Miranda do Douro: Obras no Museu Terra de Miranda

Miranda do Douro: Obras no Museu Terra de Miranda

O Governo autorizou a realização de obras de reabilitação e ampliação do Museu Terra de Miranda (MTM), em Miranda do Douro, no valor de mais de um milhão de euros, segundo uma portaria publicada em Diário da República.

Segundo a diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro, este é apenas mais um passo na trajetória administrativa que levará ao início das obras no MTM, situado em Miranda do Douro.

“O próximo passado a dar será a assinatura do contrato com a empresa de construção civil selecionada em concurso público”, referiu a responsável.

De acordo com a portaria, assinada em 18 de agosto pelas secretárias de Estado do Orçamento e da Cultura, a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) “está autorizada a proceder à assunção de encargos plurianuais decorrentes do contrato de empreitada para reabilitação e ampliação do MTM, até ao montante máximo de 1.081.142,83 euros, sujeito a financiamento europeu (…), a que acresce IVA à taxa legal em vigor”, e que é repartido por este ano e 2023.

Neste âmbito, a reabilitação e ampliação do MTM foi objeto de uma candidatura a financiamento por fundos europeus no âmbito do Programa Operacional Regional do Norte – NORTE 2020, a qual foi aprovada com uma taxa de comparticipação de 85%.

Para a diretora do MTM, Celina Pinto, trata-se de uma obra fundamental para a salvaguarda e divulgação do património do território da Terra de Miranda.

A médio prazo, considerou, com esta requalificação e com a abertura das Torres da Sé de Miranda, haverá “uma nova dinâmica” no centro histórico da cidade, por serem equipamentos “fundamentais para atrair turismo à região nordestina”, frisou.

Situado no centro da cidade de Miranda do Douro, o MTM está instalado num edifício do século XVII, com manifestação de diversas fragilidades estruturais, a serem colmatadas com “esta intervenção de fundo”.

O MTM está inserido na Rede Portuguesa de Museus e acolhe, além de peças arqueológicas de interesse, um acervo de cariz etnológico, “testemunho social e cultural de uma região de forte identidade, inclusive marcada pela língua mirandesa (a segunda língua oficial de Portugal desde 1998)”, pelo que importa garantir a salvaguarda do imóvel e de todo o seu espólio, como frisam os responsáveis.

“Fortemente enraizado no tecido urbano de Miranda do Douro, o conjunto de dois edifícios que atualmente serve de abrigo à área expositiva e administrativa do museu, tem demonstrado, ao longo da última década, debilidades recorrentes da falta de investimento na sua preservação, não dignificando o seu contributo patrimonial”, indica a memória descritiva do projeto.

Aliada a essa realidade e cientes das atuais limitações do espaço, foram recentemente adquiridos, em parceria com a Câmara Municipal de Miranda do Douro, mais dois imóveis com o intuito de garantir a área necessária para a redefinição do programa expositivo, cumprimento dos requisitos regulamentares, e promoção de novas valências em articulação com as atuais exigências museológicas.

O projeto prevê a interligação dos quatro edifícios, sendo que no “Corpo Anterior” ficarão os serviços administrativos, área de reservas, espaços técnicos de controlo de infraestruturas e instalações sanitárias gerais e para pessoas de mobilidade reduzida.

O “Corpo Central” foi desenhado para receção, ao nível do piso do rés-do-chão, e para acolher exposições temporárias no piso superior, enquanto o “Corpo Principal” e “Corpo Lateral” irão acolher a exposição permanente.

O projeto prevê igualmente a eficiência energética, procurando evitar custos elevados.

O MTM foi fundado em 1982 pelo etnógrafo, etnólogo e arqueólogo e especialista em museologia António Maria Mourinho, que dirigiu a instituição até 1991.

Fonte: Lusa

Sendim: Jovens e idosos são os destinatários do CLDS Miranda CumBida

Sendim: Jovens e idosos são os destinatários do CLDS Miranda CumBida

A funcionar desde março de 2020, na Casa da Criança Mirandesa, em Sendim, o programa Contrato Local de Desenvolvimento Social 4G (CLDS) Miranda CumBida, desenvolve atividades na área do Emprego e Formação e na área do Envelhecimento Ativo, procurando assim acompanhar e apoiar os jovens e as pessoas idosas do concelho de Miranda do Douro.

De acordo com a coordenadora técnica do CLDS Miranda CumBida, Tânia Gouveia, o objetivo deste programa, na área do emprego é capacitar e acompanhar as pessoas na procura ativa de emprego, na criação do seu próprio trabalho, bem como na informação e encaminhamento para ações de formação que se realizem por entidades públicas ou privadas.

“No emprego destaco, por exemplo, a iniciativa ‘Portas Abertas”, que resulta de uma parceria com a Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD), através da qual damos a conhecer as empresas e instituições existentes no concelho de Miranda do Douro. Com esta iniciativa estamos, simultaneamente, a divulgar as empresas e a prestar informação às pessoas que andam à procura de trabalho”, informou.

A 10 de fevereiro de 2022, o CLDS 4G Miranda CumBida, em parceria com a escola secundária de Miranda do Douro, promoveu uma visita ao Posto Territorial da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Miranda do Douro. Aí, os jovens do 12º ano tiveram a oportunidade de conhecer de perto as várias funções desempenhadas pelos militares da GNR e adquirir mais informação para decidir sobre um possível percurso profissional nesta força de segurança.

Com idêntico propósito, a 4 de março, o CLDS, voltou a promover uma atividade de encaminhamento e orientação profissional, desta vez na área do turismo, para os alunos do 12º ano e alunos do curso técnico profissional de turismo.

“Com a visita a Picote, procurámos mostrar aos jovens a importância da atividade turística na região e das várias profissões envolvidas, que não se limita só à hotelaria e à restauração, há também outras profissão e empresas, como é o caso da dinamização turística e do alojamento local”, indicou.

Atualmente, no sítio eletrónico do CLDS 4G Miranda CumBida ou através da página no facebook poderá ter um conhecimento das ofertas de trabalho no concelho de Miranda do Douro e na região.

No âmbito do Envelhecimento Ativo, os técnicos do CLDS Miranda CumBida desenvolvem atividades como “Ua Puorta pa l’ mundo”, com o propósito de apoiar a população idosa a comunicar através das novas tecnologias.

Luís Matos, técnico do CLDS explicou que nesta atividade contatam as freguesias do concelho de Miranda do Douro para que informem a população desta oferta formativa.

“Em parceria com as freguesias, aproveitamos a estadia dos emigrantes para desenvolver esta atividade. Pretendemos facilitar a comunicação entre os idosos e os seus familiares que vivem no estrangeiro ou noutras localidades do país”, disse.

Também para as pessoas idosas, o CLDS 4G Miranda CumBida realizou nos meses de junho e julho (e vai voltar a realizar em setembro e outubro), as sessões de informação “Bamos a cuidar de ls nuossos”.

“Em conjunto com o município de Miranda do Douro, a GNR, a Segurança Social e algumas IPSS’s prestamos informações à população sobre vários assuntos como o estatuto do cuidador informal e questões relacionadas com a solidão, o isolamento e a segurança das pessoas idosas”, informou.

O programa CLDS-4G iniciou-se em março de 2020 e decorre até março de 2023, tendo como grande objetivo promover a inclusão social.

HA

Algoso: Espetáculo “Lugares legados” recria histórias e tradições do castelo

Algoso: Espetáculo “Lugares legados” recria histórias e tradições do castelo

No próximo Domingo, dia 4 de setembro, o Largo da Igreja, em Algoso, vai ser o cenário do espetáculo “Lugares Legados”, um projeto que visa reviver histórias e tradições da população local, tendo como pano de fundo um monumento histórico, neste caso o castelo de Algoso.

Bruno Lopes, da produtora A SAGA, adiantou que o espetáculo “Lugares Legados” vai ser uma representação interativa, pois foi construída a partir das experiências e vivências da população local, em torno do castelo de Algoso.

“Vamos celebrar a identidade da aldeia de Algoso. Para além do património edificado como é o seu castelo, vamos também celebrar as pessoas, as memórias e as tradições que não constam nos livros de história e que correm o risco do esquecimento”, disse.

Segundo Bruno Lopes, o projeto “Lugares Legados” pretende dar a conhecer 15 monumentos históricos da raia portuguesa, entre os quais estão os castelos de Algoso (4 de setembro), de Miranda do Douro (17 de setembro) e de Mogadouro (30 de setembro).

Por seu lado, a vereadora do município de Vimioso, Carina Lopes explicou que este projeto foi apresentado pela produtora “A SAGA”, com o propósito de dar visibilidade a um monumento histórico do concelho.

“A SAGA selecionou o castelo de Algoso e o objetivo do espetáculo é contar histórias e preservar memórias da população, alusivas ao castelo. Este espetáculo insere-se nas iniciativas que contribuem para divulgar o nosso património e o concelho e por isso é muito bem-vindo”, justificou.

Sobre a escolha de Algoso para integrar o espetáculo “Lugares Legados”, a presidente da Freguesia de Algoso, Cristina Miguel, sublinhou que a seleção resultou da recolha realizada em fevereiro passado, junto da população sobre as tradições e os cantares locais.

“Foi feita uma recolha que agora vai ser recriada numa peça de teatro, com o objetivo de preservar e divulgar o património material e imaterial desta freguesia e das suas gentes” – Cristina Miguel.

A autarca informou que o espetáculo está agendado para 17h30, do próximo Domingo, dia 4 de setembro, no largo da Igreja, em Algoso.

“Após a Missa das 16h00, a peça de teatro vai ser apresentada no largo da Igreja de Algoso. Decidimos não o fazer no castelo, para possibilitar a participação das pessoas mais idosas e com mobilidade reduzida”, informou.

‘Lugares Legados’ é um espetáculo que pretende preservar e valorizar a memória material e imaterial das localidades e das suas gentes. O projeto é uma criação da Saga Storica CRL, é financiado pelo programa “Garantir Cultura” e conta com o apoio da Câmara Municipal de Vimioso e da Junta de Freguesia de Algoso.

HA

Malhadas: Concurso nacional deu prestígio aos bovinos mirandeses

Malhadas: Concurso nacional deu prestígio aos bovinos mirandeses

Nos dias 26, 27 e 28 de agosto, o mercado de gado, em Malhadas, acolheu o XXXI Concurso Nacional de Bovinos de Raça Mirandesa, um certame que reuniu os criadores desta raça autóctone e premiou os melhores bovinos mirandeses.

Segundo a Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa (ACBRM) o concurso nacional realiza-se desde 1865 e tem como grande objetivo contribuir para a defesa e preservação dos bovinos de raça mirandesa.

O concurso nacional deste ano realizou-se após a realização dos concursos concelhios em Miranda do Douro, Vimioso, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Bragança e Vinhais- onde se selecionaram os melhores exemplares de cada concelho.

O certame decorreu ao longo dos dias 26, 27 e 28 de agosto e a avaliação dos animais fez-se segundo as categorias e a idade dos novilhos, vacas e touros.

Sobre a mais-valia desta raça de bovinos, João Choupina, presidente da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa (ACBRM) lembrou que antigamente estes animais era muito utilizados nos trabalhos agrícolas. Com a mecanização da agricultura, os bovinos mirandeses passaram a ser criados para a produção de carne.

“Atualmente, a mais valia destes bovinos é a carne de excelente qualidade que produzem. Um vitelo a partir de oito meses está pronto para o abate” – João Choupina.

João Choupina é também criador de bovinos de raça mirandesa. Sobre a sua participação no concurso nacional disse que este evento é uma oportunidade de encontro e convívio com os outros criadores.

“Entre nós os criadores, costumamos dizer que nestes três dias de concurso estamos de férias, dado que passamos um ano inteiro a trabalhar nas nossas explorações”, disse.

Atualmente, os criadores de bovinos de raça mirandesa estão a enfrentar os problemas decorrentes da situação de seca e da falta de forragens para os animais.

“Para além da seca, o preço dos adubos e das farinhas tem aumentado muito. E o preço da carne não acompanhou o aumento dos custos de produção”, disse.

A propósito da qualidade da carne mirandesa, o administrador da Cooperativa Agropecuária Mirandesa, o engenheiro Nuno Paulo, salientou o trabalho desenvolvido pelos criadores e os esforços desenvolvidos no desenvolvimento genético desta raça autóctone.

“A carne mirandesa tem um qualidade excelente e está presente no mercado nacional e internacionais. A pandemia e estas sucessivas crises económicas obrigam-nos a estar atentos e a trabalhar para que a carne mirandesa continue a merecer a preferência dos clientes e consumidores. E também para que a criação de bovinos de raça mirandesa seja uma atividade rentável para os criadores” – Engenheiro Nuno Paulo.

Por sua vez, Camilo Raposo, presidente da freguesia de Malhadas, expressou a sua grande satisfação pela realização do Concurso Nacional de Bovinos de Raça Mirandesa, em Malhadas.

“É uma enorme alegria acolher este ano, o concurso nacional, aqui no mercado de gado, em Malhadas. Recordo que a Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa tem a sua sede precisamente aqui, em Malhadas. E esta raça de bovinos é uma marca identitária muito importante para a freguesia, para o concelho, para o solar e para todo o território nacional”, disse.

O autarca recordou ainda que a freguesia de Malhadas alberga desde 1913 o posto zootécnico de Malhadas, que constituiu um importante polo de dinamização da raça mirandesa.

Em Malhadas existem atualmente seis criadores de bovinos de raça mirandesa.

Maria Carolina é uma criadora de bovinos de raça mirandesa, natural de Malhadas. Questionada sobre o que a motiva a dedicar-se à criação destes bovinos, a criadora de Malhadas respondeu que tem gosto e paixão pela pecuária. Na sua opinião só com gosto e paixão, é que se motivam os jovens a dedicarem-se à pecuária.

“Tenho uma neta que gosta muito de cuidar dos animais: dá-lhes de comer, limpa-lhes o espaço e leva-os para o pasto”, disse.

Marcelo é um jovem criador de 26 anos. Veio de Ousilhão, no concelho de Vinhais, para participar no concurso nacional de bovinos mirandeses. A própósito do concurso informou que as caraterísticas mais valorizadas nos animais são o porte, a apresentação e a domesticação do animal.

O jovem Marcelo referiu-se também às atuais dificuldades que os criadores enfrentam, dada a falta de forragens por causa da seca, o aumento do preço da ração e dos combustíveis

“As forragens como a aveia e o feno, que tínhamos guardadas para o inverno estamos a utilizá-las agora para alimentar os animais”, informou.

Questionado sobre o que leva os jovens a dedicarem-se à pecuária, Marcelo foi peremptório ao afirmar:

“Há que gostar muito da pecuária e dos animais! Porque se não se gostar e com as atuais dificuldades que estamos a atravessar é fácil desanimar”, disse.

Sobre o apoio que os municípios prestam aos criadores, Nuno Rodrigues, vice-presidente do município de Miranda do Douro, acompanhado dos autarcas de Bragança e Vila Flor, sublinhou que a preservação da raça de bovinos mirandeses é importantíssima.

“O município de Miranda do Douro procura proporcionar condições aos criadores para que continuem a investir nesta raça autóctone. Recordo que para além da realização de concursos como este, o município apoia os criadores com as despesas da sanidade animal. Estamos também a estudar apoios na desparasitação, na vacinação e na produção de raças autóctones”, informou.

As lutas de touros mirandeses são uma atração no concurso nacional de bovinos.

HA

Miranda do Douro: Concentração motard encheu a cidade de motociclistas

Miranda do Douro: Concentração motard encheu a cidade de motociclistas

Concluiu-se este Domingo, dia 28 agosto, em Miranda do Douro, a X Concentração Motard, organizada pelo motoclube “L’s Cartolicas Zinantes”, um evento que decorreu nos dias 26, 27 e 28 e encheu a cidade motocliclistas, muitos deles vindos da vizinha Espanha.

Segundo a presidente do motoclube “L’s Cartolicas Zinantes”, Sofia Flaire, a X Concentração Motard, em Miranda do Douro, foi um êxito dada a grande participação de motoclubes e motociclistas.

“Em nome da direção dos Cartolicas Zinantes estamos muito satisfeitos e agradecemos a participação de todos. Foi espetacular ver união entre todos os motards. Desde já vamos começar a preparar a edição do próximo ano”, disse.

Entre os vários momentos de destaque na concentração, como os concertos musicais, as provas de freestyle ou a benção dos capacetes, Sofia Flaire destacou o espírito de companheirismo e união que se criou entre todos os motards.

Edu Jimenez, foi um do motociclistas espanhóis que participou na X Concentração Motard, em Miranda do Douro. Veio de Valhadolid, na companhia da esposa e destacou o ambiente fraterno do evento.

“É a terceira vez que participamos na concentração motard de Miranda do Douro. Aprecio muito esta concentração, porque aqui não há grupinhos e há sim um verdadeiro encontro entre todas as pessoas. Aqui somos muito bem acolhidos e o convívio é ótimo”, disse.

O motocliclista espanhol destacou ainda a beleza e a tranquilidade da cidade de Miranda do Douro, as boas estradas e os vários locais próximos para visitar, como os miradouros do parque natural do Douro Internacional.

Por sua vez, Kike González, motociclista e dirigente as Associação Motociclista de Zamora (AMZ), informou que é um participante habitual nas concentrações motards, em Miranda do Douro. O motociclista espanhol referiu que há uma estreita colaboração e parceria da AMZ com os “L’s Cartolicas Zinantes”, entre outros motoclubes do distrito de Bragança.

Sobre a participação espanhola na X Concentração Motard, em Miranda do Douro, Kike González, indicou que vieram de Zamora cerca de 90 motociclistas.

“A cidade de Miranda do Douro encanta-nos pelo acolhimento que recebemos, pela gastronomia, pelas estradas e pela beleza da sua paisagem natural”, concluiu.

HA

São Martinho: Juventude deu vida e alegria à festa de Nossa Senhora dos “Solteiros”

São Martinho: Juventude deu vida e alegria à festa de Nossa Senhora dos “Solteiros”

Concluíram-se no Domingo, dia 28 de agosto, as Festas em honra de Nossa Senhora do Rosário, em São Martinho, com a arruada pelas ruas da aldeia, seguida da celebração da missa, da procissão e as atuações dos pauliteiros e pauliteiras locais.

Os pauliteiros e as jovens de São Martinho transportaram o andor de Nossa Senhora do Rosário.

Em São Martinho, as festividades em honra de Nossa Senhora do Rosário decorreram de 22 a 28 de agosto e ofereceram à população local inúmeras atividades, desde a música tradicional, jogos infantis, um torneio de futebol, olímpiadas para crianças e adultos, um torneio de sueca, atuações dos pauliteiros e pauliteiras e vários espetáculos musicais.

As festividades culminaram no Domingo, dia 28 de agosto, com a tradicional arruada dos pauliteiros e pauliteiras locais pelas ruas de São Martinho.

Às 14h00, a população juntou-se na igreja matriz para a celebração da Missa, presidida pelo padre Aníbal Afonso, natural de São Martinho.

O sacerdote celebrou a eucaristia, em mirandês, e disse à assembleia que a festa em honra de Nossa Senhora do Rosário, também conhecida como Nossa Senhora dos “Solteiros” é a festa mais bonita desta localidade raiana.

“Esta festa é uma tradição muito antiga que visa incutir nos jovens a devoção a Nossa Senhora”, explicou.

No decorrer da celebração, o padre Aníbal Afonso afirmou que “quem tem Nossa Senhora por mãe e conselheira, anda sempre bem encaminhado”.

Numa alusão ao Evangelho da Missa, o sacerdote referiu-se a Jesus que habitualmente participava em festas e banquetes, não para se destacar dos demais, mas sim para dar o exemplo, fazendo-se próximo, simples e humilde.

“Quem quiser ser grande, faça-se como Jesus e como Maria: servo dos outros”, exortou.

Outras notas de destaque na festa em honra de Nossa Senhora é grande participação dos emigrantes e a ativa participação dos grupos de pauliteiros locais.

“Na arruada pelas ruas da aldeia, os pauliteiros dançam de casa em casa, ao longo de todo o dia e sacrificam-se para embelezar a festa em honra de Nossa Senhora!”, destacou.

Para além da arruada matinal, os pauliteiros e pauliteiras de São Martinho participaram ativamente na missa e na procissão e finalizada a celebração ofereceram uma atuação no adro da igreja, para toda a população.

André Meirinhos é pauliteiro e este ano assumiu a responsabilidade de ser presidente da mordomia das festas em honra de Nossa Senhora do Rosário.

“Ser mordomo da festa exige organização para contratar os agrupamentos musicais e criatividade para ter ideias e desenvolver atividades. Este ano oferecemos à população de São Martinho atividades muito diversas e isso foi do agrado das pessoas. Tivemos os imprevistos da chuva na noite de sábado e da recorrente dificuldade dos camiões entrarem no recinto da associação, mas tudo acabou por correr bem”, disse.

No final da Missa, o grupo de pauliteiros locais ofereceu uma atuação para toda a população de São Martinho.

HA

Seca: Redução de 40% na azeitona em Trás-os-Montes

Seca: Redução de 40% na azeitona em Trás-os-Montes

A Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD) prevê quebras na produção de azeitona, a rondar os 40%, devido à seca e outras condições climatéricas adversas.

“Esperávamos uma quebra de produção, mas nunca tão acentuada como o previsto e que deverá rondar os 40%. Em plena floração na primavera, tivemos temperaturas de 40 graus e as flores da oliveira não vingaram. Como a maioria das oliveiras são em sequeiro, a falta de água veio agravar a situação, já por si difícil”, disse o dirigente associativo, Francisco Pavão.

Esta associação, com sede em Mirandela, representa cerca de 1.400 produtores de azeitona numa área estimada de 10.000 hectares com principal incidência na Terra Quente Transmontana, distrito de Bragança.

“Se não chover em breve, a situação torna-se muito preocupante. Os frutos não pesam e não podem ser colhidos, tudo está dependente dos próximos tempos se vai chover ou não até à colheita em outubro e novembro”, concretizou o também produtor.

De acordo com Francisco Pavão, se os frutos não pesarem e não amadurecerem, não se consegue fazer a colheita mecânica.

“Há muito olival que poderá não ser colhido porque poderá não reunir a condições necessárias para esta tarefa, devido à seca na Terra Quente Transmontana”, explicou o técnico agrícola.

Quando as oliveiras, estão “tão secas que, se houver um ponto de ignição, elas ardem”, disse.

A região transmontana é o segundo maior produtor nacional de azeitona, com 15.000 toneladas que representa 11% da produção nacional, embora ainda muito longe do Alentejo.

“O aumento de produção no Alentejo deve-se ao Alqueva e, em Trás-os-Montes, teremos de criar estruturas de regadio que permitam aos agricultores atenuar os efeitos das alterações climáticas. Isso é fundamental. Já sensibilizámos o Governo e os autarcas para a necessidade de criar pontos de água para rega”, vincou Francisco Pavão.

Outros dos anseios dos produtores de amendoal e olival é utilizar a água da barragem do Baixo Sabor para a rega nos quatro concelhos abrangidos como Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Balbina Mendes dá a conhecer “A segunda pele”

Miranda do Douro: Balbina Mendes dá a conhecer “A segunda pele”

Está em exibição no antigo Paço Episcopal de Miranda do Douro, a exposição de pinturas “A segunda pele”, inaugurada no passado dia 19 de agosto, pela pintora mirandesa, Balbina Mendes.

A nova exposição da artista, natural de Malhadas, tem a novidade de decorrer, simultaneamente, em duas localidades: Mogadouro e Miranda do Douro – e com diferentes obras.

De acordo com a autora, a série de pinturas “A Segunda Pele” resulta do fascínio pela máscara.

“As telas da coleção ‘A Segunda Pele’ são as múltiplas máscaras que ocultam e denunciam, obliteram e revelam…”, pode ler-se no comunicado.

Fazendo uso do plexiglass – matéria acrílica dura e transparente, usada em vez do vidro – Balbina Mendes, fez deste material uma camada exterior, que só por si funciona como dupla máscara.

“É como um filtro que, por um lado, distancia o espectador da superfície da tela; e por outro, adiciona uma nova imagem e grafismo à pintura”, explica.

Simultaneamente, o reflexo do plexiglass convoca o observador a interagir com a obra, ao ver a sua imagem projetada para além do rosto que observa, adicionando-lhe uma nova máscara, “uma outra pele”.

Em Miranda do Douro, a inauguração da exposição “A Segunda Pele” teve o contributo de José Francisco Meirinhos, do grupo musical Hardança e de José Maria Pires, do Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM).

A exposição “A Segunda Pele” conta com o apoio do município de Miranda do Douro, do Museu da Terra de Miranda e vai estar patente em Miranda do Douro até ao dia 23 de outubro.

HA

Miranda do Douro: Jovens voluntários reabilitam quatro casas de habitação no concelho

Miranda do Douro: Jovens voluntários reabilitam quatro casas de habitação no concelho

De 21 de agosto a 4 de setembro, jovens voluntários da associação “Just a Change” estão a reabilitar 4 casas de habitação, nas localidades de Malhadas, Póvoa, Picote e Sendim, um projeto que é cofinanciado pela empresa Movhera e pelo município de Miranda do Douro.

Os jovens voluntários da associação “Just a Change” com o casal de pessoas idosas, Abel e Graciosa, junto à sua habitação, em Malhadas.

De acordo com o vereador do município de Miranda do Douro, Vitor Bernardo, o projeto de reabilitação habitacional foi proposto pela empresa Movhera, atual concessionária das barragens de Miranda do Douro e de Picote.

“O município de Miranda do Douro comparticipa na aquisição de materiais de construção e no alojamento dos voluntários. Por sua vez, a Santa Casa da Misericórdia oferece os almoços aos jovens voluntários da associação ‘Just a Change’”, referiu.

Questionado sobre a atual situação da habitação no concelho de Miranda do Douro, o vereador, Vitor Bernardo, respondeu que ainda há muitas habitações que carecem de intervenção, sobretudo no meio rural.

“Com este projeto estamos a reabilitar 4 casas. Mas no meio rural há muitas habitações que carecem de obras, sobretudo de isolamento térmico, de caixilharia, de vidro duplo, de cobertura e telhado isolado”, indicou.

Francisco Amaro, da associação “Just a Change” informou que as casas que estão a ser intervencionadas no concelho de Miranda do Douro pertencem a pessoas que vivem em pobreza habitacional.

“Os trabalhos são sempre acompanhados por técnicos de obra contratados e por coordenadores mais experientes, de modo a assegurar as condições de segurança e para que o nível técnico da obra sejam bem executado”, disse.

Relativamente à obra a decorrer em Malhadas, onde estão a trabalhar cinco voluntários e um coordenador, Francisco Amaro, adiantou que a habitação pertence a um casal de pessoas idosas que necessita de várias intervenções.

“O telhado da habitação vertia água e corria o risco de cair. Para além disso, o wc precisa de obras para garantir o escoamento de água e há a necessidade de substituição da banheira por um poliban, devido à menor mobilidade do casal de idosos. Ao nível do isolamento térmico, também estão a ser feitas várias intervenções, como a adição de isolante térmico, a instalação de um teto falso para criar uma caixa de ar, com a aplicação de lã de rocha, para garantir que a casa retém calor no inverno e frescura no verão”, indicou.

As obras decorrem ao longo de 15 dias, no âmbito do programa “Camp In”, que está a ser implementado, simultaneamente, noutras 12 localidades de todo o país e envolvem a participação de 400 voluntários.

Hugo Campos é um dos jovens que está a participar na reabilitação da casa, em Malhadas. Questionado sobre o que o motiva a participar neste campo de trabalho, respondeu que o projeto da associação “Just a Change” é diferenciador no voluntariado em Portugal.

“Ao participar neste campo de trabalho estou a aprender as noções básicas da construção civil. Para além disso, é muito gratificante pôr-me ao serviço de quem mais precisa e simultaneamente conhecer pessoas fantásticas, como são os outros voluntários”, disse.

Por seu lado, o casal de idosos, Abel e Graciosa, mostraram-se radiantes com a presença e generosa ajuda dos jovens voluntários na reabilitação da sua habitação, na aldeia de Malhadas.

Esta iniciativa que está a ser desenvolvida pela associação Just a Change, é cofinanciada pelo município de Miranda do Douro e a empresa Movhera.

Segundo Francisco Amaro, a reabilitação das quatro casas do concelho de Miranda do Douro tem um custo de 53 mil euros.

“Em duas habitações há uma intervenção praticamente integral, pois está a ser construído o saneamento básico e a instalação de eletricidade”, indicou.

A associação “Just a Change” é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que se dedica a reabilitar casas de pessoas em situação de pobreza habitacional. Para tal, mobiliza voluntários que num espírito altruísta e generoso transforma as casas em lugares dignos de serem habitados.

Desde 2010, a “Just a Change” já reabilitou mais de 280 casas e 75 instituições, beneficiando a vida de mais de 5000 pessoas e mobilizando mais de 5000 voluntários nacionais e internacionais.

De acordo com os princípios desta associação, uma habitação digna é o ponto de partida para uma nova vida.

“Reabilitamos casas, reconstruímos vidas!”, é o lema.

Seca: Apanha da amêndoa na região transmontana antecipada duas semanas e quebras de 50%

Seca: Apanha da amêndoa na região transmontana antecipada duas semanas

A Cooperativa dos Agricultores Centro e Norte informou que na região transmontana há registo da antecipação da apanha da amêndoa em duas semanas e as quebras podem rondar os 40 a 50% na colheita, devido à seca.

“A antecipação de duas semanas na apanha da amêndoa deve-se à sua maturação. Verifica-se de momento que há condições para a sua apanha e já estamos a colher. Temos muitos cooperantes que têm os seus amendoais em sequeiro e, devido à seca, começaram a apanhar e vai haver quebras significativas que rondam os 40 a 50%”, explicou o responsável para Cooperativa de Agricultores, Armando Pacheco.

Esta cooperativa com sede em Mogadouro, no distrito de Bragança, que se dedica à comercialização de frutos de casca rija, tem mais de 450 cooperantes e, em ano normal de produção, podem ser recolhidos mais de um milhão de quilos de amêndoa, provenientes de vários concelhos da região Norte e Centro.

As perdas de produção, de acordo com o responsável cooperativo, devem-se não só à seca, mas também às geadas que se fizeram sentir no tempo de primavera, quando as amendoeiras estavam em flor.

Armando Pacheco refere ainda que as quebras se podem sentir nos próximos anos, porque as plantas precisam de água e têm de ter reservas para poderem acompanhar o seu ciclo de maturação.

Apesar das quebras anunciadas de 40% a 50% da produção, a Cooperativa dos Agricultores Centro e Norte espera não as sentir devido à entrada de novos produtores de amêndoa para esta organização.

“Com a entrada destes novos cooperantes, penso que podemos resolver o problema de parte das quebras de produção, provocadas pelas condições climatéricas anormais e à seca extrema”, vincou.

Contudo, Armando Pacheco, alerta que os produtores devem acautelar o futuro e tentar explorar os recursos hídricos o melhor possível para terem reservas para tempos de seca.

“Temos de contar com a ajuda do Estado para fazer bacias [charcas], de forma que a água seja retida no inverno nos próprios ribeiros, rios ou charcas e se possa infiltrar para que as linhas de água não sequem já que os furos estão secos nesta altura do ano”, vincou.

Armando Pacheco também apontou o dedo à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), afirmando que “a APA não deixa construir charcas nem reservas de água, porque estes reservatórios têm de estar distantes das linhas de água”.

Apesar da seca, o dirigente aconselha que se deve continuar a apostar na plantação de novos amendoais, porque se trata de uma cultura rentável e o concelho de Mogadouro foi o que mais cresceu em termos de novas plantações no Nordeste Transmontano.

“As árvores ao 5.º ou 6.º ano, após a sua plantação, já começam a produzir. E com os valores de mercado que estão a ser praticados, principalmente em frutos de produção biológica, é uma cultura muito rentável”, concretizou o dirigente.

Fonte: Lusa