Argozelo: XV Feira da Rosquilha vai animar a vila
A vila de Argozelo vai realizar nos dias 2 e 3 de abril, a XV Feira da Rosquilha, um evento cujo objetivo é dar a conhecer e comercializar os produtos locais, como são as tradicionais rosquilhas, mas também o folar, o azeite, o vinho, o fumeiro, etc. e assim dinamizar a economia local.
José Manuel Miranda, presidente da freguesia de Argozelo, mostrou-se esperançado com a vinda de muitas pessoas à XV edição da Feira da Rosquilha, após os dois anos de interrupção da feira, por causa da pandemia.
“É notória a vontade do público em sair de casa, em visitar locais e particpar em eventos e feiras”, disse.
A rosquilha é um doce típico do século XVI, confecionado com farinha, fermento, açúcar, ovos, manteiga, azeite e banha de porco. Há quem adicione aguardente e laranja. Juntam-se todos estes ingredientes, amassam-se bem, dá-se-lhes a forma circular e vão ao forno.
Sobre a história deste doce tradicional, a vereadora da cultura do município de Vimioso, Carina Lopes, adiantou que no sábado, dia 2 de abril, vai realizar-se o workshop “A avó rosquilha vem à feira! – história e confeção da rosquilha”.
“À medida que vamos contar uma história às crianças, vamos também juntar todos os ingredientes necessários para confeccionar as rosquilhas. É uma atividade lúdica com o propósito de transmitir-lhes esta tradição”, disse.
E se a tradicional e saborosa rosquilha de Argozelo é a principal atração na feira, há também outros produtos locais que merecem atenção como são o azeite, o vinho, os licores, os económicos, o mel, os frutos secos, as alcaparras, o pão, o fumeiro e claro, o tradicional folar da Páscoa.
Segundo o presidente da freguesia de Argozelo, nos dias 2 e 3 de abril, vão participar na Feira da Rosquilha, 30 expositores, maioritariamente do concelho de Vimioso.
Para além da exposição e venda dos produtos, o programa da feira incluiu animação musical, no Domingo vai celebrar-se a Eucaristia e estão programadas lutas de touros, um evento nesta região atrai muitas pessoas.
“Há muita gente nova que ainda não tinha nascido quando Argozelo foi elevada a vila. E por isso é importante relembrar e transmitir aos mais jovens e também aos visitantes esta conquista histórica da população de Argozelo”, sublinhou.
Argozelo é uma das mais importantes freguesias do concelho de Vimioso.
A partir de 1317, Argozelo fora integrada no concelho de Miranda do Douro. Passou para o de Outeiro em 1530, mas com a extinção deste, em 1853, integrou de forma definitiva o de Vimioso.
A nível populacional, Argozelo cresceu muito a partir do século XVI, com expulsão dos judeus de Espanha. Dada a sua localização perto da fronteira, centenas de pessoas de raça judia chegaram à freguesia, aumentando muito o número de habitantes. Ainda hoje existem vestígios judaicos na vila, tais como o traçado da povoação, com ruas muito estreitas e becos sem saída.
Até 1986, houve, em Argozelo, extração mineira de volfrâmio e de estanho. Esta atividade mineira empregava cerca de 200 pessoas, o que por sua vez, dava um importante dinamismo económico e social à localidade. Com o fecho das minas, Argozelo foi perdendo população e a atividade económica e social enfraqueceu. Segundo o censos de 2011, residiam em Argozelo, 701 habitantes.
Atualmente, a agricultura é a atividade que mais se destaca com a produção de azeite, castanha, cereja, vinho, amêndoa e cortiça.
Na indústria existem pequenas empresas locais de construção civil, serralharia, carpintaria e um lagar de azeite.
A 24 de agosto, no conhecido Santuário de S. Bartolomeu, celebra-se a principal festividade da vila.
HA