Sendim: Dia Mundial da Família juntou crianças e idosos

Para comemorar o Dia Internacional da Família, que se assinala a 15 de maio, realizou-se em Sendim, o V Encontro Intergeracional, uma iniciativa organizada pelo município de Miranda do Douro, que teve como propósito promover o convívio entre as crianças e as pessoas idosas do concelho.

Ao longo da tarde de sexta-feira, dia 12 de maio, no pavilhão multiusos, os cerca de 100 alunos, dos jardins de infância e do 1º ciclo das escolas de Sendim e de Palaçoulo, ofereceram aos mais idosos, várias interpretações musicais e excertos de teatro.

Por sua vez, os mais velhos, presentearam os mais novos, com a atuação da tuna da universidade sénior, que orientada pelo professor e músico, Paulo Meirinhos, deu aso a um baile entre as várias gerações.

De acordo com Sandrine Araújo, do município de Miranda do Douro, o Encontro Intergeracional, que já vai na 5ª edição, surgiu a propósito do Dia Internacional da Família e da vontade em juntar as pessoas de diferentes idades.

“No encontro deste ano, para além do município de Miranda do Douro e do Agrupamento de Escolas, também estão envolvidas a Casa da Criança Mirandesa, o CLDS 4G Miranda CumBida, o Centro Social e Paroquial de São João Batista de Picote e a União de Freguesias de Sendim e Atenor”, informou.

Como anfitrião do encontro, o presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, reiterou o compromisso da freguesia em promover a coesão social entre as várias gerações.

“Estes encontros entre gerações, são um oportunidade de aprendizagem para as crianças. E para os mais velhos, são momentos de alegria!”, disse.

Segundo o autarca, estes encontros geracionais têm sido habituais em Sendim, dado que na Páscoa e no âmbito da Oficina do Idoso, os idosos e as crianças juntaram-se para confeccionar e degustar o folar e da bola doce mirandesa.

“No próximo dia 28 de maio e a pensar nas jovens gerações, a freguesia de Sendim vai celebrar o Dia Mundial da Criança, com uma tarde de animação, em que haverá insufláveis e pinturas faciais”, informou.

HA

Igreja: Mais de 600.000 jovens inscritos na JMJ

Mais de 600.000 jovens já se inscreveram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que vai realizar-se em Lisboa, de 1 e 6 de agosto, informou o presidente da Fundação JMJ, D. Américo Aguiar.

“Na primeira fase, já são mais de 600 mil jovens que manifestaram interesse em participar na JMJ Lisboa 2023.”, disse Américo Aguiar, durante uma visita à sede da Fundação JMJ, em Lisboa, do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin e do primeiro-ministro português, António Costa.

Num curto discurso, antes da visita às instalações, o bispo auxiliar de Lisboa adiantou que nesse lote de inscritos está representado “a quase totalidade dos países do mundo”.

A 80 dias do início do encontro mundial, que vai contar com a presença do Papa Francisco, Américo Aguiar pediu confiança na organização e assegurou que tudo está a ser feito “dentro dos calendários”.

O presidente da Fundação JMJ disse ainda que não se pode “perder muito tempo”, tendo em conta que falta cerca de dois meses e meio, sentindo um “misto entre alegria e aflição”.

A acompanhar António Costa estiveram os ministros da Saúde, Manuel Pizarro, da Administração Interna, José Luís Carneiro, e a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que é a responsável do Governo pela organização do encontro mundial.

Na visita marcaram também presença o coordenador da JMJ nomeado pelo Governo, José Sá Fernandes, e o Cardeal Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de agosto, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

A edição deste ano, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.

O Papa Francisco foi a primeira pessoa a inscrever-se na JMJLisboa2023, no dia 23 de outubro de 2022, no Vaticano, após a celebração do Angelus. Este gesto marcou a abertura mundial das inscrições para o encontro mundial de jovens com o Papa.

Fonte: Lusa

Portugal: Médicos Católicos lamentam aprovação «da lei da morte medicamente assistida»

«A eutanásia e o suicídio assistido atentam contra a própria Medicina, são atos vedados aos médicos», alerta Associação

A Associação de Médicos Católicos Portugueses (AMCP) lamentou a aprovação pelo Parlamento português da lei da eutanásia, mostrando esperança no “pedido de fiscalização sucessiva da lei”.

“Lamentamos profundamente a aprovação pelo Parlamento português da lei da morte medicamente assistida. Portugal vive hoje um dia negro da sua história, uma ocasião de afrontamento à dignidade dos portugueses”, refere a AMCP, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

Os deputados da Assembleia da República aprovaram a 12 de maio, o Decreto n.º 43/XV, sobre a morte medicamente assistida, depois de, em abril, o presidente português o ter devolvido ao Parlamento.

O diploma foi a votação tendo sido aprovado com os votos do PS, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda, PAN e Livre, e alguns deputados do PSD, contabilizando 129 votos a favor e 81 votos contra do PSD, do Chega, do PCP e alguns deputados do PS; a votação contou com uma abstenção de um deputado do PSD.

A AMCP lembra que manifestou publicamente, “diversas vezes”, “a radical oposição à legalização da eutanásia em Portugal”, mormente desde que o processo parlamentar se iniciou, em 2017, junto dos órgãos decisórios e da opinião pública.

“Esta firme oposição mantém-se hoje como então e assenta na ética médica e no Código Deontológico, que não pactuam com a lei aprovada”, acrescenta, reiterando que a eutanásia e o suicídio assistido “atentam contra a própria Medicina, são atos vedados aos médicos, não são atos médicos”.

Segundo a AMCP, quando os médicos encontram um doente em sofrimento de grande intensidade “cuidam e acompanham-no com humanidade e proximidade”, hoje têm “meios muito eficazes”, para apaziguar o sofrimento físico, psicológico e espiritual dos doentes.

A direção dos Médicos Católicos Portugueses mantêm a opinião de que a Ordem dos Médicos “não deve participar na Comissão de Verificação”.

Temos esperança no pedido de fiscalização sucessiva da lei e desde já comunicamos que estaremos atentos à regulamentação da lei no sentido de denunciar inconformidades com o Código Deontológico”.

Em declarações, a presidente da Federação Portuguesa pela Vida, Isilda Pegado, explicou “não existir um entendimento unânime” sobre o que poderão ser os próximos passos do Presidente da República, destacando “uma enorme sensibilidade” de Marcelo Rebelo de Sousa e criticou, por outro lado, a “prepotência” do Parlamento português.

“Esta é uma decisão historicamente sancionável contra os direitos humanos e quase uma direção selvagem de cada um por si, sem conhecer a palavra solidariedade, sem conhecer a palavra apoio; é uma lei economicista, e, como já disse um retrocesso civilizacional”, desenvolveu.

Marcelo Rebelo de Sousa indicou, a 19 de abril, que “convém clarificar quem deve supervisionar o suicídio assistido. Isto é, qual o médico que deve intervir numa e noutra situação”.

Fonte: Ecclesia

Agricultura: Ajuda para a redução e estabilização de preços dos bens alimentares

A ministra da Agricultura e Alimentação anunciou que a ajuda para a redução e estabilização de preços dos bens alimentares, no valor de 180 milhões de euros, “deverá começar a chegar aos agricultores nos próximos dias”.

Durante a sessão comemorativa dos 100 anos da Nestlé Portugal, que decorreu em Estarreja, no distrito de Aveiro, Maria do Céu Antunes, disse que nos próximos dias começarão a chegar aos agricultores as ajudas extraordinárias, no âmbito de um pacto para a estabilização e redução dos preços aos consumidores.

“Estamos em condições de nas próximas semanas fechar este pacote de apoios e com isso podermos alimentar toda a cadeia e ajudar, ainda assim, a que as condições de vida dos nossos cidadãos possam ser melhores”, referiu

No final da sessão, a ministra esclareceu que esta ajuda extraordinária aos agricultores no valor global de 180 milhões de euros, surge no âmbito do pacto assinado a 27 de março entre o Governo, a Confederação dos Agricultores de Portugal e a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição.

Apesar de a verba sair exclusivamente do Orçamento de Estado, Maria do Céu Antunes observou que foi necessário pedir a aprovação da Comissão Europeia para “não causar constrangimento do ponto de vista do mercado interno”.

“Estamos neste momento com o processo já fechado, em tempo recorde, para nos próximos dias, semanas, os agricultores receberem estes valores”, acrescentou.

Há cerca de três semanas, durante a reunião da comissão de acompanhamento do pacto de estabilização de preços, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) tinha pedido ao Governo para acelerar o pagamento dos apoios aos agricultores, assim que recebesse a “luz verde” da Comissão Europeia.

“Eu acho que o Governo tem que agilizar o pagamento quando tiver a autorização de Bruxelas.”, referiu na altura, Luís Mira.

Para conter o impacto da inflação na carteira dos portugueses, o Governo lançou um conjunto de medidas, como a aplicação de uma taxa de IVA de 0% num cabaz de produtos alimentares essenciais.

A lista de produtos com IVA a 0% inclui o atum em conserva, bacalhau, pão, batatas, massa, arroz, cebola, brócolos, frango, carne de porco ou azeite.

A medida IVA zero entrou em vigor a 18 de abril e prolonga-se até ao final de outubro.

A comissão de acompanhamento do pacto deverá voltar a reunir-se no final de maio.

Fonte: Lusa

Agricultura: Seca em Trás-os-Montes

Em Mogadouro, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) exigiu que o Governo inclua a região transmontana e duriense na situação de seca, justificando que neste território verifica-se um teor de água nos solos extremamente baixo.

“O Governo, ao não considerar o território transmontano e o duriense em situação de seca, deixou os nossos associados desagradados e desmotivados. Embora este território ainda não esteja numa situação de seca extrema, são já visíveis os sinais da falta de água nos solos, o que interrompeu o ciclo da colheita de forragens para a alimentação animal, disse o dirigente da CNA, Vítor Rodrigues.

Para o responsável é já notório um conjunto de consequências que “são visíveis e irreversíveis” nas culturas agrícolas, devido à falta de água nos solos que deixaram de ter capacidade de produzir alimento para animais, numa altura em que os estábulos deveriam estar cheios de forragens tais como aveia, palha e feno.

“É bem visível nesta região do país a falta de pasto para os animais nos lameiros do planalto mirandês. Por outro lado, as forragens tiveram de ser cortadas um mês antes do tempo previsto, devido à falta de humidades nos solos e não cresceram o suficiente, o que provocou uma acentuada quebra na produção”, vincou o dirigente da CNA.

Vítor Rodrigues acrescentou, ainda, que Portugal atravessa o segundo ano consecutivo de seca e que não há reservas de alimento para o gado, o que dificulta em muito a ação dos agricultores na manutenção das suas explorações.

“Trás-Os-Montes e Alto Douro, pelos motivos apresentados, deveriam ser considerados pelo Governo como um território de seca porque os apoios concedidos nestas situações permitiriam mitigar a situação de seca e de falta de alimento para os animais e ajudariam os agricultores a contornar a situação vivida nesta região do país”, rematou Vítor Rodrigues.

Segundo o dirigente da CNA, “para já há fracas perspetivas de os agricultores nacionais obterem alimento para os animais, nomeadamente em Espanha e França, países também muito afetados pela seca, e por este motivo será previsível que produtores pecuários vão desistir da atividade e vender os seus animais”.

“Esta situação de abandono da produção animal vai acentuar ainda mais o despovoamento dos territórios do interior, que têm grande potencial produtivo”, considerou.

O dirigente da CNA visitou algumas explorações agrícolas no concelho de Mogadouro onde ouviu as preocupações dos agricultores devido à falta de água nos solos e de alimento para o gado e à consequente perda de rendimento.

Fernando Pimentel, produtor de leite com 160 cabeças de gado bovino, mostrou-se desesperado porque só tem alimento para os seus animais para mais 60 dias.

“Daqui a dois meses não sei o que vou fazer com os meus animais. Ou lhe abro a porta do estábulo ou terei de os vender porque não tenho o que lhe dar de comer. Estamos em pânico porque não sabemos o que fazer”, vincou o produtor de bovinos, com uma exploração em Valcerto, no concelho de Mogadouro.

Já Carlos Lopes, técnico da Associação Arribas do Douro, disse que nesta altura do ano e em situação normal, num hectare, os produtores de gado colhiam 20 fardos de ferragens gigantes. Atualmente a produção chega a dois três fardos com as mesmas dimensões na mesma parcela de terreno.

“Há uma diferença muito grande na produção de alimento devido à falta de água, que vai levar a aumento dos preços das forragens, que passou de oito para 16 cêntimos o quilo de palha, uma duplicação, o que é insuportável devido igualmente ao aumento dos fatores de produção”, relatou o técnico agrícola.

Fonte: Lusa

VI DOMINGO DA PÁSCOA

Deus é a nossa companhia

At 8, 5-8.14-17 / Slm 65 (66), 1-3a.4-7a.16.20 / 1 Pe 3, 15-18 / Jo 14, 15-21

Não vos deixarei órfãos (Evangelho).

Quantas vezes já nos assaltou o medo de ficarmos sozinhos? Seja na morte de alguém que amamos, seja no distanciamento que por vezes surge numa relação, este receio vai-se insinuando e ganhando espaço nos nossos corações.

Uma amiga contou-me que, quando adotou uma criança, teve de enfrentar um desafio, do qual estava a par como pedopsicóloga, mas para o qual não estava preparada: a criança, de 5 anos de idade, nunca chorava nem se queixava. Não porque fosse particularmente resistente, mas porque não tinha confiança de que alguém a escutasse.

Nos primeiros meses de vida nunca a acudiram quando chorava, fosse por sentir fome, frio ou simplesmente por estar sozinha. Deixou de acreditar no choro e no grito, porque não havia quem acudisse, quem acompanhasse, quem ajudasse, quem consolasse.

A maior parte de nós ainda acredita no choro e no lamento. Ainda crê que existe alguém que está à escuta e consola. Mas quantos de nós já passámos por momentos em que isto parecia fora do nosso alcance, momentos em que sentimos que não havia ninguém para nos dar colo? Pior: quantos de nós já sentimos que não merecíamos ser amados?

Jesus encarnou para nos mostrar que o Pai do Céu não abandona. Que Ele está connosco, faz caminho connosco, vem em nosso auxílio, e que nada nos pode separar do amor de Deus. Ainda que nos encontremos sós ou nos sintamos abandonados, a encarnação de Cristo mostra-nos que somos dignos de amor e que somos efetivamente amados. E que vale a pena chorar, lamentar-nos, queixar-nos, porque o Pai que está no Céu escuta o nosso lamento.

No Evangelho de hoje, Jesus tenta consolar os seus discípulos antes de partir para o Pai. Ele diz-lhes que pedirá ao Pai «outro Paráclito», um outro consolador, um outro defensor, um que poderá acudir a todos e que atuará em todo o lado. É este o grande dom daquele que Jesus nos envia, o grande dom do Espírito Santo: Ele é a graça de Deus que sempre nos abraça.

Deus procura-nos e deseja a nossa companhia. Entreguemos-lhe as nossas alegrias e choros, entusiasmos e desânimos. Esperemos que Ele venha e nos conforte. Foi esta a sua promessa e Deus é fiel.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Póvoa: IX Festa da Gaita de Foles Mirandesa assinala 40º aniversário da associação local

Na aldeia da Póvoa, em Miranda do Douro, vai realizar-se este fim-de-semana a IX Festa da Gaita de Foles Mirandesa, um evento que este ano vai assinalar o 40º aniversário do Grupo Cultural e Recreativo Renascer das Tradições e tem como destaque o concerto dos Galandum Galundaina.

Na Póvoa, a “Fiesta de la Gaita de Fuolhes Mirandesa “é, anualmente, o ponto de encontro de gaiteiros do planalto mirandês e também da vizinha Espanha, sendo por isso, a localidade onde mais se ouve a sonoridade caraterística da gaita de foles e as tradições que lhe estão associadas, como é a dança dos pauliteiros.

Este ano, a IX edição da “Fiesta” inicia-se no serão desta sexta-feira, dia 12 de maio, com o ensaio dos pauliteiros locais, às 21h00.

No dia seguinte, sábado, a festa prossegue com a ronda dos gaiteiros pela localidade da Póvoa. Às 20h00, vai ser servida a ceia gaiteira.

Após o jantar assinala-se o 40º aniversário da associação Renascer das Tradições, organizadora do evento, com uma cerimónia na qual vão ser homenageados alguns dos associados.

O sábado de festa culmina com o concerto dos Galandum Galundaina.

No Domnigo, dia 14 de maio, os gaiteiros da Póvoa vão participar na Missa Dominical e acompanhar musicalmente a Procissão, às 15h00.

Na tarde de Domingo, o encerramento da festa vai contar com a atuação do grupo de dançadores locais, os pauliteiros da Póvoa.

A IX edição da Festa da Gaita de Foles Mirandesa é organizada pela associação Renascer das Tradições e conta com os apoios da freguesia da Póvoa, do município de Miranda do Douro, da ALCM, do AG3 e do Bar da ENA.

HA

Ambiente: Proteger as aves migratórias é proteger milhões de pessoas

O diretor da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), Domingos Leitão, alertou para a importância de proteger as aves migratórias e os seus habitats, um comportamento que tem consequências no modo de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.

A propósito do Dia Mundial das Aves Migratórias, que se assinala no sábado, dia 13 de maio, Domingos Leitão destaca as principais dificuldades que enfrentam as aves migratórias, como são as alterações climáticas ou a destruição de habitats.

O responsável pelo SPEA avisou que são necessárias ações para proteger os ecossistemas, lamentando que os políticos estejam mais preocupados com os negócios e menos com as consequências dos negócios.

“Os políticos envolvem-se nas coisas, mas preocupam-se pouco com a sustentabilidade a longo prazo. Preocupam-se muito com o que vai acontecer a quatro anos mas a natureza funciona a muito mais longo prazo”, afirma, dando como exemplo os projetos de construção de parques eólicos no mar (offshore).

A SPEA, com outras organizações, já fizeram chegar informação ao Governo sobre a matéria, diz.

É que, avisa, pode haver perda de biodiversidade no mar com as eólicas, que podem ser prejudiciais para as aves marinhas. E os seres humanos dependem das pescas e estas também são reguladas pelas aves marinhas, acrescenta. Na natureza, salienta, tudo está interligado.

O Dia Mundial das Aves Migratórias, que se assinala também a 14 de outubro para refletir a natureza cíclica das migrações (os dias são sempre nos segundos sábados de maio e outubro), tem este ano como tema “Água: vital para as aves”, alertando que a grande maioria das aves migratórias depende de ecossistemas aquáticos e que as zonas húmidas são vitais para as aves que migram se alimentarem e descansarem, de viagens que por vezes vão do Ártico à África do Sul.

Autoridades nesta área têm alertado e alertam de novo este ano para as cada vez maiores ameaças para os ecossistemas aquáticos, com a crescente procura humana por água, a poluição e as alterações climáticas. A efeméride serve precisamente para sensibilizar para a necessidade de proteger as aves migratórias e os seus habitats.

Domingos Leitão diz que é errado pensar-se que as aves migratórias não são importantes para a humanidade e fala de como são fundamentais para os ecossistemas, sendo também um indicador da sua qualidade.

Existem no mundo cerca de 11 mil espécies de aves e os avanços do conhecimento na ecologia devem muito ao estudo das aves, diz, explicando que no grupo das aves são as migratórias as mais sensíveis e em maior risco de extinção.

Além de mudanças no clima, o responsável alerta que também a poluição luminosa é prejudicial para as aves, um tema sobre o qual têm trabalhado as organizações ligadas ao ambiente. É preciso, diz, encontrar um equilíbrio entre as ruas não ficarem escuras e a luzes não matarem as aves.

Domingos Leitão cita um projeto envolvendo dois municípios na Madeira, de diminuição da intensidade da luz exterior ao longo da noite, que além de melhorar a proteção da natureza permite uma poupança energética e de dinheiro.

Em Portugal como em qualquer parte do mundo “muitas luzes são armadilhas mortais para milhões de passarinhos”, e as luzes de marginais afetam as aves marinhas. Lembra o diretor que pela costa e pelo mar português passam de “todas as aves marinhas da Europa”.

Marinhas ou não, a migração das aves é “um fenómeno extraordinário”, diz o responsável, lembrando que já era referenciado na própria Bíblia.

“A humanidade sempre esperou pela migração das aves”, era um recurso alimentar desde sempre e no norte da Europa era uma época de abundância, diz, lembrando que em Portugal cerca de metade das espécies cinegéticas são migratórias, (como o pombo, a rola, a narceja, os tordos ou os patos) e no passado importantes também para o sustento das famílias.

E não só para o sustento. Domingos Leitão lembra que populações do norte da Europa usavam a penugem dos ninhos de uma espécie de pato para encher coberturas de cama e almofadas.

A já aportuguesada palavra edredão tem origem nesses patos. Do dinamarquês “ederduun”, formado por “êider”, uma espécie de pato, e por “duun”, que quer dizer penugem.

Fonte: Lusa

Política: Execução do PRR continua muito aquém do previsto

Em 2022, a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) aproximou-se dos 800 milhões de euros, continuando “muito aquém do previsto”, segundo um relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP).

“No segundo ano de implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a execução de 2022 aproximou-se dos 800 milhões de euros (0,3% do PIB), menos de um quarto do previsto no OE2022 [Orçamento do Estado para 2022]”, pode ler-se no relatório sobre a “Evolução Orçamental das Administrações Públicas em 2022” do CFP.

Segundo o organismo, o investimento público financiado pelo PRR ascendeu a 290 milhões de euros dos 1.216 milhões de euros previstos no OE2022 (grau de execução de 24%)”.

“Esta execução mostrou-se insuficiente para impulsionar o investimento público para fazer face à depreciação do ‘stock’ de capital das Administrações Públicas, em erosão há mais de uma década”, realça a instituição presidida por Nazaré Costa Cabral.

A execução em 2022 da despesa ao abrigo deste plano “continuou a ficar muito aquém do previsto” pelo Ministério das Finanças nos documentos de programação orçamental, salienta o CFP.

Segundo o relatório, os dados apontam para que “mais de metade da aplicação das verbas do PRR, tenha incidido na despesa de capital (453 milhões de euros), em particular na formação bruta de capital fixo (FBCF)”.

Os restantes 163 milhões de euros em “outra despesa de capital” refletem “apoios a projetos de investimento dirigido a outros setores da economia que não a Administração Pública”, pode ler-se no documento.

De acordo com o CFP, em 2022, as subvenções da União Europeia aplicadas em despesa corrente totalizaram 339 milhões de euros “tendo-se destinado a maior fatia a “outra despesa corrente” para apoio igualmente a projetos realizados por entidades fora das Administrações Públicas”.

“Comparativamente com o previsto no OE2022, em que se antecipava que a despesa a realizar no âmbito do PRR totalizasse 3.293 milhões de euros (1,4% do PIB), o grau de execução situou-se abaixo dos 25%, refletindo um desvio de 2.501 milhões de euros”, avança o CFP, indicando que a despesa de capital concentrou os maiores desvios.

Fonte: Lusa

Banca: CGD já reestruturou 8.000 créditos à habitação

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse que já foram reestruturados 8.000 créditos à habitação e que o banco está a estudar medidas para que as famílias em dificuldades consigam pagar os seus empréstimos.

Na apresentação de contas do primeiro trimestre (lucros de 285 milhões de euros), Paulo Macedo disse que o banco público já reestruturou 8.000 créditos à habitação (menos de 3% da carteira de crédito) e apenas 900 ao abrigo do decreto-lei criado pelo Governo que força os bancos a reestruturar a dívida de clientes em dificuldades.

Segundo Macedo, é muito provável que “mais famílias vão precisar de mais ajuda” este ano, pois as taxas de juro ainda deverão continuar a subir pelo menos até ao verão e há muitos créditos com Euribor a 12 meses cuja prestação ainda não foi revista.

O presidente executivo da CGD disse ainda que o banco está a estudar várias hipóteses para que mais famílias não fiquem aflitas, referindo que mexer em taxas ou ’spreads’ obriga a ‘marcar’ clientes pelo que não o vão fazer.

Uma das medidas em estudo, disse, é para clientes com dificuldades (mas ainda não em incumprimento) e que beneficiem da medida do Governo de juros bonificado (em que o Estado paga partes dos juros), dizendo que está a ser a possibilidade de um apoio complementar ao juro bonificado.

Já para os clientes em incumprimento, a medida pode passar por manter a prestação que o cliente pagava no primeiro semestre de 2022 (antes da subida significativa das taxas de juro) e manter uma prestação semelhante durante os próximos 18 meses e a diferença (que o cliente não pagar já) ser somada à prestação que o cliente iria pagar nos anos finais do crédito.

Questionado pelos jornalistas sobre estas medidas, Paulo Macedo disse por várias vezes que isto são ainda estudos embrionários pelo que não quis dar mais detalhes.

“Estamos a estudar várias hipóteses, alguma coisa iremos fazer”, disse Macedo.

Paulo Macedo afirmou que a maior parte dos clientes que estão com problemas em pagar crédito à habitação estão sobretudo naqueles das pessoas que pediram empréstimos há menos anos e que não tiveram tempo de amortizar parte importante do capital (que são sobretudo clientes mais jovens) e clientes da classe média, pois a classe baixa não tem crédito à habitação e a classe alta consegue suportar o aumento das prestações dos empréstimos.

Na CGD, em média a dívida do crédito à habitação ‘em stock’ é de 69 mil euros.

Fonte: Lusa