IV DOMINGO DO ADVENTO

A confiança de Maria e a compaixão de José

Is 7, 10-14 / Slm 23 (24), 1-6 / Rom 1, 1-7 / Mt 1, 18-24

No Evangelho de Lucas, os primeiros momentos da história de Jesus têm Maria e a sua confiança em Deus no centro. Mas no relato que hoje escutamos, do Evangelho de Mateus, é José quem é colocado diante dos nossos olhos para ser contemplado. José e a sua compaixão.

Maria está grávida por virtude do Espírito Santo. No entanto, sobre José paira a sombra da suspeita: «o que terá realmente acontecido?» – deverá perguntar-se. Segundo a lei, José tinha todo o direito em expor Maria e abandoná-la à sua sorte. Contudo, sendo um homem justo, e para evitar o escândalo, ele decide repudiá-la em segredo. Este ato, em si mesmo, já indica algo que será fundamental na revelação divina de Jesus: a preeminência da compaixão sobre a lei. Ou, se preferirem, a centralidade da misericórdia.

A vida de Jesus está sob o signo da misericórdia desde os primeiros instantes. Não é necessário esperar pelas polémicas com os fariseus em torno do sábado – «o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado» (Mc 2, 27) – ou a propósito das suas «companhias de mesa» – «Vão aprender o que significam estas palavras da Escritura: prefiro a misericórdia e não os sacrifícios» (Mt 9, 13). Ainda Jesus está no ventre de Maria e já a misericórdia abunda em seu torno.

Maria é o nosso ícone da confiança. E José pode bem ser o nosso ícone da compaixão. Misericórdia e confiança. Para que Jesus chegue, para que Deus esteja verdadeiramente entre nós, estas devem ser as nossas atitudes fundamentais: para Deus deve ir toda a nossa confiança; para os irmãos, toda a misericórdia. Porquê? Porque é este o estilo de Jesus, aquele que confia a sua vida nas mãos do Pai e que é, Ele mesmo, misericórdia.

Assim o Senhor poderá nascer em cada um de nós. Assim se tece o Natal do Senhor: confiança e misericórdia.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

https://www.redemundialdeoracaodopapa.pt/meditacao-diaria/1918

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