Miranda do Douro: «Precisamos de mais conferências como esta para debater ideias e pô-las em prática” – Emanuel Soares (ACIMD)

Miranda do Douro: «Precisamos de mais conferências como esta para debater ideias” – Emanuel Soares (ACIMD)

No dia 7 de julho, realizou-se a conferência “Crescimento e sustentabilidade no concelho de Miranda do Douro”, onde se apontou que o despovoamento é o maior obstáculo ao desenvolvimento de um concelho, onde a agropecuária, a natureza, a cultura, o turismo e indústria continuam a lutar contra o declínio da região.

A conferência dedicada ao tema do crescimento económico e da sustentabilidade, foi uma iniciativa do município, em colaboração com o grupo Vida Económica e iniciou-se com a intervenção da presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril.

A autarca mirandesa realçou o potencial económico do concelho, destacando que a agricultura, o turismo e a indústria são os motores de desenvolvimento.

Helena Barril referiu-se ainda ao Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), afirmando que esta reserva natural é um fator de progresso, dada a riqueza natural e paisagística, assim como a fauna e a flora aí existentes, que fazem deste parque natural um polo de atração turística.

Por sua vez, o professor Sebastião Feyo, presidente da recém-criada Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC) começou por indicar a causa do empobrecimento de concelhos como o de Miranda do Douro.

“O empobrecimento, a dívida pública e as assimetrias do território devem-se ao falhanço das políticas de convergência europeia”, explicou.

Segundo, o professor emérito da Faculdade de Engenharia do Porto (FEP), entre 2011 e 2021, nas cidades fronteiriças de Miranda do Douro a Alcoutim (Algarve), houve uma redução significativa da população residente.

“Infelizmente, as políticas implementadas no interior do país não têm tido visão”, Sebastião Feyo.

Para inverter este declínio, Sebastião Feyo indicou que há que criar marcas âncora que produzam riqueza nas localidades do interior, como fez, por exemplo, a vila raiana de Campo Maior (Alentejo), onde se destaca a empresa Delta Cafés.

Outro participante na conferência dedicada ao tema do “Crescimento e sustentabilidade, foi Inácio Ribeiro, vice-presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal.

Segundo este responsável, Miranda do Douro tem recursos e potencial para atrair a vinda e a estadia de turistas no concelho.

“Os turistas procuram marcas diferenciadoras e Miranda do Douro tem-nas: tem os pauliteiros, a música tradicional, a língua mirandesa, a gastronomia, a natureza, a história, as raças autóctones, etc.”, elencou.

Em dados turísticos, Inácio Ribeiro informou que, em 2019, Miranda do Douro, registou 40 mil dormidas.

“O turista que escolhe Trás-os-Montes procura paz, tranquilidade, a natureza, a fauna, a gastronomia e a ruralidade” – Inácio Ribeiro.

No miniauditório de Miranda do Douro, José Maria Pires, do Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) apresentou as linhas gerais do Plano Estratégico para o desenvolvimento da Terra de Miranda.

O estudo valoriza os recursos existentes neste território, como são a história e a cultura local, a língua, as raças autóctones, a agricultura, os recuros naturais e a produção hidroelétrica.

“A riqueza produzida com a produção de energia hidroelétrica é extrativa e não beneficia a região”, criticou.

Na opinião de José Maria Pires, a Terra de Miranda poderá ser próspera se conseguir a valorizar os seus recursos.

“A Terra de Miranda precisa de taxas de tributação reduzidas, à semelhança do que acontece nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores”, sugeriu.

A conferência prosseguiu com a exposição do historiador, António Mourinho, que realçou a importância da arte, da etnografia, da língua, do artesanato, da música e da dança dos pauliteiros, do teatro popular e da gastronomia como fatores de sustentabilidade.

“Miranda do Douro foi sede de diocese ao longo de 235 anos e a sua a catedral é o principal monumento do património arquitectónico histórico”, indicou.

A conferência culminou com uma mesa redonda, na qual participaram Óscar Afonso, professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEUP); Emanuel Soares, vice-presidente da Associação Comercial de Industrial do Concelho de Miranda do Douro (ACIMD); David Salvador, da empresa Europarques EBI e o engenheiro Rui Caseiro, secretário da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT).

Óscar Afonso, começou por chamar a atenção para ao despovoamento do concelho de Miranda do Douro, onde vivem apenas 6466 pessoas.

“ A localidade de Palaçoulo, é a única do concelho que tem conseguido manter a população. E porquê? Porque aí há indústria, onde se destacam as fábricas de cutelaria e de tanoaria.” – Óscar Afonso.

Analisando a realidade de Sendim, o professor universitário, indicou que a cooperativa Ribadouro chegou a receber cada temporada entre 9 a 12 milhões de quilos de uva. No entanto, atualmente e devido ao despovoamento e ao abandono das vinhas, a cooperativa de Sendim recebe apenas 2 a 3 milhões de quilos de uvas, por ano.

“Houve um constante êxodo dos mais jovens. E hoje, a Terra de Miranda é um território despovoado e envelhacido”, disse.

Não obstante, Óscar Afonso, disse que a zona sul do concelho de Miranda do Douro é propícia à produção de vinho, pelo que a cooperativa Ribadouro pretende modernizar-se de modo a oferecer vinhos de qualidade e competitivos.

Emanuel Soares, da Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD), agradeceu a iniciativa da conferência, sublinhando que Miranda do Douro precisa de mais oportunidades de debate como foi a conferência dedicada ao crescimento e sustentabilidade no concelho.

“Hoje em dia, Miranda do Douro, está numa situação de estagnação económica. Há pouca indústria e estamos voltados quase exclusivamente para o turismo. Para além disso, há muita dificuldade em contratar mão de obra qualificada. Para suprir esta necessidade, a ACIMD está a investir na formação dos profissionais das empresas” – Emanuel Soares.

David Salvador, da empresa Europarques que proporciona visitas de barco à Estação Biológica Internaciona (EBI)l no rio Douro, informou que para os turistas, a cidade de Miranda do Douro é a principal atração.

“Em Miranda, os turistas querem visitar à concatedral e o centro histórico da cidade. Depois querem almoçar e saborear a posta mirandesa e/ou o bacalhau. Após o almoço, vão ao comércio local, comprar vinho, azeite e artesanato local e ver dançar os pauliteiros”, disse.

Rui Caseiro, da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT), concluiu a conferência reconhecendo que a demografia é um sério problema que afeta todos os municípios transmontanos.

“Quando falta gente, falta mão de obra e falta atividade económica, o que, por sua vez, leva ao empobrecimento da região”, diagnosticou.

Para agir contra este declínio, Rui Caseiro, disse que a CIM-TT pretende apostar na agricultura e desenvolver um plano estratégico de regadio para toda a região.

O secretário da CIM-TT referiu-se também à riqueza natural da região, onde existem os parques naturais, que continuam a atrair um turismo, não de massas, mas de qualidade.

Sobre Miranda do Douro, Rui Caseiro, disse que o concelho é “um armazém de cultura e história”, que atrai não só a visita de portugueses, mas também dos vizinhos espanhóis.

HA

Vimioso: Ciclistas do Granfondo vão percorrer o concelho

Vimioso: Ciclistas do Granfondo vão percorrer o concelho

Após dois anos de interrupção por causa da pandemia, os entusiastas do ciclismo aguardam com muita “expectativa” pelo arranque da competição “Bragança Granfondo”, uma prova amadora que vai rolar no Domingo 10 de julho nos municípios de Bragança e de Vimioso.

O Bragança Granfondo é uma prova de ciclismo com três percursos: o Granfondo com 137 km, o Mediofondo de 98 km e o Minifondo com 58 km.

Para além da competição desportiva, o Bragança Granfondo vai dar a conhecer o património natural e cultural do concelhos de Bragança e de Vimioso.

No concelho de Vimioso, o pelotão de ciclistas vai passar por Argozelo, onde vai ser recebido musicalmente pela Banda Filarmónica da A.H.B.V. de Vimioso. Em Carção, os ciclistas vão ser presenteados com a música tradicional dos gaiteiros de Serapicos. Na sede do concelho, em Vimioso, a animação da prova vai estar a cargo do rancho folclórico de Vimioso. E em Pinelo, os anfitriões dos ciclistas vão ser os pauliteiros de Palaçoulo.

De acordo com a organização, a empresa Bikeservice, em 2019, o Bragança Granfondo teve a participação de 1650 participantes.

HA

Miranda do Douro: Pedro Mestre (en)cantou no aniversário da cidade

Miranda do Douro: Pedro Mestre (en)cantou no aniversário da cidade

No âmbito das comemorações dos 477 anos de elevação de Miranda do Douro a cidade (10 de julho de 1545), realizou-se no serão do dia 5 de julho, na Igreja da Misericórdia, em Miranda do Douro, o concerto do conceituado intérprete de música tradicional Pedro Mestre.

Pedro Mestre tem dedicado a sua vida à música tradicional alentejana e contribuiu para o reconhecimento do canto como património mundial da Unesco.

O músico é natural da Aldeia da Sete (Castro Verde) e tem dedicado a sua vida à música tradicional alentejana, a qual ajudou a ser reconhecida como património mundial da Unesco.

Na música tradicional alentejana, Pedro Mestre tem desenvolvido vários projetos enquanto cantor e tocador/ construtor de viola Campaniça.Um desses projetos é ensinar a música tradicional do Alentejo às crianças no 1º ciclo, nas escolas de Castro Verde, no distrito de Beja.

Em 2015 apresentou o seu primeiro trabalho discográfico a solo “Campaniça do Despique”, distinguido em 2016 com o Prémio Carlos Paredes.

No concerto realizado na Igreja da Misericórdia, em Miranda do Douro, Pedro Mestre, acompanhado dos músicos, Pedro Calado e Miguel Carreiro, cantou músicas do seu repertório, tais como “Campaniça”, “Silva Verde”, “Fui ao jardim passear”, entre outras músicas.

No concerto de aproximadamente uma hora, o músico deu a conhecer aos mirandeses e mirandesas algumas cantigas de amor da sua autoria e outras provenientes do cancioneiro tradicional alentejano.

Sobre o concerto de Pedro Mestre, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, começou por referir-se à mudança do local da atuação do antigo paço episcopal para a Igreja da Misericórdia.

“Por causa da chuva tivémos que alterar o local do concerto. E aqui na igreja da Misericórdia, o canto e a música de Pedro Mestre tornou-se ainda mais intimista e embelezou este serão das comemorações do aniversário da cidade” – Helena Barril.

No decorrer do concerto, Pedro Mestre conseguiu estabelecer uma grande empatia e proximidade com o público mirandês.

A par da música, dedica-se à recolha etnográfica, possuindo já um considerável acervo audiovisual. Entre as várias atividades desenvolvidas, está a sua paixão pela recolha e coleção de instrumentos musicais tradicionais.

Nesta sua atuação em Miranda do Douro, Pedro Mestre revelou que tem colaborado com o músico Paulo Meirinhos, dado o mútuo interesse pela preservação e divulgação da música tradicional, quer no Alentejo, quer na Terra de Miranda.

O concerto de Pedro Mestre inseriu-se nas comemorações dos 477 anos de elevação de Miranda do Douro a cidade (10 de julho de 1545).

HA

Sociedade: Mais de 70% dos emigrantes querem regressar a Portugal

Sociedade: Mais de 70% dos emigrantes querem regressar a Portugal

Mais de 70% dos portugueses residentes no estrangeiro querem regressar a Portugal, a médio ou longo prazo, e 73% já investiram ou consideram como provável investir no seu país, segundo um inquérito da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social.

Dos 300 emigrantes e lusodescendentes abrangidos pelo inquérito, apenas 18% disse não pretender voltar a viver no seu país de origem, enquanto 11,6% afirmaram querem regressar a curto prazo e 71% responderam que querem voltar a viver em Portugal a médio ou longo prazo ou apenas após a reforma (43% e 28%, respetivamente).

Os baixos salários portugueses são para 62% dos inquiridos a razão de ainda não terem voltado para o seu país.

Por seu lado, 19% dizem ser por falta de reconhecimento social das suas competências e funções, quando comparado com o que lhe é dado no país de acolhimento e 30% indica como razão para ainda não ter regressado os níveis de compadrio e corrupção em Portugal.

Já para 27% dos inquiridos a falta de oportunidade profissional é o obstáculo ao regresso, enquanto para 22% é o mau sistema de saúde.

Os serviços administrativos em Portugal também são apontados como um obstáculo por 16% dos inquiridos e o sistema político em Portugal por 11%, assim como o sistema jurídico português, que é referido por outros 11%.

Apenas 6% refere as faltas de apoio ao regresso como um obstáculo e outros 6% diz que não podem vir ainda para Portugal para não interromperem o percurso escolar dos filhos.

Mais e melhor comunicação e informação, maior proximidade, melhores serviços consulares e uma ligação mais forte e formal com as comunidades portuguesas são alguns dos aspetos que os emigrantes inquiridos consideraram como essenciais para se reforçar a sua ligação a Portugal.

Mas também referem como outros aspetos importantes a existência de políticas de promoção de ensino da língua e história portuguesas, de melhores meios de comunicação social dedicados às comunidades, o reforço dos laços com os lusodescendentes e que se considerem os portugueses em mobilidade ou residentes no estrangeiro com o mesmo valor e respeito que os que vivem no país, referindo muitas vezes o atendimento consular desrespeitoso, como exemplo contrário a isso.

Além disto, consideram que Portugal deve “facilitar o exercício de voto”, ter “maior eficácia nos postos consulares” e “maior presença e proximidade consular”.

Os emigrantes abrangidos pelo inquérito apontam ainda a necessidade de se criar “um provedor do emigrante” e que haja “menos burocracia e lentidão administrativa”. Mas também defendem que se dê a conhecer as realidades das comunidades portuguesas e que se reforcem as sinergias entre estas e o país, através de um maior diálogo e cooperação.

Porém, do universo de 300 inquiridos neste inquérito da Sedes – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, “73% já investiu ou avalia como provável vir a investir em Portugal” numa casa, num negócio ou noutra coisa.

Segundo o mesmo estudo, 32% já o fizeram, e refere-se o facto de uma emigração mais antiga ter por tradição investir numa residência secundária, ou mesmo de enviar muitas remessas para Portugal (poupanças), projetando um regresso a curto ou médio prazo como objetivo.

No inquérito refere, contudo, que a maioria dos inquiridos são oriundos da nova vaga de emigração, logo os 32% que dizem já ter investido podem representar um interesse menos evidente, apesar de no universo total dos inquiridos apenas 14% ter afirmado ser improvável investir no país e 13% terem considerado pouco provável realizar investimento em Portugal.

Já à pergunta sobre qual a probabilidade de promoverem os produtos portugueses junto das suas redes de contactos, 65% responderam já o terem feito e um total de 31% afirmou ser “provável” ou “muito provável” poder fazê-lo.

Este inquérito, que se insere no âmbito das atividades desenvolvidas pelo Observatório das Comunidades Portuguesas, abrangeu 300 portugueses residentes no estrangeiro, 60% dos quais com idades compreendidas entre os 40 e 65 anos e 26% entre os 26 e os 40 anos.

Quanto ao período de emigração dos inquiridos, 40,5% são oriundos da nova vaga de emigração e 18% emigraram nos anos 1960/1970. Já 11,3% dos inquiridos são lusodescendentes.

A coordenadora do inquérito, Christine de Oliveira, disse, em maio que este iria permitir “trazer um saber mais científico e menos empírico a questões que se colocam há vários anos”.

O inquérito assume uma relevância maior após o anterior ato eleitoral, as legislativas de 30 de janeiro, que foram repetidas no círculo da Europa, após irregularidades com os boletins de voto da emigração.

O objetivo do estudo, afirmou na altura Christine Oliveira, foi “trazer uma base científica o mais abrangente possível, de preferência com respostas válidas de todos os continentes”.

Segundo o relatório do Observatório da Emigração, em 2019 existiam cerca de 2,6 milhões de portugueses emigrados.

Fonte: Lusa

Vimioso: Minas de Santo Adrião à distância de um clique

Vimioso: Minas de Santo Adrião à distância de um clique

No dia 1 de julho, a Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural apresentou a app “Passaporte Natura 2000”, uma aplicação informática que permite descobrir a natureza, as comunidades e o património existente nas Minas de Santo Adrião e no Parque Natural do Douro Internacional (PNDI).

Referindo-se à app “Passaporte Natura 2000, Miguel Nóvoa, representante da Palombar, indicou que esta nova aplicação para dispositivos móveis é um guia inovador, com bons conteúdos e uma linguagem clara e apelativa que vai ajudar os utilizadores a descobrir a biodiversidade, o património e as comunidades na área da Rede Natura 2000.

Na sessão de apresentação, realizada no PINTA – Parque Ibérico de Natureza e Aventura, em Vimioso, o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, elogiou o trabalho da Palombar na criação desta nova aplicação para dispositivos móveis.

“Dado que 40% do concelho de Vimioso integra a Rede Natura 2000, esta aplicação é um instrumento para dar a conhecer o nosso território. Esperamos por isso que haja cada vez mais pessoas a visitar-nos graças à app ‘ “Passaporte Natura 2000’” – Jorge Fidalgo.

A “Rede Natura 2000” é o principal instrumento de conservação da natureza e da biodiversidade na União Europeia.

Jorge Dias, do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, também presente no PINTA, explicou que a Rede Natura 2000 tem como finalidade assegurar, a longo prazo, a conservação das espécies e dos habitats, contribuindo para a preservação da biodiversidade.

Em representação da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), João Ribeiro, começou por dizer que o ambiente também é cultura.

“Para a DRCN é muito importante a valorização do interior e das suas comunidades. E esta nova aplicação Passaporte Natura 2000 pretende transformar recursos naturais, culturais e sociais num produto turístico”, explicou.

Humberto Rosa, da Direção do Ambiente da União Europeia, participou nesta sessão de apresentação através de um vídeo durante o qual sublinhou que a Rede Natura 2000 é a maior rede de áreas ambientais protegidas do mundo.

“A app Passaporte Natura 2000 vai permitir uma melhor divulgação e conhecimento da Rede Natura” – Humberto Rosa.

Segundo os técnicos da Palombar -Conservação da Natureza e do Património Rural, o desenvolvimento da aplicação “Passaporte Natura 2000” iniciou-se em 2019.

“Obtido o financiamento, a criação desta aplicação digital envolveu muita gente, desde as comunidades locais, as freguesias, os municípios, a DRCN, o ICNF e todos os profissionais, desde os fotografos, ilustradores, designers, etc.”, indicaram.

Os utilizadores que instalam a aplicação “Passaporte Natura 2000” têm a possibilidade de conhecer o Douro Internacional e as Minas de Santo Adrião, espaços que integram a Rede Natura 2000.

Através da aplicação acede-se a uma variada informação sobre a fauna, a flora, os habitats, as comunidades, o património e as tradições existentes nestes espaços naturais protegidos.

Miranda do Douro: Caminhada deu a conhecer o potencial turístico da antiga linha ferroviária do Sabor

Miranda do Douro: Caminhada deu a conhecer o potencial turístico da antiga linha ferroviária do Sabor

No passado Domingo, dia 3 de julho, cerca de 170 pessoas participaram na II edição do passeio “L Carril de L Praino”, uma caminhada de 11,4 quilómetros pela ecopista do Sabor, entre as antigas estações ferroviárias de Duas Igrejas e Sendim, que deu a conhecer o potencial turístico e de lazer deste antiga linha de comboio.

O casal alemão, Carsten e Hanne, também participaram na II edição do passeio pela ecopista do Sabor, entre Duas Igrejas e Sendim.

Organizada pelo municiípio de Miranda do Douro, o objetivo desta caminhada ao longo da antiga linha ferroviária é aproveitar o potencial turístico, de lazer e desportivo da ecopista do Sabor.

Ao início da manhã (8h00) de Domingo, os 170 caminhantes inscritos na II edição do “L Carril de L Praino” encontraram-se na antiga estação ferroviária de Duas Igrejas. Aí confirmaram a sua inscrição e receberam de oferta um boné e uma garrafa de água. Antes da partida, os participantes foram presentaeados com a atuação dos pauliteiros de Duas Igrejas.

Entre os participantes inscritos na caminhada estavam a presidente do município, Helena Barril e o vice-presidente, Nuno Rodrigues.

“Cheguei a andar de comboio na antiga linha ferroviária do Sabor. E hoje, vim conhecer, a pé, a ecopista, para futuramente voltar a fazer este percurso de bicicleta” – Helena Barril.

A autarca adiantou que o município de Miranda do Douro está a trabalhar para oferecer às pessoas e em particular aos visitantes, várias opções para que possam explorar e conhecer melhor a ecopista do Sabor e toda a riqueza natural do concelho de Miranda do Douro.

Sobre a oportunidade de caminhar ao lado de crianças, jovens e adultos, Helena Barril destacou que atividades como o passeio “L Carril de L Praino” são uma oportunidade única de encontro entre as várias gerações.

Entre os participantes, estava também o casal alemão, Carsten e Hanne, que costumam visitar, anualmente, o concelho de Miranda do Douro.

No planalto mirandês, Carsten e Hanne apreciam sobretudo o silêncio, a oportunidade de caminhar na natureza e de contemplar os campos agrícolas e as aves.

Para melhor conhecer a região, o casal vindo de Dortmund, na Alemanha, sugeriu que o posto de turismo ofereça melhores mapas e haja a possibilidade de alugar bicicletas.

Pedro Cordeiro da empresa Douro Pula Canhada, que prestou acompanhamento no passeio “L Carril de L Praino”, disse que para valorizar a ecopista do Sabor, os municípios por onde passa a antiga linha ferroviária – Miranda do Douro, Mogadouro. Freixo de Espada à Cinta e Moncorvo – deveriam trabalhar juntos.

“A ecopista do Sabor pode ser a espinha dorsal, no turismo de caminhadas e cicloturismo, nos municípios do Douro Internacional. Mas para isso há que recuperar e transformar em ecopista, os 105 quilómetros, da antiga linha do Sabor. E há que recuperar também os antigos apeadeiros e estações, que estão ao abandono, e que poderiam servir de pontos de assistência e albergues para os caminhantes e cicloturistas”, sugeriu.

Os jovens Simão Gomes e Rui Branco, ambos residentes em Duas Igrejas, também participaram no passeio “L Carril de L Praino”. Visivelmente bem dispostos, informaram que a sua motivação para participar na caminhada pela ecopista do Sabor é o gosto pelo exercício físico e o convívio.

Por sua vez, Céu Ruano, acompanhada de familiares disse que o desporto e a vontade de participar foram as suas motivações.

Para a maioria dos participantes, o percurso de 11,4 quilómetros realizado em pleno planalto mirandês, fez-se com relativa facilidade e à hora prevista, às 12h00, os caminhantes começaram a chegar à estação de Sendim.

Aí chegados, os caminhantes foram recebidos com a música e a dança das Pauliteiras de Sendim e foi-lhes oferecido com um reconfortante e saboroso almoço-convívio, que concluiu a II edição do passeio “L Carril de l Praino”.

Política: Montenegro considera que Portugal tem problema de coesão territorial muito acentuado

Política: Montenegro considera que Portugal tem problema de coesão territorial muito acentuado

O presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou que o país tem um problema de coesão territorial muito acentuado e prometeu colocar na agenda política esta matéria, para “amenizar desigualdades”.

“Temos um problema de coesão territorial muito acentuado no país e é minha intenção, na nossa agenda política, privilegiar e contribuir para que se possam amenizar estas desigualdades que no território existem entre o interior e litoral”, disse Luís Montenegro.

O líder do PSD esteve em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, a sua primeira deslocação enquanto presidente do partido em exercício de funções, o concelho mais fortemente atingido pelos incêndios de junho de 2017, que provocaram 66 mortos.

Luís Montenegro salientou que a deslocação não “foi para contactar uma tragédia”, mas “uma realidade que se vive em muitos territórios, muitas localidades, muitos concelhos deste país, que são territórios de baixa densidade, que se confrontam todos os dias com desafios enormes para poderem fixar pessoas, para poderem atrair investimento, para poderem ter as mesmas condições para aceder àquilo que é essencial na vida de uma pessoa que têm aqueles que vivem nos centros urbanos do litoral”.

Defendendo que o Governo deve discriminar positivamente os territórios de baixa densidade, o social-democrata apontou a necessidade de lhes conferir condições para que “possam ser mais atrativos para o investimento”, com regimes fiscais para atrair investidores, “para terem atividades económicas, para terem capacidade de criar riqueza, para terem oportunidades de emprego”.

“Se não houver criação de riqueza, nem emprego, não há gente, as pessoas têm de ir à procura da sua oportunidade para outros territórios. E havendo gente depois, é preciso naturalmente dar condições de vida às pessoas”, adiantou, exemplificando com serviços de saúde, escolas, creches ou equipamentos culturais e desportivos.

Para Luís Montenegro, “o plano de harmonização territorial” que o partido preconiza passa por colocar na agenda a “coesão territorial, a criação de estatuto dos territórios de baixa densidade”, causa que não é de hoje, mas de sempre.

O presidente do PSD rejeitou ainda críticas à sua deslocação a Pedrógão Grande

“Algumas pessoas, no espaço público, tiveram aquela tentação fácil de dizer que eu, no meu primeiro dia de mandato, estava aqui a querer tirar partido de uma tragédia com algum oportunismo para fazer ação política e partidária”, disse, destacando que a visita visou “tratar de assuntos importantes que têm a ver com a vida das pessoas” e do funcionamento das autarquias e das corporações de bombeiros, e que “têm a ver com o escrutínio a ação do Governo”.

A esses críticos, Montenegro deixou ainda um aviso: “Aqueles que acham que isso é uma atitude oportunista, habituem-se porque isto é só o primeiro dia, mas vai acontecer muito mais vezes”.

Em Pedrógão Grande, Luís Montenegro reuniu-se com autarcas, Liga dos Bombeiros Portugueses e Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, tendo desta recebido um documento com a missão e com os pontos-chave para o desenvolvimento do território.

Os incêndios que deflagraram em junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos, sobretudo Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.

Fonte: Lusa

Economia: Guerra na Ucrânia fez disparar procura de agregado de ferro produzido em Moncorvo

Economia: Guerra na Ucrânia fez disparar procura de agregado de ferro produzido em Moncorvo

A concessionária das minas de Torre de Moncorvo Aethel Mining admitiu que a guerra na Ucrânia fez disparar a procura de agregado de ferro ali extraído, tendo pré-vendas para os próximos 18 meses.

“A procura pelo nosso produto em todo o mundo é enorme. Temos um excelente produto e uma logística muito boa. Devido à situação desoladora na Ucrânia, que é um grande produtor de minério de ferro, a procura pelo produto produzido em Torre de Moncorvo disparou e temos pré-vendas para os próximos 18 meses”, explicou fonte oficial da Aethel Mining.

A mesma fonte adianta, em nota escrita, que a empresa continua os preparativos para avançar com a segunda fase da mina e espera produzir o primeiro lote de concentrado em 2024.

Questionada sobre uma paragem na produção, a concessionária admitiu “pontuais paragens técnicas” que se devem “não só a trabalhos de manutenção de equipamentos, mas também para a introdução de novas tecnologias mais amigas do ambiente”.

“Não paramos a atividade na empresa. Estamos a realizar trabalhos normais de manutenção e de melhoramento na nossa linha de equipamentos para os tornar mais amigos do ambiente”, assegura.

Garantindo que “não há paragem da atividade”, a empresa explica que, tendo introduzido novos equipamentos, está neste momento a “reformular o processo de produção para atender às necessidades da carteira de encomendas e melhorar a produção, tornando-a mais limpa e mais ecológica”.

Segundo a Aethel Mining, as melhorias ao nível do equipamento “estão programadas para serem concluídas em 2/3 semanas”, pelo que é esperado um aumento da produtividade até o final do verão”.

Por seu lado, o presidente da União de Freguesias Souto da Velha e Felgar, Vítor Vieira(PSD), confirmou à Lusa as paragens na extração de minério e garantiu que não tem conhecimento de despedimentos ou ordenados em atraso em relação 13 trabalhadores que operam no cabeço da Mua.

O projeto mineiro instalado no cabeço da Mua, no concelho de Torre de Moncorvo, foi retomado no dia 13 março de 2020, após 38 anos de abandono, estando previsto um investimento de 550 milhões de euros para os próximos 60 anos.

A Aethel Mining Limited é uma “empresa britânica detida exclusivamente” pelo português Ricardo Santos Silva e pela norte-americana Aba Schubert, “que já havia recebido a aprovação da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), em novembro de 2019, para assumir o controlo da mina de Torre de Moncorvo”, que é tida como um “depósito de minério de ferro muito significativo no coração da Europa”.

As minas de ferro de Torre de Moncorvo foram a maior empregadora da região na década de 1950, chegando a recrutar 1.500 mineiros.

A exploração de minério foi suspensa em 1983, com a falência da Ferrominas.

Fonte: Lusa

Política: Jorge Fidalgo desafia governo a descentralizar gestão da água para os municípios

Política: Jorge Fidalgo desafia governo a descentralizar gestão da água para os municípios

O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo, desafiou o Governo a demonstrar a vontade de descentralizar, aceitando a reivindicação de passar para os municípios deste território a gestão completa da água e saneamento.

Jorge Fidalgo é o terceiro presidente desde que a CIM iniciou o processo de tentar convencer o Governo a transferir das Águas do Norte para a organização de municípios a gestão de todo o sistema, a chamada verticalização.

Os nove concelhos do distrito de Bragança, que compõem a comunidade intermunicipal, são responsáveis pela água do depósito até à cobrança junto dos consumidores, o chamado sistema em baixa, enquanto as restantes infraestruturas, nomeadamente as barragens e tratamento, estão a cargo das Águas de Portugal.

Apenas dois municípios (Vimioso e Miranda do Douro) têm a totalidade do sistema da água por conta própria e o que todos pretendem é que passe a ser a CIM a gerir tudo na região, e há vários anos que fizeram a proposta ao Governo sem que até agora tenham chegado “a uma solução definitiva”.

“Numa altura em que se fala tanto de descentralização, aqui está uma área em que queremos nós mesmos desejar assumir essa responsabilidade”, afirmou o presidente da CIM.

O valor que os municípios terão que pagar às Águas do Norte para ficarem na posse do património do sistema em alta e do saneamento é uma das questões em causa no processo, segundo disse.

“A CIM fez um primeiro estudo, o Governo está a fazer agora um outro estudo. Não queríamos era que isso se prolongasse porque esta é uma situação que é só benéfica para as populações, e nós queremos acreditar que o Governo também aderirá a essa nossa reivindicação”, afirmou.

Esta é uma das preocupações e problemas do território abordada com os três deputados (dois do PS e um do PSD) eleitos por Bragança na Assembleia da República, numa reunião pedida pela CIM, que representa os municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Vinhais, Vimioso, Mogadouro, Miranda do Douro e Vila Flor.

A Comunidade Intermunicipal tomou a iniciativa e pretende fazer este tipo de reuniões “com alguma periodicidade” com os deputados por entender que poderá ser possível “chegar mais rápido à resolução”, havendo “uma complementaridade e uma consonância na procura das melhores soluções para os problemas”.

Nesta reunião, os autarcas e os deputados falaram também dos fundos do próximo quadro comunitário e da preocupação de que “a região não fique prejudicada” na atribuição.

As comunidades intermunicipais têm direito a verbas para gestão direta e o presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes receia que a região venha a ter menos financiamento, mesmo que lhe seja atribuído um valor idêntico ao dos últimos anos.

Jorge Fidalgo explicou que o receio resulta da possibilidade de dependerem do valor que for transferido para a CIM de áreas que estavam a ser financiadas por outros programas.

A reunião com os deputados resulta, na opinião do eleito pelo PSD Adão Silva, “de uma clara necessidade de criar complementaridades, sinergias e entreajuda entre os deputados e os autarcas que estão muito mais próximos das populações.

“Viemos para aqui para ouvir, aconselhar e para ter um conjunto de informações para em Lisboa, no parlamento, junto do Governo, podermos agir e ajudar a que as coisas evoluam para bem das nossas populações”, declarou.

O deputado do PS Sobrinho Teixeira espera que seja a primeira de muitas reuniões e salientou como mais importante todos juntos ajudarem a desenhar as condições para que o investimento do próximo quadro comunitário seja de acordo com aquilo que mais se pretende para a região.

“É importante reavaliar as prioridades, mesmo das próprias autarquias, no sentido de haver um trabalho para atrair pessoas, empresas, criar habitação, porque nós sabemos que se não forem as autarquias a fazer e a pressionar não vai ser o Governo de Lisboa que o vai fazer”, considerou a deputada socialista Berta Nunes.

Fonte: Lusa

Sendim: Bombeiros voltaram a celebrar a festa em honra do padroeiro São Sebastião

Sendim: Bombeiros voltaram a celebrar a festa em honra do padroeiro São Sebastião

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sendim voltou a organizar no fim-de-semana de 2 e 3 de julho, a festa em honra de São Sebastião, o padroeiro dos bombeiros locais, uma festividade que este ano contou com a participação da presidente do município, Helena Barril.

Festa em honra de São Sebastião, padroeiro dos Bombeiros de Sendim.

No sábado dia 2 de julho, a festa em honra de São Sebastião teve a tradicional romagem ao cemitério de Sendim e Picote. E ao final da tarde realizou-se o convívio e sardinhada de São João.

No dia seguinte, Domingo, dia 3 de julho, após a alvorada, a corporação de bombeiros de Sendim hasteou a bandeira e iniciou o peditório pelas ruas da vila, acompanhados pela Banda Filarmónica dos Bombeiros de Mogadouro.

A Missa foi celebrada às 14h00, na igreja matriz de Sendim. No decorrer da celebração, o pároco, António Pires, numa alusão aos bombeiros locais disse que os valores cristãos como o socorro, a assistência e a ajuda, estão enraizados na missão das associações humanitárias.

“Que a exemplo de São Sebastião, padroeiro dos bombeiros, sejamos capazes de fazer o bem e testemunhar Cristo no nosso dia-a-dia”, disse.

Após a eucaristia, seguiu-se a procissão da igreja matriz até à capela de São Sebastião.

De regresso à praça central de Sendim, realizou-se uma cerimónia na qual foi homenageado o ex-comandante dos bombeiros locais, José Ramos Campos, pelos cerca de 37 anos de dedicação à associação de bombeiros locais.

A cerimónia prosseguiu depois com a benção de sete viaturas. E na sua intervenção, o presidente da direção da Corporação dos Bombeiros Voluntários de Sendim, Ilídio Rodrigues, lembrou os dois anos de pandemia e a impossibilidade de celebrar a festa do padroeiro, São Sebastião.

“Hoje, graças ao apoio do município de Miranda do Douro, a corporação de bombeiros de Sendim conta com 10 pessoas nas Equipas de Intervenção Permanente (EIP) e mais um operador de central. Ao todo, a associação conta com 21 colaboradores” – Ilídio Rodrigues.

Por sua vez, a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, elogiou o trabalho realizado na corporação de bombeiros de Sendim e explicou que é um dever do município apoiar a criação de novos postos de trabalho, como as Equipas de Intervenção Permanente (EIP), pois estas ações contribuem para a fixação de pessoas no concelho. A autarca adiantou ainda que o município de Miranda do Douro está a preparar o estatuto do bombeiro no concelho.

Para concluir a cerimónia, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Bragança disse que o paradigma dos bombeiros está a mudar, frisando que há uma progressiva conversão para o profissionalismo.

HA