Cultura: Algoso integra Aldeias de Portugal

A aldeia de Algoso, localizada no concelho de Vimioso é uma das oito novas Aldeias de Portugal, anunciou a Associação do Turismo de Aldeia (ATA), que atribuiu a certificação.

Segundo a Associação do Turismo de Aldeia (ATA), o distrito de Bragança totaliza quatro novas aldeias classificadas: Podence, no concelho de Macedo de Cavalheiros, conhecida pelo Entrudo Chocalheiro, classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade desde 2019; Algoso, no concelho de Vimioso; Moimenta da Raia, no concelho de Vinhais, e Sambade, em Alfândega da Fé.

A sul, a rede de Aldeias de Portugal é reforçada com a entrada da Alte, em Faro.

No concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, as Argas (de Baixo, Cima e de São João), situadas na Serra d’Arga, atualmente em processo de classificação como Paisagem Protegida Regional, é a única União de Freguesias certificada.

No distrito de Aveiro, Folhense, no concelho de Vale de Cambra, e Vale de Ílhavo, no município de Ílhavo, são as novas aldeias classificadas com o selo que “atesta a identidade dos territórios mais genuínos do país”.

“Estamos particularmente orgulhosos destas adesões ao universo das Aldeias de Portugal, porque, além de evidenciarem a especial força da região norte na preservação dos seus territórios mais tradicionais, também refletem o reforço geográfico da marca no sul do país, cuja menor representatividade na rede era uma lacuna que lamentávamos”, afirmou diretora da ATA, Teresa Pouzada, citada na nota.

A responsável admitiu que “o processo de adesão é particularmente minucioso e obriga ao envolvimento de várias entidades, para garantia de que toda a comunidade associada ao povoado está efetivamente envolvida na candidatura e motivada para o projeto de desenvolvimento que a marca ‘Aldeias de Portugal’ preconiza”.

Mas, disse, “esperamos que a entrada de Alte na rede confira uma nova dinâmica à promoção dos territórios mais genuínos do Algarve, que está cheio de potencial neste domínio do turismo rural”.

A classificação agora anunciada põe fim a “alguns meses de análise dos diferentes aspetos exigidos para candidatura”.

“Estas novas adesões só provam como as Aldeias de Portugal, mesmo nas circunstâncias mais rurais, podem ser ativas, dinâmicas e, na realidade, uma verdadeira fonte de inspiração no que se refere à qualidade de vida a que todos devemos aspirar enquanto sociedade”, frisou Teresa Pouzada.

A ATA foi fundada em 1999 e é composta por várias instituições empenhadas em potenciar o desenvolvimento socioeconómico, a promoção turística e a preservação patrimonial dos territórios rurais mais representativos das origens da genuína identidade portuguesa.

Atualmente, a instituição conta com 17 associados de todo o país.

O selo Aldeias de Portugal “distingue os povoados mais característicos da ruralidade portuguesa, em vertentes como o património histórico e cultural, gastronomia e artesanato, práticas e costumes sociais, recursos naturais e agrícolas, ofícios e produtos regionais”.

Fonte: Lusa

Agricultura: Eduardo Oliveira e Sousa deixa presidência da CAP

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, vai deixar o cargo, passando para a mesa da assembleia-geral, e deverá ser substituído por Álvaro Mendonça e Moura, da Amêndoacoop – Cooperativa de produtores de Amêndoa de Torre de Moncorvo.

A 17 de abril, terminou o prazo para a apresentação das listas candidatas aos órgãos sociais da confederação para o triénio 2023-2026, tendo sido apresentada uma única, subscrita por 129 organizações associadas da CAP.

Apesar dos estatutos não preverem um número máximo de mandatos, Eduardo Oliveira e Sousa vai deixar o cargo, aparecendo agora como candidato à presidência da mesa da assembleia-geral.

Já como presidente é apontado Álvaro Mendonça e Moura, da Amêndoacoop – Cooperativa de produtores de Amêndoa de Torre de Moncorvo.

Como vice-presidentes são candidatos Domingos Filipe dos Santos (FNOP – Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas), Francisco Pavão (APPITAD – Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro), Gonçalo Andrade (Portugal Fresh), Joaquim Capoulas (Associação de Produtores do Mundo Rural da Região de Montemor-o-Novo), Jorge Rita (Federação Agrícola dos Açores) e Pedro Pimenta (Anpromis – Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo).

Como vogais da direção são candidatos António Marques, Bruno Marques, Fermelinda Carvalho, José Estêvão, José Duarte, Manuel Costa e Silva, Manuel Pereira e Sousa, Rita Bonacho, Rodrigo Vinagre e Sérgio Ferreira.

Integram ainda a candidatura a este órgão, como vogais suplentes, Amadeu Fernandes, Cláudio Soares, Eduardo Cruz, José Azevedo, José Maia, Luís Marcos, Luís Robalo, Pedro Batista, Rui Batista e David Alves.

Além de Eduardo Oliveira e Sousa, a proposta para a mesa da assembleia-geral integra Vitor Galantinho (vice-presidente), Fernando Moreira (secretário efetivo) e Joaquim Morgado (secretário suplente).

Por sua vez, a lista aponta para o Conselho Fiscal da CAP António Soares (presidente), António Raposo (membro efetivo), Henrique Damásio (membro efetivo) e Carla Pinto (membro suplente).

Álvaro Mendonça e Moura, nasceu em 1951 no Porto e é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra.

O candidato a presidente da CAP foi secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, representante permanente junto das Nações Unidades, embaixador em Madrid e representante permanente junto da Comissão Europeia e dos organismos e organizações internacionais em Genebra.

Antes disso, foi embaixador em Viena, em 1992 foi chefe do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, depois de ter sido chefe do gabinete do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

Em 1990, foi diretor de serviços da África Subsariana, membro das negociações de Bicesse para a paz em Angola, depois de também ter passado pela embaixada em Pretória e pela delegação permanente junto da EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre) e do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), em Genebra.

Álvaro Mendonça e Moura dedica-se ao olival, à vinha e ao amendoal, é sócio da APPITAD, foi professor universitário e membro fundador do Círculo de Estudos do Centralismo.

As eleições dos titulares dos órgãos sociais da CAP vão ter lugar no dia 17 de maio.

Fonte: Lusa

Genísio: Bombeiros informam população sobre prevenção e medidas em caso de incêndio

Dada a proximidade do verão e das altas temperaturas, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Miranda do Douro (AHBVMD) realizou ao início da tarde desta quarta-feira, dia 26 de abril, uma ação de sensibilização junto da população de Genísio, para informar sobre os perigos de incêndio e as medidas a implementar na atividade agrícola.

Dando continuidade às ações de sensibilização junto da população do concelho de Miranda do Douro, os bombeiros voluntários estiveram no salão de festas, em Genísio, onde prestaram informações a cerca de 30 pessoas.

Na referida sessão, Paulo Almeida, da AHBVMD, lembrou a população sobre a importância de solicitar a prévia autorização para realizar as queimadas, junto da freguesia local ou na Câmara Municipal de Miranda do Douro.

“Estamos a iniciar a época do verão e convém alertar a população sobre os cuidados e os riscos na realização de queimadas. A necessária autorização para as queimadas permite que os bombeiros estejam presentes e informados sobre o local e o tipo de material ou sobrantes que pretendem queimar”, indicou.

Outros conselhos para a realização das queimadas são lavrar e limpar a área circundante, queimar os sobrantes em pequenas quantidades e de preferência em dias húmidos e sem vento e não abandonar o local sem que o fogo esteja extinto.

Em situações de descontrolo das queimadas, os bombeiros aconselham contatar o 112 ou ligar diretamente para os Bombeiros de Miranda do Douro (273 432 122).

“Tem-se verificado que muitas das queimadas que dão origem a incêndios são feitas por pessoas com idade avançada, que já não têm a agilidade e destreza física para controlar o fogo e que por vezes acabam por falecer nestes incêndios”, alertou.

Perante o deflagrar do incêndio, os bombeiros voluntários recomendam evitar a exposição ao fumo e a remoção das viaturas do caminho de acesso para facilitar a intervenção dos bombeiros.

Após a sessão de esclarecimento, os bombeiros voluntários proporcionaram à população de Genísio ações de medição dos parâmetros vitais, como o controlo da glicemia, da oximetria e medições da tensão arterial.

Para o presidente da Freguesia de Genísio, José Marcelino Antão, estas ações de esclarecimento junto da população são sempre bem-vindas, dado que revelam a atenção e a vigilância dos bombeiros locais.

“É importante recordar às pessoas o que devem fazer em caso de incêndio e quem devem contatar. Em Genísio, não há muita floresta, no entanto é aconselhável ser prudente na limpeza dos terrenos e das imediações das casas”, indicou.

No âmbito desta obrigatoriedade de autoproteção e limpeza dos terrenos, o autarca, adiantou que em Genísio as pessoas têm correspondido de um modo “prático e voluntário” às recomendações feitas pela freguesia.

No concelho de Miranda do Douro, as ações de sensibilização sobre os perigos de incêndio e as precauções a implementar nas atividades agrícolas vão continuar segundo o seguinte calendário: 

27 de abril, em São Pedro da Silva, às 14h00
27 de abril, na Granja, às 15h00
27 de abril, em Fonte Ladrão, às 17h00

 28 de abril, em Duas Igrejas, às 14h00

2 de maio, em Cércio, às 14h00
2 de maio, em Vale de Mira, às 15h00

3 de maio, em Vila Chã da Braciosa, às 14h00
3 de maio, na Freixiosa, às 15h00

HA

Constantim: Festa de Nossa Senhora da Luz nos dias 29 e 30 de abril

No próximo fim-de-semana de 29 e 30 de abril vai realizar-se em Constantim, a romaria internacional em honra de Nossa Senhora da Luz, um evento religioso e comercial que decorre em plena fronteira e que junta habitualmente milhares de portugueses e espanhóis.

Este ano, a festa vai começar na tarde de sábado, dia 29 de abril, às 16h00, com a procissão de Constantim até à ermida de Nossa Senhora da Luz, que dista 2 quilómetros da aldeia.

Anualmente, esta procissão atrai a vinda de milhares de pessoas das localidades de Portugal e da vizinha Espanha.

Os vizinhos espanhóis da aldeia de Moveros, por exemplo, organizam todos os anos uma peregrinação para acompanhar a procissão de Constantim até à ermida, construída a 895 metros de altitude, em plena fronteira com Espanha.

Para muitas pessoas, participar na procissão e acompanhar Nossa Senhora até à capela da Luz é o ponto alto da festa. Vão para agradecer a Nossa Senhora as promessas e os benefícios recebidos.

Antigamente, os peregrinos de Nossa Senhora da Luz tinham por tradição oferecer produtos da terra como trigo, batatas e ramos enfeitados com doces, que eram leiloados no final da festa.

A romaria prossegue no Domingo de manhã e o destaque deste dia é a descarga de morteiros, que assinala a abertura da feira internacional, um certame que atrai a vinda de muitos portugueses e espanhóis.

Noutros tempos, esta romaria internacional, em Constantim, foi considerada uma das mais importantes do nordeste transmontano.

No decorrer desta feira, os portugueses compravam habitualmente os cântaros espanhóis para guardar a água fresca no verão, assim como as tortilhas e o escabeche (peixe enlatado).

Do lado espanhol, “nuestros hermanos” apreciavam sobretudo a carne de vitela e a qualidade do café em Portugal.

Outra peculiaridade da festa em honra de Nossa Senhora da Luz é a tradição das famílias merendarem nas imediações da capela, com o frango guisado, os fritos e o presunto cozido.

Todos os anos, a romaria internacional em honra de Nossa Senhora da Luz é organizada por três casais da aldeia de Constantim, os chamados mordomos. A estes casais é confiada a manutenção da capela de Nossa Senhora da Luz, a limpeza do recinto, a montagem do palco para a realização da missa campal e a venda das lembranças nos dias da festa.

HA

Cultura: Venda de livros aumenta 8,3% face a 2022

Mais de 31 mil livros por dia foram vendidos em Portugal nos primeiros três meses deste ano, o que traduz um aumento de 8,3%, face ao período homólogo, segundo a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).

De acordo com dados disponibilizados pela Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano, entre janeiro e março de 2023, foram vendidos mais de 2,8 milhões de livros em Portugal (2.804.879), o que representou um encaixe de 39.314.512 euros.

Em termos de vendas, estes 39,3 milhões de euros representam um acréscimo financeiro de mais de 12,6% face ao primeiro trimestre de 2022.

Para tal terá contribuído igualmente o preço médio do livro, que subiu 4%, para os 14,02 euros.

Nestes primeiros três meses do ano, entraram em circulação no mercado 2.419 novos livros, menos 214 do que no ano passado.

Relativamente aos pontos de venda, 70,03% dos livros vendidos no primeiro trimestre foram escoados por livrarias, enquanto 29,7% foram vendidos por hipermercados. Isto reflete-se igualmente nos valores de venda, já que 80,2% do total (31,5 milhões de euros) foram para as livrarias e 19,8% (7,8 milhões de euros) para os hipermercados.

Os dados relativos a este primeiro trimestre revelam um ligeiro aumento da procura de livros em livrarias, em detrimento dos hipermercados, quando comparados com o período homólogo de 2022.

Por categoria, o género mais procurado foi o infantojuvenil, com um peso médio de 33,6% no total das vendas, um preço médio de 10,67 euros por livro e um valor apurado correspondente a 25,6% do total.

Em segundo lugar, surgem os livros de não ficção (33,3%), a um preço médio de 16,86 euros, correspondendo a 40,1% do valor total angariado.

Seguem-se os livros de ficção, cujas vendas representaram 29,2% do total e contribuíram em 33,3% para o encaixe financeiro total. O preço médio a que estes livros foram vendidos foi de 15,95 euros.

O género menos representativo é o das campanhas/exclusivos, que contribuíram com 3,9% em número de unidades vendidas, com 1,1% do valor final apurado, tendo o preço médio destas publicações rondado os 3,91 euros.

Segundo dados anteriores da Gfk, o mercado livreiro em Portugal tem vindo a demonstrar uma tendência crescente desde 2021, depois de uma quebra abrupta verificada em 2020, devido à pandemia.

Fonte: Lusa

Saúde: Quase todas as crianças receberam as vacinas em 2022

Em 2022, as crianças até 1 ano de idade receberam todas as vacinas recomendadas, com o Programa Nacional de Vacinação (PNV) a atingir “excelentes coberturas” também nos restantes grupos etários.

“Durante os anos da pandemia e agora em 2022, continuamos com excelentes resultados no Plano Nacional de Vacinação (PNV), com excelentes taxas de cobertura”, salientou Teresa Fernandes.

Os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgados na Semana Mundial da Imunização, indicam que, no primeiro ano de vida, 98% a 99% das crianças foram vacinadas com todas as vacinas e doses previstas no PNV para essa faixa etária.

A cobertura vacinal nas crianças até aos sete anos de idade também foi elevada, ultrapassando a meta dos 95% na maioria das vacinas, enquanto nos adolescentes ficou em mais de 90% e nos adultos acima dos 80%, adiantou ainda a DGS na avaliação de 2022 do programa.

Quanto à vacinação completa de raparigas com a vacina do HPV (papilomavírus humano), passou a meta de 85% a partir do ano em que completam os 12 anos, mesmo durante a pandemia, enquanto a cobertura vacinal dos rapazes revela uma “excelente adesão à vacinação”, com coberturas muito próximas das obtidas no sexo feminino para a primeira dose.

No entanto, como a vacinação dos rapazes só foi introduzida em 2020, ainda não foi possível atingir a meta dos 85% para o esquema vacinal completo, o que quer dizer que “esta vacina ainda não atingiu a rotina na população masculina”, reconhece a DGS.

De acordo com os dados de 2022 do PNV, a cobertura vacinal das grávidas, para proteger o recém-nascido contra a tosse convulsa, mantém também níveis elevados de cerca de 90% e, desde a implementação da vacinação na gravidez, em 2017, que a “incidência da doença desceu significativamente”.

O cumprimento da vacinação de reforço contra o tétano e a difteria ao longo da vida variou entre 97% para quem completou dois anos de idade, 83% para quem tem 45 anos, e 84% aos 65 anos.

Para a coordenadora do programa, a cultura vacinal que se verifica em Portugal deve-se ao facto de o PNV ter tido “um bom berço” quando foi criado em 1965, com um planeamento e organização que fez com que a vacinação se “tornasse acessível a todas as pessoas, qualquer que fosse a sua condição social e económica”.

“As pessoas foram confiando ao longo do tempo” na importância da imunização, adiantou Teresa Fernandes, ao salientar que os princípios da gratuitidade e da universalidade da vacinação em Portugal também “ajudaram a fortalecer o PNV”.

Como exemplo da agilidade e da acessibilidade da vacinação no país, a coordenadora do PNV adiantou que, ao contrário do que se verifica em muitos outros países, em Portugal não é necessário marcar uma consulta médica para se ser vacinado, além de que o Serviço Nacional de Saúde disponibiliza uma rede de unidades vacinadoras em todo o território.

“Mesmo em 2020 e 2021, que foram anos fortes da pandemia, não houve uma perda de coberturas vacinais. A nível internacional, há alguma tendência de descrédito e de as pessoas procurarem informação não credível sobre a vacinação, mas em Portugal as pessoas continuam a acreditar na vacinação”, assegurou Teresa Fernandes.

Segundo disse, o PNV está em constante avaliação e foi revisto pela última vez em 2020, sendo possível que, em breve, sejam atualizadas as estratégias de acordo com novas vacinas que estão agora disponíveis no mercado.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está a assinalar a Semana Mundial da Imunização, uma iniciativa que decorre anualmente na última semana de abril e que, este ano, pretende sensibilizar para a importância de recuperar as taxas de vacinação para os níveis de 2019, depois de terem baixado devido à pandemia da covid-19.

Dados da OMS indicam que, a nível mundial, 25 milhões de crianças perderam pelo menos uma vacina essencial em 2021 e 18 milhões não receberam nenhuma vacina, uma situação que se verificou especialmente nos 20 países de com menores rendimentos, onde vivem mais de três quartos das crianças que não foram imunizadas.

Segundo a DGS, as vacinas que integram o PNV são as consideradas de primeira linha, isto é, que são comprovadamente eficazes e seguras e de cuja aplicação é possível obter os maiores ganhos em saúde.

Fonte: Lusa

25 de Abril: «Um país não passa a ser democrático de um dia para o outro» – António Matos Ferreira

O historiador António Matos Ferreira, coordenador de um projeto de investigação sobre o 25 de Abril, na Universidade Católica Portuguesa (UCP), destacou a “mutação” de consciência, na Igreja e na sociedade portuguesa, que promoveu a resistência ao regime.

“Um país não passa a ser democrático, imediatamente, de um dia para o outro. 25 de Abril é um dia, mas quando falamos do 25 de Abril, falamos de um grande processo de mutação”, indica o docente universitário.

O Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) da UCP desenvolve até 2026 o projeto ‘25 de Abril: permanências, ruturas e recomposições’, que procura suscitar novas reflexões entre investigadores, no âmbito da História Religiosa Contemporânea.

“Os nossos objetivos não são comemorar, mas repensar com elementos que introduzem contraditório, que introduzem novas perspetivas”, precisa Matos Ferreira.

O especialista recorda que, após 1974, “houve efetivamente ruturas, mas também houve resistências”.

“Um dos grandes perigos do conhecimento histórico é fornecer – mais do que até a questão revisionista – falsas imagéticas que alimentam a atualidade das pessoas”, adverte.

Para o investigador responsável pelo projeto do CEHR, o regime do Estado Novo foi “um regime de compromisso entre os republicanos moderados, fações da maçonaria”.

O historiador sublinha a necessidade de estudar os motivos para que a Ação Católica não aparecesse na Concordata (1940), havendo quem entendesse que Salazar “teria receio de que essa instituição fosse a base da criação de um outro partido”.

“Se ele existisse, de alguma maneira, retiraria à União Nacional – em que estavam católicos, maçons e republicanos conservadores – o apoio do setor católico”, aponta.

António Matos Ferreira entende que o papel dos setores operários e os setores universitários, na Igreja Católica, são “extremamente importantes para perceber o terreno onde vai emergir uma lenta e clara oposição ao regime”.

“O setor católico começa a ter dissidências internas. O importante foi não só a dissidência, mas – sobretudo a partir de Humberto Delgado- o crescendo, haver sectores que passaram a ser oposição”, precisa.

O investigador destaca que, em Portugal, existia uma elite que lia, membros do clero e leigos, a literatura produzida no Concílio Vaticano II (1962-1965), num processo de renovação que não foi acompanhado por “parte significativa” do mundo católico.

Para muitos desses protagonistas, isso implicava uma rutura com a ordem pública e política. Mesmo que não fosse formulada nestes termos, exatamente, dizia respeito a uma sociedade livre, portanto, necessariamente democrática”.

Num olhar sobre o presente, Matos Ferreira convida a aprender com a história, sustentando que “a segurança só vale se for realizada em nome da liberdade”.

“Aprender a ser livres é aprender no interior das relações. É por isso que uma sociedade democrática favorece a liberdade”, indica.

O historiador sustenta, a este respeito, que “não há liberdade sem o reconhecimento dos outros”.

“Isso é uma aprendizagem, não é porque um dia as tropas saíram à rua. Esse sair das tropas à rua é como que um grito, mas depois é preciso construir para além do grito”, conclui.

Entrevista conduzida por Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

São Joanico: População aderiu ao “Chá com Livros”

Com o propósito de promover o convívio nas localidades do concelho de Vimioso realizou-se no Domingo, dia 23 de abril, em São Joanico, o primeiro encontro “Chá com livros”, uma atividade que permitiu recuperar histórias, cantigas e tradições locais.

Esta iniciativa é promovida pelo município de Vimioso e na sessão realizada na antiga escola primária de São Joanico, participaram cerca de 30 pessoas, de todas as idades.

Ao longo da sessão, os participantes partilharam leituras, histórias, cantigas e memórias da sua infância e juventude na aldeia.

Bediel Tomé, natural de Serapicos e a esposa, natural de São Joanico, por exemplo, partilharam a história do seu namoro, que decorreu entre as duas aldeias vizinhas, enquanto pastoreavam o gado das famílias.

Por sua vez, a representante da freguesia de São Joanico, Elisabete Antão, informou que muitas das histórias e tradições desta localidade estão registados no livro “ S. Joanico, sua história e suas gentes”, da autora Maria da Luz Miranda.

Sobre o encontro “Chá com livros” realizado em São Joanico, a autarca local expressou a sua felicidade e gratidão pela entusiasta participação da população nesta iniciativa.

“Fiquei muito feliz com a colaboração e o envolvimento de todos na preparação desta atividade: umas pessoas disponibilizaram-se para arquivar os livros, os homens para pintar as cadeiras e as mulheres para embelezar o espaço com flores”, disse.

Sobre a atividade “Chá com livros”, Elisabete Antão referiu que o mais importante foi proporcionar um momento de convívio e de partilha entre todos.

“Faz-nos muito bem conversar e partilhar histórias uns com os outros”, disse.

Quem também participou na atividade em São Joanico, foi a vereadora da cultura do município de Vimioso, Carina Lopes, que se mostrou surpreendida com a afluência de pessoas.

“A adesão das pessoas superou as nossas expetativas! O objetivo deste projeto é convidar a população local a sair das suas casas e a conviver. Neste projeto queremos incentivar as pessoas a partilhar as suas experiências de vida e os seus talentos, como sejam contar histórias, cantigas e tradições locais”, explicou.

Segundo o município de Vimioso, a iniciativa “Chá com livros” vai decorrer também noutras localidades do concelho.

HA

Vimioso: Trail dá a conhecer a natureza, a cultura e a gastronomia

No próximo Domingo, dia 30 de abril, vai realizar-se a II edição do “Vales de Vimioso Trail Run”, uma prova certificada pela federação portuguesa de atletismo e que vai trazer à vila de Vimioso cerca de 300 participantes.

O evento desportivo é organizado pela associação “Os Furões”, em colaboração com o município de Vimioso e contempla a modalidade de trail curto (15 km), longo (30 km) e a caminhada.

De acordo com Cláudio Martins da associação “OS Furões”, a par da prova desportiva que está incluída no circuito distrital de trail, este evento pretende promover turisticamente o concelho, destacando a beleza natural dos vales dos rios Maçãs e Angueira, assim com o património cultural e gastronómico.

“Convidamos todas as pessoas que gostem de caminhar ou correr, a visitar Vimioso, no fim-de-semana de 29 e 30 de abril”, disse Cláudio Martins, dos Furões.

Segundo este responsável, uma das novidades da II edição do Trail Vales de Vimioso é o valor dos prémios, sendo que há 2 mil euros destinados aos vários escalões, masculino e feminino.

“Outra novidade no trail deste ano é a modalidade da caminhada. Chegaram-nos muitas solicitações a manifestar interesse em participar no evento através da caminhada. E já há bastantes inscritos, não só os acompanhantes dos atletas, mas também a população local” – informou.

A organização adianta que na II edição do Trail Vales de Vimioso espera contar com a participação de 300 pessoas.

HA

Vimioso: “Após o 25 de abril, o concelho mudou muito” – Presidente da Assembleia Municipal, Sérgio Pires

Em Vimioso, realizou-se na manhã desta terça-feira, dia 25 de abril, a comemoração do Dia da Liberdade, com uma cerimónia em frente à Câmara Municipal, seguida da deposição de um ramo de flores no memorial dos antigos combatentes e a reunião da assembleia municipal.

Comemoração do Dia da Liberdade, em Vimioso.

Os 49 anos da revolução de abril foram assinalados em Vimioso, com a atuação da Banda Filarmónica da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vimioso (AHBVV), que começou por cantar a música “Grândola”. Depois foi entoado o hino nacional, com o hastear da bandeira, pelo presidente da Câmara Municipal de Vimioso, Jorge Fidalgo, e o presidente da Assembleia Municipal, Sérgio Pires.

A cerimónia alusiva ao Dia da Liberdade prosseguiu com a deposição de um ramo de flores no memorial aos antigos Combatentes.

Para fazer jus à liberdade e à democracia realizou-se ao final da manhã a reunião ordinária da Assembleia Municipal, no auditório da Casa da Cultura, em Vimioso.

Esta sessão iniciou-se com a intervenção do partido socialista (PS), pela voz de João Manuel Alves Padrão. O jovem deputado municipal sublinhou os benefícios da revolução de abril de 1974, graças à qual hoje é possível expressar, livremente, diferentes modos de pensar.

“Hoje, cabe a cada um de nós continuar a contribuir para a construção da liberdade e da democracia no concelho de Vimioso”, disse.

Em representação do PSD, Jorge Gonçalves, presidente da Freguesia de Santulhão, contrastou o período da ditadura com a instauração da democracia.

“O 25 de abril de 1974 abriu-nos novos horizontes e conduziu-nos à integração europeia. Contudo, se é verdade que já temos uma democracia adulta, com quase 50 anos, é de suma importância continuar a cuidar deste sistema político, sabendo escutar e dialogar, de modo a evitar os populismos e extremismos”, afirmou.

Referindo-se concretamente ao concelho de Vimioso, o jovem autarca, lançou o repto de continuar a construir projetos que promovam o desenvolvimento local.

O discurso final alusivo ao Dia da Liberdade foi proferido pelo presidente da Assembleia Municipal de Vimioso, Sérgio Pires, que começou por realçar que o país e o concelho de Vimioso estão muito diferentes do que estavam há 49 anos atrás.

“Hoje, o concelho de Vimioso está apetrechado das mais modernas infraestruturas. Não obstante, o despovoamento continua a ser o nosso maior desafio. E para agir contra o êxodo populacional são necessárias políticas que incentivem a fixação de pessoas, em todo o país e não só nos grandes centros urbanos”, disse.

No decorrer da ordem de trabalhos da assembleia municipal, o presidente do município, Jorge Fidalgo, abordou vários assuntos como a recente realização das feiras temáticas em Argozelo, Caçarelhos e Algoso, eventos que visam contribuir para o dinamismo económico destas localidades.

Outro assunto abordado pelo autarca vimiosense é atual falta de médicos de família no concelho. Sobre este problema, Jorge Fidalgo, reconheceu a dificuldade da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSN) em fixar jovens médicos no distrito de Bragança.

“Os jovens médicos preferem trabalhar nos centros mais populosos. Mas temos que continuar a reivindicar, junto do ministério da saúde, soluções para o distrito e o concelho de Vimioso”, disse.

O presidente do executivo vimiosense esclareceu ainda a assembleia municipal sobre outros assuntos, como o orçamento municipal de 2022, as obras municipais que decorrem nas freguesias de Santulhão e Matela e o loteamento na zona industrial de Vimioso.

HA