificuldade legal para a contratação de novos funcionários.

É claro que isto também acontece assim porque, infelizmente, muitos dos nossos autarcas, reclamam, reclamam, mas não têm a coragem de bater o pé, e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) não passa, infelizmente, de uma correia de transmissão do Governo.

Está lá, não para defender os autarcas, mas para defender os devaneios governamentais. Ficará para memória futura a coragem e audácia da Câmara Municipal do Porto de, por um lado, não aceitar as competências da Ação Social 2021 – uma vez que iria representar para o município um défice anual superior a 6 milhões de euros, e por outro, a coragem de abandonar a ANMP, uma vez que esta, como defende o Presidente da Câmara Municipal do Porto, não tem capacidade para representar os Municípios. Se mais municípios seguissem o caminho da Câmara Municipal do Porto, talvez a situação pudesse mudar de figura. Agora se mais ninguém o fizer, ficará tudo como dantes.

Como bem escreveu Miguel Torga “É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos, socialmente, uma coletividade pacífica de revoltados”.

Fernando Vaz das Neves

(Deputado Municipal na Assembleia Municipal de Miranda do Douro)

Granja: Inaugurado o adro da igreja na festa de Santa Marinha

Granja: Inaugurado o adro da igreja na festa de Santa Marinha

No dia 18 de julho, na aldeia da Granja, e no decorrer da festa da padroeira, Santa Marinha, foi inaugurada a requalificação do adro da Igreja, uma obra há muito desejada pela população local e que veio dar mais beleza à aldeia.

A presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, participou na festa em honra da Santa Marinha, na Granja.

De acordo com o presidente da União de Freguesias de Silva e Águas Vivas, Silvino da Silva, a obra de requalificação do adro da igreja foi iniciada no anterior mandato, tendo sido agora concluída.

“Esta obra de requalificação foi realizada com apoio do município e da união de freguesias de Silva e Águas Vivas. E é um sonho tornado realidade” – Silvino da Silva, presidente da União de Freguesias de Silva e Águas Vivas.
Ato de inauguração do adro da igreja, na Granja.

A presença na inauguração da presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, veio dar maior dignidade ao acontecimento e foi um motivo acrescido de interesse para a população da Granja, onde vivem atualmente cerca de 80 pessoas.

Sobre a sua participação na festa em honra de Santa Marinha, na Granja, a autarca, Helena Barril, disse que uma das coisas que mais gosta de fazer é ir ao encontro das pessoas.

“Na sequência do convite que recebi do presidente da união de freguesias, hoje estou aqui com muita alegria, para participar, com a comunidade da Granja, na festa da sua padroeira, Santa Marinha, e para inaugurarmos juntos as obras de requalificação do adro da igreja” – Helena Barril, presidente do município de Miranda do Douro.

Após a Missa, a procissão e a inauguração da requalificação do adro da igreja, a festa em honra de Santa Marinha, na Granja, continuou com o jantar convívio entre toda a população.

HA

Sendim: Olímpiadas desportivas despertam o gosto pelos jogos tradicionais

Sendim: Olímpiadas desportivas despertaram o gosto pelos jogos tradicionais

No Domingo, dia 17 de julho, a antiga estação ferroviária de Sendim foi o recinto das Olímpiadas Desportivas, uma competição de jogos tradicionais, com o duplo objetivo de preservar jogos como o fito, a raiola, a relha, a sueca e o dominó e simultaneamente, promover o convívio entre os mirandeses e mirandesas.

As olímpiadas desportivas têm o objetivo de preservar os jogos tradicionais.

De acordo com o vice-presidente do município, Nuno Rodrigues, há vários anos que as freguesias participam nesta iniciativa com o duplo objetivo de preservar os jogos tradicionais e promover o convívio entre as gentes de todo o concelho.

“É importante não deixar cair no esquecimento jogos tradicionais como o fito, a relha, a raiola, a sueca, a tração à corda ou a corrida de sacos” – vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues.

Segundo Nuno Rodrigues, o vencedor das olímpiadas concelhias vai disputar a final distrital, em Bragança, competindo com as equipas vencedoras dos outros nove concelhos, no dia 10 de setembro.

O vice-presidente do município de Miranda do Douro felicitou a Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT) pela iniciativa da final distrital das Olímpiadas, a qual é, segundo o autarca, mais uma estratégia para promover a coesão territorial no distrito de Bragança.

Luís Santiago, presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, salientou que foi a primeira vez que a vila de Sendim recebeu a prova desportiva das Olímpiadas e ficou muito agradado com a visita de pessoas de todo o concelho.

“Antigamente, quando a praça de Sendim se enchia de gente, lembro-me de ver os homens a jogar à raiola. Hoje em dia, o jogo tradicional mais praticado é a sueca”, disse.

Renato João, em representação da freguesia de Miranda do Douro e da Associação Recreativa e Juvenil de Miranda (ARJM), foi um dos participantes nas olímpiadas desportivas que se realizaram em Sendim.

“Costumo jogar com regularidade o fito, a sueca e a raiola. A associação ARJM tem por missão incutir nos jovens o gosto pela participação nas atividades que se realizam no concelho de Miranda do Douro e as olimpíadas são disso exemplo”, Renato João, de Miranda do Douro.

Um dos representantes da freguesia de Sendim e Atenor nas olímpiadas foi António Branco. Segundo o sendinês, a tradição destes jogos está a cair em desuso, pelo que é importante preservá-los.

“Costumo jogar a pedra e a relha”, disse.

Guilherme dos Anjos Correia foi o representante de Palaçoulo, no jogo da raiola, e disse que é um participante assíduo nas olímpiadas concelhias de Miranda do Douro.

De Duas Igrejas, Dinis Ruano com outros três companheiros representaram a freguesia no jogo da tração à corda.

“Ao participar nas olímpiadas desportivas, motiva-nos representar a nossa freguesia e dar o melhor de nós para elevar a nossa terra”, afirmou.

Questionado sobre a atratividade dos jogos tradicionais, o jovem de Duas Igrejas reconheceu que o interesse na juventude tem vindo a decrescer e por isso elogiou a iniciativa das Olímpiadas Desportivas como um caminho para ressurgir a vontade de jogar.

José Ezequiel, de Malhadas, justificou a sua participação nas olímpiadas pelo gosto pelo entretenimento, pelas tradições e pela união se estabelece entre todos os mirandeses.

“Gosto de jogar o chincalhão, a sueca e a raiola” – José Ezequiel, de Malhadas.

De Constantim e Cicouro, veio Óscar Torrrão, com o propósito de manter as tradições e incutir nos mais jovens o gosto pelos jogos tradicionais.

“Hoje, em dia já quase não se realizam estes jogos. E os jovens dedicam-se mais aos vídeojogos, a passar o tempo nos bares e não dão importância aos jogos tradicionais. Mas estes jogos promovem uma competição saudável, estimulam a superação individual e coletiva e por isso felicito o município de Miranda do Douro pela iniciativa”, disse.

De acordo com Óscar Torrão, em Cicouro, ainda se joga o fito ou “conca” (em mirandês), ao ferro, à pedra, a sueca, o chincalhão e o dominó.

Diana João e Cristina Martins foram duas das mulheres que participaram nas Olímpiadas Desportivas, em Sendim.

Diana João justificou a sua participação com a oportunidade de conviver e de preservar a cultura dos jogos tradicionais, como o jogo de puxar a corda.

Por sua vez, Cristina Martins, disse que é uma entusiasta deste evento já que costuma participar todos os anos nas olímpiadas desportivas.

HA

Sendim: Inaugurado o Centro de Inovação e Tecnologia

Sendim: Inaugurado o Centro de Inovação e Tecnologia

No dia 16 de julho, foi inaugurado o Centro de Inovação e Tecnologia (CIT-TT), em Sendim, uma entidade que tem por missão usar a tecnologia no desenvolvimento de competências e negócios que promovam o desenvolvimento local.

O presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, deu as boas-vindas ao Centro de Inovação e Tecnologia (CIT-TT).

A inauguração do CIT-TTM contou com a participação da secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, da presidente do Município de Miranda do Douro, Helena Barril, do presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago e do presidente da Associação Portuguesa de Business Intelligence (APBI), José Rui Gomes.

Como anfitrião, o presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, deu as boas-vindas às autoridades e empresas, para a inauguração do Centro de Inovação e Tecnologia – Terras de Trás-os-Montes (CIT-TT).

“É com agrado que a vila de Sendim recebe este centro de inovação e tecnologia, pois o interior de Portugal carece de maior desenvolvimento na área tecnológica” – Luís Santiago.

Este novo centro tecnológico vai ser instalado nas instalações da antiga escola primária de Sendim, onde as empresas locais poderão beneficiar de apoio no desenvolvimento de projetos.

A presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, realçou que as novas tecnologias servem para comunicar mais e melhor e tornar o território mais competitivo.

“Faço votos de que este centro promova o desenvolvimento do nosso concelho” – Helena Barril.

Por sua vez, o presidente da Associação Portuguesa de Business Intelligence (APBI), José Rui Gomes, adiantou que o novo centro de inovação e tecnologia vai proporcionar formação, oferecer conhecimento e desenvolver as empresas locais.

“Há muito para fazer nesta área da capacitação tecnológica e o CIT-TT pretende usar a tecnologia para alavancar os negócios tradicionais” – José Rui Gomes.

Para além disso, a APBI pretende desenvolver o talento dos jovens e promover a sua fixação no interior do país.

“A tecnologia permite-nos trabalhar à distância”, realçou.

O presidente da APBI recordou que a pandemia obrigou a mudar hábitos de trabalho e proporcionou esta mudança para o teletrabalho ou trabalho remoto.

A inauguração do CIT-TT, em Sendim, contou com um painel de oradores composto por responsáveis das grandes tecnológicas mundiais, como a Microsoft, Oracle, Mitel, nacionais como a Primavera BBS, BI4ALL, Visual Thinking, VFR TECH, DevScope, e instituições de ensino como a Universidade Portucalense e Instituto Politécnico do Cavado e do Ave, enquanto parceiros da APBI que irão apoiar as atividades do CIT-TTM.

“A tecnologia permite-nos trabalhar à distância” – José Rui Gomes.

HA

Miranda do Douro: “Com ele a vida tem mais cor” é o primeiro livro de Helena Ortega

Miranda do Douro: “Com ele a vida tem mais cor” é o primeiro livro de Helena Ortega

No dia 16 de julho, Helena Ortega apresentou o seu primeiro livro “Com ele a vida tem mais cor”, trata-se de um livro infantil que tem como finalidade ensinar às crianças o significado da amizade e do amor.

A apresentação do livro decorreu na Biblioteca municipal de Miranda do Douro, onde a autora expressou a sua felicidade pelo feito alcançado.

“A publicação deste livro é uma realização pessoal, pois foi um desafio que lancei a mim própria e fiquei muito feliz de o ter conseguido realizar”, disse.

Helena Ortega iniciou a escrita e as ilustrações desta nova obra infantil. em março de 2020, aquando do ínicio do confinamento, por causa da pandemia.

“Fui escrevendo e comecei a gostar daquilo que ia registando. Finalizada a história, comecei a desenhar as ilustrações. O marido e os filhos também deram dicas e sugestões e gostaram do texto e dos desenhos finais”, disse.

Finalizado o trabalho, Helena Ortega decidiu arriscar e enviou o trabalho para uma editora. Para sua surpresa, ao fim de duas semanas obteve a resposta de que iriam publicar o livro “Com ele a vida tem mais cor”.

Sobre esta nova vocação, Helena Ortega, que é educadora de infância, disse que sempre teve jeito para as artes e gosto pela literatura infantil.

“Há muito que gosto de desenhar. E a dedicação à escrita surgiu do gosto em contar histórias”, explicou.

Questionada se pretende continuar a escrever e a desenhar, Helena Ortega, repondeu que sim, que gostaria de ter alento para criar novas histórias e desenhos.

Em representação do município de Miranda do Douro, o vereador, Vitor Bernardo, felicitou a autora pela sua criatividade e pela coragem em publicar o seu primeiro livro.

A apresentação do livro infantil “Com ele a vida tem mais cor”, contou ainda com a representação da história feita por crianças, entre as quais a filha da autora, Madalena Ortega.

Outra surpresa nesta apresentação foi a interpretação musical de Fabíola Mourinho, com a música “Quando estou com o João eu não páro de sorrir”.

No seu discurso e perante as muitas pessoas que encheram a biblioteca municipal de Miranda do Douro, Helena Ortega, confessou que a sua inspiração é o marido e os filhos.

O livro “Com ele a vida tem mais cor” pode ser adquirido na Fnac online e através do Grupo Editorial Atlântico / Flamingo edições.

Perfil

Helena Maria Torrado Ortega nasceu em Miranda do Douro, a 16 de julho de 1979.

É casada e mãe de dois filhos: a Madalena, com 8 anos e o Rodrigo, com 11.

É mestre em Educação de Infância e especializada em Educação Especial: Domínio Cognitivo e Motor e Domínio da Intervenção Precoce.

Para a apresentação do livro, Fabíola Mourinho compôs a canção “Quando estou com o João, eu não paro de sorrir”.

HA

Férias: Papa recomenda «momentos livres para meditar»

Férias: Papa recomenda «momentos livres para meditar»

O Papa recomendou que as férias de verão incluam tempos de meditação e leitura do Evangelho, “sem pressa”.

“Irmãos e irmãs, aproveitemos este tempo de férias para parar e escutar Jesus. Hoje é cada vez mais difícil encontrar momentos livres para meditar”, assinalou Francisco, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do ângelus.

Perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, o Papa assinalou que “para muitas pessoas, o ritmo de trabalho é frenético, exaustivo”.

“O período de verão também pode ser precioso para abrir o Evangelho e lê-lo lentamente, sem pressa. Uma passagem, todos os dias”, apontou.

Quando começo o dia, mergulho de cabeça nas coisas a fazer, ou primeiro procuro inspiração na Palavra de Deus? Por vezes, começamos os dias automaticamente, a fazer coisas, como as galinhas. Não, temos de começar os dias, primeiro, olhando para o Senhor, tomando a sua Palavra, breve, para que seja essa a nossa inspiração”.

A reflexão partiu da passagem do Evangelho de São Lucas sobre Marta e Maria, duas irmãs que oferecem hospitalidade a Jesus em sua casa.

“Ele não é um hóspede como os outros. À primeira vista, parece que veio para receber, porque precisa de comida e abrigo. Na realidade, o Mestre veio dar-se a si mesmo, através da sua palavra”, apontou.

Francisco destacou que a palavra de Jesus “não é abstrata, é um ensinamento que toca e molda a vida, muda-a”.

Fonte: Ecclesia

Coesão Territorial: Freguesias vão ter acesso aos fundos comunitários

Coesão Territorial: Freguesias vão ter acesso aos fundos comunitários

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, disse que, pela primeira vez na história dos fundos comunitários, as freguesias foram consagradas como entidades beneficiárias.

Ao falar, em Tábua, durante a cerimónia de assinatura dos autos de transferência de competências para as freguesias do concelho, Ana Abrunhosa disse que, “não vai ser um processo fácil, porque há aqui um caminho grande de aprendizagem”, avisou a ministra.

Segundo Ana Abrunhosa, terá de haver “articulação entre as freguesias e os municípios e as Comunidades Intermunicipais”, para que não se verifique “sobreposição de apoios”.

“Depois, todos sabemos que os apoios não são a cem por cento, há que também garantir a contrapartida pública nacional. E, depois, todos sabemos que apenas financiaremos aquilo que é competência das freguesias e daremos prioridade àquilo que se tem vindo a revelar como investimentos de grande proximidade”, explicou.

A governante exemplificou com Espaços Cidadão em todas as freguesias, numa tentativa de “aumentar essa malha”, uma vez que “é uma resposta de proximidade” num mundo cada vez mais digital.

“Também em pequenas obras de requalificação de equipamentos desportivos das coletividades. Nós sabemos a importância das coletividades. Estamos a falar de projetos de pequenos valores que têm vindo muitas vezes a ser feitos até com o Orçamento de Estado”, acrescentou.

Ana Abrunhosa sublinhou que “os recursos são limitados” e há que “dar prioridade às necessidades”.

“Temos que articular no território estas intervenções, mas estamos absolutamente comprometidos neste caminho com as freguesias, com prioridades claras. Estamos a falar de pequenas intervenções que têm tido um grande impacto nos territórios”, acrescentou.

Presente na cerimónia em Tábua – que também assinalou, pela primeira vez, o Dia Municipal da Coesão – estava o presidente da Associação Nacional de Freguesias, Jorge Veloso, que vai voltar a reunir-se, a 19 de julho, com Ana Abrunhosa por causa dos fundos comunitários.

“Desta vez, temos a certeza absoluta de que as freguesias vão ser contempladas”, afirmou.

Jorge Veloso congratulou-se com a possibilidade de as freguesias passarem a ser elegíveis a fundos da União Europeia, no âmbito das suas competências, para “obras no espaço público, recuperação de um edifício que lhe pertence, requalificar uma piscina ou um pavilhão desportivo, não só pertença de uma freguesia, mas também de uma coletividade ou de uma associação”.

Fonte: Lusa

Turismo: Baixo Sabor espera Estação Náutica para promover desenvolvimento turístico

Turismo: Baixo Sabor espera Estação Náutica para promover desenvolvimento turístico

A Associação de Municípios do Baixo Sabor (AMBS) assinou um protocolo com 30 entidades e organismos públicos e privadas para a criação das Estações Náuticas do Baixo Sabor, considerado um passo importante para o desenvolvimento deste território.

“Foi dado um passo importante com a assinatura deste protocolo com estas 30 entidades locais e regionais, e contamos até ao final do ano, ter este o processo concluído e certificado pelo Fórum Oceano”, explicou o presidente da AMBS, Eduardo Tavares.

O Lagos do Sabor fazem parte integrante da albufeira do Baixo Sabor, com extensão de cerca de 70 quilómetros e que abrange os concelhos de Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros, que agora assumem compromisso da instalação de um projeto de criação de uma Estação Náutica Polinucleada, onde os visitantes podem praticar diversos desportos aquáticos.

Os quatro autarcas do Baixo Sabor têm vontade da criação de uma Estação Náutica Polinucleada, um projeto que deverá estar certificado até ao final de 2022 e fazer parte da rede nacional deste tipo de equipamento.

“Com este tipo de projetos pretendemos criar um turismo sustentável, a captação de jovens para o território e criação de emprego e criação de riqueza”, vincou o também presidente da câmara de Alfândega da Fé.

De acordo com o autarca, as Estações Náutica são um projeto amplo, sendo um contrato social que é feito com as forças vivas do território, como o setor do turismo, empresas ou divulgação da gastronomia.

Para a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, este pode ser um dos melhores exemplos que há na região Norte, dado o potencial paisagístico dos Lagos do Sabor.

“Há aqui [Baixo Sabor] um potencial de desenvolvimento deste território do ponto de vista socioeconómico que é muito importante. Agora com a assinatura deste protocolo relacionado com a criação das Estações Náuticas, dá-se um passo importante que envolve vários parceiros. Este é um dos melhores exemplos da região Norte em relação à promoção turística do território”, vincou a governante.

Por seu lado, António José Correia, coordenador da Rede Estações Náuticas, disse que a coordenação destas estruturas é importante para que se possam priorizar investimentos.

“Há 13 critérios para a criação das Estações Náuticas que têm de ser tomados em conta como é a sustentabilidade, acessibilidades, segurança ou quantos parceiros tem a atividades empresarial nestes projetos em termos atividade náutica. Nunca chumbamos nenhuma candidatura, mas temos em conta todos várias medidas”, explicou o responsável.

Em 2017, foi aprovada uma candidatura ao Portugal 2020 com o objetivo de promover a valorização turística do património natural da albufeira do Baixo Sabor e a marca “Lagos do Sabor”.

O projeto “Lagos do Sabor” prevê ainda a criação de um “Eco-Resort” flutuante, com unidades de alojamento e capacidade de navegação nos lagos e pontos de ancoragem em forma de flor de amendoeira com pequenas piscinas centrais.

A isto, somam-se praias fluviais e ancoradouros, abrangendo os quatro municípios numa única gestão ao longo de 70 quilómetros de lagos.

Fonte: Lusa

Seca: Mogadouro recorre a autotanques para abastecer 15 aldeias

Seca: Mogadouro recorre a autotanques para abastecer 15 aldeias

O presidente da Câmara Municipal de Mogadouro, António Pimentel, informou que 15 aldeias do concelho estão a ser abastecidas de água por autotanques devido à seca e elevadas temperaturas que se fazem sentir.

“O problema que estamos a sentir verifica-se nas aldeias que são abastecidas por pequenas captações de água. Aqui, como prevíamos, verifica-se um aumento das dificuldades. Nós, em abril, prevíamos que cerca de uma dezena de aldeias viesse a ter problemas de abastecimento de água, neste momento são já 15”, indicou o autarca mogadourense.

Face às elevadas temperaturas registadas na região, disse António Pimentel, “houve um aumento do consumo de água”, sobretudo devido às atividades agropecuárias existentes nestas localidades que precisam de ser abastecidas por camiões-cisterna.

António Pimentel referiu, contudo, que este problema se colocaria independentemente do aumento das temperaturas, e de imediato procurou uma solução, que passa “pela aquisição de autotanque com capacidade para 30 a 35 mil litros de águas para abastecer as povoações mais necessitadas”.

“Ainda não foi possível adquirir este autotanque com capacidade para abastecer as povoações. Eu próprio já diligenciei junto do vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), engenheiro Pimenta Machado, havendo um compromisso de se fazer um protocolo com o município de Mogadouro para aquisição do referido veículo”, explicou.

António Pimentel admite “alguma preocupação” no abastecimento de água, “dado que ainda se está no início do verão e há que tomar medidas antecipadas”.

“Mogadouro ainda não tem os problemas de outros concelhos, mas há que tomar medidas adequadas, antecipadamente, para que não haja falta de água”, frisou.

O autarca referiu ainda que até agora o município tem recorrido aos meios e recursos do Corpo de Bombeiros de Mogadouro para levar água às localidades mais afetadas pela seca, mas alertou que “os serviços de Proteção Civil têm a obrigação de colocar os seus recursos à disposição de outros concelhos e regiões, em casos de incêndios ou outras ocorrências, sempre que tal lhe seja solicitado e sem possibilidade de previsão”, o que “o pode afetar o abastecimento de água a populações mais necessitadas”.

“Nestas situações, as populações que necessitam de ser abastecidas de água ficarão sem esse suprimento, por um período de tempo imprevisto”, explicou.

Atualmente, há três localidades do concelho de Mogadouro que estão a ser abastecidas por camiões-cisterna diariamente, e outras com uma frequência de uma a duas vezes por semana, com quantidades que se situam entre os 15 e os 60 metros cúbicos de água.

O autarca adiantou ainda que para colmatar esta situação em tempo de seca, está a preparar o projeto de abastecimento de água ao setor nascente do concelho.

“Na aldeia de Brunhosinho já dispomos de um depósito com capacidade para três milhões de litros de água, cuja água é de uma captação no rio Douro e que será distribuída através um sistema de adutoras, a partir da serra do Variz, para que as aldeias que são abastecidas por pequenas captações ou furos deixem de ter problemas com o abastecimento de água”, concluiu o autarca.

Fonte: Lusa

Palaçoulo: De reguengo a uma localidade industrial

Palaçoulo: De reguengo a uma localidade industrial

No próximo sábado, dia 16 de julho, Palaçoulo vai comemorar 850 anos de atribuição da carta foral (1172-2022), numa cerimónia em que se vai recordar a história da localidade ao longos dos séculos, realçar a modernidade alcançada graças ao espírito empreendedor dos seus habitantes e descerrar uma placa comemorativa.

De acordo com o presidente da freguesia de Palaçoulo, Gualdino Raimundo, esta é a primeira vez que se vai comemorar o aniversário da carta foral do reguengo de Palaçoulo.

“Esta comemoração pretende assinalar a data do nascimento de Palaçoulo, que segundo a história terá recebido a carta foral ou régia, no ano de 1172, entregue pelo rei D. Afonso Henriques ao cavaleiro Pedro Mendes e que instituiu o reguengo de Palaçoulo e Atenor”, disse.

Na idade média, o reguengo ou “regalengo” designava a terra do património real, arrendada com a obrigatoriedade de certos tributos em géneros.

“Nessa época, consta que Palaçoulo estava sob administração de Algoso, então capital da Terra de Miranda”, contou.

Segundo programa, a cerimónia comemorativa vai iniciar-se às 17h00, na sede da junta de freguesia de Palaçoulo.

Com o proposito de prestar informações sobre a história da localidade, a cerimónia inclui a apresentação do livro “L Reglaengo de Palaçuolo, no século XII” e exposições dos oradores António Mourinho, Cisnando Ferreira e Carlos Ferreira, com moderação de Orlando Teixeira.

“O livro “L Reglaengo de Palaçuolo, no século XII” e a apresentação sobre a história de localidade, baseia-se num trabalho de pesquisa realizado por Amadeu Ferreira”, indicou.

Sobre os oradores, o autarca de Palaçoulo referiu que o historiador António Mourinho terá a tarefa de descrever a localidade de Palaçoulo, no século XII, indicando, por exemplo, as classe socias que existiam na altura: o clero, a nobreza e o povo.

“O professor Cisnando Ferreira ocupar-se-á de trazer-nos ao longo da história até aos nossos dias, destacando a originalidade de Palaçoulo ser atualmente uma aldeia empreendedora e industrial”, avançou.

Por sua vez, Carlos Ferreira, que acompanhou de perto o trabalho de pesquisa realizado pelo irmão, Amadeu Ferreira, vai dar a conhecer informações geográficas sobre o reguengo de Palaçoulo e os seus limites.

A cerimónia inclui o descerramento de uma placa comemorativa dos 850 anos de Palaçoulo, que terá lugar no largo da praça de Palaçoulo.

“A placa comemorativa terá inscrito o texto de atribuição do reguengo de Palaçoulo pelo rei D. Afonso Henriques, ao cavaleiro Pedro Mendes”, adiantou.

De acordo com o programa, a cerimónia de comemoração dos 850 anos de Palaçoulo vai terminar com um Porto de Honra e a atuação dos Gaiteiros de Palaçoulo.

HA