Vimioso: “Os cogumelos silvestres continuam a ser um recurso desaproveitado» – Carlos Ventura, biólogo.
De 14 a 19 de novembro, vai decorrer na junta de freguesia de Vimioso um curso gratuito, em horário pós-laboral, dedicado à apanha e identificação de cogumelos silvestres, um recurso que tem um alto valor económico na vizinha Espanha e que estranhamente continua a ser desaproveitado em Portugal.
A apanha de cogumelos silvestres foi sempre uma atividade praticada pelas populações, aproveitando um recurso que cresce espontaneamente nos montes e florestas.
Na Terra de Miranda, os cogumelos silvestres mais conhecidos são o míscaro (que se encontra nos pinhais), os boletos (mais comuns nos castanheiros e nos carvalhais) e a marifusa.
De acordo com o biólogo, Carlos Ventura, o curso “Colheita e identificação de cogumelos silvestres” visa informar as pessoas sobre os métodos de apanha dos cogumelos silvestres e ensinar a distinguir as espécies comestíveis, das venenosas e alucinogénias.
A fornação que decorre de segunda a sexta-feira, a partir das 20h30, vai culminar com uma saída de campo, para recolha e identificação das várias espécies de cogumelos silvestres, que existem no concelho de Vimioso.
“No final vai realizar-se um almoço-convívio entre todos os participantes e vamos cozinhar uma açorda de cogumelos no pote”, adiantou.
Segundo Carlos Ventura, os cogumelos silvestres continuam a ser um recurso desaproveitado na economia do nordeste transmontano.
Para aproveitar melhor este recurso endógeno, o biólogo defende que o governo português deve criar legislação específica, que regulamente a apanha e a comercialização dos cogumelos silvestres.
Para além do valor económico, Carlos Ventura, recorda que os cogumelos têm uma importante função ecológica na decomposição da matéria orgânica.
HA