Cultura: A língua mirandesa é uma atração turística da Terra de Miranda
Continua a decorrer na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), o curso presencial em “Mirandês – Língua e Cultura”, uma formação que está a ser ministrada em horário pós-laboral e visa dotar o público em geral, de conhecimentos sobre a língua e cultura mirandesas.
Na aula do dia 9 de outubro, que decorreu entre as 19h30 e as 21h30, a formadora Ana Afonso, formada em ensino de Línguas, deu a conhecer aos 10 participantes no curso, aspetos da cultura mirandesa. Assim, ao longo das duas horas da formação, a falante em mirandês abordou temas como a arquitetura tradicional da Terra de Miranda, os utensílios agrícolas e domésticos e foi exibido o documentário, em mirandês, “Bejita al Museu” (“Visita ao Museu da Terra de Miranda”).
Nas duas aulas anteriores, a tradutora e formadora da Associaçon de Lhéngua i Cultura Mirandesa (ALCM), transmitiu aos alunos conhecimentos sobre o alfabeto mirandês, a fonética e a contextualização e evolução histórica da língua.
“Nas aulas iniciais, os participantes no curso aprenderam a apresentar-se e a saudar-se na língua mirandesa”, acrescentou.
Um dos alunos do curso “Mirandês – Língua e Cultura” é Fernando Couto, engenheiro eletrotécnico, que vive no Porto. Decidiu inscrever-se porque gosta de aprender novos idiomas e tinha muita curiosidade em saber mais sobre a língua mirandesa.
“Quando soube do curso decidi inscrever-me e aproveitar esta oportunidade para aprender o mirandês. Também tenho interesse em conhecer melhor a realidade da Terra de Miranda, a sua história e a cultura local”, disse.
Futuramente, Fernando Couto adiantou que gostaria de visitar Miranda do Douro, para conhecer in loco a região.
Outro participante no curso, Luís Trigo, investigador da FLUP, inscreveu-se no curso por causa da sua origem transmontana. Sendo natural de Vila Real, tem interesse no léxico do mirandês, que diz ter algumas semelhanças com o vocabulário utilizado na região transmontana. No âmbito cultural, Luís Trigo interessa-se particularmente pela geografia e a beleza natural da Terra de Miranda, tendo já realizado o passeio de barco pelo Parque Natural do Douro Internacional.
Já Teresa Nunes, fotógrafa, que trabalha no Porto, também está a participar no curso “Mirandês – Língua e Cultura”. A sua motivação para participar nesta formação presencial, de 16 horas, em horário pós-laboral, foi a vontade em aprofundar os conhecimentos linguísticos e culturais do mirandês.
“Já tinha realizado o curso online, mas tinha vontade de frequentar a formação presencialmente, pois há maior proximidade e interatividade entre os participantes”, disse.
Outra razão apontada pela fotógrafa para a participação no curso, são as visitas regulares à Terra de Miranda, por motivos profissionais, o que a motiva a aperfeiçoar o domínio da língua, para comunicar melhor com as gentes locais.
“Dado o meu interesse fotográfico por ícones identitários como o burro de Miranda, visito regularmente a região. E nestas estadias é muito útil saber o mirandês, para comunicar, sobretudo, com as pessoas de mais idade”, explicou.
Segundo o programa, no final do curso, os formandos estarão mais capazes de ler e compreender textos em mirandês, assim como de se expressarem em língua mirandesa, nas situações comunicativas do quotidiano.
O curso “Mirandês – Língua e Cultura”, conta com os apoios do Centro de Estudos Mirandeses da Universidade do Porto, da Câmara Municipal de Miranda do Douro, da Frauga – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote, do Movimento Cultural da Terra de Miranda, da Scuola Mirandesa de l Porto e da Associação da Língua e da Cultura Mirandesa (ALCM).
HA