São Martinho: Filme “Capa de Honras, a história do menino e do velho” teve lotação esgotada

O filme “Capa de Honras, a história do menino e do velho”, falado em mirandês e realizado por Rui Falcão, foi exibido no serão de Domingo, 20 de agosto, na casa do do povo, em São Martinho e teve lotação esgotada.

Trailer do filme “Capa de Honras La Cuonta de L Garotico I L Bielh”

O filme, em mirandês, conta a história de uma amizade que se estabelece entre um ancião e um menino da aldeia, que sonha ir ao Luxemburgo visitar o pai, emigrante.

Ao longo da curta-metragem de 20 minutos, são evidenciadas algumas das caraterísticas mais identitárias da Terra de Miranda, como são a língua mirandesa, a dança dos pauliteiros, a capa d’honras mirandesa e os produtos endógenos da região, como são os cogumelos silvestres.

O filme foi realizado pelo cineasta Rui Falcão e contou com participação da população do concelho de Miranda do Douro, entre os quais, os pauliteiros da Póvoa. A música do filme é da autoria do compositor, Dinis Meirinhos, natural de São Martinho.

“A ideia de fazer este filme surgiu há vários anos, a propósito da apanha dos cogumelos. A partir daí comecei a construir uma história que envolvesse os emblemas da região, como são a língua mirandesa, os pauliteiros, a capa d’honras e outras tradições que são transmitidas às novas gerações”, explicou Rui Falcão.

Segundo o jovem realizador, neste trabalho cinematográfico também procurou evidenciar algumas das virtudes do povo mirandês, como são a honradez, o sentido de justiça e o respeito para com as pessoas e a natureza.

A exibição do filme “Capa de Honras, a história do menino e do velho”, em São Martinho, coincidiu com o início das Festas em honra de Nossa Senhora do Rosário, que decorrem de 20 a 27 de agosto.

Uma das pessoas presentes na casa do povo, em São Martinho, para assisitir à exibição do filme foi a presidente do município, Helena Barril. Após ter assistido à curta-metragem, a autarca de Miranda do Douro, destacou a mais valia de associar os vários elementos culturais identitários da Terra de Miranda, às virtudes do povo mirandês.

“O filme realizado pelo Rui Falcão, para além de harmoniosa relação que estabelece entre os vários elementos identitários da região, consegue direcionar-nos para as virtudes, como a honestidade, o sentido de justiça e o perdão. O filme diz-nos que é sempre possível reparar o mal com o bem”, destacou.

Antes da exibição em São Martinho, o filme havia estreado no passado dia 25 de julho, no decorrer do 27º AVANCA Festival Internacional de Cinema, onde recebeu o Prémio Competição Avanca e Prémio Estreia Mundial.

O realizador Rui Falcão informou que nos próximos dois anos, o filme vai participar noutros festivais de cinema.

“Entretanto, também gostaria de continuar a mostrar o filme “Capa de Honras, a história do menino e do velho”, no concelho de Miranda do Douro e em especial, na minha aldeia natal, na Póvoa”, adiantou.

HA

Miranda do Douro: Festas culminaram com a missa e procissão em honra de Santa Bárbara

Em Miranda do Douro, as Festas em honra de Santa Bárbara culminaram no passado Domingo, dia 20 de agosto, com a celebração da missa, na concatedral, seguida da procissão pelas ruas da zona histórica da cidade, na qual voltaram a participar centenas de pessoas.

Na procissão foram transportados 11 andores, com imagens dos santos venerados na concatedral de Miranda do Douro, com destaque para Nossa Senhora dos Remédios e Santa Bárbara.

As Festas de Santa Bárbara ou da Cidade de Miranda do Douro decorreram de 16 a 20 de agosto, sendo que a celebração religiosa, que regista habitualmente uma grande participação de pessoas, realizou-se na tarde de Domingo, dia 20 de agosto

Com a concatedral de Miranda do Douro repleta de gente, o padre Manuel Marques, inspirado pela passagem do evangelho (Mt 15,21-28), no qual a mulher cananeia, insistentemente, pede ajuda a Jesus, sublinhou a importância de ir ao encontro de Deus e pedir com insistência.

“Não é sentados em casa que se resolvem os problemas! Quando somos proativos e humildes, quando acolhemos a Deus e aos outros nas nossas vidas, os milagres acontecem. A paz só se alcança com a reconciliação”, disse.

No decorrer da homília da missa, o pároco de Miranda do Douro enalteceu ainda o exemplo de vida dos emigrantes, que com coragem e humildade foram à procura de melhores condições de vida.

“Hoje, também nós temos a obrigação de ser acolhedores para com as pessoas estrangeiras que chegam ao nosso país e que vêm contribuir para o desenvolvimento de Portugal”, disse.

Após a eucaristia, seguiu-se a procissão dos estandartes e das várias imagens de santos, venerados na concatedral, com destaque para Nossa Senhora dos Remédios e Santa Bárbara. A procissão foi acompanhada musicalmente pela Banda Filarmónica Mirandesa e por centenas de pessoas.

Finalizada a celebração religiosa, seguiu-se, às 18h00, o concerto da Banda Filarmónica Mirandesa, no Largo do Castelo.

As festas em honra de Santa Bárbara encerraram na noite de Domingo, com a atuação musical da “Orquestra Magma” e o espetáculo do fogo preso.

As Festas da Cidade e do Concelho de Miranda do Douro são uma iniciativa conjunta do Município de Miranda do Douro, da comissão de Festas de Santa Bárbara, da junta de Freguesia de Miranda do Douro e da Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM).

Após a celebração religiosa seguiu-se um concerto da Associação Filarmónica Mirandesa, no Largo da Castelo, em Miranda do Douro.

HA

Cultura: Promulgação da reorganização da gestão do património cultural

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou os diplomas do Governo que criam dois organismos para gerir o setor do património, museus, monumentos e palácios, esperando que correspondam às expectativas do setor.

Segundo uma nota publicada no ‘site’ da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa promulgou os decretos-lei “esperando que o esforço traduzido nas presentes soluções legislativas, na orgânica do Ministério da Cultura e na política da Cultura, possa corresponder às expectativas do espírito reformista imprimido ao setor”.

Foram promulgados, respetivamente, o diploma que cria a entidade pública empresarial Museus e Monumentos de Portugal, e o que cria o instituto público Património Cultural, e aprova a respetiva orgânica, cuja atividade deverá entrar em vigor oficialmente a 01 de janeiro de 2024.

O Governo tinha aprovado a 27 de julho, em Conselho de Ministros, a versão final dos decretos-lei que criam os dois organismos para gerir o setor do património, museus, monumentos e palácios, com a extinção anunciada da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

A criação destes dois organismos, anunciada em junho, diz respeito a uma reorganização para “tornar a gestão do património cultural nacional mais ágil e eficaz”, explicou o Governo na altura, em comunicado.

Numa audição parlamentar decorrida a 19 de julho, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, disse que a reforma planeada visa “dar um sopro de vitalidade” aos museus portugueses.

Esta reorganização foi anunciada em junho, teve uma apresentação pública em Lisboa e esteve em consulta pública entre as associações representativas do setor, com a sua redação final em decretos-lei aprovados que aguardavam promulgação pelo Presidente da República.

De acordo com o que foi anunciado na apresentação pública a 23 de junho, a Museus e Monumentos de Portugal terá sede em Lisboa e fica responsável pelos museus, palácios e monumentos nacionais que têm à sua guarda tesouros nacionais, coleções de referência, e pelos monumentos ou conjuntos inscritos na Lista do Património Mundial da UNESCO.

Aos jornalistas, Pedro Adão e Silva disse, na altura, que a criação da empresa pública servirá para que os diretores dos museus e monumentos consigam aumentar receitas e tenham mais recursos na gestão.

“A ideia de criar uma empresa pública é para aumentar as receitas, mas não é para distribuir dividendos. É para podermos ter recursos para investir nas coleções, na qualificação dos equipamentos, nos recursos humanos e isso precisa de proatividade da programação”, disse o ministro.

Esta empresa pública terá um conselho de administração, com presidente e dois vogais, um conselho consultivo e um conselho de curadores, não tendo sido anunciada a composição destes órgãos.

O Património Cultural, com sede no Porto, ficará responsável sobre tudo o que esteja relacionado com a gestão e salvaguarda do património cultural classificado ou em vias de classificação, vai gerir o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, o Laboratório de Arqueociências, o Forte de Sacavém, as Bibliotecas e os Arquivos de Arqueologia.

Também ficará com a gestão do Fundo de Salvaguarda do Património Cultural.

De acordo com o Ministério da Cultura, a área dos museus, monumentos e palácios tutelados pelo Estado tinha, em 2022, 1.280 trabalhadores, dos quais 834 estavam afetos à DGPC e 446 às direções regionais de Cultura.

Fonte: Lusa

Vitivinicultura: Faltam trabalhadores para as vindimas

Numa campanha em que se prevê o aumento da colheita de uvas, a falta de trabalhadores está a dificultar o arranque de algumas vindimas na região do Douro, com os produtores a indicarem que este problema que se agrava de ano para ano.

“Já era para ter sido mais cedo”, mas, devido à falta de mão-de-obra, só foi permitido começar agora, afirmou António Boal, da empresa Costa Boal, que, na região do Douro, começou a vindima na zona de Cabeda, no concelho de Alijó, pelo corte das castas de uvas brancas.

A falta de trabalhadores é apontada como uma dificuldade para este produtor que tem vinhas nas regiões do Douro, Trás-os-Montes e Alentejo.

Inclusive, salientou, em Estremoz (Évora), o corte das uvas já deveria ter começado há mais de uma semana e só arrancou na quinta-feira.

Os controlos de maturação que se fazem regularmente nas vinhas determinam a altura ideal para o corte a nível de acidez e de grau da uva, e, segundo explicou, a logística torna-se complicada devido a um problema que se agrava de ano para ano.

O produtor referiu que seriam necessárias entre 20 a 25 pessoas diárias para a vindima “correr normalmente” e no primeiro dia, o empreiteiro agrícola apareceu com sete, aos quais se juntaram aos cinco trabalhadores que já trabalham na propriedade.

“Hoje nós queremos pessoas para trabalhar e não temos. Há mais procura do que oferta”, referiu.

De forma generalizada, as causas apontadas para este problema estão relacionadas com o envelhecimento da população, o despovoamento, mas também com os subsídios que alegadamente afastam os beneficiários do trabalho.

No terreno, tem-se optado por vindimar por castas e, para este ano, António Boal perspetiva uma colheita “12 a 15%” acima de 2022, o que, só na região no Douro, se poderá traduzir numa produção de cerca de “90 a 95 toneladas” de uvas.

Ao contrário do ano passado, de seca intensa, as chuvas de maio e junho vieram “favorecer muito a qualidade do produto final”, esperando o produtor um “ano fantástico tanto de qualidade como de quantidade”.

“A qualidade da uva neste momento está acima da média”, frisou António Boal, que aposta na produção de vinhos de gama média-alta e que acredita que este poderá vir a ser “um ano vintage”.

Mais ao lado, no planalto de Favaios, Mário Monteiro também arrancou esta semana com a vindima das uvas brancas, mais cedo que no ano anterior, recorrendo apenas aos oito trabalhadores diários que chegam das localidades mais próximas. Na próxima semana, o também presidente da Adega de Favaios espera um reforço da equipa, através de um empreiteiro agrícola.

“Por um lado há cada vez mais vinha, por outro há cada vez menos pessoas a trabalhar. Muitas delas já estão reformadas e não querem trabalhar mais, a juventude vai embora, alguns jovens estudantes estarão agora a trabalhar, mas chegando ao princípio de setembro vão embora para as aulas e, então, vai-se notar ainda mais”, retratou o viticultor, que realçou que as “coisas são todos os anos cada vez mais difíceis”.

Lembrou ainda que agosto é o mês das festas populares e das férias.

A par com a escassez de mão-de-obra, Mário Monteiro apontou para outra “grande dificuldade” no Douro, designadamente o “elevado preço dos produtos utilizados na vinha”.

“Está tudo muito mais caro e, em termos de gastos, este foi um ano pior do que o ano passado. Tivemos que deitar mais voltas de sulfate”, frisou.

Com 18 hectares de vinha, este produtor prevê uma “produção maior” nesta vindima e de “boa qualidade”.

Filipe Carvalho, também viticultor em Favaios, disse que a “mão-de-obra cada vez escasseia mais” nesta região e que começou a fazer a sua vindima com trabalhadores que “fazem uma hora e meia a duas horas de viagem por dia”.

O produtor recorre a um empreiteiro agrícola. “As casas com que ele trabalha durante o ano ainda não iniciaram a vindima, portanto sobra pessoal neste momento, mas se calhar daqui a uma semana já é mais complicado”, referiu.

Porque este é um problema que se intensifica de ano para ano, os viticultores do planalto dizem que, no futuro, se terá que avançar para a vindima mecânica. “E aqui em cima temos condições para fazer essa evolução”, defendeu Filipe Carvalho.

Fonte: Lusa

Calor: DGS recomenda medidas face ao aumento da temperatura

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda a adoção de medidas de proteção adicionais, como a ingestão de água, face ao aumento da temperatura prevista para os próximos dias, que pode chegar aos 40 graus em algumas localidades.

Em dias de temperaturas elevadas, a Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda aumentar a ingestão de água, pelo menos 1,5 litros por dia, ou de sumos de fruta natural, sem açúcar, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de atividades que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente desportivas e de lazer no exterior.

A DGS aconselha ainda a dar “atenção especial” aos grupos mais vulneráveis ao calor, como crianças, pessoas idosas, doentes crónicos, grávidas, pessoas com mobilidade reduzida, trabalhadores com atividade no exterior, praticantes de atividade física e pessoas isoladas.

Deve assegurar-se que as crianças bebem frequentemente água ou sumos de fruta natural e que permanecem em ambiente fresco e arejado. A mesma indicação é dada para os idosos e pessoas que vivam isoladas.

“As crianças com menos de seis meses não devem estar sujeitas a exposição solar, direta ou indireta”, reforça a DGS.

Escolher as horas de menor calor para viajar de carro e não permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol são outros dos conselhos que a DGS deixa na sua página de internet.

Nos dias de maior calor, é aconselhado procurar ambientes frescos e arejados ou climatizados, pelo menos 2 a 3 horas por dia e evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11 e as 17 horas.

Deve-se utilizar “protetor solar com fator igual ou superior a 30 e renovar a sua aplicação de 2 em 2 horas e após os banhos na praia ou piscina”, informa ainda a DGS.

A autoridade de saúde recomenda também a utilização de roupa solta, opaca e que cubra a maior parte do corpo, chapéu de abas largas e óculos de sol com proteção ultravioleta.

Os doentes crónicos ou sujeitos a medicação ou dietas especificas devem seguir as recomendações do médico assistente ou do centro de contacto SNS 24, através do número 808 24 24 24.

“Para se proteger dos efeitos negativos do calor intenso mantenha-se informado, hidratado e fresco”, reforça a DGS.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê um aumento da temperatura nos próximos dias, alertando que as temperaturas máximas podem atingir valores próximos dos 40 graus.

Segundo a nota da DGS, em algumas zonas do país, a temperatura poderá atingir, “pontualmente, os 44 graus”.

“As noites terão temperaturas mínimas elevadas, com valores superiores a 20 graus em grande parte do território, podendo mesmo ser de 25 graus em alguns locais do Algarve, Alentejo e na Beira Interior”, lê-se na nota.

Fonte: Lusa

Entrevista: “Estamos a ponderar viver em Portugal” – Celine e Daniel Ribeiro

Daniel Ribeiro, de Braga e Celine Rodrigues, de Algoso, são um casal de jovens lusodescendentes, que vivem e trabalham em Paris (França). Conheceram-se no decorrer de umas férias, no mês de agosto. Namoraram durante sete anos, depois casaram e hoje são pais de três filhos. Num futuro próximo, esta jovem família pondera mudar-se para Portugal, com o objetivo de conciliar melhor a vida profissional e familiar e assim ter mais tempo (e espaço) para o lazer.

Terra de Miranda – Notícias: Vivem e trabalham em França. Como é o vosso dia-dia na cidade de Paris?

Celine Rodrigues: Paris é uma cidade enorme, com cerca de 12 milhões de habitantes. Há muita indústria, sobretudo na área da alta tecnologia, com destaque para o setor automóvel, os produtos químicos, as componentes elétricos, a publicidade, a perfumaria, joalharia e a alta-costura. O ritmo de vida é muito acelerado e a nossa rotina semanal é casa e trabalho. Comparativamente com o tempo de férias que passamos em Portugal, quer na cidade de Braga, quer na aldeia de Algoso, o ritmo de vida é muito mais estressante.

Daniel Ribeiro: Em Paris, todas as manhãs temos que sair de casa muito cedo de casa, por causa da enorme fluxo de trânsito e mesmo assim perde-se uma hora e meia para chegar ao local de trabalho. Antes de trabalhar em França, trabalhei sete anos em Braga e apercebi-me de que em Portugal há mais qualidade de vida. É mais fácil conciliar o trabalho, com o tempo para estar com a família e os amigos.

“Antes de trabalhar em França, trabalhei sete anos em Braga e apercebi-me de que em Portugal há mais qualidade de vida. É mais fácil conciliar o trabalho, com o tempo para estar com a família e os amigos” – Daniel Ribeiro.

Terra de Miranda – Notícias: Que trabalhos realizam em França? E qual é o nível de vida no país?

Celine Rodrigues: Eu sou diretora comercial numa empresa de tecnologia para os media. Vendemos tecnologias para estações televisivas, de vários países, entre os quais Espanha e Portugal.

Daniel Ribeiro: O meu trabalho é na área da climatização e iluminação. Faço programação de centrais de ar para aquecimento ou arrefecimento de prédios e de escritórios. O salário médio, em França, ronda os 1800 a 2000 euros/mês.

Terra de Miranda – Notícias: Ao longo do ano, quantas vez vêm a Portugal? O que mais apreciam nestas visitas ?

Celine Rodrigues: Costumamos vir a Portugal sobretudo no verão, no decorrer do mês de agosto, para gozar 3 a 4 semanas de férias. Ocasionalmente, no Natal ou na Páscoa, também passamos uma semana de férias, em Portugal.

Daniel Ribeiro: Nas férias, em Portugal, aprecio sobretudo os momentos de descanso na praia e o reencontro com os familiares e amigos. A Celina e os miúdos também gostam dos passeios e das idas à praia e ao rio.

Terra de Miranda – Notícias: Alguma vez pensaram em mudar-se para Portugal?

Celine Rodrigues: Dado que nasci em França e estou tão habituada a esse estilo de vida, não pensava nessa possibilidade. Mas o Daniel tem esse sonho, pois já viveu e trabalhou em Portugal. Entre nós, já falamos sobre essa possibilidade. A realizar esta mudança, eu preferia ir para uma grande cidade, como o Porto ou Lisboa, dado que aí há mais oportunidades de trabalho, o clima é agradável, há praia, entre outras vantagens.

Daniel Ribeiro: Eu tenho o sonho de regressar a Portugal, com o propósito de constituir a minha própria empresa.

Terra de Miranda – Notícias: A região do nordeste transmontano tem pouca densidade populacional. Veem-se a viver numa região como esta? Na vossa opinião, o que falta nesta região para a tornar mais atrativa para as pessoas?

Celine Rodrigues: Eu gosto muito de estar em Algoso, porque é uma aldeia bonita, tranquila e que oferece a oportunidade de descansar. Na minha opinião, um modo de desenvolver esta região é continuar a valorizar os produtos locais, como é o caso do azeite. Este produto poderia dar origem a outros produtos como os cosméticos, as infusões, os resíduos para energias renováveis, entre outros derivados. Um exemplo bem sucedido na valorização dos produtos locais é o das compotas “Cristus”, que está a aproveitar o excedente de fruta existente nesta região.

“Na minha opinião, um modo de desenvolver a região de Trás-os-Montes é continuar a valorizar os produtos locais, como é o caso do azeite. Este produto poderia dar origem a outros produtos como os cosméticos, as infusões, os resíduos para energias renováveis, entre outros derivados”- Celine Rodrigues.

Daniel Ribeiro: A região de Trás-os-Montes é muito bonita e outra área que poderiam continuar a desenvolver é o turismo rural, dando maior visibilidade à beleza natural desta região. Na minha área profissional, o mercado na região transmontana é muito reduzido, pelo que não penso viver viver no interior de Portugal.

Terra de Miranda – Notícias: Costuma dizer-se que são os laços afetivos, a ligação à família e aos amigos o que mais nos motiva as pessoas a realizarem mudanças. No vosso caso, que laços afetivos têm em Portugal?

Daniel Ribeiro: Os meus pais, irmãos, avós e os amigos de infância estão todos em Portugal. Para além destes laços afetivos, outra razão de peso que me motiva a querer regressar a Portugal é o stress de viver numa cidade como Paris. Eu gostaria de proporcionar outro estilo de vida à minha família, com mais qualidade. Gostaria, por exemplo, que os meus filhos tivessem mais espaço para brincar, tivessem mais contato com a natureza e o seu tempo livre não se resumisse a estar em casa a ver televisão ou o tablet.

“Eu gostaria de proporcionar outro estilo de vida à minha família. Gostaria que os meus filhos tivessem mais espaço para brincar, tivessem mais contato com a natureza e o seu tempo livre não se resumisse a estar em casa a ver televisão ou o tablet” – Daniel Ribeiro.

Terra de Miranda – Notícias: Neste mês de agosto, a aldeia de Algoso acolhe a estadia de muitas famílias de emigrantes, que vivem e trabalham em países como a França, Espanha, Suiça, etc.. Como é a relação entre todos?

Celine Rodrigues: Desde criança que passo férias em Algoso e estes dias na aldeia já são uma tradição muito aguardada. Nestes dias de reencontro com outros emigrantes, gostamos de conviver e de conversar sobre as novidades das nossas vidas, sejam o nascimento e crescimento dos nossos filhos, as mudanças profissionais, entre outros temas de conversa. Nestes dias, o mais belo é a nossa vontade mútua em aproveitar bem as férias e as festas na aldeia.

Terra de Miranda – Notícias: O mais gostam de fazer na aldeia?

Celine Rodrigues: Eu gosto sobretudo de descansar e de dar pequenos passeios no campo ou até ao castelo. Nestas férias, também gostámos de acompanhar o meu pai e ajudar a limpar os rebentos das oliveiras. Na agricultura, entendo que é importante transmitir aos nossos filhos esta herança familiar e cultural, que é o cultivo do olival.

Daniel Ribeiro: Eu gosto de andar de jipe pelos montes e deixar aos meus filhos brincar à vontade em espaço aberto! Também gostamos de ir às festas da aldeia. E de ajudar o avô nos trabalhos domésticos e agrícolas.

Terra de Miranda – Notícias: Que conselho dariam às pessoas que pensam emigrar para França?

Celine Rodrigues: Diria que a França não é um mar de rosas. E antes de pensar em emigrar, aconselharia as pessoas a tentar todas as hipóteses de trabalho em Portugal.

Daniel Ribeiro: Como emigrante, daria o seguinte conselho: é melhor ganhar menos dinheiro e ter tempo para a família e os amigos, do que viver noutro país apenas pela razão financeira.

“Na aldeia de Algoso, gosto sobretudo de descansar e de dar pequenos passeios no campo ou de caminhar até ao castelo” – Celine Rodrigues.

HA

Campo de Víboras: Inaugurado “Padrão aos Missionários da Boa Nova”

No sábado, dia 19 de agosto, foi inaugurado na aldeia de Campo de Víboras, em Vimioso, um monumento dedicado aos Missionários da Boa Nova, uma obra realizada pelos antigos alunos, com o propósito de homenagear e agradecer a educação recebida nos seminários das missões.

A benção e inauguração do “Padrão aos Missionários da Boa Nova” foi presidida pelo bispo emérito, Dom António Montes.

Na inauguração do monumento participaram cerca de 200 pessoas, entre eles, antigos alunos (e familiares) dos seminários da Sociedade Missionária da Boa Nova (SMBN). Um destes alunos, António Padrão, informou que o monumento edificado na localidade de Campo de Víboras é fruto da vontade de vários antigos alunos que estudaram nos seminários de Tomar, Cernache do Bonjardim, Cucujães, Valadares e Fátima.

“Há 50 anos entrei para um dos seminários da Boa Nova, juntamente com outros companheiros. Com este monumento queremos agradecer aos missionários, a formação e a educação recebidas no percurso da nossa juventude e que foram tão importantes e úteis ao longo da nossa vida”, justificou.

António Padrão, como membro da Associação Regina Mundi (ARM) disse ainda que o monumento agora inaugurado, deve ser motivo de louvor, meditação e gratidão a Deus e a Nossa Senhora da Boa Nova.

O encontro dos antigos alunos da Boa Nova, no Campo de Víboras, contou com a participação online do bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida.

Na videoconferência sobre o “Impacto dos seminários das missões na formação dos alunos, dos territórios do nordeste de Portugal”, D. Nuno Almeida, afirmou que o encontro anual dos antigos alunos da Boa Nova é um motivo esperança.

“Os antigos alunos da Boa Nova receberam nos seminários dons espirituais, humanos e culturais, que são os tais bens que não envelhecem e constituem a verdadeira riqueza. Que o seu exemplo continue a inspirar as novas gerações”, disse.

Na cerimónia, em Campo de Víboras, marcaram presença o bispo emérito de Bragança-Miranda, Dom António Montes, do superior geral da Boa Nova, padre Adelino Ascenso, acompanhado dos missionários Augusto Farias e Luís Vieira e do presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, entre outras personalidades.

Na sua intervenção, bispo emérito, Dom António Montes, referindo-se às mudanças ocorridas na sociedade e na igreja, realçou que embora os seminários atualmente não tenham tantos alunos como no passado, hoje a formação dos seminaristas é mais personalizada e aprofundada.

Por sua vez, o superior geral dos Missionários da Boa Nova, o padre Adelino Ascenso, numa alusão aos jovens evocou as recentes Jornadas Mundiais da Juventude, em Lisboa, e destacou que este acontecimento foi “um veio de esperança, que deve alimentar a igreja, sobretudo nos momentos de desânimo”.

Na sua intervenção, o superior geral da Sociedade Missionária da Boa Nova (SMBN) agradeceu o gesto de homenagem dos antigos alunos, pela edificação do monumento dedicado a Nossa Senhora e aos missionários.

Após a conferência, seguiu-se a benção e inauguração do “Padrão aos Missionários da Boa Nova”. O novo monumento incorpora a imagem de Nossa Senhora da Boa Nova, no topo tem uma cruz e num dos lados está afixada uma placa, com informações sobre o acto da inauguração e duas orações.

O acto da inauguração prosseguiu depois com a celebração da eucaristia, presidida pelo bispo emérito, Dom António Montes. Na homília, o antigo bispo de Bragança-Miranda, destacou a universalidade da Sociedade Missionária da Boa Nova (SMBN), que continua presente em países como Portugal, Angola, Moçambique, Brasil e Japão.

“Agradecemos a Deus, o trabalho fecundo dos missionários da Boa Nova, não só na formação de padres, religiosos e religiosas, mas também na educação de tantos jovens e leigos, que nas várias esferas da sociedade vivem e trabalham segundo os valores do Evangelho de Cristo”, enalteceu.

Concluída a celebração, seguiu-se o almoço-convívio entre todos os participantes. Durante a tarde, houve várias intervenções dos membros da Associação Regina Mundi (ARM), intercaladas com as atuações musicais do grupo de Cantares D’Antanho e do missionário da SMBN, padre Luís Vieira. O encontro dos antigos alunos da Boa Nova encerrou com a apresentação do livro “Diário das Redes Sociais”.

O projeto de construção do “Padrão aos Missionários da Boa Nova” foi um trabalho conjunto entre António Padrão, o arquiteto Jorge Prada e o engenheiro Pinto Miranda, que contou com os apoios do município de Vimioso e da freguesia do Campo de Víboras.

HA

Ambiente: GNR vai fiscalizar exercício da caça durante seis meses

A Guarda Nacional Republicana (GNR) iniciou a 20 de agosto, a ‘Operação Artémis’, que se irá desenvolver até fevereiro, com vista à fiscalização do exercício da caça, de modo a prevenir situações em desconformidade com a lei.

De 20 de agosto até ao dia 28 de fevereiro de 2024, a GNR vai realizar, em todo o território nacional, “ações de fiscalização ao exercício dos atos venatórios, para prevenção, deteção e repressão de situações em desconformidade com as normas legalmente definidas”, anunciou aquela força de segurança.

Segundo o comunicado, a caça é um “recurso natural renovável que, de acordo com a legislação atual, é objeto de uma política específica e de medidas especiais de proteção e conservação, visando a gestão dos recursos cinegéticos”.

Na abertura da época da caça no terreno ordenado, a GNR lembra que “ uma especial atenção às espécies cinegéticas, meses e limite diário de abate”, que constam no calendário venatório, época venatória 2023-2024.

Nesse sentido, a operação irá realizar ações de sensibilização e cooperação no âmbito das atividades relacionadas com o ato venatório, acrescenta a nota.

A GNR informa ainda que as ações têm como objetivo garantir “o respeito pelas medidas de proteção e conservação dos recursos cinegéticos, tendo em vista a sua gestão sustentável”.

Esta operação é desenvolvida através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), “na sua qualidade de polícia ambiental, competente para vigiar, fiscalizar, noticiar e investigar todas as infrações à legislação que visa proteger a natureza, o ambiente e o património natural”

A GNR reforça que tem “como prioridade estratégica a defesa dos valores naturais e ambientais numa perspetiva de alcançar uma melhor segurança e bem-estar para os seres humanos e biodiversidade”.

Fonte: Lusa

São Pedro da Silva: Mulher de 60 anos morreu afogada

No Domingo, dia 20 de agosto, uma mulher com cerca de 60 anos morreu de afogamento, após queda para uma charca na localidade de São Pedro da Silva, no concelho de Miranda do Douro, informou fonte da Proteção Civil.

“Os bombeiros de Miranda do Douro foram alertados para uma situação de afogamento, numa charca agrícola em São Pedro da Silva, no concelho de Miranda do Douro. À chegada ao local a sexagenária foi retirada da água e de imediato se iniciaram manobras de reanimação”, indicou fonte do comando sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Terra de Trás-os-Montes.

O alerta foi dado cerca das 15:20, de Domingo, dia 20 de agosto.

Nas operações de socorro estiveram envolvidos 13 bombeiros apoiados por seis viaturas dos bombeiros, a que se juntaram a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV), estacionada em Mogadouro e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) estacionada em Bragança.

A GNR tomou conta da ocorrência.

Fonte: Lusa

Calor: Todos os distritos sob aviso laranja até 4.ª feira

Todos os distritos do continente vão estar sob aviso laranja, de 21 a 23 de agosto, devido à previsão de tempo quente, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

No continente, os distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja, Setúbal e Faro estão sob aviso laranja desde as 01:00 de segunda-feira, dia 21 de agosto e até às 23:00 de quarta-feira, dia 23, devido à persistência de valores muito elevados da temperatura máxima.

Os distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Santarém e Lisboa, que hoje estão sob aviso amarelo por causa do tempo quente, passam a laranja às 00:00 de terça-feira e até às 23:00 de quarta-feira.

O IPMA colocou também a costa sul da Madeira sob aviso laranja até às 23:00 de terça-feira por causa do tempo quente, passando depois a amarelo até às 23:00 de quarta-feira.

Sob aviso amarelo estão também a Costa Norte da Madeira e o Porto Santo até às 23:00 de quarta-feira.

O aviso laranja indica situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

O IPMA prevê um aumento da temperatura nos próximos dias, alertando que as máximas podem atingir valores acima dos 40 graus em alguns locais.

Segundo o IPMA, “prevê-se uma subida generalizada dos valores de temperatura máxima nos próximos dias, com valores que entre os dias 21 e 24 irão estar próximos dos 40°C na região Sul e interior Norte e Centro, podendo atingir pontualmente 44°C em alguns locais do Alentejo e Vale do Tejo”.

Já no litoral Norte e Centro, a temperatura máxima será mais baixa, com valores entre os 30 e 35°C, “sendo inferiores na faixa costeira”.

Durante a noite, as temperaturas mínimas também serão elevadas, “com valores superiores a 20°C (noites tropicais) em grande parte do território, podendo mesmo não descer abaixo dos 25°C em alguns locais do Algarve, Alentejo e na Beira Interior”.

O IPMA prevê que as temperaturas só comecem a descer de forma generalizada a partir de sexta-feira, “atingindo valores normais para a época do ano no fim de semana de 26 e 27”.

O IPMA explica que a subida de temperatura está relacionada com “uma crista anticiclónica que se estende desde os Açores até à Europa Central, promovendo o transporte de uma massa de ar quente e seco com origem no norte de África sobre o território do continente”.

Fonte: Lusa