Mogadouro: Município requereu liquidação dos impostos sobre concessão da barragem de Bemposta

Mogadouro: Município requereu liquidação dos impostos sobre concessão da barragem de Bemposta

O município de Mogadouro requereu à Autoridade Tributária (AT), de forma oficial, a liquidação de todos os impostos inerente aos edifícios e construção que integram o aproveitamento hidroelétrico de Bemposta, localizado naquele concelho do Douro Internacional.

“Este município [Mogadouro] desenvolverá todas as diligências que forem necessárias, em todas as instâncias, para que as populações que representa vejam salvaguardado o interesse público de cobrança deste imposto”, disse o presidente da câmara de Mogadouro, António Pimentel.

Segundo o documento entregue na Repartição de Finanças de Mogadouro, ao qual a Lusa teve acesso, a Câmara Municipal de Mogadouro, através do seu presidente, garante “que é sujeito ativo destes impostos e credora das respetivas receitas fiscais [IMI, IMT e Imposto do Selo]”.

“Uma vez que houve uma efetiva transação de barragens [Miranda do Douro, Picote e Bemposta], que passaram da EDP para uma outra empresa [Engie], e depois para atual concessionária, a Movehera, entendemos que há o efetivo direito para que o município de Mogadouro seja ressarcido do IMI, IMT e Imposto do Selo”, frisou o autarca social-democrata.

Segundo o autarca, todos os montantes provenientes da cobrança dos respetivos, serão investidos “na melhoria das condições de vida das populações do concelho de Mogadouro”.

No requerimento enviado à diretora geral da AT, Helena Borges, a Câmara de Mogadouro, como sujeito ativo do IMI e do IMT e como credor das receitas fiscais daí resultantes, reafirmou àquela entidade fiscal , a quem compete legalmente tornar efetivos esses direitos, “o requerimento de inscrição na matriz predial urbana de todos os edifícios e construções da barragem de Bemposta e a avaliação, nos termos do IMI, desses prédios”.

Segundo o mesmo documento, “o Código do IMI prevê que todas as construções urbanas estão sujeitas a este imposto, desde que façam parte do património de uma pessoa singular ou coletiva (artigo 2.º, n.º 1). Aquelas edificações estavam no balanço da EDP e estão agora no da atual concessionária, tendo sido transmitida a sua titularidade no conhecido negócio das barragens do Douro Internacional”.

O empreendimento hidrelétrico de Bemposta está edificado no troço internacional do rio Douro que atravessa aquele concelho fronteiriço e foi concessionado à francesa Engie.

Para além disto foi igualmente solicitada a liquidação do IMI devido, “com efeitos retroativos, contados dos anos ainda não caducados à data do despacho da senhora diretora-Geral de 01 de dezembro de 2015”.

Mogadouro junta-se assim ao concelho vizinho de Miranda do Douro, que em 14 de janeiro de 2022 requereu à AT a liquidação de todos os impostos inerentes à concessão dos aproveitamentos hidroelétricos de Miranda e Picote, localizados naquele concelho do Douro Internacional.

A EDP vendeu seis barragens em Portugal a um consórcio de investidores formado pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, por 2,2 mil milhões de euros.

As centrais hídricas, localizadas na bacia hidrográfica do rio Douro, totalizam 1.689 megawatts (MW) de capacidade instalada.

Em causa estão três centrais de fio de água, em Miranda, Bemposta e Picote, com 1,2 gigawatts (GW) de capacidade instalada, e três centrais de albufeira com bombagem em Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro, com 0,5 GW de capacidade.

Fonte: Lusa

Saúde: Falta de médicos de família no distrito de Bragança

Saúde: Falta de médicos de família no distrito de Bragança

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Lacerda Sales, disse que o Governo está a fazer “um esforço” para reforçar o número de profissionais de saúde e atento a áreas de baixa densidade populacional como Bragança.

“O Governo está a fazer um esforço no sentido de reforçar esta área dos recursos humanos e queremos continuar a fazê-lo, revalorizando as carreiras, mas dando projetos de carreira, quer em grandes hospitais, quer em zonas do interior”, afirmou Lacerda Sales.

Em declarações aos jornalistas, à margem da primeira demonstração com veículos não tripulados no Hospital de São João, no Porto, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu também que o Governo está a “olhar com muita atenção” para as áreas de baixa densidade populacional, como para todo o país.

De acordo com informação disponibilizada no Portal da Transparência, o número de utentes sem médico de família, no distrito de Bragança, duplicou nos primeiros três meses deste ano, com 9.713 pessoas sem um clínico atribuído nos centros de saúde.

Segundo os dados do portal, em janeiro de 2022 havia 4.684 utentes sem médico de família no distrito de Bragança e, apesar de uma descida para 3.398 em fevereiro, o número chegou aos 9.713 em março.

A aposentação dos clínicos de Medicina Geral e Familiar é a principal causa desta situação, segundo testemunhos de utentes recolhidos e divulgados na quarta-feira pela Lusa, com, pelo menos, seis médicos que se reformaram em pouco mais de um ano nesta região.

Questionado sobre estes dados, Lacerda Sales reforçou que o Governo “tem sempre uma grande preocupação com todo o país”, e em particular, com as zonas de baixa densidade populacional.

“Neste momento já não temos os 28 mil profissionais que tínhamos no dia 31 de dezembro de 2021, temos mais de 32 mil profissionais o que significa que nestes primeiros três meses do ano houve um acréscimo de quatro mil profissionais”, disse, garantindo que o Governo vai continuar a fazer “um esforço” e “olhar com atenção” para determinados concursos que “podem ser mais dirigidos para zonas referenciadas do país”, como o primeiro e segundo concurso de época para os profissionais de saúde.

No período de seis anos dos dados disponíveis no portal do Governo, o número de utentes no distrito de Bragança disparou, em 2016, de 116.304 inscritos para mais de 130 mil, um número que se tem mantido, com pequenas variações, até à atualidade, e que é superior à população da região, que o Censos de 2021 revelou ser de 122.833 pessoas.

O ano de 2017 é o que apresenta a maior taxa de cobertura, chegando a haver apenas 35 utentes sem médico de família.

Desde maio de 2021 que as estatísticas mostram uma tendência de descida numa região que sempre foi apontada como das que tinha uma maior cobertura de médico de família a nível nacional.

Relativamente ao número de médicos de família, os únicos dados disponíveis são de 2020, data em que a ULS do Nordeste divulgou que tinha ao serviço “143 médicos de Medicina Geral e Familiar, 92 dos quais no quadro, 25 prestadores de serviços e 26 internos”.

Nessa mesma data, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, voltou a alertar que a região podia enfrentar um número de saídas para a reforma de médicos de família que poderia “chegar aos 40% em três anos”.

Fonte: Lusa

Vimioso: Jovens voluntários dão vida à aldeia de Uva

Vimioso: Jovens voluntários dão vida à aldeia de Uva

De 23 de abril a 9 de maio, a organização ambiental Palombar está a realizar um novo campo de trabalho com a participação de jovens voluntários, portugueses e estrangeiros, que ao longo de 15 dias vão restaurar um pombal tradicional, na aldeia de Uva, no concelho de Vimioso.

O 60.º Campo de Trabalho Voluntário Internacional conta com a participação jovens voluntários portugueses, franceses e croatas.

De acordo com a organização ambiental Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, o campo de trabalho que está a decorrer em Uva, conta com a participação de 15 jovens voluntários: cinco portugueses, cinco franceses e cinco croatas.

Segundo Violeta Vilaça, administrativa da Palombar, o acolhimento de jovens voluntários na aldeia de Uva tem sido uma experiência gratificante para todos os intervenientes: os voluntários, a população local e também para os técnicos da Palombar.

“O mais gratificante é possibilitar o convívio entre estes jovens voluntários e a população envelhecida de Uva. E simultaneamente, estamos a contribuir para a recuperação do património da aldeia. Recordo que ao longo dos anos já realizámos trabalhos de arqueologia, recuperação de pombais e reconstrução de muros de pedra seca” – Violeta Vilaça.

No decorrer do campo de trabalho que decorre até 9 de maio, os jovens vão ajudar a reconstruir um pombal tradicional e muros de pedra, através das técnicas tradicionais.

“Na recuperação dos pombais, as técnicas utilizadas são a aplicação de argamassa, de cal, bem como a construção de muros em pedra seca”, especificou Sara Freire, técnica ambiental da Palombar, que acrescentou que a participação nestes campos de trabalho é uma oportunidade para os jovens exercerem o voluntariado, desenvolverem práticas de solidariedade e adquirirem conhecimentos na conservação da natureza e do património rural.

“Outra dimensão muito importante destes campos de trabalho é o convívio que se estabelece entre os jovens voluntários e a comunidade local” – Sara Freire.

Perguntámos à senhora Ana Maria, natural de Uva e com a bonita idade de 90 anos, a sua opinião sobre a presença dos jovens na aldeia.

“Gosto muito de ver os jovens em Uva! Quem nos dera que estivessem sempre! Para nós, os velhos, a sua presença é uma novidade e uma alegria!”, disse.

Sobre o dia-a-dia dos voluntários, Sara Freire, informou que a acordam diariamente às 7h00 da manhã.

“Depois do pequeno almoço, o trabalho inicia-se às 8h00 e decorre até às 13h00. Após o almoço, a tarde é dedicada a atividades de lazer”, informou.

Outro dos objetivos na estadia dos jovens voluntários em Uva é dar-lhes oportunidades de conhecer a região, a cultura local, a biodiversidade, as tradições e os ofícios ancestrais.

“ Logo no primeiro dia, fomos visitar a Casa da Cultura, em Vimioso. Conheceram também o projeto vinícola Menina d’Uva. E amanhã vamos aprender a fazer pão, num forno familiar aqui na aldeia”, adiantou.

Segundo a Palombar, estão ainda previstas visitas a uma tecedeira e a um artesão de navalhas, para conhecer os ofícios locais.

Luigi Totsi, é italiano, foi voluntário e agora desempenha a função de mestre de obras da Palombar. Atualmente, é o responsável pela recuperação do pombal tradicional, que precisa de um telhado novo e do reboco exterior.

“Apaixonei-me por esta terra lindíssima, onde há tanto para fazer! Gosto muito da população local de Uva, em especial das pessoas mais velhas que são muito solidárias e generosas”, disse.

Uma das jovens voluntárias que está a participar no campo de trabalho, em Uva, é Maja Flajsig. Esta jovem croata tem 27 anos e veio de Zagreb. Diz que a razão da sua vinda para Portugal se deve às boas relações entre a Palombar e a associação croata Dragodid.

“Estou a gostar muito de estar em Uva. A integração no grupo de voluntários está a ser perfeita e estou maravilhada com o acolhimento da população local”, disse.

De França, veio o jovem Florian Chabridon, de 29 anos, natural de Rennes. O voluntário francês justificou a sua vinda devido ao interesse em aprender as técnicas de recuperação do património rural.

“Queria conhecer outros países e decidi inscrever-me neste campo de trabalho para aprender mais sobre a recuperação do património rural. A integração no grupo de voluntários está a decorrer bem e a língua não é obstáculo à comunicação entre nós” – Florian Chabridon.

Por sua vez, o jovem português Diogo Vilaverde, natural de Abrantes, informou que veio para o campo de trabalho, com os propósitos de criar relações e partilhar experiências com jovens de outras culturas. Sobre a estadia em Uva disse:

“O nordeste transmontano é uma região muito rica em biodiversidade e no património rural. A população local é muito acolhedora e a integração no grupo está a decorrer bem”.

De acordo com a Palombar, este é o primeiro campo de trabalho em 2022 e insere-se no projeto “Hands on – Volunteering teams for Rural and Natural Heritage” e resulta da colaboração com a associação croata Dragodid e a associação Union Rempart, de França.

“O nordeste transmontano é uma região muito rica em biodiversidade e no património rural. A população local é muito acolhedora e a integração no grupo está a decorrer bem” – Diogo Vilaverde.

À semelhança das anteriores edições, este campo de trabalho Voluntário Internacional conta com o apoio institucional do Município de Vimioso e da União de Freguesias de Algoso, Campo de Víboras e Uva.

Para os meses de julho e agosto, a Palombar têm programados mais dois campos de trabalho, dedicados à reconstrução de currais e à conservação da natureza.

HA

Saúde: Aposentações deixam utentes do distrito de Bragança sem médico de família

Saúde: Aposentações deixam utentes do distrito de Bragança sem médico de família

A aposentação de vários médicos de família está a deixar sem assistência os utentes do distrito de Bragança, que já foi das regiões com maior taxa de cobertura a nível nacional.

No distrito de Bragança há famílias inteiras que estão sem médico de família, dado a aposentação nos últimos meses, de seis profissionais clínicos da chamada Medicina Geral e Familiar.

O distrito de Bragança tem sido apontado a nível nacional como uma das regiões com uma taxa de cobertura de médico de família quase total, porém, há vários anos que surgem alertas devido à idade dos clínicos.

O último foi do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que antecipava, em 2020, um número de saídas que poderia chegar aos 40% em três anos.

Foram solicitados dados sobre o número de aposentações, substituições e utentes sem médico de família à Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, que não respondeu até à data.

A região tem 14 centros de saúde e um número de utentes que ronda os 137 mil, segundo os dados oficiais.

Em 2020, a ULS do Nordeste indicava que tinha ao serviço “143 médicos de Medicina Geral e Familiar, 92 dos quais no quadro, 25 prestadores de serviços e 26 internos”.

Com estes números, a média de utentes por médico rondaria os mil, mas, de acordo com os testemunhos recolhidos pela Lusa, são os que tinham maior número de utentes que estão a aposentar-se, o que indica que há alguns milhares de pessoas sem médico de família atualmente.

Os que estão a ir embora são sobretudo os médicos que ajudaram a instalar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) no Nordeste Transmontano, uma região envelhecida, onde os cuidados de saúde são uma preocupação constante.

Esta é a realidade de Ana Paula Esteves, que tem os “pais idosos e com problemas de saúde” e que “ficaram sem médica de família”. Vivem em Bragança e a mãe tem 82 anos e o pai com 76 anos tem um problema oncológico.

Os pais são também a maior preocupação de Paulo Afonso, que, junto com toda a família, ficou há dois meses sem a médica que o acompanhava desde o nascimento.

“A situação é grave sobretudo para a gente idosa. O mais necessário é um médico para a minha família, com os meus pais velhinhos. Perante a ausência de médico, resta-nos andar a pedir a este e aquele no centro de saúde a receita porque os comprimidos acabaram”, contou.

Na família de Andreia Mendes, também em Bragança, sete pessoas estão sem médico desde fevereiro e disse que “o pior é que se for ao centro de saúde marcar exames ou consulta nunca se sabe qual é o médico que vai calhar”.

Teresa Almeida teve a última consulta “há mais ou menos um ano” com a médica que, entretanto, se reformou e não consegue fazer os exames de que necessita.

“Eu tenho muitos problemas de saúde, preciso de fazer exames médicos e não tenho a quem os pedir. Já me informei e a consulta aberta só se estiver doente, mas nada de análises ou exames”, contou.

Outros utentes, como Manuel Afonso, ficaram sem médico em 2021. Foi-lhe atribuído um profissional que esteve apenas entre junho e dezembro ao serviço, em Bragança, e depois foi embora para outro cargo na região.

Fonte: Lusa

Vimioso: História dos Judeus no concelho dinamiza atividades culturais

Vimioso: História dos Judeus no concelho dinamiza atividades culturais

Nos dias 29 e 30 de abril e 1 de maio, o município de Vimioso vai dinamizar o evento “Encontros no Planalto – Cultura e Identidade Sefardita”, que consiste num conjunto de atividades culturais em torno da história dos judeus sefarditas no concelho vimiosense, com especial enfoque nas localidades de Carção, Argozelo e Vimioso.

De acordo com António dos Santos, vice-presidente do Município de Vimioso, a história dos judeus é um legado que pode promover o concelho, através da realização de roteiros turísticos sobre a cultura judaica e/ou a comercialização de produtos como a “Alheira judaica” ou o “Azeite Kosher”.

“O nosso objetivo é valorizar o que temos de melhor e procurar novos investidores que alavanquem o desenvolvimento do concelho de Vimioso”, justificou.

Sobre a história do povo judeu sefardita – “sefardita” significa o território da península ibérica -, recorde-se que no final do século XV, foi decretada a expulsão dos judeus do território peninsular, com o objetivo de impor a religião cristã a toda população. Com esta decisão, calcula-se que cerca de 200 mil pessoas foram expulsas e aqueles que decidiram permanecer na península ibérica foram obrigados a converter-se ao cristianismo.

No concelho de Vimioso e em particular nas localidades de Carção e Argozelo, ainda há vestígios que comprovam a presença judaica. A arquitetura urbana com ruas muito estreitas e becos sem saída é um desses vestígios.

Segundo o vice-presidente do município de Vimioso, António dos Santos, natural de Carção, outro vestígio da presença judaica são as soleiras das portas.

“Nas soleiras das portas eram desenhados cruciformes – isto é, a cruz de Cristo envolvida por um triângulo – para assinalar que aí vivia uma “nova” família cristã, embora na prática essas famílias continuassem fiéis à fé e tradições judaicas”, informou.

Segundo António Santos, outros sinais da presença judaica no concelho de Vimioso são alguns rituais, objetos, hábitos alimentares e mesmo os testemunhos de pessoas de várias gerações, que ainda hoje se orgulham de ter descendência judia.

Em Carção, para preservar a história judaica na aldeia foi edificado o Memorial aos Judeus e o Museu Marrano.

A designação “marranos” – vulgarmente atribuída aos porcos nos tempos inquisitoriais – era um nome depreciativo atribuído aos judeus convertidos à força ao cristianismo e que durante séculos permaneceram, ocultamente, fiéis à fé judaica e às suas normas, designadamente na alimentação, abstendo-se de comer carne de porco.

António Santos, confirmou que na aldeia de Carção existiam muitas pessoas de origem judaica que foram obrigadas, no tempo da inquisição, a converterem-se ao cristianismo.

“Antigamente as pessoas tinham medo – por causa da perseguição – e vergonha em dizer que eram judeus. Mas hoje, isso já não acontece e as pessoas descendentes de judeus têm mesmo orgulho em reconhecer publicamente a sua origem.», disse.

De acordo com o autarca, os “judeus sefarditas eram sobretudo os comerciantes, os artesãos (que se dedicavam ao fabrico das peles e da cola) e os almocreves (vendedores ambulantes).

“De Carção partiam os almocreves, com mulas carregadas de produtos como ovos, sardinhas, azeite, peles e cola para serem comercializados em toda a zona norte, de Viseu até ao Porto”, contou.

A vereadora da cultura do município de Vimioso, Carina Lopes, especificou que o objetivo dos “Encontros no Planalto – Cultura e Identidade Sefardita” tem por objetivo valorizar esta herança cultural judaica no concelho e aproveitá-la para dinamizar o turismo, com a atração de novos públicos.

“Ao longo dos três dias do evento vão ser desenvolvidas várias atividades, desde a exposição de fotografia, cinema, música, o mercadino Kosher e as conversas sobre a história do povo sefardita no concelho de Vimioso”, adiantou.

Os “Encontros no Planalto – Cultura e Identidade Sefardita” são um iniciativa do município de Vimioso, sendo que a conceção e produção do evento está a cargo da empres Ideias Emergentes e é co-financiado pelo programa governamental “Garantir Cultura”.

HA

Vimioso: Caminhada para celebrar o Dia do Trabalhador

Vimioso: Caminhada para celebrar o Dia do Trabalhador

A freguesia de Vimioso está a organizar uma nova caminhada, desta vez no Domingo, dia 1 de maio, proporcionando assim aos vimiosenses (e outros inscritos) a oportunidade de comemorar o Dia do Trabalhador, através da atividade física, do contato com a natureza e do convívio entre os participantes.

De acordo com o presidente da Freguesia de Vimioso, José Manuel Alves Ventura a “Caminhada do Dia do Trabalhador” vai dar a conhecer a envolvência natural do rio Angueira.

Assim e ao longo de 14 quilómetros, os participantes vão descobrir o seguinte precurso:

9h30 – Saída do edifício da Frágua (Eiras da Portela)

  • Vale de São Miguel
  • Caleja da Tapada
  • Caminho do Beneiro
  • Açude de Vale Cortiços
  • Beira do rio Angueira até ao moínho das Joanas *Reforço alimentar (Água, sumos, Filhoses e pão com chouriço)
  • Caminho até à Janal
  • Parque de Campismo até ao campo de futebol
  • Caminho do Cerro
  • Chegada ao edifício da Frágua (Eiras da Portela)

O almoço comunitário vai ser servido na sede da Freguesia de Vimioso, entre as 13h00 e as 13h30.

As inscrições para a “Caminhada do Dia do Trabalhador” decorrem até 17h00 de quinta-feira, dia 28 de abril.

A Freguesia de Vimioso informa que as inscrições para a caminhada podem ser realizadas, presencialmente, na sede da freguesia de Vimioso, situada na rua do Parque Municipal, nº5, em Vimioso ou em alternativa através do telemóvel nº 966 297 388.

Para além da caminhada, a freguesia de Vimioso está a promover outras atividades, como a ginástica de manutenção, que decorre às segundas-feiras e quartas-feiras, das 20h30 às 21h30. E a dança Zumba, às terças-feiras e quintas-feiras, das 20h30 às 21h30. Estas atividades são gratuitas, destinam-se a todas as idades e realizam-se no salão da junta de freguesia de Vimioso.

No mês de junho, a freguesia de Vimioso adiantou que vai organizar a festa de São João (24 de junho), proporcionando aos vimiosenses um novo momento de confraternização, com uma sardinhada e um caldo verde.

HA

Ciclismo: III Volta ao Nordeste promoveu a região

Ciclismo: III Volta ao Nordeste promoveu a região

Concluiu-se no dia 24 de abril, a III Volta ao Nordeste em Bicicleta, com etapas em Bragança, Vimioso, Miranda do Douro e Alfândega da Fé, tendo sido vencedor o ciclista Daniel Pinto, que percorreu os 202 quilómetros da prova, em 4 horas 29 minutos e 16 segundos.

A prova desportiva é organizada pela Associação Regional de Ciclismo e Ciclo-Turismo de Bragança (ACB) e tem por objetivo promover o ciclismo de estrada no distrito de Bragança e simultaneamente dar visibilidade às excelentes condições que a região oferece para a prática desta modalidade.

A III edição da Volta ao Nordeste contou com o apoio dos municípios de Bragança, Vimioso, Miranda do Douro e Alfândega da Fé.

Ao longo do ano, a Associação Regional de Ciclismo e Ciclo-Turismo de Bragança (ACB) realiza várias iniciativas com o objetivo de promover a modalidade. Entre estas atividades, destacam-se, por exemplo, as provas regionais e o campeonato de BTT no distrito de Bragança; o Open do Ciclismo de Estrada; os Encontros nas Escolas, para promover o ciclismo infantil e juvenil; e vários passeios, que não tendo caráter competitivo, permitem aos participantes conhecer e desfrutar da paisagem transmontana.

Miranda do Douro: Nossa Senhora da Luz atraiu milhares de visitantes

Miranda do Douro: Nossa Senhora da Luz atraiu milhares de fiéis e visitantes

No fim-de-semana de 23 e 24 de abril, milhares de portugueses e espanhóis dirigiram-se ao Santuário de Nossa Senhora da Luz, em Constantim, para participar na festa em honra de Nossa Senhora da Luz.

Milhares de portugueses e espanhóis participaram na Festa em Honra de Nossa Senhora da Luz, em Constantim.

No Domingo, dia 24 de abril, celebrou-se a Missa Campal seguida da procissão com as imagens de Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora do Naso e a Virgem de La Soledad.

Após dois anos de interrupção forçada por causa da pandemia, o padre Manuel Marques, felicitou os milhares de pessoas presentes no recinto do Santuário de Nossa Senhora da Luz, que aí se dirigiram para celebrar a fé, na companhia de Nossa Senhora.

A par da devoção e das celebrações religiosas realizou-se também a tradicional feira internacional, em plena fronteira, e que voltou a despertar o interesse de portugueses e espanhóis.

Miranda do Douro: “Músicas da Raya” levaram alegria a São Martinho

Miranda do Douro: “Músicas da Raya” levaram alegria a São Martinho

No âmbito dos Concertos da Primavera, a Igreja paroquial de São Martinho acolheu no serão do dia 23 de abril, o concerto “Músicas da Raya”, protagonizado por Paulo Meirinhos e Luís Antonio Pedraza, que proporcionou à população local um belo serão musical.

No passado sábado, a população de São Martinho saiu de casa e encheu a igreja paroquial, para assistir ao concerto musical promovido pelo município de Miranda do Douro.

O projeto “Músicas da Raya” iniciou-se em 2016, quando os músicos Paulo Meirinhos e Luís Antonio Pedraza realizaram um concerto conjunto, em Trabazos (Alcañices). Ao que parece, a experiência correu tão bem, que os músicos português e espanhol decidiram continuar a trabalhar juntos.

“Este nosso projeto transfronteiriço pela sua originalidade e durabilidade é único em toda a raia, desde a região sul da Andaluzia até à Galiza”, destacou Luis Antonio Pedraza.

Sobre os temas interpretados no concerto “Músicas da Raya”, o músico espanhol explicou que são escolhidas músicas dos dois lados da fronteira.

A respeito do trabalho conjunto com Paulo Meirinhos, disse que o músico português, fruto da sua vasta experiência transmite temperança, racionalidade, equilíbrio e maturidade. Ao passo que ele aporta força, energia e um maior à-vontade no contato com o público.

De acordo com Paulo Meirinhos, muitos dos temas interpretados pelo duo “Músicas da Raya”, são canções que lhes foram transmitidas oralmente pelas pessoas mais velhas. Sobre o risco dessa memória oral cair no esquecimento, o músico português revelou que continua a trabalhar para que esse legado não desapareça.

“Hoje vamos apresentar uma música que aprendemos há bem pouco tempo com o senhor Patrício, natural de São Martinho, e que fala da importância da fronteira”- Paulo Meirinhos.

Uma das pessoas presentes no concerto foi o presidente da freguesia de São Martinho, Lisis Gonçalves. O jovem autarca referiu que esta é mais uma atividade que visa proporcionar o bem-estar da população da aldeia, maioritariamente idosa.

“Ao longo do dia, por iniciativa da freguesia e do CLDS Miranda CumBida, realizámos uma atividade comunitária com a confeção do folar e da bola doce. O objetivo foi proporcionar um momento de convívio entre as várias gerações. E ainda bem esta atividade que coincidiu com o concerto de Primavera, o que fez deste data um dia memorável” – Lisis Gonçalves.

A senhora Teresa Meirinhos, residente em São Martinho, foi outra das pessoas que assitiu ao concerto “Músicas da Raya” e expressou assim a sua felicidade:

“Gostei muito! E o concerto terminou da melhor maneira com esta canção sobre a raia, que eu já conhecia graças à minha mãe”, disse.

Ilídio Fernandes, também natural de São Martinho, assistiu ao concerto juntamente com o filho e a mãe. Visivelmente emocionado expressou o desejo de ver mais inciativas destas na aldeia e sugeriu também a realização de outros eventos, como provas desportivas para atrair mais pessoas a São Martinho.

Miranda do Douro: Estudantes do distrito mostraram ser bons leitores

Miranda do Douro: Estudantes do distrito mostraram ser bons leitores

O mini-auditório de Miranda do Douro acolheu no dia 22 de abril, os alunos das escolas de Bragança, Mogadouro, Vinhais, Vimioso e Vila Flor, para a realização da fase intermunicipal do 15º Concurso Nacional de Leitura.

Esta iniciativa é da responsabilidade da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), enquanto parceira do Plano Nacional de Leitura (PNL) e tem por finalidade incentivar os alunos a adquirem o hábito da leitura enquanto forma de lazer, de conhecimento e desenvolvimento das suas competências linguísticas.

O evento em Miranda do Douro iniciou-se com a atuação de um grupo de gaiteiros e do coro infantil de Miranda do Douro.

O júri do concurso de leitura e argumentação foi constituído por Balbina Mendes, artista plástica. Olga Andrade, representante da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro. E Paulo Preto, professor de música e membro dos Galandum Galundaina.

A sessão contou com a presença da Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, que disse aos jovens alunos que a leitura é um importante apoio na sua vida.

«Os livros fazem-nos viajar e conhecer outras culturas sem sair de casa», disse.

O concurso de leitura e argumentação desenrolou-se em várias etapas.

Inicialmente, coube aos alunos dos 1º e 2º ciclos lerem trechos dos livros “Bicicleta à chuva”, de Margarida Fonseca Santos e “Todos os escritores do mundo têm a cabela cheia de piolhos”, de José Luís Peixoto.

Os alunos do 3º ciclo, dedicaram-se à leitura e interpretação da obra de António Mota, “Os sonhadores”.

No secundário (10º, 11º e 12º), o livro escolhido foi “O vício dos livros” de Afonso Cruz.

O grupo de alunos de Vimioso foi acompanhado pelo professor Francisco China, que informou que ao longo do 1º e 2º períodos escolares, os alunos prepararam-se para participar nesta fase do concurso nacional de leitura. Quando questionado sobre como se motivam os alunos à leitura, o docente respondeu que a leitura é um hábito que se adquire e um gosto que se desenvolve.

“Cabe-nos a nós, professores, motivá-los à leitura e dizer-lhes que os livros são fontes de conhecimento para toda a vida”- Professor Francisco China.

Os alunos dos vários níveis de ensino expuseram muitas e originais razões sobre os benefícios da leitura, entre as quais se destacaram:

“Os livros dão-nos a conhecer o mundo e os homens”.

“Quando se lê não se perde tempo”.

“Os livros alimentam o espírito.”

“Ter livros é como ter amigos.”

“Ler é conhecer.”

“Comecei a ler e libertei-me!”

Os jovens alunos informaram ainda que a leitura aumenta a capacidade de concentração, diversifica o vocabulário, o que por sua vez, permite expressar melhor as ideias e os sentimentos. E aperfeiçoa a linguagem escrita.

O concurso-espetáculo encerrou com a atuação do grupo de pauliteiricos do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro.

HA