Autárquicas: «O grande inimigo da nossa democracia é as pessoas desinteressarem-se dela» – Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) alerta que o “grande inimigo” da democracia é “as pessoas desinteressarem-se dela” e destaca o dever cívico de participar nas eleições autárquicas, no próximo dia 26 de setembro.
“A minha posição sempre foi a posição da Igreja em Portugal: de respeito, primeiro, de apreço por todos que querem, com bons sentimentos, dedicar-se à polis, à política, à cidade, ao país e ao serviço que têm”, disse D. José Ornelas, em declarações à Agência ECCLESIA.
No contexto das eleições autárquicas do próximo dia 26 de setembro, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa alertou que o “grande inimigo da democracia é as pessoas desinteressarem-se dela”, assinalando que, depois, “ninguém tem autoridade para criticar” se não participa na vida da cidade.
Os portugueses são chamados a participar nas eleições autárquicas 2021 que vão eleger os responsáveis por 308 municípios, e respetivos presidentes das assembleias municipais, e os presidentes das 3091 Juntas de Freguesia em Portugal.
“Dá-me muito gosto de ver, entre os candidatos, a participação de muitos cristãos, até pessoas bem conhecidas do nosso meio diocesano”, realçou o bispo de Setúbal.
D. José Ornelas salienta que “é importante” que as pessoas se comprometam “cada vez mais”, o que não significa que exista “uma opção politica única” mas podem ser “várias as correntes de opinião”.
“É importante que participemos nesta busca do futuro e com sentido para a humanidade. A nossa fé há de ser um ingrediente que nos leva a boas escolhas”, acrescentou.
Para o responsável católico “é bom” ter diversidade de candidaturas para que “não se transforme numa luta fratricida” mas numa procura “saudável” por projetos que sirvam as pessoas e a cidade.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa assinala que a Igreja e a sociedade vivem agora um “tempo de grandes desafios”, neste período de recomeço e início de novos anos pastorais, letivos e profissionais, para “reativar” algo que teve deser “redimensionado” por causa do “perigo que a pandemia fez experimentar”.
“Não significa que está tudo bem, mas têm outras possibilidades. A palavra de ordem é ‘não deixar de fazer as coisas’ mas vamos fazê-las com o cuidado necessário para que dai venha bem e não venha mal”, desenvolveu.
Com as condições pandémicas a dar um maior campo de ação, D. José Ornelas sublinha que o tema “é importante para todo o país” e alerta que há um antes da pandemia que “é bom que não volte”.
“É bom que o cuidar de cada um de nós, da nossa família, das nossas comunidades, seja acompanhado do estarmos, antes de mais, lá presentes. Certamente que isto é um desafio para todos. Na minha própria família noto isso, a gente quer voltar mas não quer por ninguém em risco: É preciso quebrar o gelo que tantas vezes nos fomos confrontando ao longo deste tempo”, concluiu o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
Ecclesia | HM/CB