Sendim: Iniciaram-se as vindimas no planalto mirandês
Iniciaram-se as vindimas, no planalto mirandês e em Sendim, no concelho de Miranda do Douro, a quantidade de uvas aumentou, comparativamente com o ano passado e a qualidade é considerada “muito boa” segundo o vitivinicultor, Luís Peres.
O vitivinicultor, Luís Peres, natural de Sendim, é proprietário de mais de sete hectares de vinha já em produção e recentemente plantou 11 novos hectares. Iniciaram as vindimas no passado dia 18 de setembro e os trabalhos vão prolongar-se até ao final do mês.
Sobre a colheita deste ano, Luís Peres referiu que a quantidade de uvas nas vinhas aumentou comparativamente com o ano passado. E quanto à qualidade indicou que é “muito boa”, embora tema que a chuva que começou a cair a 24 de setembro possa vir prejudicar a colheita.
“Com a chuva, as uvas absorvem mais quantidade de água, o que pode prejudicar o nível de açúcar nos bagos. Para além disso, o desenvolvimento e maturação das uvas depende das temperaturas registadas ao longo do ano e também da localização das vinhas”, explicou.
No planalto mirandês, o trabalho das vindimas é frequentemente realizado com a entreajuda dos vitivinicultores e a contratação de mão-de-obra diária, sendo que nesta campanha, a jornada de trabalho, com o almoço incluído, é paga a 50€/dia.
“Nas vindimas ainda vai sendo possível contratar jornaleiros, porque o trabalho não é assim tão difícil de realizar. No total, com a entreajuda de outros vitivinicultores e os 15 jornaleiro(a)s somos cerca de 30 pessoas”, indicou.
A preocupante situação financeira da cooperativa Ribadouro, sediada em Sendim, com uma dívida de 700 mil euros aos bancos e de 300 mil euros a fornecedores, tem dissuadido os agricultores locais de entregar aí as suas colheitas. E fá-los optar pela cooperativa vizinha, em Bemposta, onde o atual preço do quilo de uvas é de 0,38€/quilo, com 12% de açúcar.
“Na Sogrape, em Bemposta, o pagamento é efetuado a 30 dias. E em meados de novembro, já temos o dinheiro das uvas”, justificou.
Questionado sobre se a vitivinicultura é rentável, Luís Peres respondeu que é uma atividade “aceitável”, E explicou que na agricultura, as uvas são o produto que dá mais rendimento por hectare.
Segundo dados da ViniPortugal, no corrente ano, as exportações de vinhos cresceram 8,58% em volume, registando-se no entanto uma diminuição do preço por litro de vinho devido ao excesso de ‘stock’.
Quanto aos mercados de exportação, os principais mercados dos vinhos portugueses são: França (53,4 milhões de euros), Estados Unidos da América (50,1 milhões de euros) e Brasil (38,9 milhões de euros). Já por volume, França mantém a posição de liderança (17,5 milhões de litros), seguida de Espanha (16,4 milhões de litros) e Angola (15,3 milhões de litros).
A ViniPortugal agrupa associações e organizações do setor do vinho e tem como missão a promoção dos vinhos portugueses.
HA