Mogadouro: Município avança no restauro ecológico nas margens do rio Sabor
O município de Mogadouro e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) vão realizar intervenções de restauro ecológico nas encostas do rio Sabor, no montante de mais de 800 mil euros, adiantou o presidente da Câmara Municipal, António Pimentel.
“Trata-se um projeto interessante que aparece por proposta do IPB, uma parceria que nós aceitamos de bom grado porque estamos a projetar ‘eco-resorts’ para os Lagos do Sabor e assim minimizar alguns impactos ambientais que poderiam condicionar estes projetos e respetivos investimentos”, explicou António Pimentel.
Segundo o autarca social-democrata, “este projeto vai permitir que se faça a recuperação dos caminhos existentes e também a reflorestação de uma área de cerca de 30 hectares de terreno para evitar a degradação dos solos.
Desta forma, considerou, vai ser possível “permitir a sua contenção nas encostas sobranceiras ao rio Sabor em locais já definidos”.
O município de Mogadouro, no distrito de Bragança, entende que, “além de todos os benefícios ambientais e científicos que serão alcançados com a realização do projeto ‘ForestWaterUp’, as intervenções programadas terão como efeito paralelo o aumento da qualidade da água do rio Sabor junto às zonas de atuação e a melhoria paisagística de toda a área envolvente”.
As áreas de atuação localizam-se junto aos espaços dos futuros ‘eco-resorts’ que o município tem projetado instalar junto às pontes de Meirinhos-Sardão e de Remondes.
O investigador do IPB Tomás de Figueiredo disse que o projeto vai aplicar metodologias no terreno que permitam “acelerar” a recuperação e restauro de ecossistemas situados nas encostas e que vertem para o rio Sabor.
“Nas encostas que marginam com a albufeira da barragem do Baixo Sabor e que estão em risco de incêndios há ecossistemas mediterrânicos valiosos, e que estão identificados, em torno dos quais há toda uma atividade económica e agrícola associada às margens do rio”, vincou o especialista.
De acordo com o investigador, o restauro ecológico dos solos será alcançado através de operações de reflorestação que vão favorecer a fixação de carbono e de nutrientes no solo, impedindo a sua sedimentação para a albufeira dos Lagos do Sabor.
“Será ainda garantida uma extensa monitorização de todas as intervenções do projeto, o que permitirá testar o seu contributo para o combate à desertificação e para a resiliência dos ecossistemas à seca”, concluiu o investigador.
O projeto conta com um orçamento global de mais de 800 mil euros, já aprovados no âmbito das medidas de resiliência React_E.U., geridas pelo Programa Compete 2020, sendo financiado na sua totalidade.
Fonte: Lusa