Miranda do Douro: Associação Círculo de Estudos do Centralismo (CEC) pretende desenvolver o território

No dia 29 de abril, realizou-se no salão nobre da Câmara Municipal de Miranda do Douro, a acta da escritura pública da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC), que tem como missão contribuir para o desenvolvimento harmonioso do território, através do fomento e divulgação de estudos sobre a organização política e administrativa.

De acordo com o município de Miranda do Douro, a Associação Círculo de Estudos do Centralismo (CEC) já dispõe de um espólio doado pelo professor e ex-ministro das Finanças, Miguel Cadilhe.

Por isso mesmo, uma das primeiras inciativas da ACEC é a criação da Biblioteca do Centralismo e Desenvolvimento, considerada um importante instrumento para a missão da associação.

Sobre a escolha de Miranda do Douro para a sede da associação, a presidente da Câmara Municipal, Helena Barril, começou por dizer que o ato da Escritura “é um dos atos mais marcantes para o território do interior do país.”

Com a formalização da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC), autarca acredita que este projeto se vai tornar uma “referência a nível nacional” e também ibérica, pois pretende convidar os vizinhos espanhóis a participarem neste fórum de debate sobre os problemas comuns da interioridade.

Helena Barril adiantou que a sede do ACEC vai ficar instalada, provisoriamente, no Arquivo Municipal de Miranda do Douro.

“A nossa intenção é adquirir uma edifício no centro histórico de Miranda do Douro para instalar a sede da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC)”, adiantou.

Segundo Helena Barril, o objetivo ou missão desta nova entidade é dotar as localidades do interior do país das valências que existem nas cidades do litoral.

“Os sucessivos governos não tratam o país com igualdade. O despovoamento é o maior drama dos territórios do interior e os autarcas se não forem apoiados por medidas governamentais, pouco ou nada podem fazer”, disse.

A ACEC tem por missão gerar discussão pública, crítica e a busca de soluções para a revitalização do interior do país.

“O problema do despovoamento gera outros problemas como o desinvestimento ou mesmo o encerramento dos serviços de saúde e da educação”, disse.

Não obstante estes problemas, a presidente do município de Miranda do Douro destacou a resiliência do povo transmontano em geral e dos mirandeses, em particular.

“Tenho uma perpetiva otimista, porque amo esta terra e porque acredito nas minhas gentes”, disse.

Óscar Afonso, presidente da Assembleia Municipal de Miranda do Douro, na sua intervenção recordou o modo como surgiu a ideia de criar a Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC), em Miranda do Douro.

No decorrer da campanha para as eleições autárquicas e dado que não era possível fazer grandes ajuntamentos de pessoas por causa da pandemia, decidiram realizar os webinares temáticos pelas diferentes freguesias do concelho de Miranda do Douro.

“Em Palaçoulo, a freguesia mais dinâmica na área industrial, conhecida pela tanoaria e cutelaria, resolvemos fazer um webinar relacionado com a economia. Um dos convidados foi o professor Miguel Cadilhe, que posteriormente nos ofereceu a ideia de criar um centro de Estudos do Centralismo, em Miranda do Douro”, contou.

Sebastião Feyo de Azevedo, ex-reitor da Universidade do Porto é o primeiro presidente da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC).

“O interior de Portugal precisa de um olhar sólido e governança para que seja possível dar melhores condições de vida às populações”, começou por dizer.

Segundo, Sebastião Feyo, a ACEC tem por missão contribuir para o desenvolvimento harmonioso do território, através do fomento e divulgação de estudos sobre a organização política e administrativa.

“Pensamos que a sede da associação, em Miranda do Douro, tem um grande simbolismo para o país. E também para promover a criação de uma macro região europeia com a vizinha Espanha”, disse.

De acordo com o presidente da ACEC, esta associação vai apelar à reflexão plural e conta já à partida, com cerca de 180 personalidades que representam um espectro alargado de visões sociopolíticas e culturais para servir Portugal.

A ACEC vai publicar informação temática, digital, de interesse aos estudantes, investigadores e autores.

“A ACEC procurará incentivar estudos através de bolsas e prémios, alianças e protocolos de cooperação, memorandos de entendimento e ações comuns com universidades, politécnicos e outras instituições. Pretendemos também a promoção e a abertura de concurso. Debates e seminários. Estadias em Terra de Miranda. Divulgação digital dos trabalhos. E várias outras medidas”, adiantou.

Relativamente aos meios de financiamento, a ACEC pretende estabelecer um protocolo de cooperação com o município de Miranda do Douro, para a instalação da sede e da biblioteca.

“Temos que ser dinâmicos ao procurar atrair o financiamento necessário. Procuraremos, por exemplo, aceder ao fundo resultante do trespasse da concessão das barragens. Procuraremos também estabelecer formas de cooperação de mecenato com outras entidades. E aceder a várias outras fontes.”, adiantou.

Os órgãos sociais da ACEC estão assim constituídos: na Assembleia geral, constam Miguel Cadilhe, como presidente, José Maria Pires e Lina Maria Martins.

Na direção da ACEC estão Sebastião Feyo, Óscar Afonso, Pedro Velho Ferreira, Mariza Ortega e Celina Pinto.

E o conselho fiscal é constituído por Ricardo Fonseca, José Rodrigues Jesus e Amélia Lopes Martins Pires.

Na cerimónia de Escritura da AEC participaram os ex-ministros Miguel Cadilhe e Silva Peneda, o presidente da Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo e outras personalidades de relevo na vida política, social, económica e cultural.


Sebastião Feyo de Azevedo, ex-reitor da Universidade do Porto é o primeiro presidente do Círculo de Estudos do Centralismo (CEC).

HA

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