Miranda do Douro: Outros Trabalhadores da Montagem (M/F)
A empresa pretende contratar “Distribuidor” (m/f) de móveis para entrada imediata, trata-se de uma empresa que comercializa móveis prontos e faz entrega ao cliente final. Dá-se preferência a quem tenha carta de condução de pesados sendo a carta ligeiros indispensável para esta oferta.
Condições Requeridas:
Habilitações Escolares e Profissionais: 6.º ano
Formação Profissional Exigida: Não
Data Prevista para início do trabalho: 01-11-2024
Certificação Profissional: Não
Experiência Profissional anterior: Não
Cumprimento de Quotas / recrutamento de pessoas com deficiência (Lei 4/2019): Não
Outros Requisitos: Carta condução de ligeiros
Normas específicas de higiene e segurança no trabalho: Sim
Condições Oferecidas: Contrato de Trabalho: Termo certo
Duração:12 (meses)
Regime de trabalho: A tempo completo
Horário Trabalho: a combinar Nº de Horas: 8
Descanso Semanal: Regime Geral
Formas de Prestação de Trabalho: Presencial
Remuneração e Subsídios: Remuneração base ilíquida: 870 EUR/Mês
Subsídio de refeição: Subsídio de alimentação 6 EUR / dia IRCT: A entidade contratante declara estar abrangida pelo seguinte IRCT / Contrato
Os preços em Espanha subiram 1,8%, em outubro, mais três décimas do que no mês passado, segundo uma estimativa da inflação divulgada pelo Instituto de Estatística espanhol (INE).
Esta evolução da inflação (aumento dos preços em relação ao mesmo período do ano anterior) deveu-se, principalmente, a uma subida dos combustíveis e, em menor medida, também da eletricidade e do gás, que tinham descido em outubro de 2023.
Quanto à taxa de inflação subjacente (sem a energia e os produtos alimentares frescos, tradicionalmente os mais voláteis do cabaz de compras), o INE estima que tenha sido 2,5% em outubro, mais uma décima do que em setembro.
Se se confirmarem estas estimativas, a inflação subiu em outubro em Espanha após quatro meses consecutivos de descida.
Espanha acabou no final de setembro com o IVA zero em alguns alimentos e espera repor até ao final de 2024 todos os valores normais deste imposto, terminando assim com quase três anos de medidas extraordinárias para controlar a inflação.
O Governo de Espanha adotou pacotes para responder à subida dos preços depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados da União Europeia (UE) e de em julho daquele ano ter registado a inflação mais alta no país desde 1984 (10,77%).
Acabou por fechar 2022 com a inflação mais baixa da UE (5,7%) e no ano passado a taxa continuou a baixar, apesar de algumas oscilações, chegando a dezembro nos 3,1%.
Ao longo de 2022, Espanha aprovou vários pacotes de medidas para responder à inflação superiores a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), com um valor de cerca de 45.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais, como a redução do IVA da eletricidade e do gás ou um desconto na compra de combustíveis.
A Cuga, que substitui o nome da empresa Varandas do Sousa, está a investir três milhões de euros em linhas de produção e refrigeração e prevê aumentar a produção de cogumelos para 6,4 mil toneladas.
A empresa é detentora de 85% do mercado nacional de cogumelos e possui unidades de produção em Benlhevai, concelho de Vila Flor (Bragança), Vila Real e Paredes (Porto).
“Os diferentes cogumelos que produzimos na região Norte são superalimentos, saudáveis e saborosos, mas que não têm ainda a presença que merecem à mesa dos portugueses”, afirma, citado em comunicado, Nuno Pereira que desde o final de 2023 é o presidente executivo (CEO) da Cuga, ex-Varandas do Sousa.
O objetivo nesta nova fase da empresa é colocar o “consumo dos cogumelos em Portugal ao nível dos países mais desenvolvidos, inspirando os portugueses para os introduzirem nas suas receitas culinárias”.
A previsão de aumento de vendas, revelado pela Cuga, “é de 50% até ao final de 2026, o que significa “saltar da atual produção de 4,5 mil toneladas anuais para 6,5 mil toneladas em dois anos”.
O que se pretende é que, uma hora depois de colhidos, todos os cogumelos estejam arrefecidos e mantenham a mesma temperatura até serem disponibilizados aos consumidores nas prateleiras dos supermercados.
No comunicado, a empresa realça que quer “dinamizar a categoria alimentar dos cogumelos frescos em todo o país, torná-los mais acessíveis aos portugueses através de novas linhas de produtos e, com isso, colocar a sua presença na dieta nacional ao nível dos países do centro e do norte da Europa”.
Nuno Pereira garante que o foco da empresa nos próximos anos será o mercado nacional.
“É em Portugal que está o grande potencial de crescimento”, defende o CEO, que refere que, por “falta de uma estratégia de segmentação e de organização de produto, o consumidor nacional até hoje não sabe bem como utilizar, nem quando”.
Para inverter esta situação, até ao final do ano os novos produtos da empresa irão chegar às prateleiras dos supermercados organizados em segmentos, com explicação do tipo de cogumelos, em embalagens que terão um código QR com sugestões de receitas para a sua confeção.
Para além da segmentação dos cogumelos por tipos e da criação de categorias ‘premium’, a Cuga irá ter ofertas sazonais dirigidas às receitas típicas de Natal ou da Páscoa, às saladas e aos pratos de verão e a outras ocasiões.
Claúdia Ferra, responsável de produto da Cuga, sublinha, também citada no comunicado, que “do ponto de vista nutricional são [os cogumelos] um alimento excelente com um baixo valor calórico, mas uma grande riqueza de vitaminas e minerais e um interessante valor proteico para uma fonte não animal”.
“Os cogumelos possuem diversos aminoácidos essenciais, algum conteúdo de fibra, nomeadamente hemiceluloses e pectinas, e apreciáveis quantidades de antioxidantes”, referiu.
A Cuga é um ‘upgrade’ do investimento que a sociedade gestora CoRe Capital fez em 2020, na empresa, através do seu primeiro fundo, o CoRe Restart.
Este fundo, que salvou a Varandas do Sousa (ex-Sousacamp) da insolvência, foi criado pela sociedade de Nuno Fernandes Thomaz, Martim Avillez Figueiredo e Pedro Araújo e Sá e foi desenhado para recuperar empresas históricas, com peso relevante nas economias locais do interior do país.
Norte: Conselho Regional quer avançar no processo de descentralização
O presidente da Câmara Municipal de Chaves, Nuno Vaz, foi reeleito para o Conselho Regional do Norte e defendeu que é importante prosseguir no processo de descentralização de competências, tendo em vista o objetivo final da regionalização.
“É importante dar sequência ao processo de descentralização. Nós temos estado a assistir a um processo de descentralização para os municípios, para as freguesias, para as comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR), mas é importante que isso aconteça de forma mais intensa”, afirmou Nuno Vaz.
O presidente da Câmara Municipal de Chaves, que se vai manter à frente do órgão consultivo da CCDR do Norte (CCDR-N), defendeu que é “importante que esse processo de descentralização não se fique no estado em que ele neste momento se encontra”.
“É importante que agregue não só as áreas que agregou, designadamente reforçando a autonomia financeira e também na área da agricultura, mas que agregue também ouras matérias de forma territorialidades, o ambiente, floresta, educação”.
Ou seja, continuou: – “Eu acho que temos que prosseguir neste processo de descentralização tendo em vista o objetivo final que é a regionalização”.
Mas o autarca do distrito de Vila Real defendeu também uma descentralização “do próprio Norte”.
“No Norte temos vários nortes, com diferentes dinâmicas e desenvolvimento económico, com problemas díspares e queríamos também que este conselho possa contribuir par que o Norte seja mais coeso, mais igual, mais equitativo, mais competitivo e mais solidário”.
Nuno Vaz defendeu ainda a simplificação de procedimentos no que diz respeito ao acesso aos fundos comunitários.
“Para que a obra aconteça é preciso levar um longo caminho de conceptualização, de estruturação de projeto, de recolha de pareceres, de contratualização, de execução e muitas vezes a perceção que nós temos é que o tempo gasto em burocracia, alguma dela desnecessária, até pode prejudicar o resultado final”, frisou.
Na reunião foi aprovada uma deliberação que salienta, precisamente, que o processo de integração dos serviços periféricos e de diferentes áreas de competência na CCDR-N “ficou aquém do esperado, não travando a crescente debilitação das entidades da administração central presentes nas regiões e não permitindo reduzir o grau de centralismo das decisões públicas em Portugal”.
O documento sublinha que a “integração de serviços periféricos e respetivas competências na CCDR-N encontra-se inacabada, sendo necessária sua plena conclusão, designadamente nas áreas da economia, cultura, educação, formação profissional, saúde, conservação da natureza, florestas e infraestruturas”.
“A plena integração das áreas da conservação da natureza e das florestas, bem como dos serviços periféricos da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e respetivas competências, como a gestão da água e dos recursos hídricos, constituem condições indispensáveis para que a CCDR-N se possa constituir de facto como Balcão Único para os processos de licenciamento”, refere ainda.
E conclui que “são preocupantes as notícias públicas que dão conta de um esvaziamento da sede do Património Cultural, I.P., no Porto, e o seu funcionamento no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, em prejuízo do legalmente disposto, tanto quanto da criação de ‘unidades territoriais’ na área da cultura, em duplicação ou redundância dos serviços territoriais das CCDR, agravando equívocos e confusões no tecido institucional que com eles se relacionam”.
Na reunião de 29 de outubro, a primeira desde a conversão da CCDR-N em Instituto Público, foram reeleitos os autarcas de Chaves, Nuno Vaz, como presidente do Conselho Regional do Norte e o de Mogadouro, António Pimentel, como vice-presidente. O conselho tem ainda um secretário e quatro vocais.
Vimioso: Caminhada de São Martinho a 9 de novembro
Para celebrar o dia de São Martinho, a Freguesia de Vimioso e a Comissão de Festas 2025 estão a organizar a 6ª Caminhada de São Martinho, que vai realizar-se no sábado, dia 9 de novembro, uma atividade que inclui almoço e um magusto com castanhas assadas e jeropiga.
De acordo com o programa, a concentração para a caminhada está agendada para as 8h30 da manhã, na sede da freguesia de Vimioso.
Às 9h00 inicia-se a caminhada e no decorrer do percurso de 10 quilómetros, está previsto um reforço alimentar.
Após a caminhada segue-se o almoço convívio que é organizado pela Comissão de Festas de Verão 2025.
Para a tarde, está programado o tradicional magusto com castanhas assadas e jeropiga.
Todos os anos, a festa de São Martinho celebra-se a 11 de novembro.
O dia de São Martinho é festejado um pouco por toda a Europa e em Portugal é tradição fazer-se um magusto de castanhas assadas e beber jeropiga.
Esta é também a época do ano em que se prova o vinho novo, que como diz o ditado popular, “no dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”.
Mogadouro: Caminhadas promovem a saúde e dão a conhecer o concelho
De outubro de 2024 a maio de 2025, o município de Mogadouro programou uma série de caminhadas mensais, através das quais os participantes vão percorrer e conhecer alguns dos locais mais belos do concelho, como a serra da Castanheira, a ponte romana de Valcerto ou o trilho da Faia d’Água Alta.
Com a “meta” de incutir hábitos de vida saudável na população, a seção de desporto do município de Mogadouro planeou oito caminhadas mensais, que se iniciaram no passado dia 20 de outubro, com a caminhada Rosa, pelo trilho de São Cristovão.
“De manhã ou ao entardecer, na rua ao lado de casa ou na natureza, é possível caminhar em qualquer hora ou lugar. A caminhada é um exercício físico simples, que faz bem à saúde física e mental e que pode ser praticado por todas as pessoas, em todas as idades”, pode ler-se.
As inscrições são efetuadas através do email: desporto@mogadouro.pt ou do telemóvel 934 661 587.
Avelanoso: Agricultores desiludidos com o baixo preço da castanha
Os agricultores de Avelanoso, no concelho de Vimioso estão desapontados com o reduzido preço do quilo de castanha pago pelos compradores, apenas 1,20€, um valor que dizem não cobrir as despesas dos trabalhos nos soutos ao longo do ano e por isso indicam a necessidade de uma cooperativa para negociar as colheitas de castanhas a um preço mais justo.
Na aldeia de Avelanoso, Adelaide Gonçalves é proprietária de três soutos de castanheiros e iniciou a apanha da castanha no dia 19 de outubro. Segundo a agricultora, o trabalho na apanha de castanha é diário e deve prolongar-se durante um mês, até meados de novembro.
“A chuva que caiu durante o mês de setembro ainda veio ajudar ao desenvolvimento das castanhas nos ouriços. No entanto, o ideal é que chova em agosto, pois já diz o ditado: “Se chover em agosto, também há magusto!”» – disse.
Questionada sobre o modo como escoa a sua colheita, Adelaide Gonçalves, indicou que vende as castanhas a compradores intermediários, que diariamente passam pela aldeia de Avelanoso.
“São compradores que percorrem as aldeias de Avelanoso, São Martinho de Angueira e outras localidades, para comprar as colheitas de castanha aos agricultores. Este ano, estão a pagar apenas 1,20€ pelo quilograma de castanhas, o que é muito pouco para o trabalho que temos ao longo do ano com as lavras, as limpezas, os adubos e a apanha”, protestou.
Outro modo de comercializar a colheita de castanha é a Feira da Castanha e Produtos da Terra, organizada anualmente pela freguesia de Avelanoso e que este ano vai decorrer nos dias 1 e 2 de novembro.
“Em Avelanoso, esta feira anual é uma maravilha, pois permite aos agricultores locais comercializar os seus produtos como a castanha, a noz, a avelã, o mel, o marmelo e outros produtos, a melhores preços.”, disse.
Outro agricultor de Avelanoso, João Gonçalves, indicou que nos seus soutos a grande quantidade de castanha ainda não caiu dos ouriços, pelo que a apanha está atrasada. Este ano, o agricultor prevê apanhar entre três a quatro mil quilos de castanha.
“Nos meus soutos, a maioria da castanha é a “Cota”, pois é a variedade que tem maior calibre e é a mais procurada no mercado. Tenho também outras variedades como a “Boaventura” e a “Longal”, que sendo de menor calibre é considerada mais saborosa, quer assada, quer cozida. Também já tive a castanha “Judia”, mas é uma variedade que precisa de muitos cuidados, de muito adubo e muita limpeza dos ramos”, explicou.
Sobre o reduzido preço pago pelo quilo de castanhas aos agricultores, João Gonçalves, indicou a necessidade de existir uma cooperativa, de modo a recolher as toneladas de castanhas da região, para assim obter um preço mais justo para todos os agricultores.
“O baixo preço do quilograma de castanhas pago aos agricultores deve-se ao nosso individualismo. Cada agricultor trabalha apenas para si e assim não temos escala e não podemos exigir um preço mais justo aos compradores”, disse.
João Gonçalves referiu-se também às recorrentes doenças que afetam os soutos, como a “tinta dos castanheiros” e ao elevado preço dos tratamentos, pelo que solicitou apoio do município de Vimioso aos agricultores.
“No ano passado tive que arrancar cerca de uma dezena de castanheiros. E este ano vou ter que arrancar outras dez árvores. Na replantação tenho que escolher castanheiros híbridos, pois resistem mais à doença da tinta. Também estou a administrar o tratamento do IPB, mas cada frasco custa 50€ e só dá para meia dúzia de castanheiros. A exemplo do que já se faz em Vinhais e Bragança, seria bem-vindo o apoio do município de Vimioso aos agricultores de castanha” – disse.
Este ano, um dos destaques na IX Feira da Castanha e Produtos da Terra, em Avelanoso é a palestra “Um olhar sobre os castanheiros”. A sessão visa esclarecer os agricultores locais sobre temas como as doenças antigas e emergentes do castanheiro; lavrar ou não os soutos de castanheiros; e a reação do solo e resposta do castanheiro à aplicação de fertilizantes.
No dia 16 de novembro, o município de Miranda do Douro, em colaboração com várias associações ligadas ao setor da micologia, promovem a 10.ª edição das Jornadas Micológicas, este ano no território de Palaçoulo.
Em comunicado, o município de Miranda do Douro informa que a iniciativa tem por objetivos a promoção, valorização e preservação dos recursos micológicos da região, bem como a sensibilização dos participantes para a exploração sustentável dos cogumelos silvestres.
De acordo com a autarquia, os participantes terão a oportunidade de aprender a colher e identificar diferentes espécies de cogumelos, pois a sua recolha exige um prévio conhecimento e cuidado, dada a toxicidade de várias espécies.
O Governo vai investir 27 milhões de euros em projetos de recolha de biorresíduos, no âmbito do Fundo Ambiental, anunciou o Ministério do Ambiente e Energia.
Em comunicado, o Ministério tutelado por Maria da Graça Carvalho sublinha que o financiamento do Fundo Ambiental, que representa mais do dobro relativamente ao ano transato (13 milhões de euros), destina-se a 23 Comunidades Intermunicipais (CIM) e às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.
“O Governo está a trabalhar, em estreita colaboração com os municípios, comunidades intermunicipais e outros parceiros, para promover a economia circular e reduzir o impacto ambiental dos resíduos. Com estes protocolos estamos a dar passos importantes para uma gestão mais eficiente e responsável dos nossos resíduos, incentivando as autarquias, enquanto nos aproximamos das metas europeias”, justifica a ministra do Ambiente e Energia, citada na nota.
A aquisição de equipamentos para recolha seletiva, a criação de compostagem comunitárias e a implementação de sistemas de monitorização são algumas das ações que serão financiadas pelo Fundo Ambiental.
“Esperamos, com este investimento, permitir aos municípios equiparem as suas infraestruturas, sensibilizarem os cidadãos e promoverem a compostagem, contribuindo para a criação de um círculo virtuoso de gestão de resíduos”, sublinha a governante.
Segundo a tutela, o número de municípios que faz a recolha seletiva de biorresíduos tem vindo a aumentar, estando agora nos 60%, um valor ainda considerado “insuficiente para o cumprimento das metas comunitárias de Preparação para a Reutilização e Reciclagem”.
Economia: Produtividade, investimento e envelhecimento
O chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou a trajetória económica dos últimos anos em Portugal, no entanto indicou que a baixa produtividade, a falta de investimento e o envelhecimento da população são os maiores desafios para o desenvolvimento económico do país.
“Desde 2019 a média de crescimento de Portugal foi o dobro da média da zona euro, portanto, é um desempenho impressionante”, disse Jean-François Dauphin em entrevista à agência Lusa em Washington, à margem dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que terminaram este fim de semana.
Uma parte do desempenho da economia portuguesa está relacionada com as consequências da pandemia, que aumentou a poupança acumulada e a vontade de viajar. Isto, “num contexto em que os mercados de trabalho resistiram muito bem, dando um impulso ao consumo, e o investimento foi facilitado pelos fundos europeus, com a absorção a ser mais rápida em Portugal que noutros países”.
Portugal, em específico, beneficia do aumento do turismo, “que está para ficar e é o resultado da atratividade do país. Mas a questão é como alavancar alguns dos ganhos que estão na base deste desempenho para que Portugal possa crescer mais depressa e convergir mais rapidamente com a União Europeia no padrão de vida e dos rendimentos”.
O país, disse Jean-François Dauphin, melhorou bastante na formação e educação, “mas é preciso olhar para medidas mais abrangentes para aumentar a produtividade, tornar o ambiente empresarial mais fácil e com menos burocracia, e tornar o mercado de trabalho um pouco mais flexível”.
Questionado sobre as principais ameaças ao crescimento económico de Portugal, que o FMI estima rondar os 2% este ano e no próximo, o economista francês elencou elementos comuns à Europa, como o aumento da tensão geopolítica e as variações súbitas nos preços das matérias-primas que, por sua vez, aumentam a pressão sobre a inflação. Mas salientou que Portugal tem também ameaças específicas.
Depois da aprovação do programa de ajustamento financeiro “muito difícil” no princípio da década passada, Portugal “fez um trabalho extraordinário” que se revela num número impressionante, acrescentou: “Desde a pandemia da covid-19, a dívida pública em função do PIB desceu mais de 35 pontos percentuais, o que é extraordinário e quase único na Europa, e é um testemunho do grande consenso entre os decisores políticos, e acredito que também na população, da importância da responsabilidade orçamental”.