IV DOMINGO DA QUARESMA

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1 Sam 16, 1b.6-7.10-13a / Slm 22 (23) 1-3a.3b-4.5.6 / Ef 5, 8-14 / Jo 9, 1-41

No nosso percurso quaresmal, entramos hoje no chamado Domingo «Laetare», isto é, Domingo da Alegria. Sabemos que a Quaresma é um tempo penitencial para preparar o coração para a celebração das festas pascais. Mas hoje fazemos uma pausa nas práticas quaresmais, para nos darmos conta que caminhamos para a alegria da Páscoa. É aí que encontramos o sentido para este caminho.

O tema central da celebração de hoje é a luz. A passagem do Evangelho de São João traz-nos a história de um cego de nascença a quem Jesus restitui a vista. Para percebermos, este texto vem no seguimento do discurso de Jesus aos judeus, onde diz: «Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8, 12). A restituição da vista ao cego significa a abertura a uma nova forma de ver a realidade com o olhar da fé. O cego não vê porque está fechado na sua lógica, nos seus problemas, na sua escuridão, como acontece connosco quando, diante de um problema difícil de resolver, dizermos que não vemos como sair dessa situação. Neste tempo de Quaresma, devemos interrogar-nos sobre as nossas cegueiras, as dimensões mais sombrias da nossa vida. É aí que o Senhor ressuscitado quer entrar com a sua luz.

A restituição da vista ao cego significa a abertura a uma nova forma de ver a realidade com o olhar da fé. O cego não vê porque está fechado na sua lógica, nos seus problemas, na sua escuridão, como acontece connosco quando, diante de um problema difícil de resolver, dizermos que não vemos como sair dessa situação.

Ao redor do homem cego encontramos algumas personagens. Em primeiro lugar, temos os vizinhos, que não querem acreditar na realidade da cura operada por Jesus, incrédulos diante dos frutos da fé. Em seguida, encontramos os fariseus, judeus observantes da lei, que negam a realidade porque sobrepõem a lei à verdade, permanecendo inflexíveis e agarrados à sua ideologia. Temos ainda os pais do cego, com medo de se comprometerem com a cura de Jesus diante do «politicamente correto». Por fim, o cego é a única personagem verdadeiramente livre e que se deixa curar por Jesus. Só ele experimenta a alegria verdadeira. A Epístola de São Paulo aos Efésios sintetiza esta história com a seguinte afirmação: «Outrora vós éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz, porque o fruto da luz é a bondade, a justiça e a verdade».

O Primeiro Livro de Samuel traz-nos a unção de David como o escolhido do Senhor para futuro rei de Israel. O profeta é enviado à casa de Jessé e a escolha não é imediata. Vai ao encontro dos irmãos de David, de belo aspeto, mas o Senhor tinha reservado para si o irmão mais novo, que está a guardar o rebanho. Diz o texto que «Deus não vê como o homem: o homem olha às aparências, o Senhor vê o coração». A alegria encontra-se na profundidade das relações e na verdade, não nas aparências. Deixemos, por isso, que o Senhor venha trazer nova luz à nossa vida e rezemos como o salmista: «O Senhor é meu pastor: nada me faltará».

Fonte: https://www.redemundialdeoracaodopapa.pt/meditacao-diaria/2009

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