Política: Montenegro considera que Portugal tem problema de coesão territorial muito acentuado
O presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou que o país tem um problema de coesão territorial muito acentuado e prometeu colocar na agenda política esta matéria, para “amenizar desigualdades”.
“Temos um problema de coesão territorial muito acentuado no país e é minha intenção, na nossa agenda política, privilegiar e contribuir para que se possam amenizar estas desigualdades que no território existem entre o interior e litoral”, disse Luís Montenegro.
O líder do PSD esteve em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, a sua primeira deslocação enquanto presidente do partido em exercício de funções, o concelho mais fortemente atingido pelos incêndios de junho de 2017, que provocaram 66 mortos.
Luís Montenegro salientou que a deslocação não “foi para contactar uma tragédia”, mas “uma realidade que se vive em muitos territórios, muitas localidades, muitos concelhos deste país, que são territórios de baixa densidade, que se confrontam todos os dias com desafios enormes para poderem fixar pessoas, para poderem atrair investimento, para poderem ter as mesmas condições para aceder àquilo que é essencial na vida de uma pessoa que têm aqueles que vivem nos centros urbanos do litoral”.
Defendendo que o Governo deve discriminar positivamente os territórios de baixa densidade, o social-democrata apontou a necessidade de lhes conferir condições para que “possam ser mais atrativos para o investimento”, com regimes fiscais para atrair investidores, “para terem atividades económicas, para terem capacidade de criar riqueza, para terem oportunidades de emprego”.
Para Luís Montenegro, “o plano de harmonização territorial” que o partido preconiza passa por colocar na agenda a “coesão territorial, a criação de estatuto dos territórios de baixa densidade”, causa que não é de hoje, mas de sempre.
O presidente do PSD rejeitou ainda críticas à sua deslocação a Pedrógão Grande
“Algumas pessoas, no espaço público, tiveram aquela tentação fácil de dizer que eu, no meu primeiro dia de mandato, estava aqui a querer tirar partido de uma tragédia com algum oportunismo para fazer ação política e partidária”, disse, destacando que a visita visou “tratar de assuntos importantes que têm a ver com a vida das pessoas” e do funcionamento das autarquias e das corporações de bombeiros, e que “têm a ver com o escrutínio a ação do Governo”.
A esses críticos, Montenegro deixou ainda um aviso: “Aqueles que acham que isso é uma atitude oportunista, habituem-se porque isto é só o primeiro dia, mas vai acontecer muito mais vezes”.
Os incêndios que deflagraram em junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos, sobretudo Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
Fonte: Lusa