Educação: «Estamos a sacrificar os jovens» – Jorge Fidalgo
O presidente da Câmara Municipal de Vimioso, Jorge Fidalgo, em resposta à intenção do governo, comunicada pela secretária de Estado da Valorização do Interior, de proporcionar alojamento gratuito aos alunos que são obrigados a frequentar o ensino secundário noutras localidades, informou que esta é uma segunda opção e que o ideal é abrir o ensino secundário em Vimioso, para que os jovens cumpram a escolaridade obrigatória no seu concelho de origem.
Sobre o argumento de que existem poucos alunos para abrir o ensino secundário no Agrupamento de Escolas de Vimioso, o presidente do município, contrapõe dizendo que “se estes poucos alunos estudarem em Vimioso, estão a contribuir para que haja mais gente no concelho: mais professores, mais auxiliares nas escolas e mais dinâmica”.
O autarca vimiosense lembra que os concelhos que não têm ensino secundário, como acontece em Vimioso e Freixo de Espada à Cinta, são os mais vulneráveis. “Os jovens, quando chegam aos 15 anos, têm que ir embora da sua terra. E muitas vezes, vão os filhos e vão também os pais”, lamentou.
Para agir contra este êxodo populacional, Jorge Fidalgo insiste que em defender que “o Estado deve proporcionar o ensino secundário em todos os concelhos”, uma condição essencial para fixar a população.
Jorge Fidalgo disse conhecer famílias, em que os filhos viajam diariamente de Argozelo para Bragança e pagam ao transportador 120 euros por mês. Segundo o presidente da Câmara Municipal de Vimioso, quem deve assegurar este transporte é o governo, “porque se houvesse ensino secundário em Vimioso, o sistema de transporte escolar garantiria esse serviço”.
Relativamente aos jovens vimiosenses que frequentam o ensino secundário em Miranda do Douro, a câmara municipal de Vimioso, informou que também aqui a situação não é a ideal. “A Câmara Municipal garante-lhes o transporte até ao limite do nosso concelho. E a Câmara Municipal de Miranda do Douro consegue vir a essa localidade buscar esses jovens”. Segundo autarca de Vimioso, esta situação exige um grande sacrifício aos jovens. “Os alunos para chegar a Miranda do Douro andam quase uma hora nos transportes, quando a viagem se faz em vinte minutos. Estamos a sacrificar estes jovens e a dizer-lhes que viver no interior, que devia ser atrativo, afinal é cheio de dificuldades”, disse.
HA