Mogadouro: Baixo Sabor quer ser uma bio-região
A Associação de Municípios do Baixo Sabor deu um mais um passo para a certificação deste território como uma Bio-Região, onde predominam os produtos biológicos, espalhados por 7.000 hectares de várias culturas.
Para iniciar o processo de classificação desta região como Bio-Região, a qual abrange os quatros concelhos que integram o território do Baixo Sabor: Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros, vários peritos e os respetivos autarcas visitaram o território para dar a conhecer todo o seu potencial biológico e paisagístico.
“Este é o primeiro passo que se pretende firme para a constituição de uma Bio-Região no território do Baixo Sabor. É um processo que está no seu início. A equipa de trabalho que vai acompanhar toda a estratégia já está constituída para acompanhar uma região que tem mais de 7.000 hectares de agricultura biológica”, explicou o presidente deste organismo intermunicipal, Eduardo Tavares.
“Temos um território que se destaca pelas sua variedades culturais, pelas suas raças [autóctones], produtos com Denominação de Origem Protegida (DOP), onde existe tido um potencial para a criação de uma Bio-Região”, referiu o também presidente da câmara de Alfândega da Fé.
Esta visita oficial da Rede Internacional das Bio-Regiões “é um passo importante para a AMBS, que está a trabalhar num projeto para a criação de uma bio-região no território envolvente dos Lagos do Sabor, resultado da construção da barragem do Baixo Sabor e que abrange uma área de 2.300 quilómetros quadrados.
O responsável acredita que estão reunidos todas as condições para a criação de uma Bio-Região no Baixo Sabor, após a junção de esforços entre organismos públicos e produtores agrícolas.
“A criação de bio-regiões vai ajudar a evitar o abandono da terra, tornando estas áreas agrícolas mais atrativas”, vincou.
De acordo com a diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), Carla Alves, que também integrou a comitiva, uma área geográfica, ao ser considerada uma Bio-Região, pretende promover uma gestão sustentável de determinado território.
“Estes territórios [Bio-Regiões] vão promover práticas agrícolas onde impera a produção em modo biológico, numa altura em que se fala em agricultura sustentável. Para além dos 7.000 hectares de terrenos agrícolas a produzir em modo biológico, que representam 700 produtores, juntam-se mais de 30 explorações pecuárias”, frisou a DRAPN.
O movimento das bio-regiões nasceu em Itália, em 2004, e nos últimos anos passou fronteiras, rondado atualmente as 40 comunidades em todo o mundo. Em Portugal existem atualmente quatro bio-regiões: Idanha a Nova, Alto Tâmega, São Pedro do Sul e margem esquerda do rio Guadiana.
Fonte: Lusa