Agricultura: Vinhais pede ajuda do Governo para prejuízos de 10 ME na castanha
O município de Vinhais fez um balanço “dramático” da campanha da castanha neste ano, com prejuízos de 10 milhões de euros. pelo que solicitou ajudas financeiras do Governo aos produtores, informou a autarquia.
Os concelhos de Vinhais e de Bragança, concentram a maior parte da produção nacional de castanha, o que num ano normal corresponde entre “13 a 15 mil toneladas”, que geram “entre 15 e 20 milhões de euros” na economia local.
A seca extrema do ano de 2022, junto com as doenças como a tinta, o cancro e a vespa das galhas do castanheiro, “originaram uma quebra acentuada na produção”, que a autarquia aponta na ordem dos “80%”, aproximando-se dos “90%” nos castanheiros mais antigos.
O balanço foi feito pela autarquia depois de ouvir as juntas de freguesia e organizações do setor, e consta de uma moção aprovada em reunião de Câmara e pela Assembleia Municipal de Vinhais.
No documento agora divulgado pelo município e dirigido aos órgãos de soberania nacionais e entidades regionais, “requer-se que o Governo adote medidas urgentes e concretas de apoio aos produtores de castanha, designadamente através de apoios financeiros diretos”.
A quebra na produção tem, como consta do documento, “como consequência uma perda de rendimentos para as famílias e agricultores do concelho de Vinhais no valor de 10 milhões de euros”.
A moção salienta que a castanha constitui-se “como um produto de alta rentabilidade, seja para os empresários do setor, seja para como suplemento do orçamento das famílias e até como rendimento para muitas famílias do concelho”.
O município de Bragança também já tinha aprovado uma moção no mesmo sentido e em ambas é destacado “o papel fundamental da cultura do castanheiro no desenvolvimento económico, social e ambiental destes territórios”.
O município de Vinhais lembra ainda que logo no início da campanha manifestou à ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, “a preocupação da perda de rendimentos para as famílias e agricultores”.
Terminada a campanha e depois de feito o levantamento dos prejuízos, a autarquia transmontana quer que o Governo ajude os produtores e famílias locais face à perda de rendimento.
Ensino: Segundo período letivo arranca com greves de professores
O segundo período do ano letivo arranca esta terça-feira, dia 3 de janeiro, mas muitos alunos poderão não regressar ainda às aulas devido à realização de greves de professores, que se prolongam durante todo o mês de janeiro.
No dia em que milhares de alunos deveriam regressar às aulas após a interrupção letiva do Natal, os professores voltam a estar em greve, com paralisações convocadas por três sindicatos.
O Sindicato de Todos os Professores (STOP) vai retomar a greve por tempo indeterminado que decorre desde 09 de dezembro e levou ao encerramento pontual de várias escolas nos últimos dias do primeiro período.
O sindicato entregou pré-avisos de greve até ao final do mês de janeiro, que alargou também aos trabalhadores não docentes.
A paralisação foi convocada em protesto contra as propostas do Governo para a revisão do regime de recrutamento, atualmente em negociação com os sindicatos, e para exigir respostas da tutela a um conjunto de outros problemas relacionados com a carreira docente e condições de trabalho.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof), uma das principais organizações sindicais do setor, também decidiu retomar as greves ao sobretrabalho e às horas extraordinárias, que tinham sido iniciadas em 24 de outubro.
O Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) convocou uma greve parcial, igualmente em protesto contra algumas propostas de alteração ao regime de recrutamento. Neste caso, a paralisação é apenas ao primeiro tempo de aulas de cada docente, o que significa que os professores poderão estar em greve em diferentes momentos do dia.
Para 3 de janeiro está também agendada uma concentração, organizada pela Fenprof, em frente ao Ministério da Educação, para a entrega de um abaixo-assinado, subscrito por cerca de 43 mil professores, contra a possibilidade de diretores ou entidades locais contratarem docentes.
Trata-se do principal motivo de contestação dos professores quanto à revisão do regime de recrutamento, que começou a ser negociado em setembro entre o Ministério da Educação e as organizações sindicais.
Na última reunião negocial, no início de novembro, o ministro João Costa apresentou algumas propostas gerais que previam, por exemplo, a transformação dos atuais 10 quadros de zona pedagógica em mapas docentes interconcelhios, alinhados com as 23 comunidades intermunicipais, bem como a criação de conselhos locais de diretores que decidiriam sobre a alocação às escolas dos professores integrados em cada mapa.
Os sindicatos rejeitaram essa possibilidade, justificando que representa um passo na municipalização da contratação de professores, e exigiram que a graduação profissional continue a ser o único critério dos concursos.
O processo negocial deverá ser retomado nas próximas semanas, não estando agendada ainda nova reunião. Entretanto, além das greves que arrancam hoje, os sindicatos têm previstas outras ações de luta.
O STOP vai organizar no dia 14 de janeiro em Lisboa uma marcha pela escola pública e antes disso a Fenprof vai promover um acampamento junto ao Ministério da Educação entre os dias 10 e 13 se, até lá, o ministro não recuar nas propostas de alteração aos concursos e aceitar abrir processos negociais sobre outros temas.
Em articulação com outros sete sindicatos, a Fenprof convocou também uma greve por distritos, durante 18 dias entre 16 de janeiro e 08 de fevereiro. No dia 11 de fevereiro, realiza-se uma manifestação nacional organizada pelas oito organizações.
Opinião: “Da esperança ao ceticismo: para onde vai a economia portuguesa?”, por Óscar Afonso
Na entrada do novo milénio, Portugal era o futuro. O que correu mal?
À medida que os turistas visitam Lisboa e Porto, ou se movimentam entre ambas as cidades, passam por grandes realizações relativamente recentes: Centro Cultural de Belém, Parque das Nações, Gare do Oriente, Ponte Vasco da Gama, Casa da Música, novas pontes sobre o Douro ou novas linhas de Metro. São os emblemas da mais recente “Belle Époque” portuguesa, do período pós-adesão à Comunidade Económica Europeia, quando o país podia reivindicar ser uma verdadeira terra de oportunidades e de possuir um desígnio – estar no pelotão da frente da União Europeia. O país era um íman para os imigrantes europeus, que afluíam à procura de trabalho, e convergia rapidamente com a média da UE.
Se, para além dessa performance, atendermos ao facto de Portugal ser um país com história, língua e cultura próprias, condições naturais de exceção – clima ameno, rios, mar, ilhas, paisagens deslumbrantes e solos férteis em boa parte do território, entre outros recursos naturais -, com fronteiras estáveis, com uma população trabalhadora, sem grandes conflitos, e sem fendas sociais e territoriais, pareceria difícil imaginar um novo afundamento. No entanto, nós, os portugueses, temos demonstrado uma rara capacidade para evitar o sucesso, de modo que a posição como economia vibrante, em sintonia com o resto da UE, é já uma memória cada vez mais distante.
Depois do ano 2000, sucedeu-se a inépcia. O rendimento per capita passou a divergir da média da UE, deixou de haver um desígnio nacional e o país passou a ser terra de emigrantes.
Apesar do processo de convergência inicial, o padrão de especialização não se alterou realmente, continuando a assentar em mão-de-obra barata. Depois, fruto das generosas taxas de juro, permitidas com a adesão ao euro, os políticos endividaram o país e este habituou-se a viver de fundos comunitários. Estes fundos, que deveriam ter servido para promover a coesão social e territorial, originaram exatamente o seu contrário. Os indivíduos e territórios beneficiados enriqueceram e a população comum e a generalidade do território empobreceram, porque a atividade económica não se transformou, porque a população envelheceu e porque a dívida é paga com impostos.
À medida que a “Belle Époque” se foi desvanecendo, a dependência crescente do Orçamento do Estado foi permitindo que os governos do Partido Socialista, sem instituições para equilibrar interesses concorrentes, passassem a controlar a vida de cada vez mais portugueses. O mote passou a ser em como manter as despesas governamentais, que nunca pararam de crescer, nunca em investir para crescer. A reconstrução institucional assumiu a forma de uma redistribuição muito rápida e clientelista. A corrupção, aparentemente crescente, ou a interrupção da democracia por altura da pandemia são também manifestações da reconstrução institucional, assim como o é o facto de os Orçamentos do Estado passarem a ser documentos de credibilidade reduzida, que se destinam a ser aprovados pela Assembleia da República, podendo ou não ser executado pelo governo, sobretudo ao nível da despesa de investimento.
A divisão entre o litoral e o interior e entre os que acedem ao poder político e os outros tem-se vindo a intensificar. A pesada carga fiscal permite ao governo ser poucochinho para a generalidade e muito para alguns, enquanto dissuade a atividade económica. A população mais dinâmica, sobretudo os jovens, decidiu emigrar. A população que beneficia dos fundos está no melhor dos contextos e, juntamente com a dependente, geralmente a mais envelhecida, foi intensificando o peso eleitoral do Partido incumbente. A fraqueza da classe média e a extraordinária desigualdade entre ricos e não-ricos lançou as sementes para a fraca performance económica.
Perante o novo cenário, a maioria da população olha para o que está a acontecer com indiferença, pelo que se pode dizer que o caso português mostra como grupos de interesses poderosos podem reconfigurar o quadro institucional em seu próprio benefício através de políticas distorcidas, que tendem a destruir os alicerces do desenvolvimento sustentado.
Apesar da “Belle Époque”, hoje parece evidente que a presença da classe média era escassa para impedir a tomada de controlo da política por grupos sociais bem organizados e politicamente poderosos, pelo que resta o ceticismo e a falta de esperança.
Numa nota de maior ânimo, podemos estar certos de que a situação terá forçosamente de mudar quando acabarem os fundos comunitários, ou seja, quando houver menos para distribuir, sendo que esse momento está já ao virar da próxima esquina, leia-se orçamento financeiro plurianual. A “bazuca” europeia, que permitiu o PRR (Programa de Recuperação e Resiliência), foi financiada com endividamento por conta de recursos futuros da UE, ou seja, dos seus Estados-membros, não se prevendo que haja capacidade política para aumentar os recursos tradicionais (contribuições para o Orçamento da UE) nem alavancar os novos recursos previstos ou instaurar outros mais decisivos, como impostos europeus.
Ao mesmo tempo, novas categorias de despesa emergem constantemente na Agenda Europeia (ajuda à Ucrânia, apoio a refugiados, aumento da despesa militar, transições verde e digital, Agenda Social Europeia, etc.), incluindo a possibilidade de novas adesões (foi aberta a porta à Ucrânia, mas outros países já estão à espera há anos), ou seja, novos países a apoiar, pelo que haverá cada vez menor complacência e disponibilidade de fundos europeus para países que, como Portugal, após décadas de entradas maciças desses fundos, continuam a ser recetores líquidos devido aos progressos insuficientes em matéria de convergência (como referido, Portugal tem divergido de forma clara no novo milénio), ultrapassados por países mais dinâmicos que entraram mais tarde e, como tal, receberam muito menos fundos, em particular países do leste da Europa.
Infelizmente, penso que Portugal só conseguirá encontrar a força para a mudança quando for confrontado com um choque de realidade ainda maior, o que acontecerá bem antes de 2030. Os sinais de insustentabilidade da má gestão pública são crescentes e cada vez mais visíveis na vida diária dos Portugueses, agravados pela conjuntura adversa. Se hoje grande parte do investimento púbico (e mesmo despesa corrente) é financiado por fundos europeus e os serviços públicos já estão “a rebentar pelas costuras”, imagine-se o que acontecerá quando essa “torneira” fechar. Só não vê quem não quer!
Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Sócio fundador do OBEGEF.
Sociedade: IEFP recebeu 144 mil inscrições de estrangeiros que querem trabalhar em Portugal
Nos últimos dois meses, o número trabalhadores estrangeiros que se inscreveram no IEFP, para trabalhar em Portugal, ascendeu a 144 mil pessoas, segundo indicou a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho.
“Há 144 mil estrangeiros que se inscreveram nos últimos dois meses [no Instituto do Emprego e da Formação Profissional -IEFP] sinalizando a sua vontade de vir trabalhar para Portugal”, disse a ministra.
Ana Mendes Godinho falava numa conferência de imprensa com os ministros da Economia, António Costa Silva, e das Finanças, Fernando Godinho, de balanço da atividade das áreas tuteladas por estes ministérios e perspetivas para 2023.
Em causa está o novo visto de procura de trabalho, criado aquando da alteração da lei da permanência em Portugal, que prevê a possibilidade de os estrangeiros que querem vir trabalhar para Portugal se inscreveram no site do IEFP.
Ana Mendes Godinho adiantou ainda que no âmbito da resposta portuguesa à crise de refugiados da Ucrânia, os últimos dados apontam para a capacidade de integração no mercado de trabalho de 7.100 cidadãos ucranianos.
Em março, foi aprovado um mecanismo simplificado para a obtenção de proteção temporária por parte de refugiados ucranianos, prevendo que os cidadãos que cheguem a Portugal tenham a garantia de ficar em situação regular, sendo-lhes atribuído de forma automática número de identificação fiscal (NIF), número de identificação da Segurança Social (NISS) e número de utente do Serviço Nacional e Saúde (SNS).
Habitação: Publicadas novas regras do Porta 65 e do Arrendamento Acessível
O diploma que alarga o leque de jovens que podem aceder ao Porta 65 e simplifica o Programa Arrendamento Acessível já foram publicadas, com as novas regras a permitirem a utilização dos dois programas em simultâneo.
Entre as mudanças ao Porta 65, um programa que apoia financeiramente jovens que querem arrendar casa, está a atualização dos tetos máximos de renda elegíveis, medida que permitirá alargar o leque de beneficiários.
Nos exemplos apresentados no habitual ‘briefing’ do Conselho de Ministros em que a medida foi aprovada, foi referido que o reforço destes limites permite que, no caso de um T2 em Lisboa, em que o limite máximo atual é de 756 euros, o teto passe a ser 1.150 euros em 2023
Para um T2 no Porto, que tem agora como limite 581 euros, o teto passará a ser de mil euros.
No caso do Arrendamento Acessível – que atribui isenção total de IRS aos proprietários que coloquem os seus imóveis neste programa – as novas regras vêm permitir que, além do arrendamento permanente, poderão também integrar este programa os arrendamentos temporários.
Segundo o diploma, são consideradas residências temporárias as dirigidas a “estudantes e formandos, bem como para formadores, técnicos especializados e pessoal docente e não docente de todos os níveis de educação ou formação escolar e profissional”.
“Os contratos de arrendamento com finalidade de residência temporária apenas podem ser celebrados com arrendatários cujo domicílio fiscal seja distinto do concelho do locado, nos termos estabelecidos por portaria do membro do Governo responsável pela área da habitação”, determina o diploma.
Já os contratos de arrendamento para residência permanente no âmbito do Programa de Apoio ao Arrendamento “têm prazo mínimo de cinco anos, renovável por período estipulado entre as partes”.
Miranda do Douro: Projeto inovador traz 15 trabalhadores remotos à região
De 2 a 8 de janeiro, Miranda do Douro vai acolher um grupo de 15 trabalhadores ligados a vários ramos de atividade, que vão trabalhar à distância, com os objetivos de dar a conhecer as potencialidades da região, informou fonte ligada ao projeto.
“Pretende-se que esta experiência inovadora tenha um impacto positivo no território, por isso, além de promover o consumo dos produtos e serviços locais, vão ser dinamizadas várias ações que visam a interação com as comunidades e associações. Esta iniciativa vai envolver pessoas de vários escalões etários altamente qualificados”, explicou Andréa Barbosa, membro da Associação Rural Move, a entidade promotora da iniciativa.
De acordo com a responsável, pessoas das mais distintas profissões, tais como investigadores, tradutores, consultores, designers, freelancers, entre outros profissionais, integram este projeto, cujo principal objetivo é dar a conhecer Miranda do Douro, promovendo o concelho como um território atrativo para trabalhadores remotos e possíveis investidores.
Os 15 trabalhadores remotos vão trabalhar maioritariamente a partir do Centro de Formação Agrícola de Malhadas, mas também a partir de outros pontos do concelho.
O projeto teve um financiamento inicial de 20 mil euros, para começar a sua atividade, através da Casa do Impacto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
“Sabendo que o trabalho remoto é hoje uma das grandes oportunidades para os territórios de baixa densidade atraírem e fixarem população, especialmente população mais jovem e qualificada, há ainda vários desafios na implementação destas estratégias, como por exemplo, a questão das infraestruturas de apoio, o desconhecimento do território e a falta de ligação à comunidade local”, especificou.
Assim, este tipo de iniciativas pretende dar a conhecer o território e as suas potencialidades, ajudando a melhorar as estratégias de atração deste público-alvo.
“Estes 15 trabalhadores remotos vão trabalhar em dois tempos. O primeiro em ambiente de sala e um segundo na pesquisa dos valores e da tradição local, como é caso dos trabalhos em burel, produtores regionais, turismo local, entre outras oportunidades”, explicou Andréa Barbosa.
O coordenador da Rural Move e investigador na Universidade de Aveiro, João Almeida, disse que há uma noção das dificuldades existentes no interior, sobretudo ao nível das comunicações de dados.
“A parte material deste tipo de projeto depende muito das condições do sinal da internet. Se não existir internet e um espaço físico, com condições para trabalhar é um obstáculo para a instalação deste tipo de projeto. O nosso propósito é focarmo-nos nas oportunidades que existem nestes territórios”, disse.
A organização desta experiência piloto de âmbito rural está a cargo da Associação Rural Move e do município de Miranda do Douro, que desde 2020 têm colaborado na promoção e dinamização deste concelho raiano como território aberto ao investimento e a novos residentes.
Miranda do Douro: Assembleia municipal aprovou louvor a alta velocidade Porto-Zamora
A Assembleia Municipal de Miranda do Douro, aprovou por “unanimidade e aclamação e com louvor a inclusão da linha ferroviária de alta velocidade Porto-Vila Real-Bragança-Zamora no Plano Ferroviário Nacional (PFN), disse a presidente da câmara, Helena Barril.
“O facto de o PFN incluir a Terra de Miranda pode ser algo de revolucionário para o desenvolvimento deste território do interior do país o que vai permitir diminuir as assimetrias regionais e potenciar vários setores da sociedade”, vincou Helena Barril.
Este documento foi apresentado a 29 de dezembro na Assembleia Municipal de Miranda do Douro, pela Associação Vale D´Ouro, no âmbito da discussão pública do Plano Ferroviário Nacional, que decorre até 28 de fevereiro de 2023.
“Este PFN vai encurtar as distâncias entre o Porto e Miranda do Douro, sendo uma viagem que se poderá fazer numa hora e 15 minutos. Com este novo traçado, poderá até haver a possibilidade de os médicos poderem deslocar-se ao nosso concelho para realizar consultas de especialidade e regressar no próprio dia, já que a viagem dura pouco mais de uma hora”, exemplificou a autarca.
Para além dos benefícios no setor da saúde, a autarca destaca ainda o potencial turístico que pode trazer visitantes oriundos do Porto para Miranda do Douro.
Helena Barril destacou ainda a ligação a Zamora, cidade que fica a pouco mais de 45 minutos de Miranda do Douro para Espanha e outros países europeus.
“O PFN nacional é uma mais-valia para Miranda do Douro, por se tratar de um concelho fronteiriço”, enfatizou a autarca.
Uma nova ligação por comboio em Trás-os-Montes, que ligará o Porto, Vila Real e Bragança, está incluída no PFN.
O documento, prevê a criação de uma nova linha ferroviária de passageiros que, para ser competitiva com o automóvel, terá que fazer a ligação Porto – Vila Real em menos de uma hora e Porto – Bragança em menos de duas horas.
O plano contempla ainda a reabertura total da linha do Douro, reforçando o anúncio feito pelo ministro das Infraestruturas no início de outubro, em Freixo de Espada à Cinta, com vista à reabertura dos 28 quilómetros do troço entre Pocinho e Barca d’Alva.
O PFN tem como principais objetivos “passar de 4,6% para 20% de quota modal no transporte de passageiros”, “passar de 13% para 40% de quota modal no transporte de mercadorias”, “assegurar ligação com elevada qualidade de serviço aos 28 centros urbanos de relevância regional, que incluem todas as capitais de distrito, potenciando o seu desenvolvimento”.
Ainda que não estabeleça prazos, o PNF tem um horizonte indicativo de conclusão até 2050.
A defesa da reabertura da Linha do Douro reiniciou-se em 2018 e culminou no anúncio, no início de outubro, do lançamento do concurso para o projeto de execução que conduzirá à reabertura até Barca d’Alva.
SANTA MARIA, MÃE DE DEUS (SOLENIDADE) / DIA MUNDIAL DA PAZ
Mãe, obrigado!
Num 6, 22-27 / Slm 66 (67), 2-3.5-6.8 / Gal 4, 4-7 / Lc 2, 16-21
Maria é a Mãe do nosso Deus. Que diferença faz que Jesus tenha tido uma Mãe? Se imaginamos que um deus todo-poderoso pode fazer tudo o que quiser, ao ponto até de nos obrigar a fazer o que Ele quer, nesse caso não faria falta uma Mãe para o Filho de Deus. Ele poderia «vestir-se» de pessoa, como os deuses da antiguidade. E há dois mil anos, Ele teria descido dos Céus e caminhado pelas nossas ruas, dando ordens e emitindo decretos.
Mas esta não é a nossa história com Deus. Esta não é a história do nosso Deus connosco. O nosso Deus, ao nascer de Maria, arrisca a aventura humana e respeita a dignidade de toda a criatura. O nosso Deus, ao encarnar, veio para iluminar, não para mandar. Ele veio para guiar, não para subjugar a Criação. O nosso Deus é um Deus amoroso e não caprichoso.
O nosso Deus teve Maria diante dos seus olhos desde a sua conceção e esperou o tempo apropriado para lhe fazer um convite que a fez estremecer: ser a Mãe de Deus. Maria ficou inquieta, perturbada. E depois de escutar o anjo Gabriel falar-lhe do poder do Espírito Santo, ela respondeu de forma luminosa: «faça-se em mim a vontade de Deus».
A sua liberdade encontrou-se com a amorosa liberdade de Deus e desse encontro brotou a nossa salvação.
Que diferença faz uma mãe? Na vida de cada um de nós, a mãe é o colo que nos reconforta, o corpo que nos alimenta, a mão que ampara. A mãe é quem acolhe e mostra a cada criança, sem palavras, que o seu sorriso é a candeia que Deus fez brilhar sobre nós.
Na vida de Jesus, Filho de Deus, segunda pessoa da Trindade, ter Maria como Mãe faz d’Ele verdadeiramente nosso irmão, companheiro de itinerário, que aprende tropeçando e se aquece no braseiro de um abraço.
Entremos, como Igreja, nesta Solenidade de Maria, Mãe de Deus. Agradeçamos a vinda deste Deus que arrisca o caminho da humanidade para mostrar a alegria de uma vida bem-aventurada.
Miranda do Douro: “Mie Miranda” interpreta concerto de Ano Novo
Para celebrar a entrada no ano de 2023, o município de Miranda do Douro vai promover o concerto de Ano Novo, interpretado pela associação cultural “Mie Miranda”, no próximo Domingo, dia 1 de janeiro, às 17h00, na concatedral.
A associação cultural “Mie Miranda” foi criada em 2018 por um grupo de amigos, músicos, que têm a missão de organizar eventos culturais na cidade e no concelho de Miranda do Douro.
De acordo com o presidente da “Mie Miranda”, Pedro Velho, outra das missões da associação é o de incutir na população o gosto pela cultura e o interesse pela música, fomentando assim o desenvolvimento do talento musical.
Segurança rodoviária: GNR reforça patrulhamento nas estradas na passagem de Ano
A Guarda Nacional Republicana (GNR) iniciou a segunda fase da operação “Natal e Ano Novo 2022”, com um reforço da fiscalização e patrulhamento rodoviário, nas estradas com maior tráfego, durante este período festivo.
Em comunicado, a GNR refere que a segunda fase da operação vai decorrer até segunda-feira, dia 2 de janeiro, com “ações coordenadas de patrulhamento, fiscalização e sensibilização, visando as deslocações referentes ao período do Ano Novo”.
Durante este período, a GNR vai estar “particularmente atenta” aos comportamentos de risco dos condutores, nomeadamente excesso de velocidade, manobras perigosas, utilização do telemóvel ao volante, circulação correta na via mais à direita em autoestradas e itinerários principais e complementares, bem como ao uso do cinto de segurança e cadeirinhas para crianças.
A GNR aconselha os condutores a efetuarem um planeamento cuidado das viagens, evitando os períodos do dia onde se prevê maior intensidade de tráfego, a realizarem paragens para descansar, adequarem a velocidade às condições meteorológicas, ao estado da via e ao volume de tráfego rodoviário, evitarem manobras que possam resultar em embaraço para o trânsito, adoção de uma condução atenta, cautelosa e defensiva.
A GNR realça ainda que estes conselhos aos condutores têm como objetivo contribuir para a redução da sinistralidade rodoviária.
Na primeira fase da operação, que decorreu entre 22 e 26 de dezembro, a GNR registou 867 acidentes, que provocaram oito mortos, 12 feridos graves e 199 feridos leves, além de ter detido mais de 100 condutores por apresentarem taxas de álcool no sangue consideradas crime.