Vimioso: GNR deteve um homem e uma mulher pelo alegado tráfico de droga

Vimioso: GNR deteve um homem e uma mulher pelo alegado tráfico de droga

Militares da GNR, afetos ao Posto Territorial de Vimioso, detiveram um homem de 21 anos e uma mulher de 23 anos por alegado tráfico de estupefacientes, naquele concelho, foi divulgado.

“No decorrer de uma ação de fiscalização rodoviária, os militares da Guarda abordaram um veículo, tendo constatado que os ocupantes adotaram um comportamento suspeito”, indicou aquela força de segurança, em comunicado.

Após diligências policiais foram detetadas e apreendidas 15 doses de liamba, cinco doses de haxixe e quatro doses de cocaína.

Os detidos foram constituídos arguidos, e os factos foram comunicados ao Tribunal Judicial de Miranda do Douro.

Fonte: Lusa

Vimioso: História do povo judeu no concelho foi recordada com atividades culturais

Vimioso: História do povo judeu no concelho foi recordada com atividades culturais

Realizaram-se nos dias 29 e 30 de abril e 1 de maio, os “Encontros no Planalto – Cultura e Identidade Sefardita”, um evento que ofereceu às populações de Carção, Argozelo e Vimioso um conjunto de atividades culturais evocativas da história dos judeus sefarditas no concelho vimiosense.

Sexta-feira, dia 29 de abril, em Carção

Sábado, dia 30 de abril, em Argozelo

Fotos: HA

Bragança-Miranda: Diocese promove colóquio sobre «Justiça e Equidade Ambiental»

Bragança-Miranda: Diocese promove colóquio sobre «Justiça e Equidade Ambiental»

A Comissão Justiça e Paz da Diocese de Bragança-Miranda vai promover no dia 5 de maio, às 21h00, um colóquio sobre «Justiça e Equidade Ambiental».

A iniciativa vai realizar-se no auditório do Centro Cultural Paulo de Quintela, em Bragança, e tem o objetivo “de aferir práticas de (in)justiça e (in)equidade ambiental à luz das encíclicas «Laudato Si» e «Fratelli Tutti».

O presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz, Henrique Ferreira, vai expor os “princípios normativos dos documentos papais referidos” e a docente Maria da Conceição Martins aponta “casos e problemas de degradação ambiental e de desigualdade social nas más práticas ambientais e nas relações económicas assimétricas e iníquas que delas emanam”, lê-se no comunicado.

A «Associação Palombar», sedeada em Uva (Vimioso) que trabalha no domínio da Educação Ambiental vai ser apresentada por José Pereira e a «Associação Terras Quentes», sedeada em Macedo de Cavaleiros, é apresentada por Carlos Alberto Mendes.

A sessão pode ser acompanhada presencialmente e também pela internet acedendo à Plataforma Zoom e, nela, ao link https://videoconf-colibri.zoom.us/j/8340681413. ID da reunião: 834 068 1413.

Fonte: Ecclesia

Miranda do Douro: Centro de Estudos do Centralismo (CEC) para desenvolver o território

Miranda do Douro: Associação Círculo de Estudos do Centralismo (CEC) pretende desenvolver o território

No dia 29 de abril, realizou-se no salão nobre da Câmara Municipal de Miranda do Douro, a acta da escritura pública da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC), que tem como missão contribuir para o desenvolvimento harmonioso do território, através do fomento e divulgação de estudos sobre a organização política e administrativa.

De acordo com o município de Miranda do Douro, a Associação Círculo de Estudos do Centralismo (CEC) já dispõe de um espólio doado pelo professor e ex-ministro das Finanças, Miguel Cadilhe.

Por isso mesmo, uma das primeiras inciativas da ACEC é a criação da Biblioteca do Centralismo e Desenvolvimento, considerada um importante instrumento para a missão da associação.

Sobre a escolha de Miranda do Douro para a sede da associação, a presidente da Câmara Municipal, Helena Barril, começou por dizer que o ato da Escritura “é um dos atos mais marcantes para o território do interior do país.”

Com a formalização da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC), autarca acredita que este projeto se vai tornar uma “referência a nível nacional” e também ibérica, pois pretende convidar os vizinhos espanhóis a participarem neste fórum de debate sobre os problemas comuns da interioridade.

Helena Barril adiantou que a sede do ACEC vai ficar instalada, provisoriamente, no Arquivo Municipal de Miranda do Douro.

“A nossa intenção é adquirir uma edifício no centro histórico de Miranda do Douro para instalar a sede da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC)”, adiantou.

Segundo Helena Barril, o objetivo ou missão desta nova entidade é dotar as localidades do interior do país das valências que existem nas cidades do litoral.

“Os sucessivos governos não tratam o país com igualdade. O despovoamento é o maior drama dos territórios do interior e os autarcas se não forem apoiados por medidas governamentais, pouco ou nada podem fazer”, disse.

A ACEC tem por missão gerar discussão pública, crítica e a busca de soluções para a revitalização do interior do país.

“O problema do despovoamento gera outros problemas como o desinvestimento ou mesmo o encerramento dos serviços de saúde e da educação”, disse.

Não obstante estes problemas, a presidente do município de Miranda do Douro destacou a resiliência do povo transmontano em geral e dos mirandeses, em particular.

“Tenho uma perpetiva otimista, porque amo esta terra e porque acredito nas minhas gentes”, disse.

Óscar Afonso, presidente da Assembleia Municipal de Miranda do Douro, na sua intervenção recordou o modo como surgiu a ideia de criar a Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC), em Miranda do Douro.

No decorrer da campanha para as eleições autárquicas e dado que não era possível fazer grandes ajuntamentos de pessoas por causa da pandemia, decidiram realizar os webinares temáticos pelas diferentes freguesias do concelho de Miranda do Douro.

“Em Palaçoulo, a freguesia mais dinâmica na área industrial, conhecida pela tanoaria e cutelaria, resolvemos fazer um webinar relacionado com a economia. Um dos convidados foi o professor Miguel Cadilhe, que posteriormente nos ofereceu a ideia de criar um centro de Estudos do Centralismo, em Miranda do Douro”, contou.

Sebastião Feyo de Azevedo, ex-reitor da Universidade do Porto é o primeiro presidente da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC).

“O interior de Portugal precisa de um olhar sólido e governança para que seja possível dar melhores condições de vida às populações”, começou por dizer.

Segundo, Sebastião Feyo, a ACEC tem por missão contribuir para o desenvolvimento harmonioso do território, através do fomento e divulgação de estudos sobre a organização política e administrativa.

“Pensamos que a sede da associação, em Miranda do Douro, tem um grande simbolismo para o país. E também para promover a criação de uma macro região europeia com a vizinha Espanha”, disse.

De acordo com o presidente da ACEC, esta associação vai apelar à reflexão plural e conta já à partida, com cerca de 180 personalidades que representam um espectro alargado de visões sociopolíticas e culturais para servir Portugal.

A ACEC vai publicar informação temática, digital, de interesse aos estudantes, investigadores e autores.

“A ACEC procurará incentivar estudos através de bolsas e prémios, alianças e protocolos de cooperação, memorandos de entendimento e ações comuns com universidades, politécnicos e outras instituições. Pretendemos também a promoção e a abertura de concurso. Debates e seminários. Estadias em Terra de Miranda. Divulgação digital dos trabalhos. E várias outras medidas”, adiantou.

Relativamente aos meios de financiamento, a ACEC pretende estabelecer um protocolo de cooperação com o município de Miranda do Douro, para a instalação da sede e da biblioteca.

“Temos que ser dinâmicos ao procurar atrair o financiamento necessário. Procuraremos, por exemplo, aceder ao fundo resultante do trespasse da concessão das barragens. Procuraremos também estabelecer formas de cooperação de mecenato com outras entidades. E aceder a várias outras fontes.”, adiantou.

Os órgãos sociais da ACEC estão assim constituídos: na Assembleia geral, constam Miguel Cadilhe, como presidente, José Maria Pires e Lina Maria Martins.

Na direção da ACEC estão Sebastião Feyo, Óscar Afonso, Pedro Velho Ferreira, Mariza Ortega e Celina Pinto.

E o conselho fiscal é constituído por Ricardo Fonseca, José Rodrigues Jesus e Amélia Lopes Martins Pires.

Na cerimónia de Escritura da AEC participaram os ex-ministros Miguel Cadilhe e Silva Peneda, o presidente da Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo e outras personalidades de relevo na vida política, social, económica e cultural.


Sebastião Feyo de Azevedo, ex-reitor da Universidade do Porto é o primeiro presidente do Círculo de Estudos do Centralismo (CEC).

HA

Miranda do Douro: Octogenário morre em acidente de viação

Miranda do Douro: Octogenário morre em acidente de viação

Um octogenário morreu este Domingo, dia 1 de maio, na sequência de um despiste na ponte sobre do rio Fresno, em Miranda do Douro, quando a viatura capotou de uma altura de cerca de 25 metros, informou fonte dos bombeiros locais.

“O condutor era um homem na casa dos 80 anos. A viatura que conduzia, ao entrar na curva que antecede a ponte sobre o rio Fresno, à entrada de Miranda do Douro, capotou tendo-se precipitado de uma altura de cerca de 25 metros para as águas daquele rio”, explicou o comandante dos bombeiros de Miranda do Douro, Luís Martins.

Após as operações de socorro para retirar a vítima da viatura acidentada, a mesma foi transportada para o Serviço de Urgência Básica de Mogadouro, no distrito de Bragança, onde viria a ser decretado o óbito.

O alerta foi dado cerca das 17:00.

No local estiveram 10 operacionais dos bombeiros de Miranda do Douro, que foram apoiados por três viaturas e pela ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) estacionada em Mogadouro.

A GNR de Miranda do Douro tomou conta da ocorrência.

Fonte: Lusa

Mogadouro: Município requereu liquidação dos impostos sobre concessão da barragem de Bemposta

Mogadouro: Município requereu liquidação dos impostos sobre concessão da barragem de Bemposta

O município de Mogadouro requereu à Autoridade Tributária (AT), de forma oficial, a liquidação de todos os impostos inerente aos edifícios e construção que integram o aproveitamento hidroelétrico de Bemposta, localizado naquele concelho do Douro Internacional.

“Este município [Mogadouro] desenvolverá todas as diligências que forem necessárias, em todas as instâncias, para que as populações que representa vejam salvaguardado o interesse público de cobrança deste imposto”, disse o presidente da câmara de Mogadouro, António Pimentel.

Segundo o documento entregue na Repartição de Finanças de Mogadouro, ao qual a Lusa teve acesso, a Câmara Municipal de Mogadouro, através do seu presidente, garante “que é sujeito ativo destes impostos e credora das respetivas receitas fiscais [IMI, IMT e Imposto do Selo]”.

“Uma vez que houve uma efetiva transação de barragens [Miranda do Douro, Picote e Bemposta], que passaram da EDP para uma outra empresa [Engie], e depois para atual concessionária, a Movehera, entendemos que há o efetivo direito para que o município de Mogadouro seja ressarcido do IMI, IMT e Imposto do Selo”, frisou o autarca social-democrata.

Segundo o autarca, todos os montantes provenientes da cobrança dos respetivos, serão investidos “na melhoria das condições de vida das populações do concelho de Mogadouro”.

No requerimento enviado à diretora geral da AT, Helena Borges, a Câmara de Mogadouro, como sujeito ativo do IMI e do IMT e como credor das receitas fiscais daí resultantes, reafirmou àquela entidade fiscal , a quem compete legalmente tornar efetivos esses direitos, “o requerimento de inscrição na matriz predial urbana de todos os edifícios e construções da barragem de Bemposta e a avaliação, nos termos do IMI, desses prédios”.

Segundo o mesmo documento, “o Código do IMI prevê que todas as construções urbanas estão sujeitas a este imposto, desde que façam parte do património de uma pessoa singular ou coletiva (artigo 2.º, n.º 1). Aquelas edificações estavam no balanço da EDP e estão agora no da atual concessionária, tendo sido transmitida a sua titularidade no conhecido negócio das barragens do Douro Internacional”.

O empreendimento hidrelétrico de Bemposta está edificado no troço internacional do rio Douro que atravessa aquele concelho fronteiriço e foi concessionado à francesa Engie.

Para além disto foi igualmente solicitada a liquidação do IMI devido, “com efeitos retroativos, contados dos anos ainda não caducados à data do despacho da senhora diretora-Geral de 01 de dezembro de 2015”.

Mogadouro junta-se assim ao concelho vizinho de Miranda do Douro, que em 14 de janeiro de 2022 requereu à AT a liquidação de todos os impostos inerentes à concessão dos aproveitamentos hidroelétricos de Miranda e Picote, localizados naquele concelho do Douro Internacional.

A EDP vendeu seis barragens em Portugal a um consórcio de investidores formado pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, por 2,2 mil milhões de euros.

As centrais hídricas, localizadas na bacia hidrográfica do rio Douro, totalizam 1.689 megawatts (MW) de capacidade instalada.

Em causa estão três centrais de fio de água, em Miranda, Bemposta e Picote, com 1,2 gigawatts (GW) de capacidade instalada, e três centrais de albufeira com bombagem em Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro, com 0,5 GW de capacidade.

Fonte: Lusa

Saúde: Falta de médicos de família no distrito de Bragança

Saúde: Falta de médicos de família no distrito de Bragança

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Lacerda Sales, disse que o Governo está a fazer “um esforço” para reforçar o número de profissionais de saúde e atento a áreas de baixa densidade populacional como Bragança.

“O Governo está a fazer um esforço no sentido de reforçar esta área dos recursos humanos e queremos continuar a fazê-lo, revalorizando as carreiras, mas dando projetos de carreira, quer em grandes hospitais, quer em zonas do interior”, afirmou Lacerda Sales.

Em declarações aos jornalistas, à margem da primeira demonstração com veículos não tripulados no Hospital de São João, no Porto, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu também que o Governo está a “olhar com muita atenção” para as áreas de baixa densidade populacional, como para todo o país.

De acordo com informação disponibilizada no Portal da Transparência, o número de utentes sem médico de família, no distrito de Bragança, duplicou nos primeiros três meses deste ano, com 9.713 pessoas sem um clínico atribuído nos centros de saúde.

Segundo os dados do portal, em janeiro de 2022 havia 4.684 utentes sem médico de família no distrito de Bragança e, apesar de uma descida para 3.398 em fevereiro, o número chegou aos 9.713 em março.

A aposentação dos clínicos de Medicina Geral e Familiar é a principal causa desta situação, segundo testemunhos de utentes recolhidos e divulgados na quarta-feira pela Lusa, com, pelo menos, seis médicos que se reformaram em pouco mais de um ano nesta região.

Questionado sobre estes dados, Lacerda Sales reforçou que o Governo “tem sempre uma grande preocupação com todo o país”, e em particular, com as zonas de baixa densidade populacional.

“Neste momento já não temos os 28 mil profissionais que tínhamos no dia 31 de dezembro de 2021, temos mais de 32 mil profissionais o que significa que nestes primeiros três meses do ano houve um acréscimo de quatro mil profissionais”, disse, garantindo que o Governo vai continuar a fazer “um esforço” e “olhar com atenção” para determinados concursos que “podem ser mais dirigidos para zonas referenciadas do país”, como o primeiro e segundo concurso de época para os profissionais de saúde.

No período de seis anos dos dados disponíveis no portal do Governo, o número de utentes no distrito de Bragança disparou, em 2016, de 116.304 inscritos para mais de 130 mil, um número que se tem mantido, com pequenas variações, até à atualidade, e que é superior à população da região, que o Censos de 2021 revelou ser de 122.833 pessoas.

O ano de 2017 é o que apresenta a maior taxa de cobertura, chegando a haver apenas 35 utentes sem médico de família.

Desde maio de 2021 que as estatísticas mostram uma tendência de descida numa região que sempre foi apontada como das que tinha uma maior cobertura de médico de família a nível nacional.

Relativamente ao número de médicos de família, os únicos dados disponíveis são de 2020, data em que a ULS do Nordeste divulgou que tinha ao serviço “143 médicos de Medicina Geral e Familiar, 92 dos quais no quadro, 25 prestadores de serviços e 26 internos”.

Nessa mesma data, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, voltou a alertar que a região podia enfrentar um número de saídas para a reforma de médicos de família que poderia “chegar aos 40% em três anos”.

Fonte: Lusa

Vimioso: Jovens voluntários dão vida à aldeia de Uva

Vimioso: Jovens voluntários dão vida à aldeia de Uva

De 23 de abril a 9 de maio, a organização ambiental Palombar está a realizar um novo campo de trabalho com a participação de jovens voluntários, portugueses e estrangeiros, que ao longo de 15 dias vão restaurar um pombal tradicional, na aldeia de Uva, no concelho de Vimioso.

O 60.º Campo de Trabalho Voluntário Internacional conta com a participação jovens voluntários portugueses, franceses e croatas.

De acordo com a organização ambiental Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, o campo de trabalho que está a decorrer em Uva, conta com a participação de 15 jovens voluntários: cinco portugueses, cinco franceses e cinco croatas.

Segundo Violeta Vilaça, administrativa da Palombar, o acolhimento de jovens voluntários na aldeia de Uva tem sido uma experiência gratificante para todos os intervenientes: os voluntários, a população local e também para os técnicos da Palombar.

“O mais gratificante é possibilitar o convívio entre estes jovens voluntários e a população envelhecida de Uva. E simultaneamente, estamos a contribuir para a recuperação do património da aldeia. Recordo que ao longo dos anos já realizámos trabalhos de arqueologia, recuperação de pombais e reconstrução de muros de pedra seca” – Violeta Vilaça.

No decorrer do campo de trabalho que decorre até 9 de maio, os jovens vão ajudar a reconstruir um pombal tradicional e muros de pedra, através das técnicas tradicionais.

“Na recuperação dos pombais, as técnicas utilizadas são a aplicação de argamassa, de cal, bem como a construção de muros em pedra seca”, especificou Sara Freire, técnica ambiental da Palombar, que acrescentou que a participação nestes campos de trabalho é uma oportunidade para os jovens exercerem o voluntariado, desenvolverem práticas de solidariedade e adquirirem conhecimentos na conservação da natureza e do património rural.

“Outra dimensão muito importante destes campos de trabalho é o convívio que se estabelece entre os jovens voluntários e a comunidade local” – Sara Freire.

Perguntámos à senhora Ana Maria, natural de Uva e com a bonita idade de 90 anos, a sua opinião sobre a presença dos jovens na aldeia.

“Gosto muito de ver os jovens em Uva! Quem nos dera que estivessem sempre! Para nós, os velhos, a sua presença é uma novidade e uma alegria!”, disse.

Sobre o dia-a-dia dos voluntários, Sara Freire, informou que a acordam diariamente às 7h00 da manhã.

“Depois do pequeno almoço, o trabalho inicia-se às 8h00 e decorre até às 13h00. Após o almoço, a tarde é dedicada a atividades de lazer”, informou.

Outro dos objetivos na estadia dos jovens voluntários em Uva é dar-lhes oportunidades de conhecer a região, a cultura local, a biodiversidade, as tradições e os ofícios ancestrais.

“ Logo no primeiro dia, fomos visitar a Casa da Cultura, em Vimioso. Conheceram também o projeto vinícola Menina d’Uva. E amanhã vamos aprender a fazer pão, num forno familiar aqui na aldeia”, adiantou.

Segundo a Palombar, estão ainda previstas visitas a uma tecedeira e a um artesão de navalhas, para conhecer os ofícios locais.

Luigi Totsi, é italiano, foi voluntário e agora desempenha a função de mestre de obras da Palombar. Atualmente, é o responsável pela recuperação do pombal tradicional, que precisa de um telhado novo e do reboco exterior.

“Apaixonei-me por esta terra lindíssima, onde há tanto para fazer! Gosto muito da população local de Uva, em especial das pessoas mais velhas que são muito solidárias e generosas”, disse.

Uma das jovens voluntárias que está a participar no campo de trabalho, em Uva, é Maja Flajsig. Esta jovem croata tem 27 anos e veio de Zagreb. Diz que a razão da sua vinda para Portugal se deve às boas relações entre a Palombar e a associação croata Dragodid.

“Estou a gostar muito de estar em Uva. A integração no grupo de voluntários está a ser perfeita e estou maravilhada com o acolhimento da população local”, disse.

De França, veio o jovem Florian Chabridon, de 29 anos, natural de Rennes. O voluntário francês justificou a sua vinda devido ao interesse em aprender as técnicas de recuperação do património rural.

“Queria conhecer outros países e decidi inscrever-me neste campo de trabalho para aprender mais sobre a recuperação do património rural. A integração no grupo de voluntários está a decorrer bem e a língua não é obstáculo à comunicação entre nós” – Florian Chabridon.

Por sua vez, o jovem português Diogo Vilaverde, natural de Abrantes, informou que veio para o campo de trabalho, com os propósitos de criar relações e partilhar experiências com jovens de outras culturas. Sobre a estadia em Uva disse:

“O nordeste transmontano é uma região muito rica em biodiversidade e no património rural. A população local é muito acolhedora e a integração no grupo está a decorrer bem”.

De acordo com a Palombar, este é o primeiro campo de trabalho em 2022 e insere-se no projeto “Hands on – Volunteering teams for Rural and Natural Heritage” e resulta da colaboração com a associação croata Dragodid e a associação Union Rempart, de França.

“O nordeste transmontano é uma região muito rica em biodiversidade e no património rural. A população local é muito acolhedora e a integração no grupo está a decorrer bem” – Diogo Vilaverde.

À semelhança das anteriores edições, este campo de trabalho Voluntário Internacional conta com o apoio institucional do Município de Vimioso e da União de Freguesias de Algoso, Campo de Víboras e Uva.

Para os meses de julho e agosto, a Palombar têm programados mais dois campos de trabalho, dedicados à reconstrução de currais e à conservação da natureza.

HA

Saúde: Aposentações deixam utentes do distrito de Bragança sem médico de família

Saúde: Aposentações deixam utentes do distrito de Bragança sem médico de família

A aposentação de vários médicos de família está a deixar sem assistência os utentes do distrito de Bragança, que já foi das regiões com maior taxa de cobertura a nível nacional.

No distrito de Bragança há famílias inteiras que estão sem médico de família, dado a aposentação nos últimos meses, de seis profissionais clínicos da chamada Medicina Geral e Familiar.

O distrito de Bragança tem sido apontado a nível nacional como uma das regiões com uma taxa de cobertura de médico de família quase total, porém, há vários anos que surgem alertas devido à idade dos clínicos.

O último foi do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que antecipava, em 2020, um número de saídas que poderia chegar aos 40% em três anos.

Foram solicitados dados sobre o número de aposentações, substituições e utentes sem médico de família à Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, que não respondeu até à data.

A região tem 14 centros de saúde e um número de utentes que ronda os 137 mil, segundo os dados oficiais.

Em 2020, a ULS do Nordeste indicava que tinha ao serviço “143 médicos de Medicina Geral e Familiar, 92 dos quais no quadro, 25 prestadores de serviços e 26 internos”.

Com estes números, a média de utentes por médico rondaria os mil, mas, de acordo com os testemunhos recolhidos pela Lusa, são os que tinham maior número de utentes que estão a aposentar-se, o que indica que há alguns milhares de pessoas sem médico de família atualmente.

Os que estão a ir embora são sobretudo os médicos que ajudaram a instalar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) no Nordeste Transmontano, uma região envelhecida, onde os cuidados de saúde são uma preocupação constante.

Esta é a realidade de Ana Paula Esteves, que tem os “pais idosos e com problemas de saúde” e que “ficaram sem médica de família”. Vivem em Bragança e a mãe tem 82 anos e o pai com 76 anos tem um problema oncológico.

Os pais são também a maior preocupação de Paulo Afonso, que, junto com toda a família, ficou há dois meses sem a médica que o acompanhava desde o nascimento.

“A situação é grave sobretudo para a gente idosa. O mais necessário é um médico para a minha família, com os meus pais velhinhos. Perante a ausência de médico, resta-nos andar a pedir a este e aquele no centro de saúde a receita porque os comprimidos acabaram”, contou.

Na família de Andreia Mendes, também em Bragança, sete pessoas estão sem médico desde fevereiro e disse que “o pior é que se for ao centro de saúde marcar exames ou consulta nunca se sabe qual é o médico que vai calhar”.

Teresa Almeida teve a última consulta “há mais ou menos um ano” com a médica que, entretanto, se reformou e não consegue fazer os exames de que necessita.

“Eu tenho muitos problemas de saúde, preciso de fazer exames médicos e não tenho a quem os pedir. Já me informei e a consulta aberta só se estiver doente, mas nada de análises ou exames”, contou.

Outros utentes, como Manuel Afonso, ficaram sem médico em 2021. Foi-lhe atribuído um profissional que esteve apenas entre junho e dezembro ao serviço, em Bragança, e depois foi embora para outro cargo na região.

Fonte: Lusa

Vimioso: História dos Judeus no concelho dinamiza atividades culturais

Vimioso: História dos Judeus no concelho dinamiza atividades culturais

Nos dias 29 e 30 de abril e 1 de maio, o município de Vimioso vai dinamizar o evento “Encontros no Planalto – Cultura e Identidade Sefardita”, que consiste num conjunto de atividades culturais em torno da história dos judeus sefarditas no concelho vimiosense, com especial enfoque nas localidades de Carção, Argozelo e Vimioso.

De acordo com António dos Santos, vice-presidente do Município de Vimioso, a história dos judeus é um legado que pode promover o concelho, através da realização de roteiros turísticos sobre a cultura judaica e/ou a comercialização de produtos como a “Alheira judaica” ou o “Azeite Kosher”.

“O nosso objetivo é valorizar o que temos de melhor e procurar novos investidores que alavanquem o desenvolvimento do concelho de Vimioso”, justificou.

Sobre a história do povo judeu sefardita – “sefardita” significa o território da península ibérica -, recorde-se que no final do século XV, foi decretada a expulsão dos judeus do território peninsular, com o objetivo de impor a religião cristã a toda população. Com esta decisão, calcula-se que cerca de 200 mil pessoas foram expulsas e aqueles que decidiram permanecer na península ibérica foram obrigados a converter-se ao cristianismo.

No concelho de Vimioso e em particular nas localidades de Carção e Argozelo, ainda há vestígios que comprovam a presença judaica. A arquitetura urbana com ruas muito estreitas e becos sem saída é um desses vestígios.

Segundo o vice-presidente do município de Vimioso, António dos Santos, natural de Carção, outro vestígio da presença judaica são as soleiras das portas.

“Nas soleiras das portas eram desenhados cruciformes – isto é, a cruz de Cristo envolvida por um triângulo – para assinalar que aí vivia uma “nova” família cristã, embora na prática essas famílias continuassem fiéis à fé e tradições judaicas”, informou.

Segundo António Santos, outros sinais da presença judaica no concelho de Vimioso são alguns rituais, objetos, hábitos alimentares e mesmo os testemunhos de pessoas de várias gerações, que ainda hoje se orgulham de ter descendência judia.

Em Carção, para preservar a história judaica na aldeia foi edificado o Memorial aos Judeus e o Museu Marrano.

A designação “marranos” – vulgarmente atribuída aos porcos nos tempos inquisitoriais – era um nome depreciativo atribuído aos judeus convertidos à força ao cristianismo e que durante séculos permaneceram, ocultamente, fiéis à fé judaica e às suas normas, designadamente na alimentação, abstendo-se de comer carne de porco.

António Santos, confirmou que na aldeia de Carção existiam muitas pessoas de origem judaica que foram obrigadas, no tempo da inquisição, a converterem-se ao cristianismo.

“Antigamente as pessoas tinham medo – por causa da perseguição – e vergonha em dizer que eram judeus. Mas hoje, isso já não acontece e as pessoas descendentes de judeus têm mesmo orgulho em reconhecer publicamente a sua origem.», disse.

De acordo com o autarca, os “judeus sefarditas eram sobretudo os comerciantes, os artesãos (que se dedicavam ao fabrico das peles e da cola) e os almocreves (vendedores ambulantes).

“De Carção partiam os almocreves, com mulas carregadas de produtos como ovos, sardinhas, azeite, peles e cola para serem comercializados em toda a zona norte, de Viseu até ao Porto”, contou.

A vereadora da cultura do município de Vimioso, Carina Lopes, especificou que o objetivo dos “Encontros no Planalto – Cultura e Identidade Sefardita” tem por objetivo valorizar esta herança cultural judaica no concelho e aproveitá-la para dinamizar o turismo, com a atração de novos públicos.

“Ao longo dos três dias do evento vão ser desenvolvidas várias atividades, desde a exposição de fotografia, cinema, música, o mercadino Kosher e as conversas sobre a história do povo sefardita no concelho de Vimioso”, adiantou.

Os “Encontros no Planalto – Cultura e Identidade Sefardita” são um iniciativa do município de Vimioso, sendo que a conceção e produção do evento está a cargo da empres Ideias Emergentes e é co-financiado pelo programa governamental “Garantir Cultura”.

HA