Floresta: Aumentam as exportações da fileira do pinheiro
Em 2022, as exportações da fileira do pinho aumentaram 28%, para o valor recorde de 2.700 milhões de euros, representando 3,4% das exportações portuguesas e 37% das exportações das indústrias da fileira florestal, anunciou o Centro Pinus.
Em comunicado, o Centro Pinus – Associação para a Valorização da Floresta de Pinho destaca que os últimos dados relativos ao comércio internacional divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) “revelam um aumento que supera em mais de 581 milhões de euros o valor registado em 2021, ano em que também se registou um recorde no histórico das exportações portuguesas da fileira do pinho em mais 437 milhões de euros (+25%) comparativamente a 2020”.
Segundo salienta, “estes resultados refletem o aumento da procura de madeira e de resina de pinho justificadas por tendências como o aumento da utilização de madeira em construção ou em embalagens de papel usadas nas vendas ‘online’ e impulsionadas pelas políticas de substituição de produtos da base fóssil”.
“Estamos bastante satisfeitos com a evolução crescente das exportações na fileira do pinho e com um maior reconhecimento externo dos produtos de alto valor acrescentado produzidos em Portugal. Este crescimento afirma a capacidade de adaptação e a resiliência das empresas deste setor”, afirma o presidente do Centro Pinus, João Gonçalves, citado no comunicado.
De acordo com a associação, o subsetor do ‘mobiliário’ continuou destacar-se como o que mais exporta, alcançando em 2022 um novo recorde de 933 milhões de euros (+26%).
Já os subsetores ‘papel e embalagem’ e ‘painéis’ exportaram 586 milhões de euros e 240 milhões de euros, respetivamente, o que representou, em ambos os casos, um crescimento de 24%, enquanto a ‘madeira’ vendeu 522 milhões de euros (+18%) nos mercados externos.
Quanto ao subsetor da ‘resina’, cresceu 19%, com vendas ao exterior no valor de 201 milhões de euros (+19%).
Água: Norte é a região que mais contribuiu para produção de energia hídrica – APA
O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) revelou que o Norte é a região do país que mais contribuiu para produção de energia hídrica do país, salientando o desempenho dos distritos de Bragança e Braga.
“A região Norte, é a região do país que mais contribui para a produção de energia renovável no país, com destaque em particular para a produção hídrica – é aqui que estão as grandes barragens”, indicou Pimenta Machado, durante a sua intervenção na Conferência Inaugural do “Ano OE 2023: Energia e Clima”, em Braga.
Segundo o responsável da APA, em 2022, a bacia hidrográfica do Rio Douro foi responsável por 50% da produção hídrica, seguindo-se depois o Cávado.
Já em 2021, acrescentou, os dados sobre a produção desta energia renovável colocavam o distrito de Bragança e Braga na liderança, seguidos de Vila Real.
Numa abordagem aos desafios da gestão da água em contexto de alterações climáticas, o responsável da APA revelou ainda que é no centro onde mais se produz energia eólica, e no Alentejo e Algarve a fotovoltaica.
“Do ponto de vista da gestão da água, em janeiro, início de fevereiro, temos albufeiras diria quase cheias. No resto do país, diria que há uma linha que percorre o rio Tejo com o Norte e o Centro com mais água e no Algarve menos água. Nesta altura, temos três barragens com níveis inferiores a 20% – Bravura, no barlavento algarvio, Monte da Rocha e Campilhas na Bacia do Sado e que levantam preocupações”, adiantou.
Ainda assim, o vice-presidente da APA considera que Portugal nunca esteve “tão bem preparado” do ponto de vista da gestão da água para lidar com as alterações climáticas.
“O ano passado foi um ano em que aprendemos muito. Foi o terceiro ano mais seco de sempre e, apesar de tudo, para o conjunto das utilizações, não faltou água”, indicou, salientando que foram tomadas medidas preventivas para que tal não sucedesse, e preparado um conjunto de ações para tornar as regiões mais resilientes às alterações climáticas, apontando como exemplo a primeira central de distribuição de energia no Algarve à escala industrial.
A dependência dos recursos hídricos provenientes de Espanha, foi apontado pelo responsável da APA como um dos desafios na gestão da água em contexto de alterações climáticas, que avançou que Portugal depende “mais de 50%” do país vizinho.
De acordo com Pimenta Machado, 60% dos recursos são provenientes de Espanha e 64% do território continental de Portugal está integrado nas bacias hidrográficas de rios internacionais.
O dirigente participou hoje na iniciativa do Conselho Diretivo Nacional da Ordem dos Engenheiros que decretou o ano de 2023 como o “Ano OE Energia e Clima” e que pretende contribuir com propostas concretas aos desafios que se impõe, a apresentar em 25 de novembro, no Dia Nacional do Engenheiro.
Transportes: Governo não promete alta velocidadeporTrás-os-Montes
O secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, rejeitou que a execução do Plano Ferroviário Nacional comece por Trás-os-Montes e não se compromete com a possibilidade de este território vir a ter comboio de alta velocidade.
O responsável pela tutela falava, em Bragança, num sessão sobre o tema “que futuro para a ferrovia em Trás-os-Montes”, no âmbito da iniciativa “Agendas para o Território” promovida pelos dois deputados do PS eleitos por Bragança na Assembleia da República, Sobrinho Teixeira e Berta Nunes.
Autarcas e outras entidades regionais fizeram chegar as pretensões locais ao, durante o período de discussão pública do plano, que termina na terça-feira, nomeadamente que a ligação ferroviária Porto/Vila Real/Bragança tenha perfil de alta velocidade e ligação a Espanha, em Zamora, com passagem no Planalto Mirandês.
Na região pede-se também que o plano comece a ser executado em Trás-os-Montes como um sinal de discriminação positiva, mas o secretário de Estado que não haja “ilusões” pois o comboio não chegará tão depressa como se deseja, não está previsto que seja de alta velocidade, nem que os novos investimentos comecem em Trás-os-Montes.
“Eu sei que isto não é simpático para quem vive nos territórios, mas a geografia é o que é, eu tenho que começar por estruturar a espinha dorsal do país para depois servir o resto do território ena ferrovia é a mesma coisa”, afirmou.
O governante vincou que Portugal “tem a população quase toda no eixo Braga/Faro e todas as infraestruturas de transporte se ligam de uma forma ou de outra a esse eixo”, pelo que “sem estruturar esse eixo a utilidade das outras infraestruturas fica muito prejudicada”.
“Não há ilusões de que isto vai acontecer já amanhã. É compreensível que as pessoas que foram abandonados pelo caminho-de-ferro têm alguma impaciência e vê-lo regressar tão depressa quanto possível. Não estou a dizer que isto nunca vai acontecer, estou a dizer que não vai acontecer tão cedo como as pessoas esperam, mas temos que trabalhar para que isto aconteça”, declarou.
A região, concretamente todo o distrito de Bragança, está sem comboio há 30 anos e se demorar outro tanto tempo a regressar, para o secretário de Estado “é um feito notável” como o foi o plano rodoviário nacional, em que Bragança foi a última do país a ter autoestrada.
O deputado eleito pelo PS, Sobrinho Teixeira, ouviu e promete “luta” para que se faça a “disrupção” com a forma como os territórios do Interior, como Bragança, têm sido tratados.
“Se nós fazemos sempre tudo da mesma maneira, as coisas ficam sempre iguais e os primeiros ficam cada vez melhores e os últimos ficam cada vez piores”, afirmou.
O parlamentar salientou o que já foi alcançado até agora, nomeadamente a inclusão da ligação ferroviária Porto/Vila Real/Bragança/Zamora, proposta pela Associação Vale D´ouro e defendida pelos autarcas locais.
A linha foi contemplada, mas a pretensão da alta velocidade “é uma questão que não se coloca, neste momento” para o secretário de Estado que defende que tem é “que garantir um tempo de viagem inferior ao do automóvel”.
A Associação Vale D´ouro propõe também que esta nova linha ferroviária passe a ser o corredor internacional atribuído à ligação Aveiro/Viseu/Salamanca.
O governante alega que “todo o trabalho já foi feito sobre esta ligação”, enquanto a nova linha prevista para Trás-os-Montes “está agora a ser colocada de novo”.
“Se esta é mais viável, não é no âmbito do Plano Ferroviário que se vai chegar a essa questão”, referiu, indicando que com as novas metas europeias para os corredores internacionais de mercadorias, as duas linhas poderão vir a ser necessárias para esse fim.
O que a Associação Vale D´ouro pretende, como referiu o presidente Luís Almeida “é que se possa passar os próximos dois, três anos a discutir, a estudar, qual das duas soluções é que deve ser executada prioritariamente.
O secretário de Estado remeteu para futuros governos esta e outras decisões, nomeadamente a calendarização e prioridades de execução do plano “de acordo com a capacidade de investimento que o país tiver”.
“O que este plano ferroviário é suposto definir é se o país tivesse dinheiro infinito, qual é que era a rede ferroviária que nós construíamos de hoje para amanhã, que é a adequada para servir o território”, acrescentou.
Miranda do Douro: CDMD quer chegar à final da taça distrital
Na próxima sexta-feira, dia 3 de março, o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) vai participar na Final Four da Taça Distrital de Futsal, da Associação de Futebol Bragança (AFB) e no jogo das meias-finais (21h30) vai jogar contra o Sporting de Moncorvo.
A fase final da taça distrital vai realizar-se no pavilhão municipal de Macedo de Cavaleiros e na outra meia-final, a Escola de Futsal Arnaldo Pereira vai defrontar o Grupo Desportivo Torre Dona Chama (19:30).
Depois, às 21h30 é a vez da equipa de Miranda do Douro defrontar o Sporting de Moncorvo.
Na presente época, a equipa de futsal do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), ocupa o 2º lugar no campeonato, com 24 pontos (menos dois que o líder Torre Dona Chama) e alcançou a final four da taça. O presidente do clube mirandês, Nuno Martins, mostrou-se orgulhoso pelo desempenho da sua equipa.
“Dada a grande competitividade entre a maioria das equipas, estou muito satisfeito com o trabalho que estamos a realizar. Destaco que no campeonato estamos a lutar pelo primeiro lugar. E na taça conseguimos o objetivo de chegar final four. E aqui chegados, tal como as outras três equipas, queremos conquistar um lugar na final. Mas para isso, temos que vencer a meia-final de sexta-feira, diante do Sporting de Moncorvo”, disse.
Se vencer a meia-final, a equipa de Miranda do Douro vai disputar a final da taça distrital no dia seguinte, sábado, dia 4 de março, às 21h45, defrontando o vencedor do encontro entre EF Arnaldo Pereira vs Torre Dona Chama.
A equipa que vencer a taça distrital, vai suceder ao atual detentor do troféu, o Águia FC Vimioso.
Futsal: Mirandeses venceram o deby e lutam pelo campeonato
No derby concelhio realizado no dia 24 de fevereiro, o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) venceu Grupo Desportivo Sendim, por 5-3, graças a uma contundente reviravolta, o que permitiu à equipa mirandesa continuar na luta pela conquista do campeonato.
Aos 35 minutos, o mirandês, Finha, confirmou a vitória do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) , ao apontar o 5-3 final.
O jogo realizado no pavilhão multiusos, em Miranda do Douro, registou uma grande afluência de público para assitir ao sempre emocionante encontro desportivo entre as equipas do concelho de Miranda do Douro, o CDMD, até então 2º clssificado e o GD Sendim 3º classificado..
Na primeira parte do desafio, ambas as equipas entraram com bastante prudência e respeito pelo adversário, procurando jogar com precisão e sem cometer erros. Ainda assim, os sendineses deram mostras de querer assumir a iniciativa do jogo e foram mais determinados na posse da bola e na procura da baliza adversária.
Foi por isso que aos 13 minutos, surgiu o golo inaugural do jogo, 0-1, na sequência de uma transição rápida do Sendim, iniciada pelo capitão, Hélder, e concluída por Jantarada.
O sendinês, Rúben Jantarada, inaugurou o marcador (0-1), aos 13 minutos.
Este golo desnorteou a equipa mirandesa e na jogada seguinte, o Sendim, aumentou a vantagem por 0-2, por intermédio de Simão.
A melhor resposta dos mirandeses foi dada por Ricky, aos 17 minutos, ao isolar-se mas diante de Paulo Ferreira, não conseguiu desfeitear o guardião sendinês.
Antes do intervalo, o Sendim poderia ter chegado ao terceiro golo, num bom trabalho de Manuel João, ao rodar sobre um adversário e cruzar para o segundo poste, mas Ângelo chegou um pouco atrasado.
Na segunda parte, os mirandeses entraram com outra atitude: foram mais pressionantes e proativos. Logo no recomeço do jogo (21′), Castro fugiu ao adversário direto, cruzou para o segundo poste, onde estava Gaby, para reduzir para 1-2.
Na segunda parte do jogo, o Clube Desportivo de Miranda do Douro operou uma reviravolta no marcador iniciada por Gaby, aos 21 minutos.
Esta entrada surpreendeu os sendineses e no minuto seguinte, aos 22 minutos, Ricky rematou forte, com o remate a ser desviado por um defesa do Sendim, levando a bola para o fundo das redes 2-2.
A equipa comandada por Bina Ropdrigues, respondeu, numa jogada de insistência de Edson, com um primeiro remate a ser defendido por Pina, e no ressalto o jogador sendinês empurrou a bola para o 2-3, aos 29 minutos de jogo.
Perante esta contrariedade, os mirandeses não desanimaram e Castro deu mostras da insatisfação, com um duplo remate que obrigou Paulo Ferreira a duas grandes defesas.
Aos 32′, o mesmo Castro, voltou a rematar cruzado e rasteiro, para empatar novamente o jogo, 3-3.
O Sendim respondeu por Jantarada, mas o guarda-redes mirandês, Pina, antecipou-se e não permitiu o remate ao sendinês.
Neste período o desafio estava eletrizante.
Aos 33′, Nickas apareceu no jogo, foi à linha e cruzou para a área onde estava novamente Gaby, para adiantar pela primeira vez no jogo, o Clube Desportivo de Miranda do Douro: 4-3.
Dois minutos depois (35′), os mirandeses confirmaram a reviravolta no marcador, através de um bom movimento de Finha, que numa posição frontal rodou sobre o adversário e rematou colocado para o 5-3 final.
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Equipas:
Clube Desportivo de Miranda do Douro: Pina, Guilherme, Caio, Vitor Hugo, Ricky, André, Diogo, Gaby, Cristal, Nickas, Couto (cap.), Castro e Finha.
Treinador: Paulo Gonçalves
“Na primeira parte do jogo fomos muito suaves diante de uma equipa aguerrida como é o Sendim. Na segunda parte, corrigimos a nossa atitude, entrámos mais proativos e a objetivos na procura da baliza adversária. E com muito empenho conseguimos recuperar da desvantagem no marcador e chegar ao 5-3 final. Quero felicitar o Grupo Desportivo Sendim pelo excelente campeonato que está a realizar.” – Vitor Hugo
Grupo Desportivo Sendim: Paulo Ferreira, Gabriel, Manuel João, Banco, Diogo, António Pereira, Nedson, Quitério, Leonel, Simão, Ângelo, Altino e Hélder (cap.) / Fisioterapeuta: Fernanda Castro / Diretora Técnica: Anabela Preto
Treinadora: Bina Rdodrigiues
“Na primeira parte, entrámos muito bem: fomos sólidos a defender e objetivos a atacar, o que nos permitiu chegar aos dois golos de vantagem. E poderíamos ter feito mais golos. Mas na segunda parte, entrámos desconcentrados e consentimos que o adversário restabelecesse a igualdade em apenas dois minutos. Esta desconcentração saiu-nos cara. Recordo que a equipa do Sendim ainda está em construção e há detalhes no jogo que temos aperfeiçoar. Estamos tristes pela derrota. Parabéns ao Clube Desportivo de Miranda do Douro pela vitória.” – Bina Rodrigues.
Segurança: GNR com investimento de cinco milhões de euros no distrito de Bragança
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, indicou que está em curso um investimento de cinco milhões de euros no distrito de Bragança para melhoria das condições de trabalho da Guarda Nacional Republicana (GNR).
O governante falava nas comemorações do Dia da Unidade do Comando Territorial de Bragança, que decorreram em Carrazeda de Ansiães, onde falou do investimento que está a ser feito nas forças de segurança e que, nesta região, contempla seis quartéis da GNR.
O investimento estimado é de cerca de cinco milhões de euros, embora o ministro tenha advertido para o contexto das obras públicas que “estão a ser adjudicadas acima do que era previsto, dado os efeitos da inflação”.
Dos investimentos previstos para o distrito de Bragança, um já está em curso, o quartel da GNR de Vimioso, e cinco estão em projeto de execução, nomeadamente os de Vinhais, Rebordelo, Carrazeda de Ansiães, Argozelo e Alfandega da Fé.
Não havendo imprevistos, segundo José Luís Carneiro, os projetos de execução deverão estar concluídos até março, abril, os contratos com as câmaras municipais serão feitos entre abril e junho, e haverá condições para lançar as obras a concurso entre junho e julho.
Depois disso, será necessário contar “com cerca de seis meses em termos de concurso público”, como acrescentou, o que implicará a conclusão de todo o processo administrativo só no final do ano.
Estes investimentos nos quartéis da GNR do distrito de Bragança fazem parte das obras em curso em todo o país, que totaliza 607 milhões de euros, 123 milhões dos quais estão em execução.
O ministro lembrou que o distrito de Bragança foi também reforçado, em 2022, com 34 novos militares da GNR e disse que para 2023 irão ser avaliadas “as necessidades e se é necessário reforçar os meios”.
O governante destacou que Bragança é um dos distritos portugueses que contribuiu para que Portugal seja considerado um país seguro, com níveis de criminalidade baixos, e o registo de menos 100 ocorrências em 2022, quando comparado com 2019, o ano antes da pandemia.
A GNR é responsável pela maior parte do território do distrito de Bragança, com um efetivo de 625 elementos que o comandante distrital, Lobo de Carvalho, disse que “são suficientes para prestar um serviço de qualidade e de segurança”.
O comandante indicou que o propósito é esta força crescer, nesta região, em áreas como o apoio ao patrulhamento e “qualificar ainda mais as especialidades dos serviços, nomeadamente na investigação criminal” ou no serviço de proteção do ambiente e da natureza.
“Nós não podemos esquecer que este território é um território vastíssimo que tem características e assimetrias notórias e a Guarda Nacional República tem que estar preparada em todos esses contextos”, considerou.
“Implica e exige um elevado grau de prontidão para estar no terreno e junto do cidadão, mitigar tudo aquilo que de nefasto possa ocorrer, mas significa também qualificar ainda mais os nossos homens”, acrescentou.
O comandante salientou ainda que a Guarda tem a “perceção de que na generalidade existe um sentimento de segurança reforçado, para lá dos indicadores formais da criminalidade”, nesta região.
“Nós vemos isso no nosso dia a dia no contacto permanente que temos com a sociedade do distrito de Bragança”, referiu.
Ensino: Congresso junta diretores das escolas públicas, privadas e profissionais
O Congresso das Escolas realiza-se nos dias 3 e 4 de março, em Braga, e vai voltar a juntar diretores das escolas públicas, privadas e profissionais para discutirem preocupações comuns, pela primeira vez desde a pandemia da covid-19.
“O nosso objetivo foi juntar, no mesmo espaço, os diretores de todo o tipo de estabelecimentos de ensino: escolas públicas, privadas e das escolas profissionais. Todos juntos e a discutir os mais diversos temas que preocupam as escolas”, explicou o diretor executivo da Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), Rodrigo Queiroz e Melo.
Organizado pela AEEP, a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), a Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) e a Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO), o primeiro Congresso de Escolas realizou-se em 2017, em Lisboa, com o alto patrocínio do Presidente da República, e novamente em 2019.
A ideia era repetir a cada dois anos, mas a pandemia da covid-19 obrigou a adiar a terceira edição, que decorre, dois anos após previsto, nos dias 3 e 4 de março, em Braga, contando já com mais de 400 inscritos.
O público-alvo, explica o presidente da ANDAEP, Filinto Lima, são todos os membros da comunidade educativa, e não apenas os diretores, para uma discussão abrangente sobre diferentes temas que importam às escolas, independentemente do setor.
Pedagogia, o perfil dos docentes, literacia, os media e o papel da arte nas aprendizagens são alguns dos temas que vão estar em discussão durante os dois dias, além de outros, como a felicidade e bem-estar, a inovação pedagógica ou educação inclusiva, que acabarão por refletir as experiências durante a pandemia da covid-19.
“Enquanto escolas, temos muito mais que nos une do que aquilo que nos divide”, sublinhou Rodrigo Queiroz e Melo, considerando que os diretores, sejam do público, privado ou profissional, preocupam-se, sobretudo, com o ensino dos alunos e essa “é uma preocupação comum”.
Manuel Pereira, presidente da ANDE, concorda: “Cada um tem o seu objetivo, o seu trabalho, mas quilo que nos une, neste caso, é a qualidade da educação e do trabalho que fazemos nas escolas”.
Para o diretor do Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto, em Cinfães, o Congresso é uma oportunidade para partilhar visões e experiências em que todos têm em vista a melhoria da qualidade do ensino.
“Todos querem o melhor para o público que servem, que são os nossos alunos”, acrescentou Filinto Lima, considerando que a competição em que muitas vezes parecem ser colocadas não existe.
Além dos membros das quatro associações, vão também participar no Congresso Licínio Lima, investigador e professor na Universidade do Minho, Henrique Leitão, historiador na Universidade de Lisboa, e Paulo Baldaia, jornalista.
Miranda do Douro: Município apela à participação de todos para salvar o mirandês
A presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, apelou à participação de todos na defesa do futuro da língua mirandesa, após a revelação de um estudo que dá conta de que este idioma está numa “situação crítica”.
“Não podemos enterrar a cabeça na areia e fazer de conta que não há problemas com a língua mirandesa. É natural que olhemos para este estudo da Universidade de Vigo com preocupação. Por este motivo é importante a participação de todos na defesa da nossa língua mãe”, disse a autarca.
De acordo com um estudo revelado pela Universidade de Vigo, a língua mirandesa está numa situação “muito crítica” devido ao abandono desta forma de falar por parte de entidades públicas e privadas.
“Enquanto autarca, assumo esta questão grave e dramática. Mas historicamente também há responsabilidades que têm de ser apontadas a vários quadrantes e quem poderia ter feito mais e não o fez. Agora, e em colaboração com várias entidades, que achamos que são as mais indicadas, todos juntos vamos unir esforços para a defesa e promoção da língua mirandesa como sendo uma obrigação”, vincou Helena Barril.
No que toca ao ensino da língua mirandesa, a autarca disse que tem havido “melhoria substancial” nos últimos anos e que se deu “um passo em frente”.
“Apesar de estar inscrita no Orçamento do Estado (OE) uma verba de 100 mil euros para a criação de um organismo de defesa da língua mirandesa, pretendemos que o assunto não fique só pelo papel. Exigimos a criação do Instituto da Língua Mirandesa”, defendeu a autarca de Miranda do Douro.
Para Helena Barril, é também importante a assinatura da Carta Europeia das Língua Minoritária.
“O mirandês é o mais notável elemento de união e de coesão de todos os mirandeses e é também a nossa principal marca identitária e distintiva. É, ao mesmo tempo, um poderoso fator de desenvolvimento económico, é a base da nossa cultura, que também nos distingue, e desempenha um papel de integração social fundamental. Não exageramos se dissermos que o mirandês é a maior de muitas das nossas vantagens competitivas no contexto nacional, europeu e internacional”, enfatizou.
A autarca desafiou ainda universidades e institutos politécnicos a juntar-se à defesa da língua mirandesa.
De acordo com a autarquia de Miranda do Douro, “as instituições locais, municipais, nacionais e europeias, mas acima de tudo o povo da ‘Terra de Miranda’, em conjunto, individualmente ou em grupo, têm o dever e o direito de se envolver e todos colaborar nesta missão, incluindo aqueles que não sabendo falar mirandês reconhecem a sua importância e o seu valor”.
Iniciado em 2020, o estudo da universidade galega estimou em cerca de 3.500 o número de pessoas que conhecem a língua, com cerca de 1.500 a usá-la regularmente, identificando uma rotura com este idioma, sobretudo nas gerações mais novas, através de uma “forte portugalização linguística”, assente em particular na profusão dos meios de comunicação nas últimas décadas, e na identificação do mirandês com ruralidade e pobreza locais.
Este estudo tem por base 350 inquéritos feitos à população do concelho de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, em março de 2020, por uma equipa de alunos da Universidade de Vigo, designada por “Brigada da la Léngua” (Brigada da Língua).
Para os responsáveis pelo estudo “Usos, Atitudes i Cumpetencias Lhenguíticas de la Populacon Mirandesa”, as autoridades portuguesas “têm a obrigação de proteger e salvaguardar o mirandês para toda a humanidade, como protege e investe no lince ibérico ou nas florestas autóctones”.
As conclusões do estudo apontam que a rotura com este idioma transmontano se dá “sobretudo nos nascidos entre 1960-1980”, quando “se operou uma forte portugalização linguística”, através “da imprensa, rádio, TV, escola e administração pública”.
Mantendo-se a situação, “a este ritmo é possível que o mirandês morra antes [dos próximos] 30 anos”, conservando-se apenas como “um latim litúrgico para celebrações”, sem ser “língua para viver a diário”, indicou o estudo que ainda não tem data para a sua apresentação oficial.
Este trabalho contou com a colaboração da Associação de Língua e Cultura Mirandesa e do município de Miranda do Douro.
A língua mirandesa é uma língua oficial de Portugal desde 29 de janeiro de 1999, data em que foi publicada em Diário da República a lei que reconheceu oficialmente os direitos linguísticos da comunidade mirandesa.
Gen 2, 7-9; 3, 1-7 / Slm 50 (51), 3-6a.12-14.17 / Rom 5, 12-19 / Mt 4, 1-11
E, por fim, teve fome (Evangelho).
Cristo é tentado quando tem fome. Não estava num bom momento, não estava na posse de todas as suas capacidades. Estava fragilizado.
O mau espírito aguarda estes tempos para nos tentar. Quando tudo está bem, raramente surge com toda a sua força, vindo manipular-nos, de forma insinuante e discreta, rumo à egolatria e às suas consequências. Mas, mais que tudo, ele esperará pela fragilidade, pela vulnerabilidade, pelo momento em que tenhamos fome. Aí sim, ele atacará em força.
Até podemos ser as pessoas mais confiantes e virtuosas do mundo, com nervos de ferro e preparadas para tudo. Contudo, quando nos sentimos frágeis, quando nos sentimos despidos, como Adão e Eva, desarmados, expostos a toda a espécie de intempéries e feras, caímos na conta de para quão pouco somos. E aí somos presa fácil.
Quando me deixo encontrar por esta passagem das tentações de Jesus, acabo sempre por parar neste subtil pormenor que torna palpável a dimensão da luta de Jesus com o Diabo: Cristo estava com fome. Como lutar quando me sinto sem forças? Como Cristo, pois aqui há também uma boa notícia: Ele resistiu à tentação. Não foi imune, mas resistiu-lhe. E fê-lo recorrendo à Sagrada Escritura.
As suas respostas diante do Tentador partiam sempre da Escritura. Jesus repetia, sem cessar, a fórmula «está escrito». No tempo da fome, Jesus alimentou-se da Sagrada Escritura. Aproveitemos esta Quaresma para voltar à Bíblia, à história da Humanidade com Deus, fortalecendo-nos com as palavras de vida que o Senhor profere. De forma sistemática, começando pelos Evangelhos ou pelo Génesis, ou abrindo a Bíblia ao acaso, façamos a viagem até ao mundo da Palavra e deixemos que Deus nos fale. Se nós escutarmos a sua Palavra, a sua voz ganhará carne na nossa vida.
Tiremos o pó às nossas Bíblias. Arranquemo-las às nossas estantes e libertemo-las do seu cativeiro. E saboreemos a salvação que nos traz o Espírito de Deus, que nos habita e vem em nosso auxílio.
Ensino: Portugal matriculou na escola 4.488 crianças ucranianas
Portugal recebeu pedidos de proteção temporária de 14.265 crianças ucranianas desde a invasão russa àquele país, há um ano, estando 4.488 matriculadas em escolas portuguesas, mas é desconhecida a informação sobre as restantes, informou a Unicef.
Numa nota, no dia que se assinala um ano desde o início da guerra, o Fundo das Nações Unidas para a Infância em Portugal (Unicef Portugal) sublinha que “relativamente à situação das restantes 9.777 crianças que deram entrada em Portugal, não existe informação sobre a sua situação”.
Nesse sentido, lança um apelo urgente ao Governo para que estas crianças sejam inscritas em escolas portuguesas por considerar que esse é “um fator crucial para a sua proteção e integração social”.
Quando se assinala um ano sobre a invasão russa à Ucrânia, que afetou a vida de cerca de 7,8 milhões de crianças ucranianas, a Unicef apela igualmente ao Governo para que garanta que todas as crianças que estão em território nacional estão inscritas na escola e que lhes seja a assegurado o “reforço da aprendizagem de português como língua de acolhimento e serviços de mediação cultural nas escolas”.
O organismo das Nações Unidas apela ainda ao executivo português para um apoio psicossocial nas escolas, a criação de oportunidades para adolescentes, em particular entre os 15 e os 17 anos, que apresentam, frequentemente, maiores desafios na integração nos sistemas de ensino de acolhimento, bem como apoio e informação às famílias sobre os serviços educativos e sociais disponíveis.
A Unicef Portugal pede também que se “assegure a devida articulação entre todas as áreas governativas relevantes (Administração Interna, Igualdade e Migrações, Justiça, Educação, Saúde e Solidariedade, Trabalho e Segurança Social), e a todos níveis (central e local), para que sejam ultrapassadas as barreiras regulamentares e/ou administrativas que podem estar a condicionar ou impedir a identificação das crianças que estão em território nacional e não inscritas nas escolas”.
No âmbito deste apoio, a organização pede ao executivo que mobilize e dote os municípios de capacidade para intervir com as famílias refugiadas, de forma regular, através da criação de serviços próximos da comunidade que permitem acompanhar as famílias e garantir que acedem aos serviços locais.
Sugere ainda que seja criada “uma norma de exceção no Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, para que seja possível garantir a segurança destas crianças e não seja um entrave à sua proteção”.
A Unicef diz que “está também a trabalhar com o Ministério da Educação e Ciência da Ucrânia para que conceda o pleno reconhecimento das qualificações obtidas no estrangeiro para tranquilizar as famílias e crianças quanto à sua transição suave de volta às escolas ucranianas, sem perda de tempo e créditos no seu regresso à Ucrânia, como muitos ambicionam”.
No documento, a diretora executiva da Unicef Portugal, Beatriz Imperatori, aproveita para afirmar que “é fundamental que o Governo português assegure as condições de proteção e integração destas crianças e acompanhe e avalie, de forma rigorosa e integrada, a sua situação, para que seja possível atuar no imediato e prevenir riscos, como os de abuso, tráfico humano ou abandono escolar”.
“Uma criança que não se sabe onde está, é uma criança potencialmente em risco. Este é uma necessidade que ganha ainda mais pertinência e importância tendo em conta a enorme probabilidade deste conflito militar se estender no tempo, bem mais do que inicialmente era esperado. Temos de estar preparados e equipados para garantir os direitos das crianças, invariavelmente as maiores vítimas em cenários de conflito”, acentua.