Angueira: Feira do Mel e dos Produtos da Terra entusiasmou a aldeia

A I Feira do Mel e dos Produtos da Terra, realizada nos dias 21 e 22 de outubro, na localidade de Angueira, no concelho de Vimioso, entusiasmou a população local com a afluência de visitantes e as várias atividades realizadas ao longo do certame, com destaque para o baile tradicional, a caminhada interpretativa e o convívio no magusto de castanhas assadas e jeropiga.

Na tarde de Domingo, os pauliteiros de Palaçoulo animaram a I Feira do Mel e dos Produtos da Terra.

A vereadora da cultura do município de Vimioso, Carina Lopes, informou que a I Feira do Mel e dos Produtos da Terra é o oitavo certame deste género que se realiza nas várias localidades, do concelho de Vimioso.

“Estas feiras temáticas são um sucesso porque, simultaneamente, promovem o encontro e o convívio entre as gentes do concelho, assim como a comercialização dos produtos locais e a divulgação das tradições culturais. Ao deslocalizar estas feiras para as aldeias, estamos a trazer vida e movimento às populações que sofrem com o despovoamento e o isolamento”, indicou.

Ao longo de cada ano, no concelho vimiosense realizam-se os seguintes certames: a Feira das Colheitas, em Vilar Seco; a Feira do Mel e dos Produtos da Terra, em Angueira; a Feira da Castanha, em Avelanoso; o Mercado Rural – Cachico, em Carção; a Feira de Artes, Ofícios e Sabores, em Vimioso; a Feira da Rosquilha, em Argozelo; a Feira do Pão, em Caçarelhos; o Sábado de Aleluia, em Algoso; e a Feira do Azeite, em Santulhão.

O mel.

Na feira de Angueira, o produto local selecionado foi o mel. Nesta primeira edição do certame, foi organizada uma sessão de esclarecimento sobre um dos problemas que afeta a produção de mel: a praga da vespa asiática ou velutina. O responsável pela proteção civil, em Vimioso, Francisco Bruçó, informou que esta vespa, predominantemente de cor negra, alimenta-se essencialmente de abelhas, razão pela qual prejudica seriamente a apicultura.

“Sem abelhas não há mel, mas também não há polinização e portanto não há frutos, não há plantas e não há vida”, alertou.

Para combater eficazmente esta praga, o responsável da proteção civil apelou à vigilância da população do concelho, para que esteja atenta aos possíveis sinais de presença desta espécie, que faz os ninhos nas alturas, por exemplo, na copa das árvores.

A sessão de esclarecimento contou ainda com a participação do apicultor local, Jorge Fernandes, que informou os apicultores (e o público presente no recinto da feira), sobre as negociações que estão a decorrer na União Europeia, relativas ao reconhecimento da importância da atividade apícola para a agricultura.

“A apicultura é a única atividade agroambiental que não beneficia de qualquer apoio. Por esta razão, estão a decorrer negociações em Bruxelas, para a atribuição de um apoio financeiro aos apicultores, à semelhança do que já acontece com a pecuária e a agricultura e as florestas”, informou.

Segundo o apicultor, este apoio financeiro é decisivo para a manutenção e sobrevivência da apicultura. Opinião corroborada, por outro apicultor, Jorge Gonçalves, que reconheceu as dificuldades que o setor atravessa.

“Para quem vive apenas da apicultura, acredito que não seja fácil. No meu caso, a apicultura é uma atividade de realizo por gosto e como passatempo”, disse.

A comercialização do mel e dos produtos da terra

Na I Feira do Mel e dos Produtos da Terra participaram vários apicultores locais, que aproveitaram a oportunidade para comercializar a sua produção de mel. De Caçarelhos, um jovem apicultor, apresentou ao público três variedades de mel: de rosmaninho, de castanheiro e silva e de carvalho.

“Dado que estamos a entrar no período frio do inverno, as pessoas aproveitam estes certames para comprar mel e assim prevenir-se contra as constipações e as gripes”, explicou.

Por sua vez, Teresa Pinto, acompanhada da neta, Daniela Martins, deslocaram-se de Junqueira até Angueira, para escoar o excedente de produtos locais, como são os figos secos, o pão, as alcaparras, a amêndoa, a noz, a marmelada, fruta, cebolas, entre outros produtos.

“Estas feiras temáticas são uma iniciativa muito bem sucedida e já sugerimos ao presidente da nossa freguesia de Matela e Junqueira para organizar um evento destes. Perante o despovoamento e o isolamento que se vive em tantas aldeias do concelho, estas feiras conseguem atrair a vinda de muita gente, que ao longo de um fim-de-semana interagem com a população local. ”, destacou.

O público

Do lado do público, destaque para a montaria ao javali que reuniu em Angueira, 175 caçadores, da região e também de outras localidades do país. De Felgueiras, por exemplo, veio Agostinho Costa, juntamente com vários amigos caçadores. Para além do gosto pela caça, os visitantes aproveitaram a feira para adquirir produtos locais, com destaque para o mel e as castanhas.

Perante a afluência de visitantes, a jovem Diana Bielber, natural de Angueira, estava radiante com a animação que a I Feira do Mel e dos Produtos da Terra trouxe à sua aldeia.

“Dou os parabéns à União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira pela organização deste evento! A variedade dos produtos na feira e as atividades de animação apresentadas conseguiram envolver todas as faixas etárias da população! Destaco, por exemplo, o workshop de baile tradicional que criou uma grande interação entre as crianças e os adultos!!”, indicou.

A jovem angueirense destacou ainda outras atividades que decorreram ao longo do fim-de-semana, como o concerto “Músicas da Raya”, a caminhada interpretativa pelo vale do rio Angueira, a luta de touros (que mais uma vez atraiu uma multidão de gente) e o convívio final com o magusto de castanhas assadas e a jeropiga, que encerrou a I Feira do Mel e dos Produtos da Terra.

HA

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