Reportagem: A tradição da apanha da azeitona e produção de azeite

Nos lagares de Santulhão e Sendim, continuam a decorrer os trabalhos de recepção e transformação da azeitona, mas este ano há uma acentuada redução na colheita e na produção de azeite, devido ao frio que prejudicou a floração das oliveiras e à seca prolongada que se seguiu.

Entrega da azeitona no lagar, em Santulhão.

Se o ano passado foi um ano recorde na produção de azeite, este ano, no lagar de Santulhão, verifica-se uma quebra de 80% na colheita da azeitona, informou o responsável, Adrião Rodrigues.

Esta unidade industrial, trabalha 24 horas por dia e tem capacidade para transformar, diariamente, 40 mil quilos de azeitona.

“O rendimento da azeitona diminuiu em relação ao ano passado. Este ano varia entre os 15% e os 16%. Ou seja, cada 100 quilos de azeitona produzem entre 15 a 16 litros de azeite”, explicou.

Apesar do mau ano agrícola, mesmo assim, os agricultores da região, não deixaram de cumprir a tradição familiar de apanhar a azeitona nos olivais e de a entregar nos lagares, que continuam a laborar para produzir o tão apreciado líquido dourado, o azeite.

A laborar desde 2006, o lagar de azeite de Santulhão, conta atualmente, com 635 associados, provenientes dos concelhos de Vimioso, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Miranda do Douro e Bragança.

O azeite produzido em Santulhão tem duas marcas próprias: o “Terras do Sabor” e o “Quinta de Arufe”». E este ano, o preço do litro de azeite registou uma subida assinalável e cifra-se nos 5,20€/litro.

Serafim Rosário, produtor de Santulhão, confirmou que houve uma diminuição na quantidade de azeitona.

“Nos olivais antigos, com a variedade ‘santulhana’, tive uma redução de 60% na colheita. Ainda assim, consegui colher uma boa quantidade de azeitona nos novos olivais, com a variedade ‘cobrançosa’”, informou.

O produtor de Santulhão acrescentou que, anualmente, colhe entre seis mil e sete mil quilos de azeitona, mas neste ano atípico, por causa da seca prolongada, estima colher apenas cerca de 4 mil quilos.

Sobre o trabalho da apanha da azeitona, Serafim Rosário, disse que nas oliveiras de grande porte, como são as da variedade “santulhana”, há um grave problema de falta de mão-de-obra.

“A apanha da azeitona ‘santulhana’, nessas árvores centenárias, é um serio problema, dado que a mecanização não consegue fazer esse trabalho. Já na variedade ‘cobrançosa’, cujas oliveiras têm um porte mais pequeno e aberto, a apanha é realizada mecanicamente”, informou.

Na região de Sendim, o responsável da cooperativa olícola Sendinense, Armandino Quitério, informou do atraso da apanha da azeitona, devido à chuva que tem caído nas últimas semanas.

“Este ano há menos quantidade de azeitona e a qualidade também diminuiu. Por isso, o rendimento é menor, dado que a azeitona tem muita água e não produz tanto azeite”, explicou.

A Sendinense – cooperativa olivícola, tem cerca de 500 associados, dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e também da vizinha Espanha. Em cada ano, a cooperativa recebe cerca de 1 milhão de quilos de azeitona.

Luís Marcos, agricultor em Sendim, prevê uma redução de 50% na sua colheita, sendo que a variedade predominante nesta região é a azeitona “negrinha”.

“Em média, costumo produzir 800 quilos de azeite. Este ano, estimo produzir apenas 300 quilos”, adiantou.

Segundo o produtor sendinês, a seca e a o clima adverso nos meses de maio e junho, aquando da floração, prejudicou o germinar e o desenvolvimento dos frutos nas oliveiras.

“No ano passado, foi um ano muito bom na colheita de azeitona e na produção de azeite e isso também poderá explicar o menor desempenho das árvores neste ano”, acrescentou.

O azeite produzido na Terra de Miranda é considerado de grande qualidade. Este reconhecimento é a melhor recompensa para os agricultores, dado que todos os anos, as dificuldades mantêm-se: o despovoamento do território faz com que haja pouca gente para cuidar do olival e para apanhar a azeitona. Por isso, é de louvar o esforço dos agricultores e das suas famílias, para manter viva esta cultura, no interior transmontano, despovoado e envelhecido.

HA

Vimioso: «A falta do ensino secundário, do serviço de saúde 24 horas e das acessibilidades são as principais causas de desigualdades no concelho» – Carina Lopes

No passado dia 2 de dezembro, realizou-se em Vimioso, o Fórum Municipal para a Igualdade de Género e Não Discriminação, uma sessão aberta à comunidade, que permitiu sinalizar e refletir sobre as desigualdades existentes no concelho e preparar ações para uma vida local mais justa e harmoniosa.

De acordo com a vereadora do município de Vimioso, Carina Lopes, no fórum realizado no salão nobre da Câmara Municipal de Vimioso, foi apresentado um diagnóstico da realidade social existente no concelho.

“Com base nos inquéritos realizados, quer no âmbito interno da autarquia e também externamente, a empresas e instituições do concelho de Vimioso, sinalizamos vários problemas que são causa de desigualdade social”, começou por dizer.

Entre os problemas existentes, a autarca indicou que os mais graves continuam a ser a falta do ensino secundário no Agrupamento de Escolas de Vimioso (AEV), a falta de serviços de saúde 24 horas por dia e as deficientes acessibilidades às principais vias de comunicação.

“Estes três problemas estruturais são a causa das desigualdades em Vimioso, o que provoca o exodo da população. Se não há ensino, saúde e facilidade de acesso aos grandes centros, há dificuldade em fixar as pesssoas. E por conseguinte surgem outros problemas, como o decréscimo da natalidade, a dificuldade em fixar os jovens, a fraca participação desportiva e cultural, o envelhecimento da população e o isolamento”, indicou.

Segundo Carina Lopes, estes problemas só se resolvem com a intervenção do governo central, ao dar ao concelho de Vimioso, as mesmas oportunidades em áreas prioritárias como são o ensino, a saúde e as acessibilidades.

“A estes problemas territoriais associam-se outros como são a escassez de ofertas educativas, desportivas, de assistência social e culturais, o que também dificulta a conciliação da vida profissional, familiar e pessoal dos vimiosenses. Por exemplo, as pessoas que têm filhos a cargo deparam-se com a inexistência de estruturas de apoio, como um centro de estudos para crianças e jovens ou um centro de dia para as pessoas idosas”, explicou.

Outra das desigualdades verificadas no concelho de Vimioso é a maior representação de homens em cargos de chefia do que mulheres.

“Neste âmbito, felizmente, a realidade está a mudar. Antigamente, o papel das mulheres era cuidar dos filhos e realizar todas as tarefas domésticas. Hoje em dia, as mulheres já trabalham fora de casa e assumem cada vez mais posições de liderança”, sublinhou.

Após a apresentação deste diagnóstico sobre a realidade no concelho de Vimioso, no próximo dia 12 de dezembro, vai realizar-se uma reunião na Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes para definir a próxima etapa.

“Consoante os problemas de desigualdade identificados, cada município da CIM-TT, vai definir um plano municipal de ações que promovam uma maior igualdade no seu território”, adiantou.

O Fórum Municipal para a Igualdade de Género e Não Discriminação faz parte da Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018-2030 “Portugal + Igual” (ENIND), cujo objetivo é construir, de forma participada, um plano municipal para a igualdade e não discriminação.

HA

Mogadouro: Corrida de São Silvestre com 250 atletas

A vila de Mogadouro acolhe no sábado, dia 10 de dezembro, a Corrida São Silvestre, uma prova de atletismo na qual vão participar 250 atletas e em que os prémios têm um valor de cinco mil euros, informou a autarquia.

A prova terá uma extensão de 10 quilómetros estando aberta a atletas federados e não federados. A estes juntar-se-ão jovens atletas da Escola de Atletismo de Mogadouro e para todas as faixas etárias está aberta a oportunidade de fazer uma caminhada ao longo do percurso.

De acordo com a vereadora do Pelouro do Desporto do município de Mogadouro, Márcia Barros, esta prova vai percorrer a principais artérias da vila.

Para Márcia Barros, as condições climatéricas por vezes adversas e típicas da região fazem parte deste desafio desportivo.

A inscrição na caminhada é de carácter não competitivo e está sujeita às mesmas condições dos atletas. Para realizar a insrição aceda à seguinte ligação https://www.portimer.pt/…/ii-corrida-sao-silvestre

Fonte: Lusa

Entrevista: “A festa dos rapazes solteiros é uma marca identitária da nossa terra” – Francisco Parreira

Chegados ao mês de dezembro, a festividade do Natal é vivida com muito entusiasmo pelos mirandeses, sejam eles, crianças, jovens, adultos e também idosos. O presidente da freguesia, Francisco Parreira, falou-nos sobre as tradições de Natal, em Miranda do Douro, com destaque para a festa dos rapazes solteiros, que têm a missão de recolher lenha e acender a fogueira do galo, em frente à concatedral.

Terra de Miranda – Notícias: No dia 24 de dezembro, uma das tradições de Natal mais peculiares da cidade de Miranda do Douro é a festa dos rapazes solteiros. Em que consiste esta festa?

Francisco Parreira: Na Terra de Miranda, as tradições de Natal, estão ligadas aos rituais de solstício de Inverno. Neste mês de dezembro, a luz do sol incide com menor força no hemisfério norte, marcando o pico do inverno e o fogo assume importância pela luz e calor que irradia. E a festa dos rapazes solteiros, no dia 24 de dezembro, remete para o fogo. Assim, ao longo do dia de consoada, os jovens mirandeses dedicam-se à recolha e transporte de lenha, em antigos carros de bois, para depois fazer a fogueira do galo, em frente à concatedral, que vai ficar acesa até ao dia de Reis. No cortejo por algumas ruas da cidade, os jovens rapazes são saudados pela população local e pelos turistas.

Ao longo do dia de consoada, os jovens mirandeses dedicam-se à recolha e transporte de lenha, em antigos carros de bois, para depois fazer a fogueira do galo, em frente à concatedral, que vai ficar acesa até ao dia de Reis.

T.M.N.: A freguesia de Miranda do Douro pretende eternizar esta tradição com a construção de um monumento?

Francisco Parreira: Sim, em colaboração com o município de Miranda do Douro, gostaríamos de destacar que a festa dos rapazes solteiros é uma marca identitária da nossa terra.

T.M.N.: A freguesia de Miranda do Douro compreende também as aldeias de Aldeia Nova, Palancar, Pena Branca, Vale d´Águia. Esta tradição da fogueira de Natal também existe nas aldeias?

F. P.: Infelizmente muitas destas tradições tendem a desaparecer, dado o decréscimo populacional e a falta de jovens, sobretudo nas aldeias.

T.M.N.: Após a ceia na noite de consoada, a participação na Missa do Galo, é outra tradição dos mirandeses.

F. P.: Sim, segundo a tradição, os rapazes solteiros e a população de Miranda do Douro, todos participam na Missa comemorativa do Nascimento de Jesus.

T.M.N.: Neste mês de dezembro, Miranda do Douro regista uma maior afluência de pessoas. Quem são e donde vêm as pessoas que habitualmente visitam Miranda do Douro, na quadra do Natal?

F. P.: Nesta época festiva, os mirandeses recebem habitualmente a visita dos seus familiares que vivem e trabalham noutras localidades do país e também no estrangeiro. A par disso, há também a regular visita dos turistas e dos vizinhos espanhóis, o que gera uma maior atividade económica nos vários setores como são o comércio, a restauração e a hotelaria.

Nesta época festiva, os mirandeses recebem habitualmente a visita dos seus familiares que vivem e trabalham noutras localidades do país e também no estrangeiro.

T.M.N.: A cidade fronteiriça de Miranda do Douro continua a ser procurada pelos vizinhos espanhóis?

F. P.: Sim, felizmente os espanhóis continuam a gostar de visitar a cidade de Miranda do Douro. Contudo, a estratégia do município e da freguesia local é desenvolver projetos turísticos para atrair novos públicos e estadias mais prolongadas na cidade e no concelho, como é o turismo sénior.

T.M.N.: De 16 de dezembro a 26 de dezembro, no largo do Castelo, em Miranda do Douro, vai realizar-se o “Tierra Natal”. Em que consiste este programa festivo?

F. P.: O “Tierra Natal” é um programa de atividades destinado às crianças e às suas famílias, que pretende recriar a alegria e o espírito de Natal. Entre as várias atividades destacam-se vários concertos musicais, a dança, o teatro, os jogos, a expressão plástica e a presença do Pai Natal.

T.M.N.: Para encerrar o ano, nos dias 29, 30 e 31 de dezembro, vai voltar a realizar-se o Festival Geada. Que festival é este?

F. P.: O festival Geadas já tem alguma tradição na passagem do ano, em Miranda do Douro. É organizado pela Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM) e apoiado pela freguesia de Miranda do Douro. O festival vai realizar-se numa tenda instalada no Largo do Castelo. Aí, para além dos concertos musicais, o evento pretende divulgar a cultura, a língua e as tradições mirandesas. Ao longo dos três dias do festival, vai haver animação de rua, adegas abertas e fogueiras para aquecer os festivaleiros de Inverno!

T.M.N.: No dia 31 de dezembro, outra das tradições na cidade é o enterro do ano velho. Que tradição é esta?

F. P.: O “enterro do ano velho” simboliza o adeus ao ano velho e a chegada do Ano Novo. Para tal, o ano velho é personificado por uma figura masculina: um velho, sujo, mal vestido, desgastado, descabelado e com sapatos rotos, um estado resultante do percurso percorrido ao longo do ano que agora termina. Esta tradição também se enquadra nos rituais de solstício de Inverno e pretende ser mais uma atração para os turistas que visitam a cidade de Miranda do Douro, neste período do inverno.

O “enterro do ano velho” simboliza o adeus ao ano velho e a chegada do Ano Novo. Para tal, o ano velho é personificado por uma figura masculina: um velho, sujo, mal vestido, desgastado, descabelado e com sapatos rotos, um estado resultante do percurso percorrido ao longo do ano que agora termina.

Perfil

Francisco José Carvalho Parreira, nasceu em 24 de janeiro de 1977. É casado e pai de uma menina.

Natural de Teixeira, estudou nos colégios salesianos de Poiares e Mogofores e concluiu o ensino secundário na Escola Secundária de Miranda do Douro. Prosseguiu os estudos superiores, na licenciatura em Educação Física, na ESE Jean Piaget, em Viseu. Chegou a lecionar na escola em Mogadouro e em 1999/2000 realizou um estágio profissional no município de Miranda do Douro, onde trabalha, desde então, como técnico superior de Educação Física. Atualmente, está a frequentar uma pós-graduação em gestão pública, para melhor desempenhar o cargo de presidente da Freguesia de Miranda do Douro.

HA

Miranda do Douro: Encontro despertou nas crianças o gosto pelo futsal

Na tarde de Domingo, dia 4 de dezembro, o pavilhão multiusos de Miranda do Douro, foi o recinto do XIII Encontro de Petizes e Traquinas de Futsal, um evento desportivo que juntou 150 crianças, provenientes de 9 clubes, do distrito de Bragança.

O 13º Encontro de Petizes e Traquinas realizou-se no pavilhão multiusos de Miranda do Douro.

O evento desportivo foi organizado pela Associação de Futebol de Bragança (AFBragança), em conjunto com o Clube Desportivo de Miranda do Douro, (CDMD) e teve como objetivo criar hábitos saudáveis e despertar nas crianças o gosto pelo futsal.

Para o presidente do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), Nuno Martins, o acolhimento em Miranda do Douro do 13º Encontro de Petizes e Traquinas, foi uma agradável surpresa.

“O Clube Desportivo de Miranda do Douro, com apenas 4 meses de existência, foi convidado pela Associação de Futebol de Bragança para organizar esta iniciativa. Aceitamos o desafio e foi com muito gosto que trabalhamos para proporcionar às crianças do distrito e às suas famílias, uma tarde desportiva agradável”, disse.

Nuno Martins, que também é pai de dois filhos, revelou que as crianças ficam entusiasmadas pela possibilidade de jogar e de conhecer outras crianças.

Referindo-se ao crescimento do futsal em Miranda do Douro, o presidente do CDMD, expressou o desejo de que, no futuro, o município possa proporcionar melhores condições para a prática desta modalidade e para o público, com a remodelação ou construção de um novo pavilhão multiusos.

A tarde desportiva em Miranda do Douro registou uma grande afluência de público, para assistir aos vários jogos de futsal, que decorreram em simultâneo, e tiveram a duração de 15 minutos.

De acordo com Sílvio Carvalho, diretor técnico da Associação de Futebol de Bragança, informou que nesta edição participaram 150 crianças, provenientes de 9 clubes: Clube Desportivo de Miranda do Douro, Grupo Desportivo Mirandês (A e B), Grupo Desportivo Sendim, Águia Futebol Clube de Vimioso, Freixo de Espada à Cinta, Madecense, Bragança e Moncorvo.

“Nas crianças, em primeiro lugar queremos despertar nelas a paixão e o gosto pelo desporto. E depois, a partir dos 13/14 anos, quando já são iniciados e juvenis, há que prepará-los para a competição”, disse.

Questionado se o futsal é uma modalidade em crescimento, o diretor técnico da AFBragança, reconheceu que devido ao decréscimo populacional no distrito, já é visível que alguns clubes estão a dedicar-se mais ao futsal.

“Atualmente, clubes como o Alfandega da Fé, o Vimioso e o Sendim já só têm equipas de futsal”, indicou.

O 13º Encontro de Petizes e Traquinas de Futsal, contou com o apoio da freguesia de Miranda do Douro e do município de Miranda do Douro.

O presidente da Freguesia, Francisco Parreira, mostrou-se agradado com a realização da tarde desportiva em Miranda do Douro e sublinhou a importância da formação desportiva nestas idades.

“Em Miranda do Douro é de realçar o trabalho que o município desenvolve na formação desportiva das crianças. E o desporto para além de promover o desenvolvimento físico dos mais novos é também uma atividade que propicia o convívio e a socialização”, explicou.

Por sua vez, o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, expressou a sua satisfação pelo êxito do encontro de futsal, em Miranda do Douro.

“É com grande satisfação que recebemos em Miranda do Douro a visita dos nove clubes participantes e das 150 crianças, que vieram acompanhadas dos suas famílias e amigos. O município de Miranda do Douro dá grande importância ao desporto, pois incute nas crianças e jovens, hábitos de vida saudáveis, eleva a autoestima e transmite valores como o espírito de equipa, a entreajuda, a retidão e o respeito”, disse.

O 13º Encontro de Petizes e Traquinas de Futsal encerrou com um lanche e a entrega de uma lembrança a todas as crianças participantes.

HA

Igreja: D. Delfim Gomes é o primeiro bispo nascido em Bragança

O administrador diocesano de Bragança-Miranda saudou a ordenação episcopal de D. Delfim Gomes, primeiro bispo nascido em Bragança, que decorre na Catedral da cidade.

“Na história da diocese, fundada em 1545, D. Delfim é o primeiro bispo nascido e batizado na cidade brigantina, na paróquia de Santa Maria. Aqui nasceu, cresceu e despertou para a vocação sacerdotal”, disse monsenhor Adelino Fernando Paes, no início da celebração.

D. Delfim Gomes, de 60 anos, foi nomeado auxiliar da Arquidiocese de Braga pelo Papa Francisco, a 7 de outubro; a ordenação episcopal é presidida por D. José Cordeiro, arcebispo primaz.

Monsenhor Adelino Fernando Paes desejou que o novo bispo continue “a viver o lema sacerdotal, dando-se a si mesmo para que seja continuada a obra da Salvação”.

“Alegramo-nos com os familiares e amigos, que são muitos; os grupos juvenis e toda esta assembleia agora reunida na Catedral diocesana para a ordenação episcopal de D. Delfim e para entoar o cântico novo, o hino por excelência da vida Cristã: a Eucaristia, que jubilosamente celebramos em comunhão com toda a Igreja”, acrescentou.

O administrador diocesano saudou os responsáveis religiosos e autoridades civis presentes na Catedral de Bragança, destacando em particular o núncio apostólico, representante diplomático do Papa em Portugal.

Foto: Agência ECCLESIA/OC

O responsável agradeceu a recente visita de D. Ivo Scapolo, por ocasião do 21.º aniversário da dedicação da catedral desta diocese.

“Esperamos que, muito em breve, possa repetir-se na apresentação do bispo que necessitamos, aguardamos e o Papa Francisco há de enviar-nos”, acrescentou.

A Diocese de Bragança-Miranda encontra-se em sede vacante desde a saída de D. José Cordeiro, nomeado pelo Papa como arcebispo de Braga, onde tomou posse a 12 de fevereiro deste ano.

No último mês, as duas dioceses lançaram uma campanha de partilha e oração, a que chamaram “30 dias de oração com D. Delfim Gomes” publicando diariamente, às 12h00, subsídios e informações nas redes sociais.

Fonte: Ecclesia

Política: PCP avisa que integrar agricultura na CCDR é o primeiro passo para a desarticulação

O secretário-geral do PCP considerou que a anunciada intenção do Governo de passar as competências dos serviços do Estado para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) “é o primeiro passo para a desarticulação total”.

Paulo Raimundo falava em Bragança, na 8.ª Assembleia de Organização Regional do Partido, onde aproveitou a importância da agricultura na região de Trás-os-Montes para criticar a intenção do Governo e as alegadas consequências da concentração de competência a nível regional, no caso na CCDR do Norte.

“Depois de ter eliminado milhares de postos de trabalho, depois de ter amputado o Ministério [da Agricultura] da área das florestas, o Governo PS quer agora ou extinguir serviços ou integrá-los nas CCDR”, observou durante o discurso em Bragança.

Para o secretário-geral do PCP, este “é o primeiro passo para a desarticulação” dos serviços e defendeu que “o que faz falta é mais proximidade e meios e não mais afastamento dos serviços de apoio aos agricultores”.

“Aqui (Bragança) onde ficou bem patente a importância que a agricultura continua a ter, onde os agricultores, com empenho e esforço, continuam a produzir alimentos de qualidade, mas que é uma atividade que continua a esbarrar nas opções do Governo PS e nas barreiras decorrentes da Política Agrícola Comum (PAC)”, afirmou.

Paulo Raimundo referiu-se também ao Plano Ferroviário Nacional (PFN) apresentado recentemente pelo Governo e que contempla uma ligação entre o Porto e Bragança.

“Se há região onde não temos problemas com a ferrovia é no distrito de Bragança, exatamente pela razão simples de que não há um único quilómetro de ferrovia neste distrito. Parece que há aí umas promessas novas, a ver vamos”, declarou.

O líder comunista atribuiu aos encerramentos de serviços e falta de investimento o défice demográfica, com a contínua perda de população em regiões como Bragança, onde vivem menos cerca de 13.400 pessoas, segundo o censos de 2021, comparando com 2011.

“Não há habitantes de primeira e de segunda”, reiterou Paulo Raimundo, afirmando que “é a política de direita que provoca a saída das populações do interior”.

“Este é um reflexo de um País mais desigual e mais injusto. Um País cada vez mais inclinado para o litoral, e que deixa o interior cada vez mais ao abandono e onde a baixa natalidade se faz sentir de forma ainda mais dramática”, insistiu.

O PCP reclama para combater o problema “medidas que passem por salários dignos, vínculos permanentes, boas condições e horários de trabalho estáveis, acesso a habitação, creche, escola, transportes, acesso aos serviços de saúde e ao acompanhamento das grávidas e ao direito a nascer em segurança num hospital”.

O secretário-geral insistiu ainda para “que se criem, de uma vez por todas, as regiões administrativas, respeitando o princípio da descentralização administrativa, que se avance, de uma vez por todas, com a regionalização, em vez de se transferir para as autarquias locais competências que estas não estão em condições de assegurar”.

Fonte: Lusa

Ensino superior: Financiamento do PRR cria mais de 6.400 camas

A região Norte vai contar com mais 4.440 novas camas e 2.012 reabilitadas em residências universitárias, fruto de candidaturas em 17 municípios ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que representam um financiamento superior a 164,4 milhões de euros.

De acordo com a lista de projetos financiados pelos PRR, disponível no ‘site’ do Programa Nacional para o Alojamento do Ensino Superior, foram aprovadas 41 candidaturas ao PRR em 17 municípios da região Norte que integram valências de Ensino Superior, entre politécnicos e universidades.

As candidaturas representam, em conjunto, um financiamento superior a 164,4 milhões de euros, que vai permitir criar mais 6.452 camas, 4.440 das quais serão camas novas e 2.012 reabilitadas.

Bragança contará com mais 200 camas no decorrer da aprovação e financiamento em 6,5 milhões de euros do projeto submetido pelo Instituto Politécnico de Bragança.

O distrito de Bragança contará também com 182 novas camas, em resultado de um projeto submetido pelo Instituto Politécnico de Bragança e cujo financiamento ascende a mais de 5,9 milhões de euros.

De acordo com a lista de projetos financiados pelos PRR, disponível no ‘site’ do Programa Nacional para o Alojamento do Ensino Superior, foram aprovadas 41 candidaturas ao PRR em 17 municípios da região Norte que integram valências de Ensino Superior, entre politécnicos e universidades.

Fonte: Lusa

II DOMINGO DO ADVENTO

Preparar-me para o Natal

Is 11, 1-10 / Slm 71 (72), 2.7-8.12-13.17 / Rom 15, 4-9 / Mt 3, 1-12

Escutar hoje o que João Batista tem para nos dizer pode ser um exercício duro. Para aqueles cuja atenção se fixa, neste tempo de preparação do Natal, nas luzes e nos doces, poderá até ser contraditório. Parece que o austero habitante do deserto, alimentado a gafanhotos e mel silvestre, decidiu estragar-nos a festa.

Traz o Menino Jesus, o doce e gentil bebé de Belém, o juízo à terra? Sim, traz. Mas agora, como há dois mil anos, continua a ser surpreendente a forma como Ele nos chama ao arrependimento e a preparar o caminho do Senhor. Continua a ser nova a forma como a criança nos batiza no fogo.

Atentemos no Menino Jesus no Presépio. Diante da luz que Ele é, que lugar poderá haver para as frases de sombra, para as mentiras? Nenhum, pois onde Deus habita não há engano: Ele é a Verdade. E tudo o que negue a verdade não tem lugar no Presépio.

Diante da fragilidade do Menino, que lugar poderá haver para a violência e para o ataque à vida? Nenhum, porque Ele mesmo é a Vida. E tudo o que negue a vida não tem lugar no Presépio.

Diante da simplicidade do Menino, que lugar poderá haver para ostentações e arrogância? Nenhum, porque Ele mesmo é a humildade. E tudo o que negue a humildade não tem lugar no Presépio.

Tudo o que não tem lugar no Presépio será deitado fora. E aí, como reza o Evangelho noutro lugar, haverá «choro e ranger de dentes». O Senhor é misericordioso, mas não é conivente com aquilo que o negue.

Contrastemos a nossa vida, os nossos hábitos, as nossas palavras, com a luz, a fragilidade e a simplicidade do Presépio. E vejamos como este Menino, com docilidade, limpa a eira e recolhe o que é bom no celeiro. Quanto à palha, aquilo que enche a nossa vida mas não tem lugar no Presépio, se nós deixarmos, Ele queima-a no braseiro do seu amor.

Deixemos que o Senhor venha e entreguemos-lhe tudo. E tomemos o nosso lugar no Presépio, como filhos muito amados.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

https://www.redemundialdeoracaodopapa.pt/meditacao-diaria/1904

Saúde: Portugal mantém uma das prevalências mais elevadas da diabetes da Europa

Portugal mantém uma das prevalências de diabetes mais elevadas da Europa, contando com mais de 830 mil doentes inscritos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), indica a diretora-geral da Saúde.

Numa nota introdutória ao estudo sobre o “Programa Nacional para a Diabetes – Desafios e Estratégias 2021”, Graça Feitas salienta que “esta epidemia acarreta importantes consequências para os próprios, as suas famílias e a sociedade em geral”, adiantando que o PND “constitui um dos programas prioritários da Direção-Geral da Saúde (DGS)”.

“Além dos desafios diários e constantes que a doença representa, as suas complicações podem levar à perda de visão, da função renal, amputações, doença cardíaca ou cerebral e morte prematura”, adianta.

A divulgação do relatório foi feita na sessão “Diabetes: Desafios e Estratégias”, organizada pela DGS.

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), “Portugal apresenta a segunda maior prevalência padronizada de diabetes nos 27 países da União Europeia”. Na UE, a prevalência de diabetes em 2021 foi de 6,2%, na população entre os 20 e os 79 anos, enquanto em Portugal foi de 9,1%.

Além do ponto da situação da doença em 2020, o documento apresenta o resumo das principais atividades desenvolvidas pelo Programa Nacional para a Diabetes em 2021, bem como o plano de ação previsto para 2022-24.

Em 2020, “verificou-se uma redução da taxa de registo de novos casos de diabetes nos Cuidados de Saúde Primários (CSP), possivelmente associada ao contexto da pandemia covid-19”. A pandemia poderá estar também relacionada com “a redução na vigilância em consulta de enfermagem” e a “redução da taxa de rastreio das complicações da diabetes”.

No mesmo ano, seguindo a tendência, aumentou o consumo e os custos da medicação para a doença, que “foi responsável por 4110 mortes, correspondendo a 3,3%” das ocorridas em Portugal. “Cerca de 11% dessas mortes” foram de pessoas com menos de 70 anos.

O Plano de Ação para o triénio 2022-2024 tem como objetivos “reduzir o desenvolvimento de diabetes em utentes de risco, identificados através da avaliação do cálculo de risco de diabetes tipo 2”, bem como “o número de pessoas que desconhece ter a doença e o tratamento precoce”, além de “combater o estigma da diabetes”.

“Promover o acesso às novas tecnologias no tratamento de todas as pessoas com Diabetes tipo 1” e “a realização dos rastreios e tratamento precoce das complicações crónicas da diabetes”, assim como reduzir a incidência da doença e a mortalidade, são outros dos objetivos.

A diabetes tipo 1 é a antigamente denominada diabetes dependente de insulina ou de início juvenil e a tipo 2, a mais frequente, é a que se designava diabetes do adulto ou não dependente de insulina.

A prevalência desta doença tem aumentado a nível mundial, estimando a IDF que, em 2030, Portugal apresente “uma prevalência padronizada de diabetes na população entre os 20 e os 79 anos de 10,3%”.

Fonte: Lusa