Opinião: “Gratidão e Orgulho Mirandês” – Por Fernando Vaz das Neves

É normal e corriqueiro dizer-se que as pessoas estão afastadas da política e que a tendência é para se afastarem ainda mais. Não tenho para mim isso como uma verdade absoluta. Prefiro colocar a questão doutro modo… São as pessoas que se afastam da política, ou é a política que afasta as pessoas? Mas não é sobre isto que vos quero falar. Deixo isso para os especialistas na matéria. Hoje, quero-vos falar de uma coisa de que gosto muito, pela qual tenho o máximo de respeito e de consideração.

Quero-vos falar de Sociedade Civil. Assim, quando o objectivo das pessoas é fazer actividades em prol da sociedade, encontram solução para as suas concretizações na sociedade civil, nas associações, nos grupos formais e informais, etc.

E é assim que tenho sido, positivamente, surpreendido pela Sociedade Civil Mirandesa. Apesar de todas as dificuldades inerentes à nossa posição, apesar de toda a interioridade, apesar de todo o desprezo por parte do poder central, apesar de toda a idiotice de quem nos tem governado, a Sociedade Civil Mirandesa faz coisas extraordinárias, ao nível do que melhor se faz por esse mundo fora. Por clara limitação de espaço, citarei apenas alguns exemplos, mas com eles quero, aqui, deixar um reconhecimento público a todos os eventos, sem excepção, que a Sociedade Civil Mirandesa tem organizado: as provas de todo o terreno de São Martinho, Palaçoulo e Sendim, as caminhadas, os lançamentos de livros, as festas de entrudo, as machorras, os casamentos, os torneios de cartas e de jogos tradicionais, os trails, etc. Ter a sociedade civil a organizar eventos que trazem, a Miranda do Douro, mais 400 pessoas, a esmagadora maioria de fora, da minha parte só pode merecer reconhecimento, respeito e consideração. Ter assim uma sociedade civil pró activa enche-me de orgulho. Mas, para fazer tudo isto, é preciso muito trabalhar, muito batalhar, a muita porta bater, muito tempo roubar aos amigos, à família etc. No meio desta nova dinâmica haverá sempre quem não a compreenda, quem tenha dificuldade em se adaptar a estas novas realidades, a estas novas formas de fazer, e quem olhe para elas com desconfiança e medo. Mas apesar de todos os medos e desconfianças, nada impedirá este novo rumo da sociedade civil. Como nada impedirá a sociedade Civil Mirandesa de continuar a fazer e a fazer cada vez melhor.

As provas de todo o terreno de São Martinho, Palaçoulo e Sendim, as caminhadas, os lançamentos de livros, as festas de entrudo, as machorras, os casamentos, os torneios de cartas e de jogos tradicionais, os trails, etc. Ter a sociedade civil a organizar eventos que trazem, a Miranda do Douro, mais 400 pessoas, a esmagadora maioria de fora, da minha parte só pode merecer reconhecimento, respeito e consideração.

Mas, para que isto tudo se realize, há também que agradecer a quem permite que isto aconteça. Apesar de todas as quebras de rendimento e de receitas provocadas pela COVID19, apesar de todas as quebras de rendimentos e receitas decorrentes da Guerra na Ucrânia, ter um conjunto de empresários, associações, entidades e pessoas a título pessoal que patrocinam estes eventos, e que assim tornam possível a sua realização, também só pode merecer reconhecimento, respeito e consideração. Perante esta nova dinâmica da sociedade civil, julgo chegada a hora de a política encarar esta realidade com outro olhar. O desafio que se coloca, que julgo ser um desafio de sociedade, é o estabelecimento de uma parceria estratégica inclusiva com a sociedade civil, que contribua para ao seu fortalecimento, de modo a que os próximos eventos realizados tragam, ainda, mais gente à nossa terra, contribuindo deste modo para o seu desenvolvimento, para melhorar a vida das nossas gentes, que é, na minha modesta opinião, o imperativo categórico da politica. Se não conseguimos dar este salto qualitativo e inclusivo, perdemos todos.

O desafio que se coloca, que julgo ser um desafio de sociedade, é o estabelecimento de uma parceria estratégica inclusiva com a sociedade civil, que contribua para ao seu fortalecimento, de modo a que os próximos eventos realizados tragam, ainda, mais gente à nossa terra, contribuindo deste modo para o seu desenvolvimento, para melhorar a vida das nossas gentes, que é, na minha modesta opinião, o imperativo categórico da politica.

Fernando Vaz das Neves

(Deputado Municipal na Assembleia Municipal de Miranda do Douro)

Deixe um comentário