Vimioso: «A falta do ensino secundário, do serviço de saúde 24 horas e das acessibilidades são as principais causas de desigualdades no concelho» – Carina Lopes

No passado dia 2 de dezembro, realizou-se em Vimioso, o Fórum Municipal para a Igualdade de Género e Não Discriminação, uma sessão aberta à comunidade, que permitiu sinalizar e refletir sobre as desigualdades existentes no concelho e preparar ações para uma vida local mais justa e harmoniosa.

De acordo com a vereadora do município de Vimioso, Carina Lopes, no fórum realizado no salão nobre da Câmara Municipal de Vimioso, foi apresentado um diagnóstico da realidade social existente no concelho.

“Com base nos inquéritos realizados, quer no âmbito interno da autarquia e também externamente, a empresas e instituições do concelho de Vimioso, sinalizamos vários problemas que são causa de desigualdade social”, começou por dizer.

Entre os problemas existentes, a autarca indicou que os mais graves continuam a ser a falta do ensino secundário no Agrupamento de Escolas de Vimioso (AEV), a falta de serviços de saúde 24 horas por dia e as deficientes acessibilidades às principais vias de comunicação.

“Estes três problemas estruturais são a causa das desigualdades em Vimioso, o que provoca o exodo da população. Se não há ensino, saúde e facilidade de acesso aos grandes centros, há dificuldade em fixar as pesssoas. E por conseguinte surgem outros problemas, como o decréscimo da natalidade, a dificuldade em fixar os jovens, a fraca participação desportiva e cultural, o envelhecimento da população e o isolamento”, indicou.

Segundo Carina Lopes, estes problemas só se resolvem com a intervenção do governo central, ao dar ao concelho de Vimioso, as mesmas oportunidades em áreas prioritárias como são o ensino, a saúde e as acessibilidades.

“A estes problemas territoriais associam-se outros como são a escassez de ofertas educativas, desportivas, de assistência social e culturais, o que também dificulta a conciliação da vida profissional, familiar e pessoal dos vimiosenses. Por exemplo, as pessoas que têm filhos a cargo deparam-se com a inexistência de estruturas de apoio, como um centro de estudos para crianças e jovens ou um centro de dia para as pessoas idosas”, explicou.

Outra das desigualdades verificadas no concelho de Vimioso é a maior representação de homens em cargos de chefia do que mulheres.

“Neste âmbito, felizmente, a realidade está a mudar. Antigamente, o papel das mulheres era cuidar dos filhos e realizar todas as tarefas domésticas. Hoje em dia, as mulheres já trabalham fora de casa e assumem cada vez mais posições de liderança”, sublinhou.

Após a apresentação deste diagnóstico sobre a realidade no concelho de Vimioso, no próximo dia 12 de dezembro, vai realizar-se uma reunião na Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes para definir a próxima etapa.

“Consoante os problemas de desigualdade identificados, cada município da CIM-TT, vai definir um plano municipal de ações que promovam uma maior igualdade no seu território”, adiantou.

O Fórum Municipal para a Igualdade de Género e Não Discriminação faz parte da Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018-2030 “Portugal + Igual” (ENIND), cujo objetivo é construir, de forma participada, um plano municipal para a igualdade e não discriminação.

HA

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