Sociedade: Perto de 4.000 refugiados ucranianos já deixaram Portugal
O número de refugiados ucranianos em Portugal continua a diminuir, tendo perto de quatro mil pessoas deixado o país nos últimos dois meses, indicou o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), avançando que atualmente são 56.528 os títulos concedidos a pessoas que fugiram da guerra.
Num balanço feito sobre as proteções temporárias concedidas a ucranianos e a estrangeiros que fugiram da Ucrânia, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) indica que atualmente são detentores daquele título em Portugal 56.528 pessoas, 33.949 das quais mulheres e 22.579 homens.
No início de maio, o SEF avançou que cerca de 2.000 ucranianos tinham pedido o cancelamento dos pedidos de proteção temporária. Na altura totalizavam 58.191 e com os números hoje apresentados são menos 1.663 os títulos concedidos, passando para 56.528.
Além dos pedidos de cancelamentos dos títulos, há também ucranianos que não estão a renovar as proteções temporárias, que inicialmente tinham a duração de um ano e entretanto caducaram.
Em maio, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadokha, disse que muitos ucranianos, sobretudo mulheres e crianças, não conseguindo “estar longe da família”, regressam à Ucrânia.
Noutros casos, os refugiados ucranianos estão a deixar Portugal por dificuldade em encontrar uma habitação, devido aos elevados custos do arrendamento, ou preferem ir para outros países, como Alemanha e Suíça, em busca de “melhores condições” de vida.
De acordo com o SEF, Lisboa continua a ser o município com mais proteções temporárias concedidas, 11.096, seguido de Cascais, com 3.845, Porto, com 2.683, Sintra, com 1.952, e Albufeira, com 1.465.
Em relação aos menores, o SEF adianta que foram contabilizadas 14.249 proteções temporárias do total de 56.528.
O SEF indica ainda que comunicou ao Ministério Público (MP) a situação de 739 menores ucranianos que chegaram a Portugal sem os pais ou representantes legais, casos em que se considera não haver “perigo atual ou iminente”.
Nestas situações – na maioria dos casos a criança chegou a Portugal com um familiar -, o caso é comunicado ao MP para nomeação de um representante legal e eventual promoção de processo de proteção ao menor.
O SEF comunicou também à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens a situação de 15 menores que chegaram a Portugal não acompanhadas, mas com outra pessoa que não os pais ou representante legal comprovado, representando estes casos “perigo atual ou iminente”.
Sociedade: Financiamento de novas camas de cuidados continuados aumenta 40%
O financiamento de novas camas de cuidados continuados integrados vai aumentar 40%, anunciou o secretário de Estado da Saúde, ao adiantar que o Governo pretende também rever as regras de funcionamento dessa rede nacional.
No âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “vamos ter um financiamento por cama de 42 mil euros que é 40% acima dos 30 mil euros inicialmente previstos”, avançou Ricardo Mestre.
Segundo o secretário de Estado, este aumento para financiar a abertura dos novos 5.500 lugares de internamento de cuidados continuados previstos no PRR resulta de uma análise ao mercado, que constatou o impacto da inflação na subida dos preços dos materiais e da construção.
“O objetivo que nós temos para completar a RNCCI até ao final desta legislatura são 5.500 camas e esse reforço do financiamento permitirá atingir este objetivo, conseguindo que a RNCCI atinja mais de 15 mil lugares de internamento”, adiantou Ricardo Mestre.
A portaria já assinada pela ministra da Presidência, pelo ministro das Finanças e pelo secretário de Estado da Saúde prevê também um aumento de 40% no financiamento de novas camas de cuidados paliativos de menor complexidade, com as verbas do PRR para os dois tipos de camas a aumentarem de 177 milhões de euros para quase 248 milhões.
No dia em que a RNCCI assinala 17 anos – foi criada em 6 de junho de 2006 -, Ricardo Mestre anunciou também que o Governo pretende “iniciar um processo de reformulação” da rede, com a revisão do seu funcionamento, das regras de referenciação dos utentes e do modelo de financiamento.
São “quatro linhas de orientação política para o futuro da rede”, entre as quais aumentar a resposta de ambulatório e na comunidade, no sentido de permitir aos utentes permanecerem no seu domicílio com o apoio da RNCCI, disse o secretário de Estado.
De acordo com Ricardo Mestre, o segundo objetivo passa por alargar as respostas de internamento através dos investimentos do PRR, enquanto o terceiro se destina a aumentar o fluxo de circulação dos utentes, “organizando as repostas em função do que necessitam”
A quarta linha de orientação para esta revisão dos cuidados continuados integrados consiste na reformulação dos processos, através da revisão dos financiamentos, das regras de referenciação, dos sistemas de informação, das dotações de profissionais, ou seja, de “tudo aquilo que tem a ver com o funcionamento da rede”, explicou.
“O que queremos é que esta resposta esteja cada vez mais preparada para os desafios de uma população mais idosa que precisa, efetivamente, de apoio na manutenção da sua qualidade de vida, trabalhando sempre em articulação com os hospitais”, sublinhou Ricardo Mestre.
A RNCCI vai também receber 23 novas viaturas elétricas, no âmbito da aquisição de 780 nos próximos dois anos para o Serviço Nacional de Saúde, no âmbito do PRR.
De acordo com um despacho assinado Ricardo Mestre e publicado hoje, e que prevê ainda 18 unidades móveis de saúde, das 780 viaturas elétricas, 23 destinam-se especificamente à RNCCI, sendo as restantes entregues às Unidades Locais de Saúde e aos Agrupamentos de Centros de Saúde.
De acordo com o Ministério da Saúde, estas viaturas vão aumentar a capacidade de resposta de proximidade na comunidade, nomeadamente em casa das pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade.
As trovoadas dos últimos dias provocaram estragos em várias aldeias do nordeste transmontano e em culturas como a castanha de Vinhais e a maçã de Carrazeda de Ansiães, informaram as entidades locais.
No concelho de Macedo de Cavaleiros, “a aldeia dos Cortiços está totalmente desventrada”, segundo a descrição feita pelo vereador Paulo Rogão, que se encontra no terreno junto com os Serviços Municipais de Proteção Civil e bombeiros.
Esta aldeia e a de Carrapatas foram assoladas no Domingo, dia 4 de junho, por um trovoada com chuvas torrenciais que provocaram “a destruição total de arruamentos, redes de saneamentos, deixaram infraestruturas à vista, derrubaram muros, deixaram estradas e caminhos intransitáveis e inundaram habitações”.
As limpezas continuam no terreno para deixar as ruas transitáveis, mas a normalidade vai ser difícil regressar à aldeia dos Cortiços, segundo o vereador da Câmara Municipal.
“Os prejuízos são elevados”, afirmou, indicando que o município espera ter valores concretos até ao final da semana.
As fortes chuvadas e granizo já tinham atingido as aldeias de Limões, Castro Roupal, Cabanas e Vilar de Ouro, onde ocorreram, sobretudo, deslizamento de terras.
As trovoadas acompanhadas de granizo em algumas zonas causaram também danos na castanha de Vinhais, o concelho transmontano que é dos maiores produtores nacionais e onde o presidente da Câmara, Luís Fernandes, estima que “os prejuízos sejam de milhares de euros”.
Zonas de maior produção do concelho, como Vilar Seco de Lomba e Edral, foram as mais afetadas na castanha, mas há também vinhas e caminhos rurais danificados, segundo o autarca.
As intempéries que se repetem há vários dias consecutivos na região deixaram marcas também em algumas vinhas do Vale da Vilariça e nos pomares de maçã de Carrazeda de Ansiães, onde já se deslocaram técnicos da Direção Regional de Agricultura para fazer o levantamento de prejuízos.
Os produtores têm poucas expectativas relativamente a apoios governamentais, como expressou Duarte Borges, da Associação dos Fruticultores, Viticultores e Olivicultores do Planalto de Ansiães.
A estimativa é de que “cerca de 60%” da área de produção da maçã tenha sido afetada, e apesar de a maioria dos produtores ter seguros de colheitas, alegam que não cobrem os prejuízos efetivos.
O distrito de Bragança foi um dos sete que esteve sob aviso amarelo devido à previsão de chuva e trovoada.
As previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera indicavam a ocorrência de aguaceiros, “por vezes fortes e que poderão ser ocasionalmente de granizo e acompanhados de rajadas fortes de vento” e trovoadas frequentes e dispersas.
No sistema de avisos meteorológicos em vigor, o amarelo é o menos grave e refere-se a uma “situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica”.
Os avisos de risco incluem também o laranja e o vermelho (o mais grave), enquanto o verde indica a ausência de previsão de uma situação meteorológica de risco.
Sendim: David Quitério assumiu a presidência do Grupo Desportivo Sendim
O Grupo Desportivo de Sendim realizou na passada sexta-feira, dia 2 de junho, a assembleia geral, durante a qual foi apresentado aos associados o relatório de contas da época 2022/2023 e o vice-presidente, David Quitério, assumiu a presidência do clube, sucedendo a Manuel João Carção, que alegou dificuldades em conciliar o desempenho desportivo com o de dirigente no clube.
O novo presidente, David Quitério comunicou a decisão do clube continuar a apostar no futsal, em detrimento do futebol de 11.
A assembleia geral do GD Sendim decorreu no salão nobre da União de Freguesias de Sendim e Atenor, onde a direção até então liderada por Manuel João Carção, começou por destacar a aposta do clube na modalidade do futsal, em detrimento do futebol de 11.
Numa avaliação do desempenho desportivo da equipa no campeonato distrital de futsal, o jogador e também presidente do clube, Manuel João Carção, sustentou que na época de estreia a equipa sendinesa alcançou um “confortável” 6º lugar no campeonato e chegou às meias-finais da taça.
Referindo-se depois à gestão do clube, Manuel João Carção, informou que os dirigentes do clube procuraram “manter uma gestão rigorosa”, de modo a consolidar financeiramente a instituição e assegurar a sua credibilidade diante dos parceiros e associados.
A direção do GD Sendim informou os associados sobre o pagamento da dívida à Associação de Futebol de Bragança. Na época 2022/2023, a atual direção pagou 2000€. Segundo o relatório de contas, faltam ainda pagar três prestações, no valor total de 2600€.
Após a apresentação dos resultados desportivos e financeiros, Manuel João Carção, apresentou a demissão do cargo de presidente do clube, dada a dificuldade em conciliar a vida profissional, com as funções de jogador e dirigente.
“O vice-presidente do Grupo Desportivo Sendim, David Quitério, vai assumir a direção do clube”, informou.
Perante esta decisão, o presidente da assembleia do GD Sendim, Telmo Ramos expressou a tristeza pela demissão, realçando a coragem de Manuel João Carção em assumir a direção do clube num momento difícil e agradeceu o trabalho realizado ao longo da época.
Para a próxima época 2023/2024, a direção do Grupo Desportivo Sendim, vai ser liderada por David Quitério, que pretende continuar a apostar no futsal. De modo a preparar atempadamente a nova época desportiva, o clube pretende rever o protocolo com a autarquia de Miranda do Douro.
“Quer a direção, quer a estreante equipa de futsal realizou um bom trabalho na época 2022/2023. Na próxima época vamos continuar a apostar no futsal e o nosso objetivo é fazer melhor do que na época que agora terminou. Ainda não prometemos títulos, mas prometemos trabalho e dedicação máximos”, disse.
Sobre o plantel da equipa de futsal, o novo presidente do clube de Sendim, reconheceu que vai haver algumas mudanças, dada a partida dos jovens por causa dos estudos. Mesmo assim, David Quitério, adiantou que pretendem reunir um plantel com mais opções e qualidade.
O dirigente sendinês referiu-se ainda aos escalões jovens, do Grupo Desportivo Sendim, como são os traquinas e os petizes, propondo-se continuar a apoiar a formação desportiva destas crianças, pois diz “são o futuro do clube”.
No decorrer da assembleia geral, alguns associados interpelaram a direção do clube sobre que atividades pretendem realizar para dar utilidade ao estádio Valentim Guerra, em Sendim. Na discussão, foram sugeridas ideias, como a realização dos encontros distritais de futebol, das camadas jovens, ao que a direção respondeu que seriam bem-vindos, mas antes há que construir balneários e wc’s no estádio.
O Grupo Desportivo de Sendim é uma associação desportiva, sem fins lucrativos, fundada em 1977.
No segundo jogo de acesso ao campeonato nacional da III divisão de futsal, realizado no sábado, dia 3 de junho, no pavilhão multiusos, o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) saiu derrotado por 1-3, perante o campeão da associação de futebol de Vila Real, o Grupo Desportivo e Cultural de Salto.
O GDC Salto (Montalegre) soma duas vitórias nesta fase do playoff e ocupa a 1ª posição, do grupo A.
O jogo da Taça Nacional Séniores realizou-se ao final de tarde de sábado, dia 3 de junho, no pavilhão multiusos de Miranda do Douro, onde os visitantes entraram melhor e logo aos três minutos, no seguimento de duas jogadas coletivas remataram, consecutivamente, ao poste e à barra da baliza mirandesa.
Do outro lado, os mirandeses responderam numa iniciativa individual de Castro, que driblou por entre três adversários e rematou ao poste da baliza adversária.
Aos 6 minutos, os visitantes inauguraram o marcador, na sequência de um canto em que a bola foi dirigida para as costas da defesa mirandesa, sendo depois enviada para dentro da área, onde estava um jogador do Salto que apenas teve de encostar o pé à bola para fazer o 0-1.
Na jogada seguinte, os visitantes voltaram a criar perigo, obrigando o guardião mirandês, Guilherme, a grande defesa.
Aos 10 minutos, o mirandês, Nickas, recuperou a bola no meio campo adversário, soube temporizar para a chegada do companheiro, Castro, que em carrinho, restabeleceu a igualdade, 1-1.
O Clube Desportivo de Miranda do Douro soma um empate e uma derrota, no playoff de acesso, ao campeonato nacional da III divisão de futsal.
Até ao final da primeira parte houve muito equilíbrio, com ambas as equipas a procurarem jogar com precisão e sem cometer erros.
Após o intervalo, a equipa de Salto (Montalegre) voltou a entrar mais concentrada e aos 24 minutos, aproveitou uma desconcentração dos mirandeses para voltar a adiantar-se no marcador, fazendo o 1-2.
Na segunda parte, os visitantes voltaram a adiantar-se no marcador fazendo o 1-2.
A partir daqui, os mirandeses ficaram mais atentos defensivamente, E isso permitiu-lhes atacar com mais critério. Aos 26′, Diogo subiu no campo com a bola, combinou com Ricky, mas o passe final saiu um pouco adiantado.
Depois, foi a vez de Finha recuperar uma bola, combinou com Ricky, mas o remate final foi interceptado pelo guarda redes visitante.
Aos 32′ e aos 34′, os mirandeses dispuseram de dois livres diretos. No primeiro livre, Diogo, Diogo rematou forte mas a bola saiu por alto da barra adversária. No segundo livre, o mesmo Diogo, tentou colocar mais a bola, mas foi interceptada pelo guardião saltense.
Na procura do empate, Ricky, aos 35′, recuperou a bola e rematou forte e rasteiro, mas mais uma vez, o guardião visitante, opôs-se bem.
Nos minutos finais do jogo, os mirandeses optaram por jogar com o guarda-redes avançado, com o objetivo de chegar, pelo menos, ao empate.
Os visitantes chegaram ao 1-3 final, aos 37 minutos de jogo, através de um remate enrolado que dificultou a defesa de Guilherme.
Nos minutos, finais os visitantes confirmaram a vitória ao fazer o 1-3.
Com esta derrota, o Clube Desportivo de Miranda do Douro tem apenas 1 ponto e ocupa a 3ª posição no grupo A, da Taça Nacional Séniores.
Na próxima jornada (3ª), agendada para a quinta-feira, dia 8 de junho, os mirandeses deslocam-se a Vizela (Braga), para jogar contra a Associação Desportiva Jorge Antunes.
No sábado, dia 10 de junho, em Miranda do Douro, o CMDM recebe a visita do Cerveira Futsal.
Equipas:
Clube Desportivo Miranda do Douro (CDMD): Guilherme, Vitor Hugo, Ricky, Diogo, Castro, Pina, Finha, Renato, Dinis, Couto (cap.) André, Nikas e Caio.
Treinador: Paulo Gonçalves
“Estávamos de sobreaviso que este jogo iria decidir-se nos detalhes e hoje o adversário foi melhor do que nós. Sabíamos que íamos defrontar uma equipa forte, fisicamente e defensivamente e que aposta sobretudo nas transições rápidas. Nós, trabalhámos muito, criámos várias oportunidades de golo e creio que merecíamos um resultado melhor. Esta derrota obriga-nos a ir a Vizela, ganhar o próximo jogo, diante do AD Jorge Antunes” – Vitor Hugo
Grupo Desportivo e Cultural de Salto (GDC Salto): Esteves, Manuel, Marcelo, Gavilha, Silva, Duarte, Piteiro, Carneiro, Tó Zé e Tomás.
Treinador: Tiago Xavier
“Vínhamos de uma importante vitória, em casa, com a AD Jorge Antunes. Hoje o jogo, em Miranda do Douro, foi muito complicado num pavilhão pequeno e com um público fantástico. O CDMD causou-nos muitas dificuldades pela sua raça e entrega ao jogo. Acabámos por ganhar graças à maior experiência dos meus jogadores, que soubeream gerir a parte final do jogo” – Tiago Xavier.
Cultura: Língua Mirandesa a caminho da vinculação à carta europeia de línguas minoritárias
A Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM) congratulou-se com a aprovação, por unanimidade, de um projeto de resolução que recomenda ao Governo que conclua a vinculação do país à Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias.
“Estamos muito satisfeitos com a aprovação por unanimidade de um projeto de resolução que recomenda ao Governo que conclua a vinculação do país à Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias. A língua mirandesa é um património não só dos mirandeses, mas de Portugal”, disse o presidente ALCM, Alfredo Cameirão.
O responsável felicitou também os grupos parlamentares intervenientes na votação “porque se trata de mais um passo numa caminhada que já vai longa”.
Alfredo Cameirão acrescentou ainda que esta carta é uma ferramenta muito importante, além de consubstanciar o reassumir dos compromissos do Estado português para com a língua mirandesa permite a monitorização e o apontar de caminhos na salvaguarda da “lhéngua” (língua).
“Depois da ratificação importa ver efetivadas algumas das premissas enunciadas na Carta, mormente no campo da educação e do uso quotidiano da língua no espaço institucional e público”, vincou.
O projeto de resolução n.º 577/XV/1.ª, apresentado pelo PS, “recomenda ao Governo que desencadeie o procedimento final para conclusão da vinculação da República Portuguesa à CELM.
O diploma foi votado sem a presença dos deputados únicos do PAN e do Livre, que estavam a participar na reunião dos Verdes Europeus.
A ratificação urgente da Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias do Conselho da Europa pelo Estado português era uma exigência antiga da ALCM, com vista a assegurar o futuro desta língua.
Também a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, disse que esta decisão é um passo importante para o futuro da língua mirandesa.
“A decisão tomada no parlamento em torno do projeto de resolução que recomenda ao Governo que conclua a vinculação do país à Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritária é para nós, enquanto herdeiros da língua mirandesa, o reconhecimento que faltava para que se possa trabalhar em todas frentes para a salvaguarda do mirandês”, frisou a autarca de Miranda do Douro.
A ratificação urgente da Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias do Conselho da Europa pelo Estado português era uma exigência antiga da ALCM, com vista a assegurar o futuro desta língua.
A Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias do Conselho da Europa é um documento que já vem desde 1992, que “elenca uma série de premissas com que os Estados-membros” desta organização se comprometem para “a salvaguarda e defesa das várias línguas minoritárias que eventualmente cada país tenha no seu território”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) anunciou em 07 de setembro de 2021, que Portugal iria assinar a Carta Europeia de Línguas Regionais e Minoritárias do Conselho da Europa, que visa proteger e promover as línguas regionais e minoritárias históricas do continente, tendo por base dessa assinatura precisamente a língua mirandesa.
No entanto, como sublinhou na altura a ALCM, Portugal era um dos poucos países europeus que ainda não tinha ratificado esta Carta Europeia.
Um estudo da Universidade de Vigo (UVigo), Espanha, divulgado em fevereiro, concluiu que a língua mirandesa está numa situação” muito crítica” devido ao abandono desta forma de falar por parte de entidades públicas e privadas.
Este levantamento apontava para a necessidade de ratificação da Carta Europeia das Línguas Minoritárias e de uma nova Lei do Mirandês, atualizada de acordo com ações e medidas planificadas e orçamentadas em educação, justiça, administração local e regional, serviços públicos, meios de comunicação, atividades e equipamentos sociais, economia e intercâmbios transfronteiriços, como ponto de partida para que a língua mirandesa ganhe de novo vitalidade.
Ambiente: Portugal consome muitos recursos naturais
A economia portuguesa é a que mais recursos naturais consome na orla mediterrânica, acima da média europeia e muito mais do que Espanha, indicam dados estatísticos agora divulgados.
Para assinalar o Dia Mundial do Ambiente, a Pordata, a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente, fez um retrato da evolução do país, em diversas questões ambientais, como a água, os resíduos ou o consumo energético.
Esse retrato mostra que o Consumo Interno de Materiais em Portugal (a quantidade de recursos naturais consumidos por uma economia, bem como a produtividade desses materiais em termos de PIB) é dos maiores da União Europeia (UE).
Em 2021 Portugal consumiu cerca de 174 milhões de toneladas de materiais (segundo o Eurostat, o INE indica 163,9 milhões), o equivalente a 16,9 toneladas por habitante, quando o valor da média europeia não vai além das 14,1 toneladas por habitante. Esse número, indica a Pordata, é 86% superior ao consumo de materiais de Espanha, de 9,1 toneladas por habitante.
A Pordata explica que os minerais não metálicos, muito usados na construção, são os mais consumidos em Portugal, representando 63% do total em 2021.
“Em Portugal, o consumo interno de materiais aumentou 65% entre 1995 e 2008, ano em que atingiu o seu valor máximo com 242 milhões de toneladas. A trajetória posterior foi de forte redução durante o período da crise económica, tendo-se seguido uma quase estabilização em torno de 164 milhões de toneladas”, explica a análise, a que a Lusa teve acesso.
De acordo com os números, no balanço entre crescimento económico e consumo de materiais, Portugal atingiu em 2013 uma melhoria de 23% na produtividade dos recursos (quociente entre o PIB e o Consumo Interno de Materiais), face a 1995.
Desde então, apesar de manter sempre a produtividade acima de 1995, nunca mais atingiu o mesmo valor. Em 2021 foi de 14%.
Na área dos resíduos os números mostram que em 2020 cada pessoa produziu em média 1,4 quilos de lixo por dia. Desde 1995 que a produção de resíduos “per capita” tem aumentado, um aumento que desde então foi de 46%, quando a média europeia não passou dos 12%.
Outro fator negativo é o da deposição de resíduos em aterro, metade dos resíduos portugueses tiveram esse destino em 2021, o dobro da média europeia (23%).
A Pordata nota que o ponto de partida de Portugal foi diferente, porque em 1995 cerca de 90% dos resíduos urbanos em Portugal iam para aterro, contra 65% da média europeia.
Um ponto de partida também diferente na reciclagem. No mesmo ano de 1995 Portugal reciclava 1% e a média europeia já era de 12%. Assim, em 2021, o principal destino dos resíduos urbanos na UE era a reciclagem (30%) mas em Portugal atingia-se apenas os 13%.
Ambiente: Portugal diminuiu emissões mas falhou nos resíduos
Portugal é dos países da União Europeia (UE) que mais diminuiu as emissões de gases com efeito de estufa, mas foi incapaz de lidar com os resíduos, estando neste caso muito abaixo da média europeia.
Estes dados são provenientes do relatório estatístico da situação ambiental em Portugal, divulgado no Dia Mundial do Ambiente, pela base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a Pordata, em colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente.
Desde 2005, Portugal reduziu 35% das emissões de gases com efeito de estufa (média da UE é 24%).
Contudo, a dependência da energia fóssil mostra que o país tem registado temperaturas cada vez mais altas e tem produzido cada vez mais resíduos.
Desde 1974, o Dia Mundial do Ambiente celebra-se anualmente a 5 de junho. Este ano, tendo como países anfitriões a Costa do Marfim e os Países Baixos, debate soluções para a poluição plástica.
Nos últimos 50 anos tem sido um pretexto para sensibilizar a população mundial para as questões ambientais.
Para assinalar a data, os desafios a emergência climática serão debatidos num debate na Central Tejo, em Lisboa, numa iniciativa das entidades gestoras de resíduos, Novo Verde e ERP Portugal, em parceria com a Fundação EDP.
O dia é também assinalado com outras iniciativas, quer em Lisboa quer em cidades como Guimarães ou Coimbra, Braga, Guarda ou Funchal, sobretudo com conferências.
A propósito da efeméride, a empresa Prosegur, apresenta uma lista do que considera os principais crimes ambientais, na qual inclui a pesca irregular, não declarada e não regulamentada, a posse e o comércio ilegal de espécies, a caça ilegal ou furtiva, a exploração ilegal e o tráfico de madeira, a extração ilegal de recursos minerais e a gestão ilegal de resíduos.
Ambiente: Portugal com temperaturas a aumentar desde 1970
Em Portugal, as temperaturas médias do ar estão a aumentar desde 1970, aumentos que chegaram a 2,3 graus celsius (ºC) nos últimos cinco anos, indicam estatísticas divulgadas no Dia Mundial do Ambiente.
A análise mostra que, comparando com o valor de referência, conseguido pela média do período 1971-2000, houve um aumento de temperatura em todas as estações de medição, com exceção de Viana do Castelo, com desvios frequentes de mais 1ºC a mais 2,3ºC.
A propósito do Dia Mundial do Ambiente, a Pordata, base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente, fez um retrato da evolução do país em diversas questões ambientais.
Os números mostram, por exemplo, que as cidades de Bragança, Castelo Branco, Lisboa e Beja tiveram no ano passado as temperaturas médias mais altas dos últimos 50 anos
Comparando a temperatura média na década de 70, com a da década 2010-2019, a diferença de temperatura no Porto, Beja, Faro e Funchal, foi de pelo menos 1,5ºC.
Em relação à precipitação os números não revelam grandes diferenças, com períodos de pouca chuva a ocorrerem regularmente entre 1960 e 2022.
Os números analisados constatam também a informação conhecida de que 99% da água da torneira em Portugal é segura para consumo, uma evolução desde meados da década de 1990, quando só metade da água canalizada era de boa qualidade.
O mesmo em relação às águas das praias, com 92% das praias costeiras a apresentarem em 2021 qualidade de água excelente, acima dos 88% da média europeia. Mas são melhores as águas balneares da Croácia (99%), Malta (97%), Grécia (96%) ou Espanha (95%). Itália e França estão piores posicionadas do que Portugal.
Em relação às áreas terrestres protegidas Portugal está abaixo da média europeia, com 22,4% do território protegido, contra 26% da UE. No total dos 27 países da UE há mais de um milhão de quilómetros quadrados de áreas terrestres protegidas, o que corresponde aproximadamente à área de Espanha e França. Em 2021 Portugal tinha 21 mil quilómetros quadrados com regime de proteção.
Em relação aos sítios marinhos protegidos a extensão quase triplicou de 2012 para 2021, chegando hoje a uma área equivalente à Península Ibérica.
Portugal, no mesmo período, mais do que quintuplicou, tendo a terceira maior área marinha protegida da União Europeia, a seguir à França e Espanha, mas que ainda assim corresponde apenas a 4,5% da Zona Económica Exclusiva de Portugal. Organizações ligadas ao ambiente têm com frequência avisado que não basta criar áreas marinhas protegidas no papel e que é preciso protege-las efetivamente.
Ex 34, 4b-6.8-9 / Dan 3, 52-56 / 2 Cor 13, 11-13 / Jo 3, 16-18
Um só Deus, três Pessoas. Como é que se pode vislumbrar este mistério? A melhor forma de entrar no mistério da Trindade é mergulhar em Deus. Ele próprio nos revela, no seu Filho, a razão de ser da Trindade: um Deus que é amor tem de ser, no mais íntimo de si, relação. Nos Evangelhos, vemos como Jesus vive em comunicação contínua com o Pai, comunicação essa que só é possível no Espírito.
É desta fecunda relação que brota a Criação. A Criação leva dentro de si o amor original do nosso Deus, como marca d’água. Levamos dentro de nós a marca da comunhão divina, que nos dirige constantemente para um outro.
Deus, que nos criou à sua imagem e semelhança, deixou em nós o desejo e a necessidade de outro, de maneira que só somos verdadeiramente nós mesmos no encontro com outros, cuidando e deixando-nos cuidar. Este mistério é o segredo da vida trinitária: o Pai só é pai pelo amor ao Filho; o Filho só é filho no seu amor pelo Pai; e este movimento, esta dinâmica amorosa de dom e acolhimento é o Espírito Santo.
Há, no seio da Trindade, uma dança amorosa entre as três pessoas, uma dança que não se fecha em si mesma, mas que se abre em força criadora. Quando São João nos diz que Deus é amor, ele expõe-nos a este profundo mistério: só se pode dar vida oferecendo-se; só se pode receber a vida acolhendo. E esta vitalidade do dom é tão forte que ganha uma vida própria.
Pensemos nas nossas amizades, nas nossas relações. Estas não são uma sucessão no tempo de momentos ou o acumular de conhecimento sobre outro. Cada relação é como um organismo, que precisa de respirar, de alimento, de luz, de descanso, de se mostrar e de ser cuidado.
A vida verdadeira, uma vida feliz, encontrada, reconciliada, só é possível pela abertura ao dinamismo da Trindade, que tudo cria e tudo habita. Deixemo-nos inundar e transformar por este mistério: vivamos para ser amor doado e recebido, deixando que Deus faça de tudo o que vivemos nascente de águas vivas.
No final de maio, o volume de água armazenado registou uma redução em 10 bacias hidrográficas e subiu em duas, comparativamente ao mês anterior, segundo dados do Sistema Nacional de Informação dos recursos Hídricos (SNIRH).
Das 58 albufeiras monitorizadas – a cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira – 30 apresentavam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e sete inferiores a 40%.
A bacia do Barlavento algarvio, com 12,7%, apresentava no final de maio a menor quantidade de água armazenada, do global, tal como sucede há mais de um ano.
A média de armazenamento para o mês de maio na bacia do Barlavento é de 74,3%, segundo o SNIRH.
O ministro do Ambiente e da Ação, Duarte Cordeiro, disse que Portugal continental tinha no final de maio, 36% do território em seca severa ou extrema, incidindo especialmente no sul do país.
Citando dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Duarte Cordeiro precisou que 28% do território estava em seca severa e 8% em seca extrema, afetando especialmente as zonas do vale do Tejo e sul do país.
O ministro, que falava em conferência de imprensa após uma reunião da comissão de acompanhamento dos efeitos da seca, adiantou que no mês de maio a precipitação foi 35% abaixo do normal, e alertou para “níveis críticos” de água no solo especialmente no sul de Portugal.
Em relação à capacidade das albufeiras, de acordo com os dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) citados pelo ministro, a situação é melhor do que em igual período do ano passado, quando as albufeiras estavam a 65% da capacidade, em contraponto com os 79% de agora.
Exceção, disse depois, para algumas albufeiras do sul.
De acordo com os dados do SNIRH disponíveis hoje, com menor disponibilidade de água estavam no final de maio também as bacias do Mira (34,9%) e Arade (37,1%).
Já as bacias do Lima (85,4%), Mondego (84,4%), Tejo (84,2%), Ave (82,3%), Cávado (81,6%), Douro (81,5%), Guadiana (78,5%), Oeste (73,2%) e Oeste (56,7%) eram as que tinham os níveis mais elevados.
Os armazenamentos de maio de 2023 por bacia hidrográfica apresentaram-se superiores às médias de armazenamento de maio (1990/91 a 2021/22), exceto para as bacias do Mondego, Sado, Guadiana, Mira, Ribeiras do Algarve e Arade.