Economia: Exportações de calçado português superam concorrência e crescem 3,7%

Economia: Exportações de calçado português superam concorrência e crescem 3,7%

As exportações da indústria portuguesa de calçado aumentaram 5,4% em quantidade e 3,7% em valor, no primeiro semestre do ano, em termos homólogos, somando 36 milhões de pares e 843 milhões de euros, indicou a associação setorial.

Citado num comunicado, o presidente da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) afirma que 2025 “está a ser um ano muito exigente para a indústria de calçado a nível internacional”, mas destaca que a indústria portuguesa “tem vindo a ganhar quota face aos principais ‘players’ internacionais”.

“O facto de exportarmos mais de 90% da nossa produção para 170 países permite que a indústria portuguesa revele um desempenho globalmente positivo”, sustenta Luís Onofre.

Ainda assim, o dirigente associativo alerta que o setor continua “muito dependente da evolução das principais economias para manter este registo na segunda metade do ano e consolidar 2025 como um ano de afirmação do calçado português nos mercados externos”.

Depois de um arranque de ano marcado pela incerteza e por quebras na ordem dos dois dígitos, a APICCAPS destaca que as exportações portuguesas de calçado para os EUA “iniciaram uma trajetória de recuperação”, ascendendo a 40 milhões de euros no final do primeiro semestre, uma quebra homóloga de 6,4%.

Reiterando que o mercado norte-americano “é uma prioridade para o calçado português”, o presidente da APICCAPS destaca que, num “enquadramento tarifário mais favorável – em que países como o Brasil são penalizados em 50%, a China em 30%, a Índia em 50% e o México em 25% – esta “pode ser a oportunidade” para o setor português do calçado reforçar a presença nos EUA, “onde cresce a procura por produtos ‘premium’, sustentáveis e com história”.

“Portugal, tendo em conta os investimentos em curso – mais de 100 milhões de euros no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] nos domínios da automação, robótica e sustentabilidade – pode afirmar-se como uma sólida alternativa à produção massificada e ambientalmente insustentável”, enfatiza Luís Onofre.

Segundo os dados da APICCAPS, na primeira metade do ano, a China – responsável por cerca de 55% da produção mundial de calçado – viu as respetivas exportações recuarem 12,5%.

Já o México e a Turquia, apontados como “dois produtores de referência”, registaram quedas de 19,3% e 15,3%, respetivamente, no comércio internacional.

No espaço europeu, também Itália e Espanha, dois dos grandes concorrentes de Portugal, apresentaram quebras de 2,6% e 2% nas exportações.

Entre janeiro e junho, a Alemanha reforçou-se enquanto principal destino do calçado português, crescendo 13,1% para 217 milhões de euros.

Também a França manteve uma evolução positiva, com um acréscimo de 1,4% para 167 milhões de euros.

Em contrapartida, o setor encara com “preocupação” o desempenho nos Países Baixos, para onde as vendas recuaram 5,3% para 94 milhões de euros.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Fraude: Mensagens fraudulentas simulam notificações judiciais

Fraude: Mensagens fraudulentas simulam notificações judiciais

O Ministério da Justiça alerta os cidadãos e intervenientes em processos judiciais, para a circulação de mensagens fraudulentas, que simulam notificações judiciais atribuídas aos tribunais.

O alerta é válido para todos os cidadãos e para intervenientes em processos judiciais, sejam partes, mandatários, testemunhas ou outros, destacou o Ministério da Justiça, em comunicado.

“Estas mensagens não têm origem nos sistemas oficiais do Ministério da Justiça e devem ser consideradas tentativas de fraude”, pode ler-se.

O Instituto de Gestão Financeira e Equipamento da Justiça (IGFEJ), enquanto entidade responsável pela gestão e segurança dos sistemas de informação da Justiça, identificou “de imediato o incidente e emitiu alertas aos utilizadores dos tribunais e à Ordem dos Advogados, reforçando a vigilância sobre este tipo de comunicações”.

O Ministério da Justiça instou todos os destinatários deste tipo de mensagens a não acederem a ‘links’ ou anexos suspeitos, a verificarem “cuidadosamente o remetente das mensagens” e a reportarem “de imediato qualquer comunicação suspeita ao IGFEJ ou às autoridades competentes”.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Ensino: Concurso extraordinário de professores para suprir três mil horários vazios nas escolas

Ensino: Concurso extraordinário de professores para suprir três mil horários vazios nas escolas

As escolas continuam com cerca de três mil horários de professores por preencher e o Governo vai abrir um concurso extraordinário, com quase 1.800 vagas, para zonas com mais dificuldade em atrair docentes.

A duas semanas do arranque do ano letivo, há ainda “cerca de três mil horários por preencher”, revelou hoje o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, no final de uma reunião com sindicatos para discutir o diploma que cria um regime excecional e temporário para contratar professores para as 10 regiões do país com mais alunos sem aulas.

Na próxima semana, arranca mais uma reserva de recrutamento que permite às escolas contratar mais docentes, mas a tutela decidiu lançar também este ano um concurso externo extraordinário para recrutar professores de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, à semelhança do que aconteceu no passado ano letivo.

As cerca de 1.800 vagas estão concentradas em 10 Quadros de Zona Pedagógica, sendo que a maioria – cerca de 1.100 – é para dar aulas em escolas em Lisboa, disse o ministro, acrescentando que 20% das vagas serão abertas na região de Setúbal e as restantes 10% para escolas do Alentejo e do Algarve.

O novo ano letivo 2025/2026 para a Educação Pré-Escolar e os Ensinos Básico e Secundário inicia-se entre 11 e 15 de setembro.

Fonte: Lusa | Foto: HA

Argozelo: Simulacro de atropelamento elucidou a população

Argozelo: Simulacro de atropelamento elucidou a população

No dia 26 de agosto, a rua principal da vila de Argozelo foi o local escolhido para para realização de um simulacro de atropelamento, uma ação preventiva promovida pelo município de Vimioso, com o objetivo de informar e preparar a população para agir em caso de acidente.

O simulacro foi organizado no âmbito do Contrato Local de Desenvolvimento Social – 5ª Geração (CLDS 5G), um projeto da Câmara Municipal de Vimioso que contou com a colaboração da Guarda Nacional Republicana (GNR) e dos Bombeiros Voluntários de Vimioso.

Em Argozelo, o presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Santos, indicou que este exercício de proteção civil faz parte de um conjunto de iniciativas que se propõem realizar doravante.

“A rua principal de Argozelo foi o local escolhido para a realização deste simulacro de atropelamento porque é uma via muito movimentada, estreita e onde ocorrem, infelizmente, acidentes com demasiada frequência. Por isso, os simulacros são muito importantes já que visam informar e preparar as populações para saber agir em caso da ocorrência de acidentes. Aprende-se sempre alguma coisa, como seja o cuidado em não mexer na vítima sem a chegada dos bombeiros”, disse o autarca vimiosense.

A técnica do CLDS 5G (um projeto que está a ser executado pela Corane – Associação de Desenvolvimento dos Concelhos da Raia Nordestina) Ana Cameirão explicou que esta atividade, em Argozelo, faz parte do programa de atividades relacionadas com o eixo do Desenvolvimento Social, Capacitação Comunitária e Intervenção em Contextos de Emergência Social e Cenários de Execução.

“Em Vimioso, o projeto Contrato Local de Desenvolvimento Social- 5G iniciou-se a 1 de abril de 2025, tem a duração de quatro anos e já estamos a desenvolver atividades nas várias aldeias do concelho com a população idosa, prestamos apoio na procura de trabalho às pessoas desempregadas, assim como aos migrantes, às famílias carenciadas e procuramos dar respostas a outros problemas sociais”, explicou.

Em representação dos Bombeiros Voluntários de Vimioso, Sara Garcia, enfatizou a importância que estas ações de sensibilização têm para as populações, em particular em localidades onde há predominância de pessoas idosas.

“Com o envelhecimento há perda de capacidades físicas e cognitivas e as pessoas têm maior dificuldade em agir em caso de acidente. Ligar para o 112 e alertar as entidades competentes, a GNR e os Bombeiros são passos importantes para dar resposta à emergência”, indicou.

Na simulação do atropelamento, a intervenção dos bombeiros permitiu socorrer a vítima que se encontrava imobilizada na via pública, sendo prontamente encaminhada para o hospital de Bragança.

O simulacro em Argozelo testou ainda a comunicação e a operacionalidade entre os bombeiros e demais agentes de Proteção Civil (GNR, autarquia, IPSS’s), constatando-se que todos atuaram de acordo com os procedimentos previstos para os contextos de acidente de viação.

Os Bombeiros aproveitaram a oportunidade para informar também a população de Argozelo sobre os cuidados a ter para prevenir e agir em caso de incêndios rurais.

“Na prevenção de incêndios, há que limpar os terrenos e a área circundante às habitações. Em qualquer altura do ano, só é permitido fazer queimas e queimadas após o registo prévio e obtida a devida autorização, através dos Bombeiros ou no site do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF)”, sublinhou.

Em períodos de temperaturas elevadas, os bombeiros lembraram que é proibido o uso de máquinas agrícolas e em caso de incêndio deve ligar-se para o 112 ou 117.

HA

Agricultura: Reforma agrária era velho mito da vida política – António Barreto

Agricultura: Reforma agrária era velho mito da vida política – António Barreto

A reforma agrária era um “velho mito da vida política portuguesa”, que ganhou forma em 1975, quando se registava tensão num Alentejo escasso em mão-de-obra, considerou o antigo político António Barreto.

“A reforma agrária era um velho mito da vida política portuguesa e da oposição e das esquerdas democráticas portuguesas”, contou à Lusa António Barreto, ministro da Agricultura do primeiro governo constitucional, liderado por Mário Soares, quando se assinalam 50 anos da reforma agrária.

Desde 25 de abril de 1974 e até ao final do mesmo ano, foi-se criando uma situação de “alguma pressão social” no Alentejo para a concretização da reforma agrária, impulsionada pelos partidos políticos, desde o PCP ao PS, mas também pelos sindicatos e pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), que atuou, de forma mais ativa, até à promulgação da Constituição, em 1976.

No Alentejo, o emprego e a produção estavam em queda. O setor agrícola, em Portugal, vivia com dificuldades.

A pressão que se fazia sentir resultou na ocupação da Herdade do Monte do Outeiro, na freguesia de Santa Vitória, em Beja, ainda em dezembro de 1974. Seguiram-se “meia dúzia de ocupações” no início do ano seguinte e antes da entrada em vigor da lei da reforma agrária.

Esta lei definiu “uma fasquia acima da qual as terras eram expropriadas, definiu as indemnizações e a reserva [os proprietários expropriados tinham direito de reserva de uma determinada área da propriedade]. Nenhuma destas cláusulas foi respeitada […]. Foi tudo expropriado: o gado, a maquinaria, o cereal, a cortiça, os armazéns e até mesmo a casa de habitação”, explicou o também sociólogo.

António Barreto lembrou que, à data, era passada a mensagem de que a terra ocupada estava ao abandono e que, fazendo jus ao ‘slogan’ da época, seria entregue “a quem a trabalha”.

Contudo, trabalhadores agrícolas, mobilizados pelos sindicatos e pelo PCP, ocuparam, sobretudo, “as boas terras, com lavoura moderna e tudo o que eram benfeitorias – regadios, vinhas, olivais e montados de sobreiro”.

A operação de ocupação “foi muito bem preparada”, com a criação pelo Governo de Centros da Reforma Agrária, encarregues de levar a cabo este processo.

A GNR estava desarmada e não intervinha, ao contrário do que acontecia, muitas vezes, com os militares.

Do lado dos proprietários houve uma “resistência moderada” e muitos retiraram-se para as cidades, juntamente com as suas famílias, com receio do processo em curso.

Contudo, algumas herdades, nomeadamente as que um ano antes tinham investido na melhoria das suas condições e das que ofereciam aos seus trabalhadores, conseguiram resistir às tentativas de ocupação, como foi o caso das quintas da Alorna e da Lagoalva, no Ribatejo.

A maioria dos trabalhadores agrícolas que procedeu às ocupações foi movida pelo desejo de manter o seu emprego, embora alguns tivessem a pretensão de tornar-se proprietários.

“Isso era uma minoria. O Alentejo estava proletarizado há muitos anos. A maioria [dos trabalhadores] era assalariada rural, que não tinha gosto ou competência técnica e económica para se transformar, de um dia para o outro, em proprietários […]. Queriam salário e emprego garantido durante o ano inteiro, o que no Alentejo era novidade”, disse.

E mesmo estes, à primeira oportunidade, mudavam para a indústria, para as fábricas, tendo em conta que o trabalho agrícola é “muitíssimo penoso e mal pago”.

As terras expropriadas, inseridas nas chamadas Zonas de Intervenção da Reforma Agrária (ZIRA), constituíram Unidades Coletivas de Produção (UCP), que juntavam várias herdades. A propriedade era do Estado.

Estas unidades de produção recorriam ao crédito agrícola de emergência para garantir o salário semanal dos que nelas trabalhavam.

“Fossem 10 ou 200 trabalhadores era indiferente. A agência bancária tinha instruções do Banco Central para proceder ao pagamento contra [a apresentação] de apenas um documento que atestava quem eram os trabalhadores”, disse António Barreto, recordando, que a banca tinha acabado de ser nacionalizada.

A ZIRA abrangeu os distritos de Setúbal, Beja, Évora, Portalegre, bem como partes dos distritos de Faro, Lisboa, Santarém e Castelo Branco.

Até janeiro de 1976 foram ocupados perto de 1.183.000 hectares de terras.

De acordo com o livro “Anatomia de uma Revolução”, de António Barreto, entre agosto e dezembro de 1975, foram legalmente expropriadas 865 herdades e 311 proprietários.

De janeiro a julho de 1976, foram expropriadas 1.261 herdades e 398 proprietários.

Só em 1977, uma lei preparada pelo então ministro da Agricultura António Barreto regulou o processo da reforma agrária, estruturando as condições para a restituição de propriedades aos antigos proprietários ou herdeiros e abrindo caminho para as indemnizações.

Muitos proprietários recuperaram as suas terras 20 ou 30 anos após a reforma agrária.

O Tribunal Europeu reconheceu razão à maior parte dos proprietários que pediu indemnizações, levando o Estado a assumir os valores em causa.

Fonte: Lusa | Fotos: Flickr

Proteção civil: Portugal investe apenas 0,3% na proteção contra incêndios

Proteção civil: Portugal investe apenas 0,3% na proteção contra incêndios

Portugal é o terceiro país da União Europeia (UE) que menos investe na proteção contra incêndios, o equivalente a 0,3% da despesa governamental, sendo que em 2024, o país contava com 12.800 bombeiros profissionais, entre 390 mil na UE.

Dados publicados pelo serviço estatístico da UE, o Eurostat, revelam que, em 2024, Portugal dispunha de 12.800 bombeiros, o equivalente a 0,25% do emprego total no país.

Ao todo, no espaço comunitário, os países da União Europeia em conjunto tinham no ano passado 390.600 bombeiros profissionais, representando 0,19% do emprego total da UE.

Nesse ano, em comparação com 2023, o número de bombeiros aumentou em 28.200.

Entre os 20 países da UE com dados disponíveis, a Croácia registou a maior proporção de bombeiros no total do emprego com 0,45%, seguindo-se a Grécia com 0,41%, à frente da República Checa com 0,34%.

As proporções mais baixas foram registadas nos Países Baixos (0,07%), Dinamarca (0,08%) e Suécia (0,10%).

Na UE, cerca de 75% de todos os bombeiros profissionais tinham entre 15 e 49 anos, sendo esta, de acordo com o Eurostat, “uma força de trabalho visivelmente mais jovem em comparação com o total do emprego na UE, onde apenas 64,8% dos trabalhadores pertencem a esse grupo etário”.

Dados também hoje publicados pelo gabinete estatístico da UE sobre o investimento dos países europeus em serviços de proteção contra incêndios em 2023 demonstram que Portugal foi o terceiro pior dos 27, ao alocar a esta matéria uma percentagem de 0,3% das despesas governamentais, a mesma que a Áustria.

Só ficaram atrás da Dinamarca (0,1%) e de Malta (0,2%).

Em contrapartida, em 2023, a Roménia teve a maior proporção de despesa em serviços de proteção contra incêndios, com 0,9% da despesa total do governo, seguida pela Estónia e pela Grécia, com 0,7% cada.

No seu conjunto, em 2023, os governos da UE gastaram 40,6 mil milhões de euros em serviços de proteção contra incêndios, refletindo um aumento de 8,5% na despesa pública com esta função em comparação com 2022 (quando se registaram 37,4 mil milhões de euros).

“O aumento da despesa com serviços de proteção contra incêndios, em valores absolutos, está em linha com os aumentos noutras funções, pelo que os serviços de proteção contra incêndios têm representado de forma consistente 0,5% da despesa total do governo desde 2017”, afirma ainda o Eurostat.

Os dados surgem quando Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Fonte: Lusa | Foto: Exército Português

Ambiente: Autarcas transmontanos querem converter zona florestal ardida em área agrícola

Ambiente: Autarcas transmontanos querem converter zona florestal ardida em área agrícola

Numa reunião em Vila Flor, os presidentes de seis câmaras transmontanas pediram ao secretário de Estado da Agricultura, que se transforme a zona florestal que ardeu com os incêndios em área agrícola, aproveitando assim o potencial agrícola da região.

As reivindicações foram feitas pelos autarcas de Vila Flor, Mirandela, Alfândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Mogadouro, que estiveram presentes na reunião com João Moura.

O membro do Governo visitou em Vila Flor a área ardida, num total de 2337 hectares, dos quais 612 são terrenos cultivados, e o presidente daquela autarquia, Pedro Lima, aproveitou para esclarecer que é possível “transformar esta tragédia numa oportunidade”, convertendo assim os solos.

“Não fizemos isso antes porque havia espécies protegidas, que agora foram dizimadas pelo fogo, como sobreiros e azinheiras, mas como agora o panorama é muito diferente, poderá o Ministério da Agricultura aproveitar esta situação para termos mais área agrícola”, explicou.

O presidente da Câmara defende que esta estratégia pode servir de tampão em caso de incêndio, protegendo assim as populações. “Nota-se perfeitamente que onde há agricultura e agricultura tradicional, com o solo lavrado, há uma descontinuidade do incêndio. Se transformarmos alguns destes solos, pela proximidade às populações, em solos agrícolas, estamos a criar uma barreira e isso deixa as populações mais seguras”, vincou. 

Mas para isso, Pedro Lima considera que o Governo deve dar incentivos àqueles que têm esses terrenos perto da povoação. Solicitou assim que a estes proprietários as “agroambientais sejam majoradas”. “Em vez de estarmos a criar faixas de contenção, que são feitas através de recursos, humanos, maquinaria, e que requerem investimento, esse trabalho passar a ser feito por pessoas que têm uma atividade económica [agricultura]”, rematou. 

Já no que toca à prevenção, o autarca reclamou “mais autonomia” para a autarquia. À Lusa, explicou que é preciso “muita burocracia” para conseguir fazer a limpeza num terreno privado e, por vezes, nem é possível. “Nada resulta quando há faixas de mato e floresta contínuas e têm dono”, disse.

Por isso, quer que sejam feitas alterações. “As câmaras deviam ter mais autonomia e meios financeiros para poder intervir nas faixas de continuidade do incêndio”, frisou. 

Além destas reivindicações, o presidente da Câmara de Vila Flor disse estar preocupado com a criação de uma medida do reestabelecimento do potencial produtivo. Embora já esteja mencionada no decreto-lei com as várias ações de apoio para pessoas afetadas pelo incêndio, ainda não há um diploma referente a esta medida. 

Pedro Lima alertou o secretário de Estado João Moura de que o apoio ao reestabelecimento do potencial produtivo deve ser o “mais próximo possível de um fundo perdido”, dando assim um “sinal positivo”, àqueles que tiveram “perdas”, para que “encontrei forças para restabelecerem as produções que tinham”.

“O problema tem a ver com a carga emocional destas perdas, para uma empresa que já tem investimentos avultados”, lamentou, lembrando que os produtores, por exemplo de vinho, amêndoa e azeite, terão um prejuízo não só este ano, com a queima das plantações, mas nos próximos anos, uma vez que as árvores não começam a produzir no seu máximo potencial mal sejam plantadas. Por isso, considera que também não deviam ser penalizados no que toca aos subsídios. 

O município de Vila Flor já disponibilizou um balcão de apoio ao agricultor, para a realização das candidaturas ao apoio de 10 mil euros, atribuído pelo Governo. Os lesados serão ressarcidos no espaço de 10 dias. 

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Palaçoulo: Festas em Honra de Nossa Senhora do Rosário começam com feira, chegas de touros mirandeses e arraial

Palaçoulo: Festas em Honra de Nossa Senhora do Rosário começam com feira, chegas de touros mirandeses e arraial

A localidade de Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, inicia a 27 de agosto o período de Festas em honra de Nossa Senhora do Rosário, num programa que combina celebrações religiosas, atividades culturais, momentos de confraternização, concertos musicais, a feira anual e as chegas de touros mirandeses.

No âmbito religioso, o programa festivo iniciou-se a 18 de agosto, com a oração da novena, na igreja matriz de Palaçoulo, dedicada a Nossa Senhora do Rosário.

Esta quarta-feira, dia 27 de agosto, realiza-se na aldeia de Palaçoulo, a feira anual, que conta com a participação de 10 artesãos e produtores locais, a exposição de tratores e máquinas agrícolas e a animação dos gaiteiros locais. Ao meio-dia, a comissão de festas serve ao almoço uma churrascada. Durante a tarde, a festa em Palaçoulo, prossegue com as chegas de touros mirandeses. Para o jantar, os mordomos da festa vão confecionar bifanas, E ao serão está programado o arraial com o concerto do grupo Triângulo e as atuações dos DJ’s Lectrum e Danion.

O presidente da Freguesia de Palaçoulo, Gualdino Raimundo, sublinhou que a feira no mês de agosto é um momento especial pois inicia as festividades em honra de Nossa Senhora do Rosário.

“Neste mês de agosto, a feira anual em Palaçoulo, conta com a participação de um maior número de feirantes e inclui outras atividades e motivos de interesse como são as chegas de touros mirandeses. Recentemente, recuperamos esta antiga tradição que era caraterística das feiras, em Palaçoulo, outrora uma localidade onde se criavam e vendiam bovinos de raça mirandesa”, disse o autarca.

Segundo o programa, organizado pela Comissão de Festas em honra de Nossa Senhora do Rosário, nos dias seguintes estão previstas atividades recreativas como insufláveis para as crianças, pinturas faciais, o jogo do prego, jantares convívio e um jogo de futebol solteiros vs casados.

Na programação musical vão atuar, em Palaçoulo, os grupos NV3 (30 de agosto), Siga a Farra (31 de agosto), Curtisom (1 de setembro) e Midnes e Magma (2 de setembro).

As Festas em honra de Nossa Senhora do Rosário culminam a 2 de setembro, com a celebração religiosa (missa e procissão). Neste dia está ainda programado um concerto da Banda Filarmónica Mirandesa, com a entrega da festa à nova mordomia.

Em Palaçoulo, estas festividades contam com os apoios da freguesia local, do município de Miranda do Douro, da associação Caramonico, da empresa Tipalto e do Crédito Agrícola.

HA



Música: Calema querem inspirar jovens enquanto embaixadores da CPLP

Música: Calema querem inspirar jovens enquanto embaixadores da CPLP

Os músicos Calema afirmaram ser um orgulho receber a designação de embaixadores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), frisando que querem ser um exemplo para os jovens, mostrando-lhes que com dedicação e trabalho é possível realizarem os seus sonhos.

O secretariado executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a missão permanente de São Tomé e Príncipe junto da CPLP organizaram hoje a cerimónia de entrega do diploma de “embaixadores de Boa Vontade”, na área de cultura e música, aos músicos Calema, na sede da organização, em Lisboa.

Os dois irmãos, que contam já com duas décadas de carreira, frisou que, ao crescerem em São Tomé e Príncipe, não tinham nenhum exemplo e que o sonho da música parecia longínquo e difícil.

“Nós, quando estávamos a começar, não tínhamos nenhum exemplo porque tudo parecia muito difícil. (…) Eu acho que, de uma certa forma, podes mostrar-lhes [aos jovens] que é possível, que há um processo e que se trabalhares, se acreditares, o teu sonho pode-se tornar realidade, mas depende muito de ti. É essa luz que a gente quer”, declarou Fradique Mendes Ferreira.

Já António Mendes Ferreira frisou que a designação de embaixadores da CPLP é um orgulho. “Nós sempre fizemos música com o intuito de alegrar as pessoas, de comunicar com elas, conectar com elas, e fazer parte desta família que é a CPLP é incrível. Nós crescemos dentro da comunidade e da sua cultura”, referiu António. 

Os Calema referiram ainda que não têm, até ao momento, ações delineadas, mas que vão reunir-se com “os responsáveis, analisar e ver” sobre a forma de colaborarem dentro da comunidade para “inspirar pessoas e quebrar barreiras”. 

Para a ministra de Estado, dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades de São Tomé e Príncipe, Ilza Amado Vaz, este grupo cultural conseguiu mover a música desde esta nação africana e transmitiu uma mensagem de esperança e de um sonho realizado pelo mundo.

“Os Calema representam aquilo que pode ser a esperança de uma juventude. E é também a representação do nosso país”, concluiu.

Na XV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, realizada em 18 de julho, em Bissau, os músicos foram nomeados “embaixadores de Boa Vontade da CPLP” para um mandato de quatro anos, suscetível de renovação por iguais períodos.

A IX Reunião Ordinária do Conselho de Ministros, em julho de 2004, instituiu a figura de “embaixador de Boa Vontade da CPLP”, “com vista a promover amplamente os objetivos e difundir as atividades da CPLP”, de acordo com um comunicado da organização.

A CPLP é constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Fonte: Lusa | Foto: Calema

Agricultura: Portugal foi o terceiro maior produtor de tomate da UE em 2024

Agricultura: Portugal foi o terceiro maior produtor de tomate da UE

Em 2024, Portugal foi o terceiro país com mais produção de tomate na União Europeia (UE), atrás de Itália e Espanha, indicou o gabinete estatístico comunitário, o Eurostat.

Dados hoje publicados pelo Eurostat sobre as colheitas de 2024 revelam que Portugal foi o terceiro maior produtor de tomate (1,7 milhões de toneladas), atrás de Itália (seis milhões de toneladas) e Espanha (4,5 milhões de toneladas).

Ao todo, no ano passado, a UE colheu 62,2 milhões de toneladas de vegetais frescos (incluindo melões), o que representa um aumento de 6% em relação às 58,8 milhões de toneladas colhidas em 2023.

De acordo com o gabinete estatístico, Espanha (14,8 milhões de toneladas), Itália (13,9 milhões de toneladas) e França (5,8 milhões de toneladas) foram os principais produtores de vegetais frescos da UE, representando, em conjunto, 55% da colheita total.

Por tipos de vegetais, ainda no ano passado, a produção colhida da UE aumentou em comparação com 2023: a produção de tomate foi 5% superior com 16,8 milhões de toneladas, a produção de cenoura foi 6% superior com 4,7 milhões de toneladas e a produção de cebola foi 11% superior, com 7,0 milhões de toneladas.

Entre os países da UE, Itália foi o maior produtor de tomate em 2024, representando 36% da colheita total de tomate da UE, seguida por Espanha (27%) e Portugal (10%).

Por seu lado, a produção da UE de frutas, bagas e frutos secos (excluindo citrinos, uvas e morangos) foi de 24,3 milhões de toneladas em 2024.

Este valor foi 2% inferior à quantidade colhida em 2023.

Os principais países produtores de frutas, bagas e nozes da UE em 2024 foram Itália (5,4 milhões de toneladas), Espanha (4,3 milhões de toneladas) e Polónia (4,1 milhões de toneladas), que representaram, em conjunto, 57% da produção da UE.

Fonte: Lusa | Foto: HA