O tema da liturgia deste Domingo é a gratidão. Reunimo-nos na igreja para participarmos na celebração da Eucaristia. Eucaristia é um vocábulo grego que significa «ação de graças». Os membros da Igreja rezam, unidos em oração de louvor, tomando consciência dos motivos inumeráveis que devem fazer brotar no coração de todos a exclamação «muito obrigado / muito obrigada».
Ir à missa é aproximarmo-nos do «trono da graça» a fim de, renovando a fé na presença de Jesus Cristo no sacramento, e reconhecendo quantos dons gratuitos nos foram concedidos do Alto, cumprirmos a obrigação de agradecer. O prefácio da celebração eucarística inicia-se desta forma: «É verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação, dar-vos graças sempre e em toda a parte, por Cristo Nosso Senhor». Dizemos «muito obrigado» por nos ter sido enviado aquele pelo qual, por intermédio e por intercessão do qual elevamos ao Pai a nossa prece de louvor e ação de graças. No «Aleluia» escutámos a palavra de São Paulo: «Em todo o tempo e lugar, dai graças a Deus Pai» (1 Ts 5, 18).
O próprio Jesus, no episódio da ressurreição de Lázaro, se dirigiu ao Pai celeste com estas palavras: «Dou-te graças por me teres ouvido. Eu bem sabia que me ouves sempre» (Jo 11, 41-42). Deu graças ao consagrar o pão e o vinho, na Última Ceia. Bendisse e deu graças ao Pai por se revelar aos pequeninos (Mt 11, 25; Lc 10, 21).
O Evangelho narra-nos a cura de dez leprosos e como apenas um deles foi ter com Jesus para lhe agradecer. Só a esse o Senhor louva a fé com que agiu e com a qual deverá prosseguir o seu caminho.
Para que reinem a paz e a alegria, sobretudo na família, «é necessário usar três palavras: “com licença”, “obrigado”, “desculpa”» (Papa Francisco, A Alegria do Amor, n.º 133).
Perante a necessidade de tomar alguma decisão urgente, Santa Madre Teresa de Calcutá costumava recorrer ao que ela chamava «Novena rápida». Consistia em comprimir num só os nove dias de petição por alguma graça. Com esta inovação: para ela, a novena incluía dez e não apenas nove momentos de oração. Porque o décimo era, antecipadamente, para agradecer a resposta divina, fosse ela qual fosse.
Peçamos perdão pelas nossas ingratidões a Deus e aos irmãos. Podemos até fazer uma lista de graças recebidas, a fim de, com frequência, a ela recorrermos como lembrança e estímulo para darmos mais vezes graças a Deus, sem esquecermos o que devemos a muitos benfeitores muito ou pouco conhecidos.
Algoso: PS apresentou as suas propostas à população
Na campanha para as eleições autárquicas, o Partido Socialista (PS) realizou a 8 de outubro, um comício no Casa do Povo, em Algoso, no concelho de Vimioso, onde os candidatos à Assembleia de Freguesia, Abílio Pires e à Câmara Municipal, António Oliveira, apresentaram as suas propostas à população.
A iniciativa serviu para a apresentação de Abílio Pires, como candidato à presidência da União de Freguesias de Algoso, Campo de Víboras e Uva. No seu discurso, o candidato socialista começou por elogiar o trabalho realizado pela equipa social-democrata (PSD) na governação da freguesia de Algoso.
No entanto, o agricultor, natural e residente em Algoso, referiu que também há muito para fazer na localidade, como o melhoramento dos caminhos rurais, o apoio aos agricultores e a fixação de jovens na aldeia. Entre os projetos que pretende implementar, caso seja eleito presidente da freguesia de Algoso, Abílio Pires, indicou a requalificação da avenida de São Roque, a recuperação da lagoa das Moreirinhas, a organização de passeios para a comunidade e a continuidade da Feira Medieval.
Por sua vez, o candidato socialista à presidência da Câmara Municipal de Vimioso, António Oliveira, na sua visita a Algoso, quis convencer a população local afirmando que “o concelho precisa de uma mudança política, com novas pessoas, ideias e projetos”. Entre as ideias para Algoso e para o concelho de Vimioso, o candidato socialista propôs a construção de um pavilhão multiusos em Algoso, a construção de uma estrada Algoso – Mora, a criação da marca de produtos “Vimioso” e a redução da taxa da taxa de participação variável do IRS, de 5% para 0%.
A campanha para as eleições autárquicas encerra esta sexta-feira, dia 10 de outubro. No sábado é dia de reflexão. No Domingo, dia 12 de outubro, as eleições autárquicas decorrem entre as 08:00 e as 20:00. Neste ato eleitoral, vão eleger-se os órgãos dirigentes de 308 câmaras municipais, 308 assembleias municipais e 3.221 assembleias de freguesia.
Argozelo: António Santos, Artur Garcia e Rute Lopes em comício do PSD
Em Argozelo, o dia 9 de outubro, foi uma jornada de campanha eleitoral do PSD, que culminou com um comício no pavilhão da vila, onde Artur Garcia, candidato a vereador, Rute Lopes, candidata à presidência da freguesia e António Santos, candidato à presidência do município de Vimioso apresentaram as suas propostas à população.
O comício começou com a intervenção do argozelense, Artur Garcia, que foi convidado para integrar a candidatura social-democrata à Câmara Municipal de Vimioso. No seu discurso, o candidato do PSD afirmou ser capaz de assumir esta responsabilidade política, dada a experiência profissional adquirida em áreas como a saúde, segurança, a banca e a participação na vida associativa em Argozelo.
Outra argoselense, Carina Lopes, até aqui vice-presidente do município de Vimioso, explicou à população da vila as razões da sua não inclusão nas listas do PSD às eleições autárquicas, alegando a dificuldade em conciliar a vida familiar com as solicitações políticas e a vontade em regressar à docência.
“Quis estar presente no comício em Argozelo para apoiar os candidatos do PSD, pois são pessoas dedicadas e comprometidas com as pessoas e o desenvolvimento do concelho de Vimioso”, justificou.
O anterior presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, e atual presidente da Assembleia Distrital do PSD também interveio no comício, onde elogiou o trabalho desenvolvido pela equipa de José Miranda na Freguesia de Argozelo.
“Na vila de Argozelo, José Miranda e a sua equipa, fizeram algo inédito ao completar 12 anos consecutivos na governação da freguesia. As pessoas de Argozelo são gente autêntica e determinada, como é bem evidente nas mulheres, na Rute Lopes que vai ser uma extraordinária autarca”, disse.
No seu discurso, a candidata social-democrata à freguesia de Argozelo, Rute Lopes, que já integrava a equipa do autarca que cessa funções, José Miranda, começou por agradecer a aprendizagem e a experiência adquirida na autarquia.
A jovem argozelense destacou que é a primeira mulher a candidatar-se à presidência da freguesia de Argozelo o que segundo ela é sinal de “mudança e de igualdade de oportunidades para as mulheres”.
Sobre as propostas e projetos que pretende realizar na vila de Argozelo, Rute Lopes, informou que pretende dar continuidade aos apoios sociais às famílias e pessoas mais carenciadas; à limpeza e manutenção dos caminhos rurais e tanques e bebedouros; à renovação do mobiliário urbano; ao apoio às associações; à organização da Feira da Rosquilha; e à realização de cursos socioeducativos; entre outras iniciativas.
“Vamos iniciar projetos novos como a instalação do itinerário da Via Sacra, no caminho do Serro; o embelezamento dos jardins da vila e do cemitério; a inscrição das Minas de Argozelo na rota nacional do turismo industrial; e vamos promover os fiadeiros como atração cultural de inverno”, indicou a candidata do PSD.
Em parceria com o município de Vimioso, Rute Lopes, adiantou que pretendem construir um pavilhão multiusos e iniciar a requalificação e pavimentação de várias ruas na vila de Argozelo.
O comício do PSD encerrou com a intervenção do atual presidente e candidato, António Santos, que referindo-se ao seu programa eleitoral indicou que contêm 94 medidas para o desenvolvimento do concelho de Vimioso.
“Na vila de Argozelo, vamos lançar em breve o concurso para a reabilitação da antiga escola primária, onde será instalado o quartel da GNR. Outro compromisso é a construção de um pavilhão multiusos, para a realização de eventos e fins desportivos. Para a instalação de novos jovens agricultores vamos apoiar até 20% do valor não financiado. Outro objetivo é a criação do gabinete municipal de cinegética, para dinamizar o setor da caça no concelho”, elencou António Santos.
Noutras áreas como a Floresta, o candidato do PSD anunciou a criação de duas novas equipas de Sapadores Florestais. No turismo, a candidatura social-democrata referiu-se ao projeto de recuperação dos antigos moinhos, edificados nas margens dos rios Maçãs e Angueira, para depois criar um rota turística.
“Na construção de infraestruturas e para faciliar a mobilidade e a ligação entre a sede de concelho e as freguesias Carção, Argozelo, Santulhão e Matela, tudo faremos para que a nova ligação Vimioso – Carção esteja concluída em 2028”, disse.
A campanha para as eleições autárquicas encerra esta sexta-feira, dia 10 de outubro. No sábado é dia de reflexão. No Domingo, dia 12 de outubro, as eleições autárquicas decorrem entre as 08:00 e as 20:00. Neste ato eleitoral, vão eleger-se os órgãos dirigentes de 308 câmaras municipais, 308 assembleias municipais e 3.221 assembleias de freguesia.
Eleições: Abstencionistas são mais jovens e menos instruídos
Em Portugal, os eleitores mais jovens, com menos qualificações académicas e que tendem a posicionar-se mais à direita no espetro político são os que menos participam em atos eleitorais, segundo um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Intitulado “Abstenção Eleitoral em Portugal: Mecanismos, Impactos e Soluções”, da autoria dos investigadores João Cancela e José Santana Pereira, este estudo trabalhou com uma amostra de 2.405 cidadãos que participaram num inquérito de opinião e ‘focus groups’ com 26 eleitores que “se costumam abster ou votar de forma intermitente”, realizados entre final de 2021 e 2022.
Foram também contactados atores políticos de três planos: Assembleia da República, Parlamento Europeu e autarcas, entre 2024 e 2025.
Cidadãos mais jovens (entre os 18 e 30 anos) e com menor formação académica tendem a participar menos em atos eleitorais, assim como cidadãos que tenham adquirido nacionalidade portuguesa, que se identifiquem como pertencendo a minorias étnicas ou que não sejam proprietários de uma habitação.
Por outro lado, eleitores mais velhos, mais escolarizados, de classes sociais mais elevadas e até “com prática religiosa regular”, que “não pertencem a uma minoria étnica” e que vivem em habitação própria apresentam “maior propensão para votar”.
Os investigadores realçam que estas variáveis sociodemográficas isoladas não explicam tudo: numa análise mais aprofundada, o estudo aponta que são estes grupos (mais velhos, mais escolarizados, de classes sociais mais altas ou até mais religiosos) que tendem a um maior sentimento de “dever cívico” e forte “culpa” quando não exercem o seu direito ao voto, sendo esse um dos principais fatores que influencia diretamente a ida às urnas.
Foi ainda encontrada uma outra tendência no eleitorado português: “Ao contrário do que se observa noutros países, os abstencionistas tendem a posicionar-se ligeiramente mais à direita do que os votantes frequentes”.
Eleitores abstencionistas ou “votantes intermitentes” são mais favoráveis a descidas de impostos e à ideia da representação política ser feita por “cidadãos comuns” ao invés de “políticos profissionais”.
“Este padrão sugere que, em Portugal, a abstenção poderá implicar uma sub-representação relativa de segmentos mais conservadores do eleitorado”, lê-se no texto.
Os investigadores admitem que o contexto no qual o estudo foi feito, entre 2021 e 2022, pode ter influenciado a maior tendência de abstenção de eleitores à direita: nessa altura, o Governo era liderado pelo PS, com António Costa a alcançar uma maioria absoluta, e partidos como o Chega e a Iniciativa Liberal eram ainda relativamente recentes.
“Nesse sentido, havia uma oportunidade de mercado que diferentes partidos podem ter tido maior ou menor sucesso a colmatar nos últimos anos”, realçou João Cancela.
Ainda assim, no que toca à posição destes eleitores em assuntos como “qual deve ser o equilíbrio entre setor público e setor privado na provisão de serviços, se a imigração é benéfica para o país, ou se se deve privilegiar o ambiente ao crescimento económico” não foram encontradas diferenças significativas entre abstencionistas e pessoas que tendem a votar mais.
Autárquicas e legislativas registam maiores níveis de mobilização do que presidenciais, “especialmente quando o chefe de Estado se recandidata”, e europeias.
O estudo aponta para uma tendência de “declínio na participação eleitoral” desde 1974, apesar de os investigadores alertarem que os números oficiais podem contribuir para exagerar a perceção da magnitude deste fenómeno, sobretudo devido a um recenseamento elevado que se explica pela “inscrição automática de cidadãos portugueses que de facto não residem em território nacional”.
Em atos eleitorais mais recentes, como as legislativas de 2024, foi registado um aumento da participação, o que pode indicar “uma eventual inversão” deste fenómeno.
Igreja: Papa Leão XIV escreve exortação «Eu te amei»
O Papa Leão XIV publicou a primeira exortação apostólica do pontificado, denominada ‘Eu te amei” (“Dilexi Te”), na qual assume o legado pastoral e social de Francisco, numa reflexão sobre a relação da Igreja com os pobres.
“Em continuidade com a Encíclica Dilexit nos, o Papa Francisco, nos últimos meses da sua vida, estava a preparar uma exortação apostólica sobre o cuidado da Igreja pelos pobres e com os pobres, intitulada Dilexi te, imaginando Cristo a dirigir-se a cada um deles dizendo: Tens pouca força, pouco poder, mas «Eu te amei»”, explica o Papa, eleito a 8 de maio deste ano, pouco mais de duas semanas após a morte de Francisco (21 de abril).
O título ‘Dilexi Te’ (Eu amei-te, em português) é retirado de uma passagem do último livro da Bíblia, o Apocalipse (Ap 3, 9).
“Ao receber como herança este projeto, sinto-me feliz ao assumi-lo como meu – acrescentando algumas reflexões – e ao apresentá-lo no início do meu pontificado, partilhando o desejo do meu amado predecessor de que todos os cristãos possam perceber a forte ligação existente entre o amor de Cristo e o seu chamamento a tornarmo-nos próximos dos pobres”, escreve Leão XIV.
A reflexão sublinha a “opção preferencial pelos pobres”, uma expressão que se generalizou na Igreja Católica a partir da América Latina – onde Francisco nasceu e onde o atual Papa foi missionário e bispo – como uma dimensão teológica, e não apenas social, na vida da Igreja.
“A condição dos pobres representa um grito que, na história da humanidade, interpela constantemente a nossa vida, as nossas sociedades, os sistemas políticos e económicos e, sobretudo, a Igreja. No rosto ferido dos pobres encontramos impresso o sofrimento dos inocentes e, portanto, o próprio sofrimento de Cristo”, sustenta a encíclica.
Na linha do seu antecessor, Leão XIV defende o ideal de uma Igreja humilde, fiel à sua vocação de serviço aos necessitados, inspirando-se em figuras como São Francisco de Assis e os membros das ordens mendicantes, surgidas no século XIII.
“A Igreja é luz quando se despoja de tudo, a santidade passa por um coração humilde e dedicado aos pequenos”, refere, falando numa “revolução evangélica, na qual o estilo de vida simples e pobre se converte em sinal profético para a missão”.
“Jesus é um mestre itinerante, cuja pobreza e precaridade são sinais do vínculo com o Pai e são pedidas também a quem deseja segui-lo no caminho do discipulado, precisamente para que a renúncia aos bens, às riquezas e às seguranças deste mundo seja um sinal visível do ter-se confiado a Deus e à sua providência.”
O Papa enfatiza que a Igreja deve assumir “uma decidida e radical posição em favor dos mais fracos”, num texto em que retoma a tradição bíblica e patrística (teólogos da antiguidade cristã), convidando a reconhecer os pobres como “carne de Cristo” e “modo fundamental de encontro com o Senhor da história”.
“A caridade não é uma via opcional, mas o critério do verdadeiro culto”, aponta.
A exortação apostólica assume críticas dentro e fora da Igreja a esta mensagem em defesa dos mais frágeis.
“Observar que o exercício da caridade é desprezado ou ridicularizado, como se fosse uma fixação somente de alguns e não o núcleo incandescente da missão eclesial, faz-me pensar que é preciso ler novamente o Evangelho, para não se correr o risco de o substituir pela mentalidade mundana”, adverte o pontífice.
Leão XIV sustenta que os pobres não são apenas destinatários de assistência, destacando a “necessidade de considerar as comunidades marginalizadas como sujeitos capazes de criar cultura própria”.
Existem muitas formas de pobreza: a daqueles que não têm meios de subsistência material, a pobreza de quem é marginalizado socialmente e não possui instrumentos para dar voz à sua dignidade e capacidades, a pobreza moral e espiritual, a pobreza cultural, aquela de quem se encontra em condições de fraqueza ou fragilidade seja pessoal seja social, a pobreza de quem não tem direitos, nem lugar, nem liberdade”.
O primeiro Papa da Ordem de Santo Agostinho, da qual foi responsável mundial, escreve que “numa Igreja que reconhece nos pobres o rosto de Cristo e nos bens o instrumento da caridade, o pensamento agostiniano permanece uma luz segura”.
“Hoje, a fidelidade aos ensinamentos de Agostinho exige não só o estudo de suas obras, mas a predisposição para viver com radicalidade o seu apelo à conversão que inclui necessariamente o serviço da caridade”, indica.
A ‘Dilexi Te’ está dividida em 121 pontos, com quase 60 citações de Francisco, entre as 129 notas do texto.
“Devemos sentir a urgência de convidar todos a entrar neste rio de luz e vida que provém do reconhecimento de Cristo no rosto dos necessitados e dos sofredores. O amor pelos pobres é um elemento essencial da história de Deus conosco e irrompe do próprio coração da Igreja como um apelo contínuo ao coração dos cristãos, tanto das suas comunidades, como de cada um individualmente”, apela Leão XIV.
Uma exortação apostólica é um documento formal do Papa dirigido principalmente aos católicos, sem se limitar a eles, cujo objetivo principal é orientar os destinatários sobre um tema específico – neste caso, “o amor para com os pobres” –, estimulando a reflexão e a ação.
Uma exortação apostólica é um documento formal do Papa dirigido principalmente aos católicos, cujo objetivo principal é orientar os destinatários sobre um tema específico – neste caso, “o amor para com os pobres” -, estimulando a reflexão e a ação.
Sem o peso oficial de uma encíclica, o documento papal mais solene, cada exortação apostólica é vista como um texto que expressa diretamente a visão do pontífice sobre o tema em análise.
Política: Orçamento traz “enorme esforço de justiça social” e contas equilibradas – Montenegro
O presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu que a proposta de Orçamento do Estado para 2026 traz “um enorme esforço de justiça social”, mantendo “um exercício orçamental equilibrado”.
Luís Montenegro juntou-se à campanha do candidato (PSD/IL/PAN) à Câmara Municipal de Sintra, Marco Almeida e falou pela primeira vez do Orçamento de Estado (OE 2026) entregue pelo Governo na Assembleia da República.
“Demos cumprimento, mais uma vez, ao nosso compromisso de descer os impostos sobre o rendimento do trabalho, sobre o IRS, de toda a gente e em particular da classe média”, afirmou.
O também primeiro-ministro sublinhou que o Governo já tinha descido este ano o IRS até ao 8.º escalão e agora concretiza um compromisso de “uma descida suplementar do 2.º ao 5.º escalão e de forma geral de todos os escalões”, um compromisso assumido no verão de forma a garantir a viabilização pelo Chega da redução dos escalões.
“Na prática quer dizer que é uma atenuação do ponto de vista fiscal, é uma diminuição do imposto”, frisou.
O líder social-democrata destacou ainda as medidas para os reformados e pensionistas.
“Para esses o Orçamento contempla o aumento das pensões para toda a gente, de acordo com o crescimento da economia e a taxa de inflação, e contempla mais um aumento do Complemento Solidário para Idosos para 670 euros”, frisou.
Montenegro recordou que quando o Governo PSD/CDS-PP iniciou funções esta prestação era de 550 euros.
“Vejam bem a dimensão, de 550 para 670 euros, é um esforço enorme, é um esforço de justiça social”, salientou.
O primeiro-ministro mantém a expectativa de ter, no proxmo ano, “apesar de todos os desafios, um exercício orçamental equilibrado”.
Se tal acontecer, repetiu, será possível atribuir, como nos dois últimos anos, “uma prestação suplementar, um suplemento extraordinário às pensões” até 1567 euros.
Mogadouro: Gorazes com showcookings, artesanato e concertos musicais
De 15 a 19 de outubro, a nova cidade de Mogadouro é o palco dos Gorazes, a Feira de Atividades Económicas e Turísticas do Nordeste Transmontano, que nesta edição apresenta como novidades os showcookings com produtos “Origem Mogadouro”, os workshops de artesanato e os concertos musicais de “Rosinha”, “Panorama” e “Os Quatro e Meia”.
Em Mogadouro, a feira anual dos Gorazes inicia-se a 15 de outubro, feriado municipal, com a abertura e a cerimónia oficial de inauguração do certame, agendada para as 17h00.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Mogadouro (ACISM), João Neves, avançou que à semelhança das anteriores edições, o modelo da feira é predominantemente agropecuário, com a exposição de tratores e alfaias agrícolas no recinto da feira e o pavilhão “Origem Mogadouro”, é dedicado à exposição de produtos e de artesanato da região.
“Esta é a primeira feira dos Gorazes, após a elevação de Mogadouro a cidade, no passado dia 13 de março de 2025. O programa “Origem Mogadouro é uma iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Mogadouro e da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Mogadouro (ACISM), cujo objetivo é a promoção do concelho mediante a valorização, divulgação e o apoio à comercialização dos produtos endógenos, como são o azeite, a amêndoa, o mel, o vinho, o queijo, os enchidos, os legumes, os cogumelos, o pão, o folar, a doçaria, os frutos secos – amêndoa, nozes, castanha, figos – a carne bovina Mirandesa, a carne do porco bísaro, o artesanato – tecelagem, cestaria, rendas e bordados – assim como a divulgação do património histórico, cultural e paisagístico e a promoção do potencial turístico do concelho de Mogadouro”, explicou o dirigente associativo, João Neves.
Com o proposito de destacar a qualidade do artesanato e dos produtos endógenos, o programa dos Gorazes 2025, inclui a realização de workshops de artesanato e dois showcookings gastronómicos, no fim-de-semana de 18 e 19 de outubro.
“Com os workshop de artesanato ao vivo, o público vai ter a oportunidade de ver como é que se trabalha o barro, a cestaria, a tecelagem, as rendas e os bordados. Por sua vez, os showcookings visam destacar a grande qualidade e o potencial dos produtos Origem Mogadouro. Para tal convidámos dois conceituados chef’s de cozinha, o Óscar Geadas, que já foi distinguido com uma estrela Michelin e o Luís Martins, natural do concelho de Mogadouro, que vão cozinhar com produtos caraterísticos do concelho de Mogadouro”, adiantou.
De 15 a 19 de outubro, outros destaques na programação dos Gorazes em Mogadouro são a exposição de animais das raças autótones da região, uma largada de caça, atividades equestres, passeio motard, torneio de tiro aos pratos e um passeio de automóveis clássicos.
“Na exposição das raças autóctones, vamos mostrar ao publico visitante dos Gorazes, em particular às crianças, os bovinos de raça mirandesa, o porco bísaro, o burro de Miranda, a cabra serrana, entre outros animais”, indicou.
Uma das pretensões do município de Mogadouro é desenvolver o turismo no concelho. Com esse propósito, na feira dos Gorazes deste ano, participam três operadores turísticos, que vão dar a conhecer as potencialidades turísticas de Mogadouro, com destaque para atividades realizadas no rio Douro, nos Lagos do Sabor, na zona histórica de Mogadouro, entre outros locais de interesse turístico.
Sobre a afluência de público que esperam nos Gorazes, o presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Mogadouro (ACISM), João Neves, realçou que o concelho de Mogadouro ocupa uma posição central no distrito e tem fronteira com Espanha.
“Mogadouro tem como vizinhos os concelhos de Miranda do Douro, Vimioso, Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta e ainda o concelho de Fermoselle, em Espanha. Dada esta centralidade, esperamos a afluência de 20 a 30 mil pessoas aos Gorazes, nos cinco dias do certame”, indicou.
Para convidar os vizinhos espanhóis a visitarem a feira dos Gorazes, em Mogadouro, a organização publicou cartazes promocionais em espanhol e contratou a orquestra espanhola “Panorama”.
«Na programação musical, todos os anos procuramos selecionar grupos e artistas com estilos diversificados de modo a ir ao encontro das preferências de vários públicos. Este ano, no dia 15 de outubro, a artista “Rosinha”, vai animar a abertura dos Gorazes. Depois, na sexta-feira, dia 17, atua a orquestra espanhola “Panorama”. E no sábado, dia 18 de outubro, está programado o concerto do grupo português “Os Quatro e Meia”. Importa ainda referir, que a animação do certame ao longo dos cinco dias conta também com a participação de grupos locais, como a Banda Filarmónica, os gaiteiros, mascarados, Dj’s, entre outros», indicou.
De 15 a 19 de outubro, os Gorazes – Feira de Atividades Económicas e Turísticas do Nordeste Transmontano funciona das 9h00 às 24h00, exceto na sexta-feira, dia 17, em que a abertura ocorre às 14h00; no Domingo, dia 19 de outubro, o certame encerra às 20h00.
Historicamente, a tradicional feira dos Gorazes, em Mogadouro, realiza-se na época do fim das colheitas e no início da estação do outono. A designação “Gorazes” está relacionada com um antigo imposto que seria pago em carne de porco.
“A gastronomia é outro pilar da feira dos Gorazes e por isso dentro do recinto vai ser instalado um espaço de restaurante, explorado pela comissão de Festas em honra de Nossa Senhora do Caminho. Na feira ou nos restaurantes de Mogadouro é tradição comer a marrã ou a posta de vitela assada na brasa”, disse.
Anualmente, os Gorazes – Feira de Atividades Económicas e Turísticas do Nordeste Transmontano são um certame coorganizado pelo município de Mogadouro e pela Associação Comercial, Industrial e Serviços de Mogadouro (ACISM), que conta ainda com a colaboração de associações locais e empresas.
Política: Governo entrega proposta do Orçamento do Estado
O Governo entrega esta quinta-feira, dia 9 de outubro, no parlamento, a proposta de Orçamento do Estado para 2026, um dia antes do prazo limite e sem que existam sinais de potencial crise política provocada por um chumbo do documento.
A proposta do governo PSD/CDS, liderado por Luís Montenegro, chega à Assembleia da República três dias antes das eleições autárquicas de Domingo, 12 de outubro.
Ao contrário do que aconteceu em outubro de 2024, a proposta orçamental do Governo para 2026, entra no parlamento sem ameaças de voto contra, por parte das maiores forças políticas da oposição: Chega e PS.
Em 2024, na primeira reação ao Orçamento, a então líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, deixou um aviso: “Não há acordo com o Governo, e a partir daqui vamos analisar e decidir a seu tempo”. O PS de Pedro Nuno Santos acabou por viabilizar o primeiro Orçamento de Luís Montenegro, mas a dúvida sobre um possível voto contra só foi dissipada uma semana depois (17 de outubro), na sequência de um processo negocial tenso.
No ano passado, André Ventura acusou o primeiro-ministro de lhe ter proposto em privado entrar para o Governo se o Chega viabilizasse o Orçamento, o que levou logo depois Luís Montenegro a acusá-lo de estar a mentir.
Agora, os indicadores disponíveis apontam para um clima político diferente, mesmo estando o país a poucos dias de eleições autárquicas.
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, começou por sinalizar que o próximo Orçamento, em termos de conteúdo, se afastará da característica de ser um documento de políticas públicas – ou seja, sem carga ideológica inerente -, o que, na sua perspectiva, dará garantias de viabilização no parlamento.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, frisou que ainda irá analisar o Orçamento, mas adiantou que viu com “bons olhos” a opção tomada de deixar de fora “matérias de natureza fiscal e laboral, assim como matérias que se relacionam com a lei de base do Serviço Nacional de Saúde, com as pensões e com a proteção social”.
André Ventura tem procurado separar a questão orçamental do combate eleitoral do Chega nas autárquicas. E a sua deputada Rita Matias, após ter estado reunida com o ministro das Finanças, defendeu que o Chega deveria ser o parceiro preferencial do Governo.
Na mesma linha de aproximação, a presidente da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão – partido que em 2024 votou contra a proposta do executivo PSD/CDS -, disse acreditar que o Orçamento incluirá contributos dos liberais que já foram discutidos com o Governo.
Entre os partidos com representação parlamentar, apenas o PCP já fez saber que vai votar contra o Orçamento para 2026.
Em termos de conteúdo, antevê-se que a proposta de Orçamento inclua uma redução de 0,3 pontos percentuais nas taxas de IRS aplicadas do 2.º ao 5.º escalão. E em janeiro de 2026 os escalões de IRS deverão ser atualizados em 3,51%, acima da inflação prevista para o próximo ano (na casa dos 2%).
Durante a atual campanha para as autárquicas, o primeiro-ministro, na qualidade de presidente do PSD, anunciou que o Complemento Solidário para Idosos vai aumentar 40 euros no próximo ano, subindo para 670 euros.
Em relação ao cenário macroeconómico, prevê-se que o Governo inscreva uma meta de 2,2% de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2026 e uma renovação de um excedente orçamental na ordem dos 0,1%.
Nas reuniões com os partidos com representação parlamentar, o ministro das Finanças salientou que prosseguirá a trajetória de redução da dívida pública em percentagem do PIB, podendo atingir 90% no final do próximo ano.
O debate na generalidade da proposta de Orçamento para 2026, no parlamento, vai realizar-se dias 27 e 28 de outubro. Já o processo na especialidade do orçamento, em plenário, inicia-se no dia 20 de novembro, e a votação final global está prevista para 27 de novembro.
Sociedade: Campanha contra perigos do excesso de exposição a écrans
O movimento cívico “Menos Ecrãs, Mais Vida” lançou uma campanha de alerta para o perigo do excesso de exposição a écrans (telemóveis, televisores, tabletes, etc.), criticando a falta de sensibilização por parte do Governo e da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O movimento cívico indica que a campanha, de distribuição de folhetos informativos, quer “ajudar as famílias e as escolas portuguesas”, correspondendo a solicitações de “professores, psicólogos, profissionais de saúde e pais, de todo o país”.
“Para além de boas práticas que podem ser adotadas pelas famílias, os folhetos apresentam os riscos a que crianças e jovens estão expostos, qual o impacto do uso de dispositivos digitais na sua saúde física e mental e as recomendações da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, adequadas a cada faixa etária”, refere o movimento no comunicado.
Este movimento cívico foi criado em janeiro de 2024 e é composto por quatro mães e professoras.
“Somos a favor do progresso e do uso de recursos tecnológicos. No entanto, somos contra o retrocesso intelectual, os malefícios para a saúde e uma certa desumanização provocados pelo uso excessivo da tecnologia pelas crianças, em particular no espaço escolar”, afirma o movimento no comunicado.
Sociedade: Portugal é o país europeu onde cidadãos ciganos sentem mais discriminação
Portugal é o país da Europa onde os ciganos se sentem mais discriminados, segundo um inquérito da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA).
O inquérito da FRA envolveu 10 Estados-membros, entre Bulgária, Chéquia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Portugal, Roménia e Espanha e outros três países em vias de adesão: Albânia, Macedónia do Norte e Sérvia.
Segundo a FRA, os níveis de discriminação diminuíram entre 2021 (altura do inquérito anterior) e 2024 na Grécia e na Sérvia e aumentaram na Chéquia, França, Irlanda (nómadas), Macedónia e Portugal.
“As taxas de discriminação atingiram os seus níveis mais elevados na Irlanda (para ciganos e nómadas), Itália e Portugal”, lê-se no relatório.
Para o relatório foram inquiridos 422 portugueses ciganos e 63% afirmou que se sentiu discriminado nos 12 meses anteriores à realização do inquérito, o que coloca o país com a percentagem mais elevada. Este valor representa um aumento de um ponto percentual em relação ao inquérito de 2021, mas traz um salto de 16 pontos percentuais em comparação com o inquérito de 2016.
Depois de Portugal aparecem a Irlanda e Itália, dois países onde 60% das pessoas ciganas se sentem discriminadas. No caso da Irlanda o valor salta para 75% quando foram inquiridas as pessoas nómadas.
A agência europeia constatou que em Portugal, como na Albânia, Bulgária, Chéquia e Sérvia, os ciganos que vivem em comunidades com menos ciganos sentem menos discriminação por causa da sua origem do que os ciganos que vivem em bairros onde toda ou a maioria da população é cigana.
Segundo a FRA, no que diz respeito à questão da discriminação “não houve praticamente nenhuma alteração em comparação com inquéritos anteriores” e destaca que “em média, quase um em cada três ciganos/nómadas inquiridos (31 %) sentiu-se discriminado com base na sua origem étnica”.
Portugal é também o país do grupo com a percentagem mais elevada de pessoas ciganas que nos 12 meses anteriores ao inquérito relataram ter sofrido pelo menos uma forma de assédio motivado pelo ódio ao facto de serem ciganos.
Dos 422 ciganos inquiridos, 48% disse ter sido vítima de assédio, um valor próximo na Itália (44%) e na Irlanda (41%), sendo que neste último o valor salta para 50% quando inquiridos os nómadas.
Outro ponto em que os ciganos afirmaram ser discriminados é na procura de emprego e Portugal aparece como um dos que teve uma taxa de discriminação “notavelmente alta”, com 70%, ultrapassado apenas pela Irlanda (84%). Abaixo aparece Itália (66%) e Grécia (61%).
A média do total dos países mostra que “em 2024, 36 % dos ciganos/nómadas com mais de 16 anos afirmaram ter sofrido discriminação por serem ciganos/nómadas na procura de emprego nos últimos 12 meses”.
Segundo a FRA, isto confirma “uma tendência negativa observada em 2021” e mostra que “o pico de discriminação registado em 2021 não pode ser atribuído apenas à Covid-19”.