Reportagem: Jovens empreendedores
Alfredo Cordeiro sempre gostou de compotas. Um dia pediu à sua tia Fernanda para o ensinar a cozinhar a compota de abóbora. Aprendeu e de seguida aventurou-se a confecionar todo o excedente de fruta que tinha lá em casa: abóboras, tomates, morangos, pêssegos, amoras de silva e de árvore, etc.. Deu a provar as compotas aos amigos e recebeu rasgados elogios. Estes incentivos motivaram-no a participar numa primeira feira local, onde começou a vender as compotas “Cristus” (nome da sua família). E a primeira aventura empresarial não podia ter corrido melhor: vendeu tudo! Este êxito levou-o depois a outras feiras, onde confirmou a grande recetividade das pessoas às compotas “Cristus”.
Aprendeu e de seguida aventurou-se a confecionar todo o excedente de fruta que tinha lá em casa: abóboras, tomates, morangos, pêssegos, amoras de silva e de árvore, etc..
A decisão
Tudo isto aconteceu em 2018. Nesse ano, Alfredo Cordeiro trabalhava durante o dia para a empresa AGS, na contagem e cobrança da água, no concelho de Vimioso. Ao final da tarde dedicava-se à agricultura e à noite confecionava as compotas. Porém, no final do ano apercebeu-se de que seria impossível conciliar todos estes trabalhos. Decidiu, por isso, despedir-se da AGS para se dedicar inteiramente à confeção de compotas e à sua comercialização. Os amigos e familiares chamaram-lhe “louco”! Mas à medida que vendia a produção de compotas, as pessoas foram mudando de ideia. “O meu pai apoiou-me sempre, dado que também ele foi um empreendedor”, revelou.
Os obstáculos
Desde que se dedica totalmente à agricultura e à confeção de compotas, a maior dificuldade tem sido encontrar pessoas para trabalhar na apanha e preparação da fruta. Diz que regularmente precisa de ajuda para desfiar as abóboras, para descascar os pêssegos, os marmelos, as maçãs, etc.. Perante esta falta de mão-de-obra, quem lhe vale são os pais e os amigos. “Sem eles não seria capaz de levar este projeto adiante”, disse. A falta de mão-de-obra é, por isso, um problema que urge resolver.
A falta de mão-de-obra é um problema que urge resolver.
O propósito
No desenvolvimento do projeto compotas “Cristus”, um dos objetivos de Alfredo Cordeiro é estabelecer acordos com os pequenos produtores da região, para evitar o desperdício de fruta. “Quando trabalhava na AGS e ao dirigir-me à casa das pessoas para fazer a contagem e cobrança da água, constatei que há toneladas de desperdício de fruta na região”.
A sua ideia é por isso aproveitar todo esse desperdício de fruta. Diz que a maior parte destes pequenos produtores têm uma grande variedade de árvores de fruto no seu quintal (pessegueiro, macieira, pereira, cerejeira, figueira, marmeleiro, amoreira, etc.) e muitas vezes não sabem o que fazer com o excedente.
De acordo com Alfredo Cordeiro, a fruta no planalto mirandês tem muita qualidade, dado que os produtores respeitam o ciclo de maturação e não recorrem à rega intensiva, o que confere à fruta o seu verdadeiro sabor.
Graças à qualidade da fruta e também à mestria na sua confeção, as compotas ‘Cristus’ são muito apreciadas. Entre a sua variedade, destacam-se: a compota de pêssego, abóbora e de amora de árvore. Alfredo Cordeiro também diz que a compota de figo e pera é muito procurada.
As compotas ‘Cristus’ estão à venda em lojas, de Vimioso, Miranda do Douro, Mogadouro e Bragança. Para aqueles que estão geograficamente mais longe, as compotas podem ser encomendadas através das páginas “Cristus”, nas redes sociais instagram e facebook.
“No desenvolvimento do projeto compotas “Cristus”, um dos objetivos de Alfredo Cordeiro é estabelecer acordos com os pequenos produtores da região para evitar o desperdício da fruta.”