Miranda do Douro: Apresentação do livro “Artes e Ofícios Ancestrais”
No dia 28 de janeiro, foi apresentado na Biblioteca Municipal António Maria Mourinho, em Miranda do Douro, o novo livro de Mónica Ferreira sobre os antigos ofícios e profissões.
Em 2014, Mónica Ferreira, estava a realizar um trabalho de investigação sobre as minas de São Martinho de Angueira, a terra natal do pai e inspirada pelo ofício dos mineiros, começou a registar por escrito as profissões que existiam antigamente.
Uma dessas profissões, que ainda hoje lhe desperta saudades, era a do bibliotecário itinerante da Fundação Gulbenkian, que visitava as aldeias numa carrinha vermelha.
“Foi através da biblioteca itinerante da Gulbenkinan que eu tive contacto com os primeiros livros. E recordo que o senhor bibliotecário era uma pessoa simpática, interessante e que se relacionava muito bem com o público”, recordou.
No livro “Artes e Ofícios Ancestrais”, a escritora faz uma breve descrição de cada umas das antigas profissões, através duma quadra e a ilustração da autoria de Rosa Rufino.
Os textos do novo livro estão escritas em português e mirandês, com o objetivo de preservar e divulgar a língua mirandesa.
“Artes e Ofícios Ancestrais” é o terceiro livro de Mónica Ferreira. Anteriormente, a escritora já havia publicado o livro “Jogos tradicionais das Terras de Miranda” e também a obra “Uma noite de serão à luz da candeia”.
A apresentação do livro “Artes e Ofícios Ancestrais”, contou com a participação da presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, que sublinhou que é sempre importante apoiar os autores locais e publicitar as obras literárias.
Sobre o livro de Mónica Ferreira, a autarca de Miranda do Douro, mostrou-se muito agradada com o trabalho de pesquisa das antigas profissões, que evoca a infância de tantas pessoas, sobretudo no mundo rural.
“Este livro é uma memória viva de alguém que conheceu todas estas profissões e por isso, é um legado para que as gerações mais novas conheçam profissões que já não existem e outras que ainda perduram”, disse.
A apresentação da obra, escrita em português e mirandês, coincidiu com o 23º aniversário do Reconhecimento Oficial dos Direitos Linguísticos da Comunidade Mirandesa. A este propósito, Helena Barril, acrescentou que é intenção do município fazer com que o mirandês continue “vivo e ativo”, quer na literatura, quer na oralidade.
HA