Política: Receita fiscal vai ultrapassar 60 mil ME com impostos indiretos em 2024
Em 2024, a receita fiscal do Estado deverá avançar 4,8%, para um valor recorde de 60,13 mil milhões de euros, segundo a previsão do Governo inscrita no OE2024, com o aumento a chegar sobretudo pelos impostos indiretos.
Esta estimativa traduz uma subida de 2.748 mil milhões de euros por comparação com a previsão de receita para este ano, sendo que, com exceção do IRS, todos os impostos (diretos e indiretos) vão contribuir para o crescimento da receita fiscal no próximo ano.
De acordo com a informação do relatório que acompanha a proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o contributo para a subida da receita fiscal do Estado – que superará pela primeira vez a fasquia dos 60 mil milhões de euros – virá dos impostos indiretos, cuja receita se estima que aumente 8,9% face a 2023 e também (ainda que de forma menos expressiva) dos impostos diretos (IRS e IRC), que devem avançar 0,1%.
O aumento de 4,9% da receita fiscal, “deve-se tanto à evolução dos impostos diretos, +14,6 milhões de euros, como aos impostos indiretos, +2.734,3 milhões de euros, de onde se destaca o imposto sobre o valor acrescentado com um contributo de 1.906,9 milhões de euros para o crescimento da receita fiscal do Estado, representando cerca de 69% da variação total”, assinala o documento.
No total do ano, o IRS deverá render 18,07 mil milhões de euros (abaixo dos 18,15 mil milhões de euros esperados este ano) com esta evolução a ser justificada pelas medidas de desagravamento fiscal do rendimento das famílias por via da atualização dos escalões, redução de taxas, reforço do IRS Jovem e alargamento do mínimo de existência.
No seu conjunto, estas mudanças vão retirar cerca de 1,3 mil milhões de euros à receita do IRS em 2024 (mais do dobro do que estava previsto e que eram 525 milhões de euros).
Para a dinâmica do IRS contribuirão, em contrapartida ao corte da receita, “a evolução positiva do mercado de trabalho, nomeadamente o crescimento previsto do emprego em 0,3% e também das remunerações em 4,9%”.
Do lado dos impostos indiretos, a subida homóloga de 8,9% na receita é justificada pelo desempenho positivo de todos os impostos, com as projeções a apontarem para subidas a dois dígitos da receita de vários destes tributos – casos do Imposto sobre o Tabaco (IT), Imposto sobre o álcool e as bebidas alcoólicas (IABA), o Imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) ou do IUC, à boleia do agravamento do imposto dos carros anteriores a 2007.
Miranda do Douro: MCTM acusa AT de dar indicações ilegais sobre avaliação das barragens
O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) acusou a Autoridade Tributária (AT) de dar indicações ilegais, sobre o modo de avaliação das barragens para a cobrança de IMI, por excluir equipamentos indispensáveis à produção de energia.
“AT deu indicações ilegais sobre o modo de avaliação das barragens por excluir comportas, turbinas, geradores, elevadores e restantes equipamentos que são considerados indispensáveis para a produção de energia elétrica e, portanto, para que os prédios tenham valor económico”, denunciou o MCTM.
O movimento cívico alega ainda no mesmo esclarecimento que a lei estabelece “expressamente que os equipamentos, como elevadores, sistemas de climatização e mesmo outros equipamentos de lazer integram o valor das avaliações”.
De acordo com o MCTM, a lei estabelece, “de forma expressa e sem margens para qualquer dúvida”, que todos os equipamentos que integram os imóveis, incluindo os de lazer, são tidos em conta na avaliação do IMI.
“Essas instruções violam o próprio conceito de prédio, que a lei estabelece, como uma construção com valor económico, ou seja, com capacidade de produção de rendimentos. E as barragens não produzem qualquer rendimento sem os equipamentos que as integram. Este é apenas um dos muitos e graves erros e ilegalidades daquelas instruções”, refere o MCTM.
Para os membros que integram este movimento, a AT está “com azar” relativamente ao assunto das barragens.
“De cada vez que emite instruções ou entendimentos, erra, viola a lei e contradiz-se quase sempre a si própria. Este sistemático azar é acompanhado de uma estranha coincidência”, afirmam.
Em setembro, as comunidades intermunicipais de Trás-os-Montes e do Douro, que representam 28 municípios, exortaram a EDP e a Movehera a pagarem os impostos devidos pela transação de seis barragens situadas na bacia hidrográfica do Douro.
Numa posição conjunta tomada numa reunião do conselho intermunicipal da CIM Terras de Trás-os-Montes, que decorreu em Miranda do Douro, foi deliberado por unanimidade “redobrar esforços e agir ativamente para obter a cobrança dos impostos que são devidos [pela venda das seis barragens] ”, indicou o presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo, numa nota à data lida aos jornalistas.
O autarca de Vimioso acrescentou que, na ótica dos autarcas dos 28 municípios, não deve ser só avaliado o edificado, mas também todos os equipamentos, desde as turbinas a outros equipamentos que fazem parte integrante do funcionamento destes centros eletroprodutores, e as áreas que ficaram inundadas pelo enchimento das albufeiras.
A Lusa fez um pedido de esclarecimento ao Ministério das Finanças sobre este assunto e aguarda resposta.
Já em 04 de fevereiro, a AT adiantava que iria fazer uma avaliação e atualização das matrizes das barragens e avançar com a cobrança do IMI desta tipologia de bens, segundo determina um despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix.
Para avançar com esta espécie de avaliação geral das barragens para efeitos de IMI, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) terá de fornecer à AT informação sobre “as construções e edificações que constituem prédios”, com base no entendimento que consta do parecer da PGR.
Desta forma, ficando o processo de avaliação concluído e sendo as liquidações de IMI efetuadas até 31 de dezembro de 2023, vai ser possível à AT reclamar o IMI relativo aos anos de 2019, 2020, 2021 e 2022.
A vertente fiscal das barragens saltou para a agenda mediática na sequência da venda pela EDP de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie.
Vimioso: King of Portugal trouxe entusiasmo e retorno financeiro ao concelho
De 4 a 7 de outubro, realizou-se em Vimioso, o VIII King of Portugal, uma prova motorizada de todo-o-terreno, que todos os anos traz ao concelho, equipas nacionais e internacionais, que oferecem ao público aficionado desta modalidade, um verdadeiro espetáculo nos íngremes e impressionantes montes da região.
Os grandes vencedores do King of Portugal deste ano, foram Francisco Guimarães e Gerardo Sampaio, da equipa Fracing, na categoria Unlimited.
Na cerimónia de entrega dos prémios, o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, expressou satisfação pela evolução deste evento desportivo, que se realiza desde 2013, em Vimioso, e a cada ano traz mais equipas, mais público e mais retorno financeiro para o concelho.
“O município de Vimioso investiu cerca de 50 mil euros nesta prova e estima-se que o retorno financeiro seja três vezes superior para o concelho e para toda a região. No final de cada edição, procuramos fazer uma avaliação do evento, de modo a melhorar a edição do próximo ano”, disse.
Os grandes vencedores do King of Portugal deste ano, foram Francisco Guimarães e Gerardo Sampaio, da equipa Fracing, na categoria Unlimited, que concluiram a prova (7 voltas ao percurso), num tempo de 6 horas 19 minutos 53 segundos e 226 milésimos.
Após ter obtido vários pódios nas edições anteriores, alcançando 2º e 3º lugares, o piloto Francisco Guimarães, conquistou pela primeira vez o 1º lugar no “King of Portugal”.
“Em 2015, conquistei o campeonato Ultra-four, aqui em Vimioso. Após várias tentativas para conquistar esta prova, a vitória chegou finalmente e sabe muito bem! Agradeço à organização da prova e ao município de Vimioso, por nos proporcionar uma prova espetacular neste concelho”, disse.
A equipa “Repower 4×4”, constituída por Emanuel Luz e Marco Mateus, venceu na categoria Stock/ UTV e foi também a primeira classificada no prólogo. Sobre esta sua primeira participação no “King of Portugal”, os pilotos vindos de Abrantes, disseram que a prova em Vimioso foi espetacular e deram os parabéns à organização.
“A prova conseguiu juntar troços com muita velocidade e também houve obstáculos com muita dificuldade. O calor que se fez sentir no decorrer da prova e o pó, são caraterísticas destas provas de todo-o-terreno, às quais os pilotos têm de se adaptar, disse.
No final do “VIII King of Portugal”, o piloto vimiosense, Luís Vara, que participou pela primeira vez no King of Portugal, com a equipa “Alimentación Vara”, mostrou uma grande satisfação por ter concluído com êxito a prova de todo-o-terreno.
“O nosso objetivo era chegar ao fim. Conseguimos concluir um percurso longo e exigente, com inúmeros obstáculos, que ora nos obrigou a conduzir devagar e outras vezes mais depressa. Não tivemos qualquer acidente ou avaria, o que nos deixa muito satisfeitos”, disse.
Questionado sobre se pretende voltar a participar em futuras edições do “King of Portugal”, o piloto vimiosense respondeu afirmativamente.
“Vamos procurar obter bons patrocínios para continuar a participar nesta prova de todo-o-terreno, em Vimioso”, disse.
Outro participante, o co-piloto da equipa Pensão Russo / Trepa Tudo Bloqueados, Luís Santiago, expressou idêntica satisfação por ter participado, pela primeira vez, numa prova de todo-o-terreno desta dimensão.
“À partida estávamos com algum receio de não estarmos à altura desta prova. No entanto, conseguimos concluir a prova com relativa facilidade e isso foi motivo de grande satisfação para nós. O carro correspondeu, o nosso mecânico é um grande profissional e conseguimos um desempenho idêntico aos carros das outras categorias”, destacou.
Para o bom desempenho, a equipa vinda de Sendim, destacou o contributo da equipa de assistência. De acordo com o mecânico, Aníbal Branco, o equilíbrio do carro é fundamental para a realização destas provas de todo-o-terreno.
“O que faz a diferença é um carro equilibrado, nas suas várias componentes, como são a potência, suspensão, direção, travagem, condução, rodas, etc. Não basta colocar umas rodas agressivas, uns amortecedores de marca e um motor com 300 cavalos. É preciso equilibrar o carro, consoante o seu comportamento perante os obstáculos”, explicou.
Na perspectiva deste profissional mecânico, os pilotos locais, tendo em consideração os escassos meios de que dispõem, realizaram um feito extraordinário ao participar e concluir o King of Portugal.
Do lado do público, o espanhol, Daniel Nogueira, veio da província de Orense, na Galiza e deslocou-se 300 quilómetros até Vimioso para acompanhar o “King of Portugal”. Sobre a prova de todo-o-terreno em Vimioso, considerou-a espetacular e uma das melhores a que já assistiu nos 30 anos que acompanha esta modalidade do desporto motorizado.
“Pela potência dos carros que competem nesta prova, pelo espetáculo que proporcionam e pelos obstáculos naturais, a prova está muito bem concebida”, disse.
Por sua vez, o casal Eduardo e Catarina Silva, naturais da ilha da Madeira, que gozavam um período de férias em Trás-os-Montes, aproveitaram para viajar até Vimioso, de modo a acompanhar a oitava edição do “King of Portugal”.
Questionados sobre a prova, os visitantes madeirenses, que assistiram ao evento pela primeira vez, sugeriram a oferta de um mapa ao público, com os locais para acompanhar a corrida.
“Também deveria haver mais locais para comprar água, sem ter que atravessar a pista onde passam os carros. Outra recomendação é a existência de mais sacos e caixotes para depositar o lixo, como as garrafas e os copos de plástico”, indicaram.
O “King of Portugal” é uma prova de todo-o-terreno, organizada pela associação Clube NorteX4 e que conta com o apoio do município de Vimioso e da Federação Portuguesa do Automobilismo e Karting (FPAK).
A cerimónia de entrega de prémios, decorreu no pavilhão multiusos, em Vimioso.
Bragança-Miranda: Franciscanos Capuchinhos vão iniciar missão na diocese
No dia 6 de outubro, o bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida, presidiu à Assembleia Geral do Clero e apresentou aos participantes a Comunidade dos Franciscanos Capuchinhos, que vão iniciar a sua missão na diocese.
Com uma “Fraternidade Itinerante de Presença e Apostolado” (FIPA), os Capuchinos vão oferecer “a sua presença, colaborando, segundo o carisma que lhes é específico, com a Igreja Local, por exemplo, na celebração dos sacramentos, na formação bíblica do povo de Deus, na pastoral juvenil-vocacional, na pregação e na visita aos idosos e doentes”, anunciou D. Nuno Almeida.
Além disso, a FIPA vai procurar ser “um sinal franciscano da presença de uma ‘igreja pobre para os pobres’”.
O bispo revelou também que inicia a visita pastoral à diocese, a partir de janeiro de 2024, seguindo o itinerário de D. José Cordeiro, anterior bispo de Bragança-Miranda.
Na comunicação que dirigiu à Assembleia do Clero, o bispo diocesano referiu que está a ser elaborado “sinodalmente” o Projeto Pastoral 2023-2026 e o Plano Pastoral para 2023/2024, para ser apresentado na abertura ao ano pastoral, no dia 2 de dezembro, na Catedral.
Depois da comunicação de D. Nuno Almeida, seguiu-se a intervenção do Bispo de Zamora, Espanha, com o tema “Igreja Sinodal – Espiritualidade Sinodal”.
D. Fernando Sanchez debruçou-se sobre os textos da homilia do Papa Francisco na oração das vésperas do dia 2 de agosto na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023.
Durante a Assembleia do Clero, o diretor do Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais, Bruno Rodrigues, apresentou o tema da comunicação aos participantes.
Mogadouro: Aldeias preservam rituais do solstício de inverno
As aldeias de Bruçó, Bemposta e Vale de Porco, no concelho de Mogadouro, estão a salvaguardar as tradições ancestrais dos rituais e figuras ligadas ao solstício de inverno, características do nordeste transmontano.
Depois da associação Maschocalheiro, em Bemposta, e da Associação Etnográfica dos Velhos de Vale de Porco, recentemente foi criada a Associação dos Velhos e Chocalheiro de Bruçó, que visa também a salvaguarda do património etnográfico.
O presidente da Associação dos Velhos e Chocalheiro de Bruçó, César Teixeira, disse que esta nova coletividade tem como matriz a preservação e promoção da tradição dos Velhos de Bruçó, realizando eventos culturais e comunitários que divulguem e mantenham viva esta tradição ancestral e que se realiza no dia de Natal.
A festa dos Velhos de Bruçó conta com dois casais distintos como seus atores. Um casal de velhos e outro formado pela Sécia, mulher leviana, e o Soldado, encarregado de proteger a sua dama.
A atuação destas personagens que celebram os ritos da festa dos Velhos, perante o povo e em interação com ele, caracteriza-se por peditórios pela aldeia, representação de casamentos burlescos, simulação do ato reprodutor e recriação dos trabalhos fundamentais à sobrevivência da comunidade como a agricultura.
Para o presidente da Junta de Freguesia de Bruçó, João Geraldes, o principal objetivo desta nova associação é o manter viva a tradição de “Os Velhos”, que é muito acarinhada pela população e por todos os que visitam a aldeia no Natal, para se envolverem com este ritual ancestral do concelho de Mogadouro de forma muita ativa.
“Para além de manter vivo este ritual de fertilidade, típico do tempo frio de inverno, vamos apostar em reavivar as tradições de São João, entre outras atividades etnográficas”, disse o autarca.
Ao longo do ano, os “Velho de Bruçó” participam em vários cortejos etnográficos, tanto em Portugal como no estrangeiro, nos quais dão a conhecer “a nossa tradição que está tão enraizada na matriz cultural da nossa gente”, indicou o presidente da freguesia.
Segundo o investigador António Tiza, estes rituais, que envolvem figuras “demoníacas e pantomineiras mascaradas” e que encarnam ritos de “fecundidade e abundância”, são cultos a prestar nas festas de inverno no nordeste transmontano, que misturam o profano com o sagrado.
No âmbito da preservação destes rituais de inverno ligados à fertilidade, em Mogadouro, nos últimos oito anos foram recuperadas as figuras da Mascarinha e Mascarão, em Vilarinho dos Galegos, e o Careto de Valverde, reavivadas pelo investigador local Antero Neto.
Se no passado estas festividades estavam reservadas aos homens, com o despovoamento do interior as populações começaram a introduzir algumas mudanças nos rituais para os manter vivos e as mulheres começam a ocupar um lugar de destaque, por forma a manter viva a tradição.
No concelho de Mogadouro as figuras mais emblemáticas destes rituais são os Chocalheiro de Bemposta, Velhos de Bruçó, o Farandulo de Tó, o Chocalheiro de Vale de Porco ou o Careto de Valverde.
Miranda do Douro: Homem de 31 anos constituído arguido por tráfico de droga
Militares da GNR afetos ao Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Miranda do Douro, constituíram arguido um homem de 31 anos, por tráfico de estupefacientes.
“No âmbito de uma denúncia relacionada com a existência de uma plantação de canábis, na localidade de Freixiosa, os militares da Guarda realizaram diligências policiais que permitiram localizar um pé de canábis, com cerca de 2,20 metros de altura, plantado no interior da residência do suspeito, tendo sido de imediato apreendido”, indica esta força policial em comunicado.
O suspeito foi constituído arguido e os factos foram comunicados ao Tribunal Judicial de Miranda do Douro.
Mogadouro: Feira dos Gorazes de 13 e 16 de outubro
A secular Feira dos Gorazes regressa a Mogadouro de 13 e 16 de outubro, representando um investimento de 215 mil euros, com aposta no setor primário e presença de cerca de 120 expositores de múltiplas atividades económicas.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Mogadouro (ACISM) adiantou que na feira vai haver um espaço dedicado aos produtos da terra, por vontade dos produtores agrícolas e pecuários.
“Esta foi uma queixa por parte dos agricultores e produtores pecuários locais que registámos na edição do ano passado e este ano disponibilizamos um espaço para estas atividades do setores primário e suprir essa lacuna sem qualquer custo para estes expositores”, indicou.
Este ano, a entrada no recinto será gratuita, depois de a edição de 2022 ter um valor para entrar no Parque Municipal de Exposições.
“Fizemos um balanço da edição de 2022 da feira e entendemos que não seria exequível voltar a cobrar entrada, devido aos constrangimentos que causou. Por este motivo, este ano a entrada no recinto da feira será totalmente gratuita”, vincou João Neves.
As entidades promotoras do certame, que são a ACISM e a Câmara Municipal de Mogadouro, disseram que estão apostadas em fazer crescer a Feira dos Gorazes nos próximos anos com a introdução de novas valências e uma forte aposta nos produtos da terra e empresários da região.
Já o presidente da Câmara Municipal de Mogadouro, António Pimentel, é da opinião de que o recinto da feira precisa de mais espaço para dar destaque à economia local, mas tal não é possível dada a localização do Parque Municipal Exposições, acrescentando que o recinto da feira tem dois mil metros quadrados amplos e cobertos e uma considerável área envolvente.
A música será outro dos ingredientes do certame, com o palco reservado para Diogo Piçarra no dia 15 outubro e os Calema no dia seguinte.
“Queremos fazer crescer a Feira dos Gorazes e, por esse motivos, entendemos que um bom cartaz, forte, com artistas que o público quer ver e ouvir será um motivo para atrair visitantes ao certame e ajudar a dinamizar os negócios”, disse o dirigente.
A Feira dos Gorazes tem associada uma componente gastronómica, com posta de vitela assada na brasa e a marrã servidas nos restaurantes do concelho.
Ao longo de dezenas de anos, muito se tem discutido sobre o nome desta Feira e sua origem. No entanto, segundo o historiador António Rodrigues Mourinho, terá origem medieval e não se trata apenas de uma tradicional feira de fim de colheitas. É um local de diversão e importante centro para o comércio do artesanato e de outros produtos tradicionais.
Is 5, 1-7 / Slm 79 (80), 9.12-16.19-20 / Filip 4, 6-9 / Mt 21, 33-43
Quando chegamos ao mundo, tudo o que é necessário para vivermos já está à nossa espera. Pode não estar ao nosso alcance, mas já está no mundo. Quando Deus criou o mundo, colocou nele tudo o que era necessário: oceanos e terra firme, vales e montanhas, animais e plantas. Ainda assim, caímos demasiadas vezes na tentação de que tudo foi feito por nós e para nós. Parece que temos em nós um grande proprietário em potência que, sem pudor, chama a si todos os méritos.
A parábola dos vinhateiros homicidas é um aviso sério para a nossa vida espiritual. O proprietário fez tudo – plantou a vinha, cercou-a com uma sebe, construiu um lagar e uma torre –, arrendou e foi para longe. Enviou por duas vezes servos para recolher os frutos e estes foram mortos pelos arrendatários. Enviou o seu próprio Filho e a ganância dos vinhateiros tomou conta deles, pensando que com a morte do herdeiro ganhavam direito de posse sobre a vinha.
Quão enganados estamos quando caímos no erro de acreditar que somos donos disto tudo. Que pena insistirmos em pensar que somos donos dalguma coisa. Tudo o que temos e tudo o que somos foi-nos dado por Deus. Tudo é graça! Cabe-nos administrar bem o que nos foi confiado e assim colaborar com Deus na construção do Reino.
O Evangelho de hoje deve levar-nos a uma revisão de vida. Como estamos a usar os dons que Deus nos dá? A criatividade, o dinheiro, o tempo, as amizades, todos estes dons de Deus, como é que os gerimos? Nada há de mais triste, nem dramático, do que o sentimento de posse. É isto que nos leva ao ressentimento, a uma atitude de que algo nos é devido, quando em verdade tudo é dom, tudo é dado pelo Senhor e na sombra habita uma nova graça divina que nos guia no caminho.
Arrisquemos o caminho do dom e do agradecimento. Palmilhemos a via da santidade. E confiemos todos os frutos ao Senhor, não como quem fez algo, mas simplesmente como quem cuida daqueles que lhe foram confiados.
Vimioso: Carros do King Of Portugal já se fazem ouvir no concelho
Já está a decorrer em Vimioso, de 4 a 7 de outubro, a prova motorizada de todo-o-terreno “King of Portugal” e nesta oitava edição participam 80 equipas, que ao longo de três dias vão competir num circuito, onde se espera uma grande afluência de público para ver a potência dos carros e a destreza dos pilotos.
O prólogo realizado no dia 5 de outubro, terminou na pista de obstáculos, em Vimioso.
O VIII King of Portugal iniciou-se no passado dia 4 de outubro, com a receção às equipas no estádio municipal de Vimioso. Segundo a organização da prova, neste ano increveram-se 82 equipas, oriundas de países como Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Escócia, Alemanha, Bélgica, Suíça e Moçambique.
Na corrida de todo-o-terreno participam carros nas categorias Legends, Modificados, UTV e Unlimited.
O grande interesse das equipas de todo-o-terreno pela prova em Vimioso, deve-se, segundo os promotores do evento, à exigência do percurso, que apresenta um traçado misto de grandes pedras, aceiros e asfalto, num total de 400 quilómetros.
“Durante três dias, homens e máquinas são colocados à prova no circuito disperso pelo concelho de Vimioso”, informa a organização.
Sobre o prólogo, o piloto Luís Vara, natural de Vimioso, que participa pela primeira vez no King of Portugal, com a equipa “Alimentación Vara” disse que a prova correu bem, num percurso em que partiram de Campo de Víboras, desceram ao rio Maçãs e voltaram a subir até Vimioso.
“Nesta nossa primeira participação no King of Portugal, a nossa intenção é chegar ao fim da prova. Gostamos muito do desporto motorizado de todo-o-terreno e sendo eu natural de Vimioso, quisemos muito participar nesta prova, pelo menos uma vez na vida”, disse.
Outro estreante no King of Portugal, o co-piloto, Luís Santiago, adiantou que apesar de já ter bastante experiência no desporto de todo-o-terreno, nunca tinha participado num prova desta dimensão.
“O prólogo correu-nos bem e superou todas as nossas expetativas. Apreciamos muito o percurso, que consideramos espetacular. O melhor do prólogo foi a parte final, aquando da chegada à pista de obstáculos, com o público a assistir. Foi uma grande emoção!”, disse.
O objetivo da equipa Pensão Russo/ Trepa Tudo Bloqueados, constituída por Guillaume Rodrigues e Luís Santiago também é evitar avarias e concluir com êxito a prova.
Após o prólogo, esta sexta-feira, dia 6 de outubro, as equipas participantes no King of Portugal vão disputar a primeira etapa da corrida, com partida na zona da Pedreira, em São Joanico. Nesta primeira etapa, os pilotos e co-pilotos vão dar três voltas ao circuito ou completar a prova num tempo máximo de três horas.
No sábado, dia 7 de outubro, último dia de prova, a competição prossegue com a realização de quatro voltas ao circuito (ou 4 horas) para a categoria Unlimited. Nas outras categorias, os carros têm que completar três voltas ao circuito (ou finalizar a prova em três horas).
Numa antevisão à VIII King of Portugal, o vice-presidente do município de Vimioso, sublinhou a visibilidade que este evento desportivo dá ao concelho e a toda a região do nordeste transmontano.
“Um prova que reúne pilotos de tantas nacionalidades é uma oportunidade única para promover turisticamente Vimioso e toda a região envolvente. Em Vimioso destaco não só as condições naturais ímpares para a realização desta modalidade de desporto motorizado todo-o-terreno, mas também a hospitalidade das nossas gentes, a nossa gastronomia e os produtos locais”, disse.
Para a realização desta prova em Vimioso, o autarca destacou ainda o papel do presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, que tendo em consideração os recursos naturais existentes no concelho, soube investir e atrair a vinda do “King of Portugal” para o concelho.
A organização desta prova motorizado de todo-o-terreno é da responsabilidade do Clube NorteX4, que conta com o apoio do município de Vimioso e da Federação Portuguesa do Automobilismo e Karting (FPAK).
Miranda do Douro: Há dois novos miradouros nas arribas do rio
O concelho de Miranda do Douro tem dois novos miradouros, que são autênticas varandas sobre as arribas do Parque Natural do Douro Internacional, tendo sido investidos cerca 300 mil euros, na construção destes equipamentos enquadrados na paisagem.
Os dois novos miradouros estão localizados, um na cidade de Miranda do Douro e o outro na aldeia raiana de Paradela. Esta localidade é o ponto mais oriental de Portugal e é onde o sol nasce primeiro no nosso país.
Quem passa por este território do distrito de Bragança, não fica indiferente à majestosa paisagem das arribas e a todo o cenário envolvente, sendo notória a visita de turistas estrangeiros, como espanhóis, ingleses, e portugueses que aproveitam estes locais idílicos para tirar fotografias ou registar o momento através de uma ‘selfie’.
Durante a visita foi possível falar com alguns turistas que classificaram estes locais como “majestosos” e com uma paisagem única, já que em alguns pontos a arribas do Douro chegaram a atingir os 200 metros de altitude a contar do leito do rio Douro.
Logo no primeiro dia de abertura ao público destas construções, que aconteceu no sábado, um casal de turistas vindos de Inglaterra classificou o miradouro de Penha das Torres. em Paradela como “único e majestoso”, porque é possível observar a barragem espanhola do Castro, local onde o rio Douro se torna internacional, iniciando um percurso de cerca de 120 quilómetros até ao concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, local onde o curso de água se torna português.
Já em Miranda do Douro, duas famílias espanholas vindas de Valladolid que contemplavam a paisagem Douro Internacional aproveitaram o momento para tirar fotografias à avifauna onde abundam várias espécies de aves rupícolas como os grifos, águia de Bonelli, cegonhas negras, ou britangos.
“É um ótimo lugar para meditar e fazer fotografias de um habitat natural e bonito como este“, atirou o casal de espanhóis que estava acompanhado por três crianças.
Segundo a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, estes miradouros começaram a ser construídos no anterior mandato autárquico, mas houve a necessidade de os desmontar e refazer a obra por questões de segurança.
“Temos agora, depois desta operação para melhoria das condições de segurança, dois equipamentos enquadrados na passagem, sendo que o miradouro da Penha das Torres, em Paradela, tem acesso para pessoas com mobilidade reduzida, através um passadiço em madeira, tornando-o mais inclusivo. O miradouro de Miranda do Douro é paralelo à rua das Arribas onde os acessos são mais fáceis para quem pretende contemplar esta paisagem natural única e que estão a ser muito procurados tanto por portugueses como por estrangeiros”, acrescentou a autarca.
O presidente da Junta de Freguesia de Paradela, Nélio Seixas, descreve o miradouro da Penhas das Torres como um local idílico e muito procurado pelos turistas, devido às suas características ambientais e geológicas.
“Este local é muito visitado pelos turistas de natureza vindos de vários países que pretendem ver paisagens diferentes e idílicas. Com este novo miradouro, há um novo conceito de visitação com a criação de melhores condições para quem visita”, rematou o autarca de freguesia.
Os materiais utilizados na construção dos dois novos miradouros são a madeira tratada, aço e vidro.
Num circuito mais alargado de visitação que poderá começar no concelho de Miranda do Douro, podem-se também visitar os Miradouro da Cigadonha em Picote ou o castro de São das Arribas, em Aldeia Nova.
Já no concelho de Mogadouro está o castro de Miguel Bravo, em Ventozelo. Em Freixo de Espada à Cinta está o miradouro do Carrascalinho em Fornos, ou Penedo Durão, em Poiares.
Segundo descreve o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) na sua página oficial na internet, enclave orográfico constituído pelo rio Douro e seu afluente, o Águeda, fronteira natural entre Portugal e Espanha, possui características únicas em termos geológicos e climáticos, condicionando as comunidades florísticas e faunística, nomeadamente a avifauna, e as próprias atividades humanas.
A área do Parque Natural do Douro Internacional abrange o troço fronteiriço do rio Douro, incluindo o seu vale e superfícies planálticas adjacentes e prolonga-se para sul através do vale do seu afluente, o rio Águeda, numa extensão de cerca de 120 quilómetros.