Política: António Costa assume presidência do Conselho Europeu

O presidente cessante do Conselho Europeu, Charles Michel, passa o testemunho ao seu sucessor, o antigo primeiro-ministro português, António Costa, numa cerimónia em Bruxelas, à qual assiste a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Dirigida sobretudo aos funcionários do Conselho Europeu – a instituição composta pelos chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) e que define as orientações e prioridades políticas comunitárias –, a cerimónia irá decorrer pelas 14:00 (hora local, menos uma hora em Lisboa) no edifício-sede, na capital belga.

Na ocasião, o presidente cessante do Conselho Europeu, Charles Michel, vai passar o testemunho a António Costa, o primeiro português e o primeiro socialista a assumir a liderança da instituição, cujo mandato de dois anos e meio começa oficialmente a partir de domingo, dia 1 de dezembro.

Estão previstos discursos dos dois representantes.

Quanto a outros participantes na cerimónia, está ainda prevista a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com quem António Costa mantém uma boa relação, ao contrário do que acontecia com Charles Michel, com o qual foram relatados vários conflitos em cinco anos de mandato.

No dia 1 de dezembro, António Costa inicia funções como presidente do Conselho Europeu, com a intenção de melhorar o método de trabalho da instituição, através da organização de retiros informais, para melhorar a cooperação política entre os líderes da UE.

A ideia é, de acordo com fonte europeia, tornar o trabalho do Conselho Europeu mais eficaz, nomeadamente em cimeiras europeias, que, devido a este contacto mais regular, passam a ter o formato de apenas um dia em vez dos habituais dois (com exceções para temas mais divisórios, como o orçamento comunitário).

A primeira cimeira europeia de António Costa está marcada para 19 de dezembro.

António Costa, que fez parte do Conselho Europeu em representação de Portugal durante oito anos (período em que foi primeiro-ministro), conhece já alguns dos líderes da UE, mas pretende, no seu mandato de dois anos e meio, encontrar pontos de convergência para compromissos entre os 27.

Antes de iniciar funções, realizou no verão e início do outono um roteiro por 25 capitais europeias para se encontrar presencialmente com os chefes de Governo e de Estado da UE para conhecer melhor as suas perspetivas e prioridades para o próximo ciclo institucional no espaço comunitário.

Só não visitou a Bulgária e a Roménia por estarem em períodos eleitorais.

Sucede no cargo ao belga Charles Michel, em funções desde 2019 e que termina o mandato a 30 de novembro, num período marcado por crises como a saída do Reino Unido da União Europeia (processo conhecido como ‘Brexit’), a pandemia de covid-19, a invasão russa da Ucrânia e, mais recentemente, o reacender das tensões no Médio Oriente.

Fonte: Lusa

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