Opinião: Corte de árvores no Santuário de Nossa Senhora da Visitação, em Vimioso
Recentemente foram cortados muitos dos pinheiros que embelezavam o Santuário de Nossa Senhora da Visitação, em Vimioso. Este corte apanhou de surpresa muitos dos habitantes da vila, para quem este espaço era um oásis de frescura, de silêncio, de contemplação, de oração, de celebração, de desporto, de caminhadas e de convívio.
Quanto tanto se fala da própria sobrevivência e do imperativo de respeitar a Natureza para evitar as alterações climáticas e o aparecimento de infeções virais de que é exemplo a atual pandemia, pergunto que valores ou razões estiveram na origem desta decisão de desflorestar aquele espaço cuja maior beleza é a sombra, a frescura e o aroma das próprias árvores?
Pergunto se alguém terá vontade de visitar e desfrutar do Santuário, quando este se torna num espaço ermo, seco, quente e desconfortável?
Como o Santo Padre Francisco ensina, decisões desta natureza devem ser tomadas em sinodalidade, isto é, com toda a comunidade. “Há que escutar as pessoas, pois é através delas que o Espírito Santo, muitas vezes Se comunica”, diz Francisco.
Lamento profundamente a decisão, a meu ver gravíssima, do corte das árvores naquele espaço sagrado. Na minha opinião, quem tomou a decisão de cortar as árvores, devia prestar esclarecimentos a toda a população, a quem frequenta a Igreja e quem não, porque o Santuário é para todos. Há que responder às questões: para quê o corte das árvores? Quanto dinheiro rendeu a venda da madeira? Que obras se pretende realizar com esse dinheiro? E o bem maior era mesmo a amputação e destruição deste espaço?
Hugo Anes