Finanças: Pagamento da segunda prestação do IMI começa a 1 de agosto
Os contribuintes com um valor de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), superior a 500 euros, e que não tenham optado pelo seu pagamento integral, no mês de maio, podem começar a pagar a segunda prestação do imposto, a partir de 1 de agosto.
O Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI) é pago de uma vez só, durante o mês de maio, quando o seu valor é inferior a 100 euros. Se o valor é entre 100 e 500 euros pode ser desdobrado em duas prestações pagas em maio e novembro.
Se o valor do IMI superar os 500 euros, o pagamento pode ser desdobrado em três prestações a serem pagas nos meses de maio, agosto e novembro.
Segundo dados da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), facultados, este ano foram emitidas 4.082.440 liquidações de IMI, sendo 916.359 de valor até 100 euros.
Neste total há ainda 2.486.548 com valores de imposto entre os 100 e os 500 euros e 679.533 acima dos 500 euros.
As taxas do IMI são anualmente fixadas pelas autarquias, num intervalo entre 0,3% e 0,45% (para os prédios urbanos e terrenos para construção), cabendo-lhes também decidir sobre a adesão ao IMI familiar, mecanismo que dá um desconto às famílias residentes, ou sobre a aplicação das taxas agravadas nos prédios devolutos ou em ruínas.
Ensino: Professores sobrecarregados com burocracia
No último ano letivo, a burocracia foi o maior problema sentido pelos professores, ouvidos num inquérito da Federação Nacional de Educação (FNE), que revelam preocupação com a progressão na carreira, a falta de recursos para recuperação de aprendizagens e vontade de se aposentar.
O inquérito ‘online’ da Federação Nacional de Educação (FNE), que decorreu entre 30 de junho e 7 de julho, ouviu 3.482 docentes, que trabalham maioritariamente em escolas públicas nas zonas norte, centro e de Lisboa e Vale do Tejo, sendo que quase 80% dos inquiridos tem idades entre os 40 e os 59 anos.
O volume de trabalho administrativo foi o principal problema no ano que terminou para 30,6% dos professores, seguindo-se a avaliação de desempenho (25,4%), o número de alunos com que cada professor teve de trabalhar (11,8%) e a indisciplina na sala de aula (10,8%).
Questionados sobre as suas três principais preocupações relacionadas com a atividade profissional, os docentes apontaram o excesso de trabalho (60,3%), a saúde mental e bem-estar (52,9%), e o comportamento dos alunos (34,4%). O salário só está entre as principais preocupações de 16,5% dos inquiridos.
No universo dos inquiridos, a maioria dos professores não se veem a continuar a dar aulas nos próximos cinco anos (45,1%), sendo que 12,7% têm planos para se aposentar durante esse período e 14,5% pretendem aposentar-se antecipadamente. Quase 10% dos professores admitiram que apenas se veem a continuar no ensino por falta de alternativas.
“Esta consulta solicitava também que os respondentes assinalassem o seu nível de preocupação em relação à progressão na carreira e é muito significativo o número dos que se dizem extremamente preocupados, seja em função do nível de ensino, seja em função da idade, seja em função do tempo de serviço. Este nível de preocupação é acentuado nos grupos dos 21 a 30 anos e dos 31 aos 35 anos de serviço”, refere o relatório relativo aos resultados do inquérito.
A preocupação é mais elevada entre os professores com duas e três décadas de tempo de serviço. No universo de respostas, 2.286 docentes revelaram-se “extremamente preocupados” com esta questão, e pouco mais de 200 afirmaram estar pouco ou nada preocupados.
Em relação aos planos de recuperação de aprendizagens, a maioria (77%) diz que estes existem na escola onde trabalham, mas há 10% de inquiridos que afirmam que o seu estabelecimento não definiu qualquer plano de recuperação.
Em relação ao inquérito anterior, aumentou o número de professores que dizem que a sua escola não teve acesso a todos os recursos necessários para implementar estes planos – 41,6% contra os 36,2% no ano letivo de 2021/2022 – e mais de um quarto dos respondentes (27,3%) afirmou que na sua escola, este ano, não foram atingidos os objetivos de recuperação de aprendizagens propostos.
Sobre alunos refugiados ou imigrantes, o relatório aponta que “83,1% dos participantes confirmam que nas suas escolas há alunos refugiados/imigrantes e, na sua maioria, classificam positivamente o apoio dado a esses alunos (53,5%)”.
Quanto às mudanças que mais desejam nas escolas, os professores indicam a redução do trabalho administrativo (32,4%), o respeito pelo horário de trabalho (24%) e a diminuição do número de alunos com que trabalham (18,4%), entre outros.
Quase todos os docentes ouvidos (88,5%) afirmam ter frequentado ações de formação no último ano, mas para mais de metade (51,5%) nenhuma delas foi de capacitação digital e 68% tiveram de pagar a formação. Ainda assim, a maioria dos inquiridos (56,8%) afirma que a formação contribuiu para melhorar o seu desempenho profissional.
A FNE quis ainda saber qual o modelo de gestão das escolas preferido pelos docentes, que apontam o modelo colegial, e não unipessoal, como a preferência de 66,3%.
Espanha: Diputación de Zamora apoia a construção da linha de Alta Velocidade por Trás-os-Montes
No dia 28 de julho, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, acompanhada do vice-presidente, Nuno Rodrigues, deslocaram-se à sede do governo da província de Zamora, em Espanha, para reunir com o presidente da Diputación, Javier Faúndez Domínguez, o qual manifestou apoio à construção da linha ferroviária de Alta Velocidade, por Trás-os-Montes, com ligação a Zamora.
Nesta primeira reunião de trabalho, as autoridades espanholas reconheceram a necessidade de estabelecer relações mais fluídas com os municípios do norte de Portugal, como é o caso de Miranda do Douro, uma sinergia que dizem ter sido “inexistente ao longo dos últimos quatro anos” e que importa voltar a dinamizar para gerar a criação de riqueza e o desenvolvimento, para as populações que vivem nas regiões fronteiriças.
Outra reivindicação comum aos dois lados da fronteira luso-espanhola é a necessidade do governo espanhol construir a autoestrada entre Zamora e Quintanilha, para estabelecer a ligação rodoviária com a A4.
Esta terça-feira, dia 1 de agosto, o presidente da Diputación de Zamora, confirmou que, a convite do município de Miranda do Douro, vai participar na homenagem que terá lugar no quartel da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Douro (AHBVMD), aos dois bombeiros falecidos, em 2013, no incêndio de Cicouro.
Miranda do Douro: Homenagem aos bombeiros no 63º aniversário
Os Bombeiros Voluntários de Miranda do Douro comemoraram o 63º aniversário, no Domingo, dia 30 de julho, com a celebração da festa em honra da padroeira, Santa Luzia e a cerimónia de homenagem a vários membros da corporação, com a atribuição de divisas e de medalhas.
O 63º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Douro (AHBVMD) iniciou-se na manhã de Domingo, com a celebração da missa solene e da procissão, em honra da padroeira da corporação, Santa Luzia.
A celebração religiosa realizou-se no exterior da capela de Santa Luzia, onde o pároco de Miranda do Douro, o padre Manuel Marques, numa alusão às leituras da missa, destacou a humildade do rei Salomão, que não pediu a Deus honras nem riquezas, mas sim inteligência e sabedoria para governar com justiça, o povo de Israel.
“No tempo do rei Salomão, como hoje, também nós devemos pedir e procurar os bens espirituais, isto é, cultivar em nós as virtudes e os valores que não envelhecem, como são a inteligência, a sabedoria, a justiça, a bondade, etc. Que bom que seria, se todos nós, e em particular aqueles a quem são confiadas maiores responsabilidades, pedíssemos a Deus estes dons para viver e governar com justiça”, exortou.
Após a celebração religiosa, no quartel dos bombeiros de Miranda do Douro seguiu-se a cerimónia de condecoração de vários membros da corporação, com a atribuição de divisas e de medalhas.
Nesta cerimónia, as várias autoridades presentes destacaram o profissionalismo da corporação de bombeiros de Miranda do Douro e enalteceram o trabalho conjunto com o município, uma parceira que permite que no concelho existam quatro Equipas de Intervenção Permanente (EIP’s),
Na sua intervenção, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, afirmou que o trabalho entre a autarquia e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Douro (AHBVMD) é um imperativo, pois trata-se de assegurar a defesa e o bem estar da população do concelho.
No ato protocolar, a direção da AHBVMD informou que recentemente foram admitidos 10 novos bombeiros e está a decorrer o recrutamento de novos operacionais.
Nesta cerimónia, foi comunicada a homenagem que vai ser feita no dia 1 de agosto, às 14h15, aos bombeiros falecidos em serviço, no incêndio em Cicouro, em 2013.
O 63º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Douro (AHBVMD) encerrou com o tradicional desfile das viaturas pelas ruas da cidade e um almoço- convívio entre os participantes.
Miranda do Douro: Concerto “Vox Animae” animou os jovens peregrinos franceses
No serão de sexta-feira, dia 28 de julho, a concatedral, em Miranda do Douro, foi o palco do concerto “Vox Animae”, dedicado aos jovens peregrinos franceses que estiveram em Miranda do Douro, antes da partida para Lisboa, para participarem nas Jornadas Mundiais da Juventude.
O grupo musical constituído por Fabíola Mourinho, Bruno Berça e Tiago João deram um testemunho de fé aos jovens visitantes franceses.
O concerto musical “Voz Animae” foi conduzido pela interprete Fabíola Mourinho e no reportório, que incluiu vários temas originais, foram cantadas músicas como “Laudato Si”, “Não Temas”, “Atreve-te”, “Fé, “Tela Branca” e “É Cristo que me chama a ser feliz”.
Ao longo do concerto, a vocalista, Fabíola Mourinho, foi apresentando os temas e simultaneamente transmitiu aos jovens franceses (e ao público), o seu próprio testemunho de fé.
“No meu percurso de vida tive a sorte de pertencer ao grupo juvenil dos convívios fraternos, onde regularmente organizávamos encontros relacionados com a oração, a igreja, o Papa, etc. e foi nesse contexto que fui escrevendo algumas das músicas hoje apresentadas aos jovens franceses, que vão participar nas JMJ, em Lisboa”, explicou.
Sobre o significado do nome “Vox Animae”, Fabíola Mourinho explicou que siginfica “Voz da Alma”.
“Bem a propósito do grande encontro mundial de jovens, que vai decorrer de 1 a 6 de agosto, em Lisboa, com este concerto quisemos dar o nosso contributo de modo a promover a comunhão entre os jovens”, disse.
No final do concerto, os jovens franceses estavam impressionados com o testemunho de fé e a interpretação musical do grupo “Vox Animae”.
A irmã, Josephine, da congregação da Caridade de Santa Maria, na diocese de Auch (França), agradeceu o concerto.
“Ficámos impressionados com o concerto musical! Não obstante, a dificuldade em compreender o português, a intérprete Fabíola Mourinho, cantou com todo o coração, com toda a alma e por isso conseguiu transmitir-nos perfeitamente a mensagem das suas canções”, disse.
Por sua vez, Adrien Viñet, de 17 anos, também agradeceu o concerto e sobre a estadia em Miranda do Douro, o jovem francês destacou a hospitalidade e a simpatia dos mirandeses.
“De 26 a 30 de julho, fomos muito bem acolhidos! A gastronomia é deliciosa, a cidade é muito bonita, apreciamos muito a viagem de barco pelo rio Douro, assim como a caminhada até ao santuário de Nossa Senhora do Naso e a visita ao centro do burro de Miranda”, disse.
Questionado sobre o que o motivou a viajar para Portugal, para participar nas Jornadas Mundiais da Juventude, em Lisboa, o jovem peregrino francês respondeu que a companhia dos amigos e o encorajamento da sua família e da sua igreja local, em França, foram determinantes.
“Foi-me dito que o encontro mundial de jovens é algo espetacular e isso motivou-me a inscrever-me e a viajar com alguns amigos para Portugal. Em Lisboa, espero conhecer e falar com jovens de todo o mundo e assim aprofundar a fé e o conhecimento de Deus”, disse.
Finalizada a estadia em Miranda do Douro, o grupo de jovens peregrinos franceses participaram no Domingo, dia 30 de julho, na Missa de Envio, que foi celebrada na catedral de Bragança, pelo bispo da diocese, Dom Nuno Almeida.
Na homília, o bispo de Bragança-Miranda, evocou o Papa Francisco e animou os jovens a não ter medo de sonhar: “Não tenhais medo de sonhar, de sonhar grandes ideais! Pelo sonho é que vamos!”, disse.
A missa de envio encerrou com o cântico do hino da JMJ Lisboa 2023, ‘Há pressa no ar’, entoada pelos 700 jovens acolhidos em toda a diocese de Bragança-Miranda.
Até 28 de julho, o corrente ano registou menos 27% de incêndios rurais e menos 70% de área ardida, face à média da última década, indicou o Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC).
O ministério do Ambiente refere que, comparando valores de 2023 com o histórico dos 10 anos anteriores “registaram-se menos 27% de incêndios rurais e menos 70% de área ardida relativamente à média do período”
“Até ao dia 28 de julho, o corrente ano regista o 3.º menor valor em número de incêndios e o 4.º valor mais reduzido de área ardida, desde 2013”, pode ler-se.
Segundo o ministério, desde a aprovação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais assistiu-se a uma “diminuição dos incêndios nos meses de verão que tiveram origem no uso do fogo”, além de uma “redução significativa dos incêndios com mais de 500/1.000 hectares”.
De acordo com os dados divulgados pelo ministério, em 2017 o investimento “em prevenção atingia cerca de 20% e 80% no combate”, sendo que, atualmente, “cada um destes eixos conta com cerca de 50%”.
“O investimento total nos dois eixos mais que duplicou face a 2017 (altura em que se investiram 143 milhões de euros), sendo 2023 o ano com o maior esforço de sempre (cerca de 500 milhões de euros)”, explica o MAAC.
O Governo pretende, ainda durante este ano, aprovar um pacote legislativo para a Propriedade Rústica, apoiado nos relatórios e propostas apresentadas pelo Grupo de Trabalho para a Propriedade Rústica.
O objetivo, de acordo com a nota, “é responder aos problemas de gestão do espaço rural colocados pelos atuais regimes de compropriedade, de herança, nomeadamente as que questões colocadas pela herança jacente, vaga e indivisa e evitar a divisão abaixo da unidade mínima de cultura”.
1 Reis 3, 5.7-12 / Slm 118 (119), 57.72.76-77.127-130 / Rom 8, 28-30 / Mt 13, 44-52
“O reino dos Céus é semelhante…“
São muitas as imagens que Jesus usa para nos falar do Reino. Para além do bom pai de família, Jesus apresenta-nos outras três no Evangelho de hoje: o tesouro escondido no campo, o negociante de pérolas, a rede lançada ao mar.
Na primeira, um homem vende tudo o que tem para comprar o campo onde encontrou um tesouro. Ninguém abre um buraco no chão por acaso. Há que andar à procura. O Reino é discreto e, para o «descobrir», temos de procurar. Para chegar ao Reino, temos de recorrer ao entendimento, dom do Espírito Santo que nos inclina para a verdade.
Há aqui um implícito extraordinário: que a busca da verdade, que esta vontade de «conhecer o mundo», nos leva até ao Reino, o verdadeiro tesouro escondido nas entranhas da Criação. E para poder desfrutar do Reino, há que vender tudo e comprar o terreno, isto é, assumir a Criação por inteiro, sem fabricar paraísos particulares.
A segunda imagem apresenta-nos um negociante de pérolas preciosas. Quando descobre a pérola mais bela, vende tudo o que tem para ficar com ela. Eis outra dimensão fundamental das nossas vidas: a beleza. Uma vez encontrada a beleza da vida, a vida ao estilo de Cristo, há que deixar tudo para trás e viver a vida bela, de forma entregue, inteira, coerente, como filhos da luz.
Por último, o Reino é como uma rede que apanha todo o tipo de peixes. Terminada a faina, é na praia que se distingue o que é bom do que é mau, guardando o primeiro e deitando fora o segundo. É longe da agitação das correntes do nosso quotidiano que devemos discernir o que tem valor do que não nos serve. E a medida usada não deve ser a conveniência, mas a bondade. Eis a verdadeira escala pela qual seremos medidos, eis a única medida que nos interessa.
Verdade, beleza e bondade. Todas estas dimensões da nossa vida são parte do Reino. E todas elas implicam a liberdade de prescindir do que não interessa para nos agarrarmos ao único necessário: Cristo. Entreguemo-nos por inteiro. Estejamos dispostos a vender tudo para ser Reino.
Sendim: Concentração motard arranca esta sexta-feira
No fim-de-semana de 28, 29 e 30 de julho, a antiga estação ferroviária, em Sendim, volta a ser o palco da XXIII concentração motard, um evento organizado pelos “Abutes do Douro”, que este ano comemoram o 25º aniversário e vão presentear os motards participantes, com um programa no qual se destacam a gastronomia local, os jogos tradicionais e os passeios turísticos pela região.
A concentração motard é organizada pelo motoclube “Abutres do Douro”, uma associação que foi constituída em 1998 e que este ano celebra o 25º aniversário.
Na concentração motard deste ano, a organização vai presentear os participantes com um programa, em que os destaques são o desfile de motas, a gastronomia local, os concertos, os jogos tradicionais, os passeios pela região, o bike wash e o show erótico.
Organizada pelo grupo de motards “Abutres do Douro”, o evento volta a ter como palco, a antiga estação ferroviária de Sendim.
O presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, felicitou o motoclube “Abutres do Douro”, pelos 25 anos ao serviço da terra e elogiou a dedicação do grupo, na organização deste evento, que anualmente traz muitos visitantes à vila de Sendim.
A concentração motard vai decorrer de sexta-feira até Domingo, dia 30 de julho, e encerra com o almoço e a entrega de lembranças aos participantes.
JMJ 2023: Guerra, dependência digital e alterações climáticas preocupam os jovens
Jovens dos cinco continentes vão apresentar ao Papa, em Lisboa, preocupações sobre temas como a guerra, desemprego, solidão, dependência digital, perseguição religiosa e alterações climáticas.
Estes problemas vão estar presentes nas reflexões para a Via-Sacra, que o Papa Francisco vai presidir, no dia 4 de agosto, no Parque Eduardo VII, pelas 18h00.
A primeira meditação fala num futuro “tirado” às novas gerações, dando início a uma série de alertas, que evocam, entre outros, “muitas pessoas que tentam desesperadamente fugir de situações desumanas”.
“Fogem da guerra, da fome, da falta de água, das perseguições políticas. A sua casa deixou de ser o seu abrigo e passou a ser o lugar provável da sua morte”, pode ler-se, no texto disponível na aplicação móvel oficial da JMJ Lisboa 2023.
As meditações abordam as tradicionais 14 estações – momentos ligados à prisão, julgamento e execução de Jesus Cristo, na tarde do próximo dia 4 de agosto.
“Hoje, só conta quem produz. Não contam os idosos, não contam as pessoas com deficiência, não contam os desempregados, não contam os sonhadores”, lamentam.
Dizem-nos que a vida está cheia de oportunidades, mas é difícil ver onde estão essas oportunidades quando o dinheiro não chega, quando não se consegue arranjar trabalho e quando ter acesso à educação é, na prática, muitas vezes impossível”.
A reflexão sobre a condição juvenil aponta ao impacto da intolerância, perseguição religiosa ou da violência, com referência a “guerras, atentados, tiroteios em massa, mas também violência nos casamentos e nos namoros, abusos de crianças, bullying, abusos de poder”.
Os jovens autores apresentam várias referências à dependência digital, que fomenta o individualismo e a solidão.
“Vivemos numa terra de espelhos onde o que conta é a aparência, a imagem. Selfies e mais selfies. A tirania do corpo certo e do sorriso perfeito. Fotos de si mesmo nas redes sociais em poses cuidadosamente estudadas. Posts artificiais à espera dos likes dos outros”, advertem.
Questões ligadas a problemas de saúde mental e a distúrbios alimentares também surgem nos textos, que abre espaço para a interrogação sobre o futuro do planeta.
“Assistimos ao consumo descontrolado dos recursos da terra, à extinção de espécies, à devastação de florestas. Assistimos assustados às alterações climáticas e sentimo-nos muito inseguros em relação ao futuro. E tudo isto associado a estilos de vida desequilibrados que fazem com que alguns morram à fome enquanto outros fiquem doentes por comerem demais”, advertem.
Senhor, ensina-nos a ter estilos de vida mais simples, mais solidários, mais conscientes das consequências, mais próximos do essencial. Mais parecidos contigo”.
Joana Andrade, responsável pela espiritualidade da semana da JMJ Lisboa 2023, precisa que o foco desta celebração são as “fragilidades dos jovens”, no mundo atual.
“A lógica é percorrer os passos de Jesus para o Calvário, enquanto jovens: sempre que caímos, saber que Jesus nos ajuda a levantar e que não estamos sozinhos neste caminho”, diz à Agência ECCLESIA.
O padre Nuno Amador, da Direção de Pastoral e Eventos do Comité Organizador Local (COL), aponta a meditações “muito existenciais”, em ligação às dificuldades das novas gerações.
“Procuramos que, nas 14 estações, fossem refletidas as fragilidades dos jovens do mundo inteiro”, assume.
O “itinerário de espiritualidade” proposto aos jovens participantes na JMJ Lisboa 2023 vai estar em destaque na emissão deste domingo, no Programa ECCLESIA, com emissão na Antena 1 da rádio pública a partir das 06h00.
Turismo: Lagos do Sabor merecem ser valorizados – Governo
O secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, afirmou que os recursos turísticos dos “Lagos do Sabor”, no nordeste transmontano, merecem ser valorizados, dadas as suas características específicas para integrar o Roteiro + Interior Turismo.
“A região dos Lagos Sabor [no Baixo Sabor] merece ser projetada. Aquilo que é único deve ser promovido, passando assim por uma aposta da nossa linha estratégica para o turismo: sustentabilidade e autenticidade”, disse o governante após uma visita aos murais a fresco que foram restaurados na Igreja Matriz de Valverde, em Alfândega da Fé.
O governante fez um périplo pelo território do Baixo Sabor, onde foi conhecer de perto a rota de pinturas murais, que remontam aos séculos XVI e XVII, que vai abranger quatro concelhos deste território incluindo 23 igrejas e capelas, e os projetos para os “Lagos do Sabor” com valor global de 900 mil euros.
O projeto “História a Fresco – Rota da Pintura Mural” vai incidir nos concelhos de Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros, onde os especialistas têm colocados a descoberto, após a remoção da talha dos altares, “importantes exemplares desta arte”.
O projeto “Lagos do Sabor” prevê a criação de um “Eco-Resort” flutuante, com unidades de alojamento e capacidade de navegação nos lagos e pontos de ancoragem, em forma de flor de amendoeira, com pequenas piscinas centrais ou estações náuticas.
A isto, somam-se praias fluviais e ancoradouros, abrangendo os quatro municípios numa única gestão ao longo dos 70 quilómetros das margens de lagos.
A Linha + Interior Turismo, com uma dotação de 20 milhões de euros, prevê um apoio até 70% a fundo perdido da despesa elegível, até um máximo de 400 mil euros por projeto.
“Estamos a explicar os apoios disponíveis para empresas e para as intuições e autarquias, no âmbito destas medidas englobadas no Roteiro + Interior Turismo num território que é uma Bio-Região e também é classificado pela Unesco ”, vincou Nuno Fazenda.
Segundo o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, o interior do país pode e deve ser um fator “de inspiração e transformação do próprio turismo nacional”.
Por seu lado, o presidente da Associação de municípios do Baixo Sabor disse esperar que a linha de apoio que agora está a ser anunciada pelo Governo possa complementar e reforçar o investimento neste este território que abrange quatro concelhos do Nordeste Transmontano.
“Estamos a preparar candidaturas ao programa Roteiro + Interior Turismo destinadas à promoção do turismo natureza ou para um plano de divulgação, comunicação e desenvolvimento dos projetos destinados aos ‘Lagos do Sabor’”, indicou o também presidente da câmara de Alfândega da Fé.
A iniciativa Agenda Turismo para o Interior integra um pacote de medidas que o Governo apresentou em maio, na cidade da Covilhã, no valor de 200 milhões de euros e prevê um apoio até 70% a fundo perdido da despesa elegível, até um máximo de 400 mil euros por projeto.