Cinema: Filme “Alma Viva” candidato a nomeação para Melhor Filme Europeu dos Prémios Gaudí
O filme “Alma Viva”, da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira, é candidato a uma nomeação para os Prémios Gaudí da Académia del Cinema Catalá, na categoria de Melhor Filme Europeu, segundo a lista divulgada em Barcelona.
A seleção de “Alma Viva” entre os dez candidatos à nomeação para Melhor Filme Europeu, pela Academia de Cinema da Catalunha, acontece cerca de dois meses depois de a longa-metragem ter também sido escolhida pela Academia de Cinema de Espanha como candidata a uma nomeção para Melhor Filme Ibero-Americano dos Prémios Goya.
As nomeações aos Gaudí serão conhecidas a 12 de dezembro, e a gala dos vencedores realizar-se-á em 04 de fevereiro, no Centro Internacional de Convenções de Barcelona, indicou hoje a academia catalã.
Primeira longa-metragem de Cristèle Alves Meira, produzida pela Midas Filmes, “Alma Viva” é uma ficção que aborda a emigração, o misticismo e a cultura transmontana, e foi integralmente rodada em Junqueira, concelho de Vimioso, onde a realizadora tem raízes maternas.
Em Barcelona, “Alma Viva” está entre obras de realizadores como Marie Kreutzer, da Áustria, Charlotte Wells, do Reino Unido, Hlynur Pálmason, da Islândia, J.A. Bayona, de Espanha, e entre filmes como os premiados “O Triângulo da Tristeza”, de Ruben Östlund, da Suécia, “Eo”, de Jerzy Skolimowski, da Polónia, e “Close”, de Lukas Dhont, da Bélgica.
Para a produtora Midas Filmes, as duas nomeações confirmam “o impacto” que a estreia de “Alma Viva” teve em Espanha, tendo a academia espanhola, em agosto, quando da nomeação aos Goya, destacado que o filme “é um retrato das tradições transmontanas, influenciadas pelas raízes ibéricas que compõem [os portugueses] enquanto povo, movendo-se num equilíbrio fascinante entre realidade e superstição”.
Estreado na competição da Semana da Crítica de Cannes, em 2022, “Alma Viva” foi “distribuído e premiado em festivais um pouco por todo o mundo, consagrado pelo público e a crítica em Portugal”, como recorda a Midas Filmes no comunicado de reação à nomeação aos Gaudí.
“Alma Viva” recebeu já duas dezenas de prémios, entre os quais seis Sophia da Academia Portuguesa de Cinema, incluíndo o de Melhor Filme.
Coproduzido entre Portugal, França e Bélgica, “com um pequeno apoio do ICA [Instituto do Cinema e do Audiovisual], mas com um envolvimento muito significativo por parte do Fundo de Apoio ao Turismo e Cinema e da RTP”, o filme estreou-se “em mais de uma dezena de países e continua a circular em Portugal”, escreve a Midas Filmes, no comunicado de reação agora divulgado.
A produtora portuguesa recorda ainda que está agora envolvida em Espanha em duas campanhas com vista à nomeação do filme – para os Prémios Goya e para os Prémios Gaudí – em conjunto com o distribuidor espanhol do filme, Paco Poch Cinema, mas “sem qualquer apoio” do ICA, “à revelia do que mandam os seus próprios regulamentos.”
Para os prémios da Academia de Cinema de Espanha, está também nomeado “Great Yarmouth: Provisional Figures”, de Marco Martins, como candidato a uma nomeação ao Goya de Melhor Filme Europeu.
A realizadora Cristèle Alves Meira esteve em Vimioso no decorrer da I Bienal Intercultural Transfronteiriça e Europeia.
Alcobaça: Monjas Trapistas de Palaçoulo regressam à Mostra de Doces Conventuais
A Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais de Alcobaça vai decorrer de 16 a 19 de novembro, numa edição comemorativa do 25.º aniversário do certame, onde poderão ser apreciados mais de 300 doces e licores conventuais.
Segundo a Câmara Municipal, organizadora do evento, esta iniciativa realiza-se desde 1999 e contribui para divulgar e preservar o legado dos doces e licores conventuais dos Mosteiros de Alcobaça (masculino) e de Coz (feminino).
Na edição comemorativa dos 25 anos do evento, a autarquia pretende também “celebrar as casas participantes com destaque para as que venceram nas últimas edições os primeiros prémios de melhor doce e licor”, iniciativa que este ano vai também envolver o público na votação.
Entre as novidades deste ano, o presidente da autarquia, Hermínio Rodrigues, destacou a realização, pela primeira vez, da exposição “Mérito em retrospetiva: 25 anos. 25 premiados”.
O objetivo, disse, é “recordar os doces premiados ao longo destes anos” e mostrar a evolução que a iniciativa “e a doçaria tiveram e que contribuem para que este seja um certame único a nível do país e como há poucos no mundo”.
Além de perto de 30 pastelarias de todo o país, a mostra vai contar com a participação de mosteiros e abadias nacionais e internacionais, ente os quais o Mosteiro do Santíssimo Sacramento do Louriçal, Mosteiro de Bande (Vila Nova da Carvalhosa), Mosteiro Trapista de Santa Maria Mãe da Igreja (Palaçoulo/ Miranda do Douro), Monjas Cistercienses da Porta Aberta (Braga), Mosteiro de São Bento de Singeverga (Santo Tirso), Abadia de Herkenrode (Bélgica), Mosteiro Cisterciense de Boa Vista (Brasil) e Casa do Povo do Curral das Freiras (Madeira).
À semelhança do que aconteceu na última edição, a mostra volta a ocupar o Claustro do Rachadouro, uma das alas do Montebelo Mosteiro de Alcobaça Historic Hotel, onde ficarão situados os espaços dedicados aos licores conventuais, a mostra de chocolates (belgas), o espaço de realização de ‘showcookings’ e a tenda para os momentos musicais e culturais que integram o programa.
Em termos de animação, a organização destaca o concerto da cantora lírica Sofia Escobar, no primeiro dia, e o espetáculo imersivo “Quadros Vivos de Caravaggio”, uma dramatização “que recria em palco uma sequência de 21 obras do pintor italiano do Barroco, que se vai construindo e desconstruindo”.
A experiência “substitui o espetáculo de ‘vídeo mapping’ que tem sido apresentado noutras edições”, explicou o presidente da Câmara de Alcobaça, no distrito de Leiria, adiantando que a aposta este ano “foi levar para dentro do mosteiro” a experiência imersiva que apresenta os 21 quadros bíblicos.
A Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais de Alcobaça conta este ano com um orçamento de mais de 100 mil euros, menos 40 mil que o ano passado (dada a redução dos custos por não incluir o espetáculo de ‘vídeo mapping’).
A estimativa da autarquia é que o certame seja visitado por cerca de 30 mil pessoas.
Pecuária: DGAV contabiliza 450 bovinos infetados por doença hemorrágica epizoótica
A Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) registou até ao momento 188 explorações pecuárias a nível nacional, onde há animais com sintomas da Doença Hemorrágica Epizoótica (DHE), num total de 450 bovinos infetados num universo de 27.000 animais.
“Nestas explorações afetadas, encontram-se presentes cerca de 27.300 bovinos no total, mas destes apenas 450 animais apresentaram sinais clínicos compatíveis com a doença. Em termos de números da mortalidade há o registo de apenas 15 bovinos, devido à doença”, indicou a DGAV.
De acordo com esta Direção Geral, os dados nacionais “são dinâmicos, uma vez que sendo uma doença transmitida por vetores (insetos do género Culicoides) vão sendo notificados focos à DGAV diariamente, registam-se ao dia de hoje 188 explorações notificadas com animais com sinais clínicos, a nível nacional (só notificada no território continental) ”.
“A cada novo concelho onde surge a doença promove-se a recolha de amostras para confirmação laboratorial”, indicou a DGAV.
O mesmo organismos explicou ainda que durante os meses de verão, e face às alterações climáticas e permanência do mosquito na Península Ibérica, o número de casos tem aumentado substancialmente, mas os animais recuperam da doença cerca de duas semanas após o início da sintomatologia.
“Apesar de existir uma taxa de morbilidade das explorações afetadas inferior a 10%, a taxa de mortalidade verificada é inferior a 1% “, indica o mesmo esclarecimento.
A DGAV acrescenta ainda que tem vindo a tomar um conjunto de medidas desde o aparecimento de um foco de doença em Espanha (Badajoz) no final de novembro de 2022.
“Neste momento todo o território continental está afetado pelas restrições associadas a esta doença”, vinca.
Sempre que se confirma um foco de doença, é definido pela DGAV um raio de 150 quilómetros em volta deste e foram criadas regras aplicáveis à circulação animal e à desinsetização dos animais e dos veículos.
“Têm sido atualizados os editais à medida que são alteradas as áreas, e efetuadas reuniões com os médicos veterinários e associações do setor, de forma a expor e atualizar as medidas a tomar”, esclarece.
Em julho deste ano foram confirmados os primeiros dois focos em Portugal no Alentejo, pelo que foi implementado o reforço da vigilância clínica e das medidas de desinsetização.
A DGAV apenas declara as notificações que chegam de forma oficial, estando os produtores e médicos veterinários legalmente obrigados a declarar a suspeita desta doença.
Nesta doença, os focos correspondem a explorações onde um médico veterinário reconheceu clinicamente esta doença, tendo já sido confirmado laboratorialmente pelo menos um caso no mesmo concelho.
Os dados detetados ao momento no distrito de Bragança indicam a existência de 42 explorações afetadas, nas quais se contabiliza a presença de 1768 bovinos. Destes, 193 apresentaram sinais clínicos e 11 morreram da doença.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, disse discordar da estimativa de 33 casos de morte por DHE, na região transmontana, avançados então pela Direção Geral de Veterinária (DGAV), afirmando que são “bem mais”.
“Não posso acreditar nos dados avançados pela Direção-Geral de Veterinária, porque não correspondem à realidade vivida nas explorações do meu concelho”, afirmou Nuno Rodrigues.
O autarca disse ainda acreditar que atualmente os números de animais de raça bovina mortos com DHE são “bem mais” e podem mesmo ultrapassar a meia centena, só no concelho de Miranda do Douro.
Avelanoso: A castanha e a feira distinguem-se pela qualidade
A VIII Feira da Castanha e dos Produtos da Terra, que decorreu em Avelanoso, no fim-de-semana de 28 e 29 de outubro, não obstante a chuva registou a afluência de muito público, confirmando assim que esta localidade do concelho de Vimioso é cada vez mais uma referência na produção, qualidade e comercialização de castanha.
O rancho folclórico de Vimioso encerrou a VIII Feira da Castanha e dos Produtos da Terra, em Avelanoso.
Na manhã de sábado, dia 28 de outubro, a oitava edição da feira da castanha iniciou-se com a já tradicional montaria ao javali, que este ano reuniu oito matilhas de cães e 155 caçadores, muitos deles vindos de outras regiões do país.
Entre estes caçadores estava o casal, Sandra Peixe e o companheiro, Leonel Pires, naturais de São Martinho do Peso e de Algoso, respetivamente. Quando questionados sobre o que os motivou a participar na montaria ao javali, responderam que gostam muito da natureza, do convívio entre os caçadores e encaram a caça como uma atividade desportiva e de lazer.
“As montarias ao javali são um bom exemplo de como é possível atrair pessoas de outras regiões do país para a nossa região e assim dinamizar a economia local. Pelo que vejo, estes caçadores que compram os produtos locais são também os melhores promotores da nossa região junto dos familiares e amigos”, disse a jovem caçadora.
Por sua vez, o veterano caçador, Rui Freixo, que veio de Baião, no distrito do Porto, com um grupo de amigos para participar na montaria ao javali, em Avelanoso, destacou as condições excecionais da região transmontana para a prática da caça.
“Há 40 anos que temos o gosto em caçar na região de Trás-os-Montes, seja à caça ao javali, como também à caça-menor do coelho-bravo e da perdiz. Nestas viagens a Trás-os-Montes aproveitamos sempre para adquirir alguns produtos locais, como é o caso da castanha”, disse.
Do lado dos 33 produtores presentes na VIII Feira da Castanha e dos Produtos da Terra, Mafalda Gonçalves, cuja família costuma colher entre seis a sete toneladas de castanha por ano, informou que campanha iniciou-se no final de outubro e as perspectivas não são as melhores.
“Este ano há uma acentuada redução de castanha e para agravar a situação verificámos que muitas têm bicho. Por isso, nesta campanha prevemos colher apenas dois mil quilos de castanhas. Esta quebra na colheita deve-se às alterações climáticas, sobretudo o excesso de calor fora de tempo, o que não permitiu desenvolver inteiramente as castanhas nos ouriços”, explicou.
Para além da castanha, na feira em Avelanoso, a família Gonçalves comercializou outros produtos locais, como são a noz, amêndoa, avelã, mel, goji, e as tradicionais cascas de feijão.
Para a população de Avelanoso, a chegada de tantos visitantes no decorrer do fim-de-semana de 28 e 29 de outubro foi uma alegria e uma oportunidade de convívio.
“Ano após ano, a feira da castanha de Avelanoso consegue atrair a vinda de muitas pessoas, seja para participar a montaria, para comprar produtos na feira, ou para assistir aos concertos musicais e participar noutras atividades”, informou, Filipe Canedo.
Uma destas atividades foi a realização do I Passeio Micológico da Raia, que decorreu na manhã de Domingo. Segundo o organizador, o engenheiro Carlos Ventura, apesar da chuva a atividade correspondeu às expetativas, pois a freguesia de Avelanoso é particularmente rica em cogumelos silvestres.
“Avelanoso tem uma floresta diversificada, com carvalhos, freixos, pinheiros e soutos, o que é propício para o surgimento de uma grande variedade de cogumelos silvestres. Na manhã de Domingo, foram recolhidas várias espécies comestíveis e não comestíveis, para que as pessoas estejam bem informadas sobre aquelas que podem apanhar”, informou.
O especialista em micologia informou ainda que com esta atividade, pretende-se ensinar o público a apanhar corretamente os cogumelos silvestres.
“Para a apanha há que utilizar uma cesta e uma faca para cortar os cogumelos pela base do caule, de modo a mão destruir o solo”, indicou.
Outra pessoa natural de Avelanoso, Manuel Afonso, vive e trabalha em Lisboa. Tirou quatro dias de férias para ajudar a família a apanhar castanhas e para participar na VIII Feira da Castanha e dos Produtos da Terra.
“Já é uma tradição tirar férias nesta altura do ano, para apanhar as castanhas, para participar na Feira da Castanha e dos Produtos da Terra e celebrar o Dia de Todos os Santos! O mais difícil na apanha das castanhas é andar todo o dia curvado para o chão. Sobre a feira, vejo que o evento está a crescer e já é uma marca na região”, disse.
Para o sucesso deste evento, o vice-presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Santos, destacou o empreendedorismo da junta de freguesia de Avelanoso.
“Graças ao conhecimento e ao dinamismo do presidente da freguesia, Fernando Rodilhão, esta feira dedicada à castanha é uma referência no planalto mirandês. A feira da castanha de Avelanoso é mais um evento bem sucedido, pois consegue cumprir o objetivo de revitalizar esta freguesia do concelho de Vimioso”, disse.
A par do retorno económico, o autarca António Santos, acrescentou que estas feiras também pretendem dar a conhecer aos visitantes o património cultural existente no concelho.
Foi o que descobriu o espanhol, Juan Miguel, vindo de Valladolid, ao ficar impressionado com as chegas de touros, que decorreram na tarde de Domingo, em Avelanoso.
“Viemos visitar esta região e em Avelanoso fiquei maravilhado com a tradição das lutas de touros mirandeses. Nunca tinha visto nada semelhante, entre animais tão grandes!”, disse.
As chegas ou lutas de touros mirandeses são uma das tradições do planalto mirandês.
Sobre a VIII Feira da Castanha e dos Produtos da Terra, o visitante espanhol que veio acompanhado da esposa e de um casal de amigos, afirmou que é um apreciador destes eventos locais, onde é possível conhecer os produtos e as tradições de cada localidade.
Outra tradição na VIII Feira da Castanha e dos Produtos da Terra, em Avelanoso, foi o magusto de castanhas assadas, que encerrou o certame e deliciou as crianças e os adultos. No decorrer do magusto, o presidente da freguesia local, Fernando Rodilhão, expressou a sua alegria pela consolidação deste certame, que todos os anos traz milhares de pessoas à localidade.
“Este ano, a feira da castanha decorreu com chuva e mesmo assim as pessoas não deixaram de vir a Avelanoso. Isso demontra bem o patamar a que chegou o certame. Ano após ano, regista-se um aumento no número de visitantes e nós queremos corresponder com o aumento da qualidade. A tenda dos expositores e concertos, por exemplo, tem maior altitude para proporcionar uma melhor sonorização acústica no interior”, disse.
Com o objetivo da oferecer qualidade ao público, Fernando Rodilhão, acrescentou que a organização da Feira da Castanha e dos Produtos da Terra também apostou na restauração.
“Este ano, ao longo dos dois dias da feira disponibilizámos o serviço de restaurante e ao todo foram servidas cerca de 1000 refeições. Pelas críticas, todas as pessoas ficaram deliciadas com as refeições e muito agradadas com o serviço apresentado”, disse.
Anualmente, a Feira da Castanha e dos Produtos da Terra, em Avelanoso, coincide com a época da apanha da castanha e é uma iniciativa organizada pela União de Freguesias de Vale de Frades e Avelanoso, que conta com o apoio do município de Vimioso.
Agricultura: Governo não apoia produtores de castanha transmontanos por ser matéria segurável
A ministra da Agricultura disse que o Governo não pode apoiar os produtores de castanha transmontanos, por considerar que é uma matéria segurável e que fator produtivo não foi afetado.
“Nós [Governo] não temos forma de ajudar nas quebras de produção durante as respetivas campanhas, por se tratar de uma matéria segurável e devem ser os seguros coletivos a ter a disponibilidade para poder fazer face a estas quebras de produção”, explicou Maria do Céu Antunes.
De acordo com a governante, “à primeira vista não há instrumentos para ajudar os produtores de castanha, como não houve para o escaldão da pera rocha ou das uvas, que aconteceu em pleno verão ou das granizadas que caíram num passado ainda recente”.
“Isto é da responsabilidade dos agricultores e dos seus movimentos associativos e que ainda o ano passado foram utilizados 18 milhões de euros para fazer baixar o prémio dos seguros para que os agricultores possam pagar menos. A esta altura, estamos a avaliar a situação para perceber que instrumentos se possam mobilizar para esta situação”, rematou a ministra da Agricultura.
O município de Vinhais pediu medidas para fazer face aos prejuízos avultados esperados para a campanha da castanha, num “ano trágico”.
“Há três ou quatro semanas era expectável um ano muito bom em termos de produção. O que vai acontecer é precisamente o contrário. É um ano trágico, com quebras muito grandes”, afirmou o presidente da Câmara de Vinhais, Luís Fernandes.
As perdas não serão uniformes em todas as zonas do concelho, mas expressivas. “Estaremos a falar sempre de quebras superiores a 70, 80%. Se calhar em alguns casos a rondar quase os 100%”, adiantou o autarca socialista.
O pedido foi vertido num memorando, onde se pedem medidas de compensação aos produtores, como o pagamento atempado dos subsídios, apoios aos seguros de colheitas, isenção do pagamento da Segurança Social ou mesmo a declaração do estado de calamidade, “porque isso permite outro tipo de apoios”, relembrou Luís Fernandes.
Na lista de exemplos de medidas consideradas relevantes, sugere-se ao Ministério da Agricultura a adoção de “uma estratégia ele investigação e combate às causas que estiveram na origem destes fenómenos”.
Vinhais é um dos maiores produtores de castanha do país, com entre 13 a 15 mil toneladas por ano, o que representa cerca de 15 milhões de euros. Conta com 2.500 produtores e 10 mil hectares de soutos.
Por outro lado, a Maria do Céu Antunes, disse ainda que aos pedidos de ajudas feitos pelos municípios de Vila Flor, Macedo de Cavaleiros e Vinhais, para fazer face às enxurradas que ocorrem nestes concelhos do distrito de Bragança.
As intempéries que ocorreram entre 27 maio e 12 de junho deixaram prejuízos agrícolas na região, que não foram contemplados nos despachos publicados em Diário da República, a 19 de julho e a 21 de agosto. Estes apoios destinam-se, respetivamente, a tratamentos fitossanitários e ao restabelecimento do potencial produtivo.
“Não primeira avaliação este três concelho não estavam incluídos nas medidas de apoios a restabelecimento do potencial produtivo, porque as quebras de produção não chegaram aos 30% .Reavaliamos e estes conselhos não têm condições para ser apoiados”, disse a ministra.
Agricultura: Regadio é fator determinante para aumentar a produção agrícola e fixar jovens – ministra
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, defendeu em Alfândega da Fé que os sistemas de regadio são um fator determinante para o aumento de produção agrícola e fixação de jovens em territórios mais despovoados.
“A agricultura, para ser competitiva e atrair jovens para o setor, tem que ter a água como fator de produção. A diferença dita que, entre um hectare de sequeiro e um de regadio, o regadio produz cinco vezes mais do que o sequeiro. O regadio é capaz de ocupar territórios e atrair mais jovens para a agricultura por ser mais rentável”, indicou a governante.
Maria do Céu Antunes falava em Alfândega da Fé, no distrito de Bragança, onde procedeu à homologação do contrato de construção da barragem de Gebelim e do despacho de aprovação do projeto de execução da rede de rega do Aproveitamento Hidroagrícola do Planalto Vilar Chão/Parada, um investimento estimado em cerca de 25 milhões de euros.
“Este novo empreendimento vai ocupar mais território agrícola sustentável do ponto de vista económico, ambiental e social”, vincou a ministra da Agricultura.
A governante ficou ainda a conhecer a barragem da Camba, situada neste concelho transmontano, que dispõe de sistema de gestão da rega inovador no Nordeste Transmontano que permite o controlo à distância individualizado, através de um telemóvel ou outro dispositivo.
Trata-se do sistema de telegestão da rede de rega da barragem da Camba que permite um controlo individualizado por parte dos beneficiários e da entidade gestora, a Junta de Agricultores da Camba.
O sistema resultou de um investimento de 300 mil euros e está inserido numa intervenção iniciada em 2018, que começou pela reabilitação de todo o regadio da Camba, desde a adutora a ramais, com um custo total de 6,5 milhões de euros e que abrange 130 regantes repartidos por 320 hectares de área agrícola, divididos pelas aldeias de Agrebom, Saldonha e Valpereiro.
Já o presidente da câmara de Alfândega da Fé, Eduardo Tavares, destacou a poupança de água para regadio que já chega aos 50% por nos sistemas de rega do concelho desde 2014.
“Tanto na barragem da Camba como da Estevainha, ambas requalificadas, antes gastava-se meio milhão de metros cúbicos de água para rega. Agora o gasto é de metade, fruto de vários investimentos neste setor”, explicou o autarca socialista.
Já no que respeita à construção da barragem de Gebelim, o autarca fala num investimento que permite alargar o perímetro de rega do concelho de Alfândega da Fé em 50 hectares e que beneficiará 150 agricultores, sendo uma obra que se prevê que tenha início no final de novembro
Outra ambição local é o reforço do regadio do Vale da Vilariça, nomeadamente o alteamento da barragem da Burga e o aumento da área de rega do bloco norte, projetos que estão a ser desenvolvidos em parceria entre os municípios de Alfândega da Fé e Vila Flor.
Pecuária: Miranda do Douro discorda do número de mortes de bovinos indicados pela DGAV
O vice-presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, discorda do número avançado pela Direção Geral de Veterinária (DGAV), de 33 casos de morte por Doença Hemorrágica Epizoótica (DHE), ocorridos na região transmontana, afirmando que o número de casos é “bem mais preocupante”.
“Não posso acreditar nos números avançados pela Direção-Geral de Veterinária, porque esses dados não correspondem à realidade vivida nas explorações do meu concelho”, afirmou Nuno Rodrigues.
Em declarações, o vice-presidente da câmara de Miranda do Douro, disse que foram pedidos dados a médicos veterinários que prestam serviço naquele concelho e que foram registadas cerca de 70 explorações afetadas e mais de 700 animais infetados, havendo ainda o registo de, pelo menos, 37 mortes.
O autarca acredita que atualmente os números de animais de raça bovina mortos com DHE são “bem mais” e podem mesmo ultrapassar a meia centena, só no concelho de Miranda do Douro.
Nuno Rodrigues apelou ao Ministério da Agricultura que olhe para estes agricultores que se têm esforçado para evitar danos maiores provocados pela DHE.
“Depois de um verão muito seco esta doença agora deixa os agricultores em dificuldades porque os animais que morrem terão de ser repostos, o que agrava a situação económica das explorações pecuária”, disse.
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária disse na quarta-feira à Lusa que o principal foco, na região Norte, da Doença Hemorrágica Epizoótica se verifica em Trás-os-Montes, onde tinham sido identificados, até esse dia, 33 casos.
A DGAV indicava ainda que a DHE é uma doença viral que afeta os ruminantes, em especial os bovinos e os cervídeos selvagens, com transmissão através de mosquitos.
“A doença está incluída na lista de doenças de declaração obrigatória da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA)”, indicou a mesma fonte.
Este organismo acrescentou que, sempre que é detetada uma suspeita de doença, efetua-se colheita de amostras e envio de material ao laboratório, com a respetiva notificação da suspeita aos serviços oficiais da DGAV.
Quanto à origem DHE, a DGAV diz não poder afirmar com segurança qual a proveniência da doença nesta região, mas tratando-se de uma doença transmitida por vetor (mosquito), poderá ter origem no restante território nacional ou em território espanhol.
Questionada, a DGAV indicou ainda que não há limitação de movimentação, que apenas se aplica a trânsito animal de e para outro estado-membro ou país terceiro.
Quando um fariseu pergunta a Jesus qual é o maior mandamento da Lei, ele não está a referir-se aos comummente conhecidos dez mandamentos, mas sim aos 613 mandamentos da Lei de Deus. É uma pergunta imensa, de resposta difícil e que abrange várias dimensões da vida de um judeu. Mas Jesus parece nem sequer hesitar, respondendo: amar Deus, com todo o coração, com toda a alma e com todo o espírito; amar o próximo como a si mesmo.
Aqui está o centro da nossa vida. Na dúvida sobre o que devemos fazer em qualquer situação, é a este momento da vida de Jesus que podemos recorrer: amar Deus com todas as nossas forças, isto é, amar e cuidar do amor, e amar o outro. E este amor, aprendemos na Paixão de Jesus, vai muito além de um mero desejar bem: implica falar, mas também calar; implica denunciar, mas também perdoar. Implica consolar quando somos nós quem está pregado na cruz.
Esta missão que nos é confiada hoje por Jesus não é pequena. É maior do que qualquer um de nós e só poderá ser vivida assumindo algo tão belo quanto duro: nós não somos o centro das nossas vidas. As nossas vidas são muito maiores do que aquilo que somos capazes de imaginar e desejar. Vivemos verdadeiramente quando colocamos todas as nossas energias no amor pelo outro, no acolher o outro. No meio das alegrias e das interrupções, das tristezas e das grandes maratonas de serviço, o coração tem de estar sintonizado com Deus.
Quando vivemos assim, tudo nos une, tudo se torna luz, tudo se faz canção. E haverá coisa mais bela do que cantar a própria vida?
No meio das nossas indecisões, dúvidas, temores e incertezas, recordemos o essencial da nossa fé: amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todo o espírito; amar o outro como a si mesmo. E confiemos! Confiemos neste caminho aberto por Jesus, o único que rompe a tirania da cruz, da dor e do sofrimento e que vai além dele. Este caminho é o da nossa felicidade.
Na madrugada de Domingo, dia 29 de outubro, Portugal entra na hora de inverno, com os ponteiros a recuarem 60 minutos e quando forem 2h00, volta a ser a 1h00.
Com esta mudança da hora, no domingo “ganha-se” uma hora de sono, mas “perde-se” tempo de luz do sol ao final da tarde.
O atual regime de mudança da hora na União Europeia é regulado por uma diretiva que determina que todos os anos os relógios sejam adiantados e atrasados, respetivamente, uma hora no último domingo de março e no último domingo de outubro, marcando o início e o fim da hora de verão e inverno.
Um grupo de peritos internacionais também propôs o fim da mudança da hora na União Europeia e o alinhamento dos fusos horários dos diferentes países, aproximando-os o máximo possível da hora solar e tornando-os permanentes.
Os peritos, que subscreveram a Declaração de Barcelona sobre Políticas do Tempo assinada em outubro de 2021 por mais de 70 instituições internacionais, defendem que as mudanças na hora legal “não têm efeitos significativos na poupança energética”, ao passo que a manutenção da mesma hora “melhora a saúde, a economia, a segurança e o meio ambiente”.
A Declaração de Barcelona sobre Políticas do Tempo de 2021 visava, entre outros fins, promover o debate sobre a mudança da hora. Portugal defende o atual regime, com uma hora de verão e com uma hora de inverno.
Atletismo: Recorde de 21.875 praticantes filiados em Portugal
O atletismo português apresentou na última época um número recorde de atletas filiados, com 21.875 registos, superando pela segunda vez consecutiva o patamar dos 20 mil, anunciou a federação portuguesa da modalidade.
A época de 2022/23 também bateu o máximo de número de clubes filiados, que passa a ser de 670.
A primeira vez que foi superada a barreira dos 10 mil praticantes registados foi em 1994, com 10.271, pelo que se verifica mais do que a duplicação em quase 30 anos.
Face ao ano anterior, 2022, há um crescimento de 1.472. Nesse ano contaram-se 20.403 atletas, no que foi a primeira época com mais de 20 mil inscritos. A subida é de 7,21%.
Nestes números da época, 49,44 % dos filiados pertencem aos escalões de formação, 14,44% pertencem aos atletas seniores (incluindo os sub-23), com os veteranos a somarem 36,12%.
Dez associações regionais estão em claro crescimento, destacando-se a do Porto, pela primeira vez acima dos 3.036 registos (o anterior máximo era de 2.731, de 2022).
Lisboa tem agora 3.008 inscritos, a Madeira 1.952, Coimbra 1.568, Leiria 1.560, Algarve 1.228, Setúbal 1.152, Santarém 1.022, Viana do Castelo 637 e Évora 520.
No recorde de clubes filiados destacam-se, em termos de crescimento, Lisboa, que sobe de 67 para 76, Santarém, a crescer de 27 para 32, Coimbra, que passa de 48 para 50, e Viana do Castelo, que sobe de 24 para 27.
Nesta nova época desportiva, o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) também criou uma equipa de atletismo, formada por atletas naturais do concelho, que vão competir nas provas da Associação de Atletismo de Bragança (AAB).
Segundo o presidente do CDMD, Nuno Martins, ao longo da época 2023/2024, o clube vai organizar várias provas: a 23 de setembro passado organizou o Ultra Trail Tierra de Miranda, em Picote. Em dezembro, vai realizar-se uma corrida São Silvestre. E no próximo ano, pretendem organizar a II edição do Trail Contrabando do Café, em Paradela.