Ambiente: Abutre-preto devolvido à natureza no Douro Internacional

Um abutre-preto (Aegypius monachus), vítima de um tiro na asa e que passou por um processo de recuperação durante meses, foi devolvido à natureza no dia 10 de agosto, em pleno Parque Natural do Douro Internacional (PNDI).

Segundo a Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural esta ave é o maior dos abutres europeus e está em risco de extinção no território nacional.

“Esta ave está em risco de extinção e teve a oportunidade de regressar à natureza graças ao trabalho conjunto, desenvolvido por todas as entidades envolvidas na sua recuperação”, sublinhou Iván Gutiérrez, biólogo da Palombar, destacando a importância da colocação do dispositivo GPS no abutre para garantir a sua monitorização.

O momento de devolução à natureza deste abutre contou com a presença da equipa do projeto e membros das várias entidades envolvidas no seu resgate, recuperação e monitorização, nomeadamente do CRAS-UTAD, do CRFS, do ICNF, do CIARA e ainda com Vigilantes da Natureza do ICNF no Parque Natural do Douro Internacional.




O abutre-preto extinguiu-se como nidificante em Portugal, no início da década de 70. No entanto, a espécie manteve-se presente na faixa fronteiriça das regiões centro e sul, com indivíduos provenientes de Espanha. Em 2010, o abutre-preto voltou a nidificar em Portugal, no Parque Natural do Tejo Internacional. Em 2012, registou-se o primeiro casal nidificante no Parque Natural do Douro Internacional e em 2019, o segundo. Esta espécie só tem uma cria por época de reprodução, o que a torna mais vulnerável.

O projeto LIFE Aegypius return (https://4vultures.org/life-aegypius-return/) iniciou-se em setembro de 2022 e tem como principais objetivos aumentar a população de abutre-preto e melhorar o seu estado de conservação em Portugal.

“Pretende-se, num prazo de seis anos (2022-2027), duplicar a sua população reprodutora em Portugal, para passar dos atuais 40 casais reprodutores, para 80, bem como aumentar as colónias de quatro para cinco”, adianta a Palombar.

Este projeto é desenvolvido por um consórcio que integra as seguintes entidades: Vulture Conservation Foundation – organização coordenadora do projeto -, Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, Herdade da Contenda, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Liga para a Proteção da Natureza, Associação Transumância e Natureza, Fundación Naturaleza y Hombre, Guarda Nacional Republicana e Associação Nacional de Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade. É financiado em 75% pelo Programa LIFE da União Europeia e cofinanciado pela Viridia – Conservation in Action e pela MAVA – Foundation pour la Nature.

Fonte: Palombar

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