Turismo: Pauliteiros de Miranda, produtos Origem Mogadouro e Termas de Vimioso na Feira de Valladolid (Espanha)

Turismo: Pauliteiros de Miranda, produtos Origem Mogadouro e Termas de Vimioso na Feira de Valladolid (Espanha)

De 13 a 16 de novembro, os nove municípios da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) vão participar na INTUR – Feira Internacional de Turismo de Interior, que decorre na cidade de Valladolid, em Espanha.

O certame, de caráter internacional e periodicidade anual, reúne entidades, operadores turísticos, agências de viagens, unidades de alojamento e empreendimentos de turismo rural, com a finalidade de divulgar as ofertas culturais, gastronómicas e de lazer existentes em regiões do interior.

Segundo o comunicado da CIM-TTM, a presença dos municípios transmontanos de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais. é considerada “estratégica para o território, pois reforça a sua centralidade ibérica e o potencial de captação do mercado espanhol, um dos principais emissores de turistas para a região.

“O evento em Valladolid (Espanha) é uma oportunidade para promover as potencialidades turísticas, culturais e naturais das Terras de Trás-os-Montes, reforçando a imagem de um destino autêntico e sustentável no contexto ibérico”, indica a CIM-TTM.

No ano passado, na INTUR, o concelho de Miranda do Douro fez-se representar pelos Pauliteiros de Miranda, pelo Grupo Cultural e Recreativo Renascer das Tradições da Póvoa e pelos mascarados do solstício de inverno como a Festa do Menino de Vila Chã de Braciosa e o Velho e a Galdrapa de São Pedro da Silva.

No âmbito gastronómico, Miranda do Douro presenteou os visitantes da feira em Espanha, com a degustação da Bola Doce Mirandesa, da Bola de Carne, do Fumeiro e dos Vinhos Regionais.

Por sua vez, o município de Mogadouro deu a provar ao público na INTUR, os produtos “Origem Mogadouro” e apresentou alguns ícones da cultura local, como são as Máscaras e Rituais Ancestrais do concelho.

Em Valladolid, o concelho de Vimioso promoveu as Termas, o Parque Ibérico de Natureza e Aventura (PINTA) e a Feira de Artes, Ofícios e Sabores, agendada para o fim-de-semana prolongado de 5, 6, 7 e 8 de dezembro.

Segundo a CIM-TTM, este certame é uma oportunidade para reforçar a ligação com Espanha e apresentar o que de melhor o território transmontano tem para oferecer.

“A estratégia passa por convidar os visitantes a descobrir e experienciar a região de Trás-os-Montes, através das suas paisagens únicas, tradições genuínas, gastronomia e hospitalidade”, indica a CIM-TTM.

A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) compreende os concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais.

Fonte: CIM-TTM

Miranda do Douro: Projeto de turismo fluvial transfronteiriço

Miranda do Douro: Projeto de turismo fluvial transfronteiriço

A 6 de novembro, foi apresentado em Miranda do Douro o Estudo de destino do rio Douro/Duero transfronteiriço, que envolve um conjunto de entidades portuguesas e espanholas, como o objetivo comum de promover cruzeiros fluviais no rio Douro como destino turístico.

“A iniciativa insere-se no âmbito do projeto Rede de Cruzeiros Ibéricos Fluviais Transfronteiriços (Rede CIFT), que tem como principais objetivos promover o turismo fluvial através da criação de itinerários náutico-culturais, capacitar os agentes turísticos do território, tanto públicos como privados, e desenvolver um catálogo digital de cruzeiros fluviais”, indica o município de Miranda do Douro.

O Rede CIFT é cofinanciado pela União Europeia, no quadro do programa Interreg Espanha-Portugal VI-A (POCTEP) 2021-2027.

O projecto tem como objetivo a criação de um destino turístico de excelência na zona transfronteiriça Duero – Douro, graças à estruturação de uma oferta assente em experiências inovadoras e únicas assentes no seu património natural e cultural como elemento diferenciador, de identidade e de posicionamento, estabelecendo as condições necessárias para a apresentação, posicionamento e reconhecimento deste espaço transfronteiriço.

O projeto será desenvolvido em mais de 100 municípios espanhóis e portugueses, com a finalidade de estabelecer estratégias que melhorem a coesão territorial, fomentar o desenvolvimento socioeconómico e fixar a população, seguindo quatro grandes linhas de ação: Estudo dos recursos endógenos do território para conhecer o seu potencial turístico; análise da oferta e procura e definição da proposta de valor do destino Duero Douro; desenho de produtos turísticos singulares e de excelência; promoção e posicionamento do Douro como destino turístico de excelência.

Fontes: Lusa e CIM-TTM | Foto: Parque Natural do Douro Internacional

Fiscalidade: Autarcas transmontanos reúnem-se com AT para reclamar o pagamento dos impostos das barragens

Fiscalidade: Autarcas transmontanos reúnem-se com AT para reclamar o pagamento dos impostos das barragens

Os autarcas dos 10 municípios afetados pela venda das seis barragens transmontanas vão reunir-se na sexta-feira, dia 14 de novembro, com a direção da Autoridade Tributária (AT), em Lisboa, para reclamar brevidade no pagamento dos impostos devidos pela transação destas infraestruturas.

O presidente da Câmara de Alfândega da Fé, Eduardo Tavares, avançou que esta “é primeira vez” que os autarcas afetados pela venda das seis barragens transmontanas vão reunir-se com a diretora-geral da AT, Helena Borges, “para reclamar com a maior brevidade o pagamento dos impostos devidos pela transação deste equipamento de produção de energia elétrica”.

“Esta reunião surge após o importante despacho do Ministério Público (MP) que dava conta da obrigatoriedade do pagamento do montante de 335,2 milhões de euros de impostos em falta, incluindo o Imposto do Selo, IMT e IRC, para além dos juros”, explicou o autarca.

Eduardo Tavares acrescentou que esta audiência foi pedida à diretora-geral da AT, “com caráter de urgência”, em 06 de novembro, obtendo resposta no dia seguinte.

“A reunião serve para fazer um ponto de situação, para se perceber quais são agora os processos administrativos que a AT vai proceder para fazer a liquidação dos impostos devidos”, frisou.

António Preto, o advogado que representa os municípios de Miranda do Douro, Mogadouro, Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo, Macedo de Cavaleiros, Carrazeda de Ansiães, Alijó, Vila Flor, Mirandela e Murça, avançou que “o ministro das Finanças, nas suas declarações de 5 de novembro, disse que a AT tinha um ano para fazer essa liquidação, mas as câmaras querem que a liquidação dos impostos seja feita já”.

O Ministério Público arquivou as suspeitas de fraude fiscal na venda de seis barragens da EDP à Engie, mas concluiu que o Estado tem a receber 335,2 milhões de euros em “impostos em falta”, incluindo Imposto do Selo, IMT e IRC, além de juros.

O inquérito, conduzido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), afastou contornos criminais na operação, mas determinou o pagamento de impostos.

Quanto ao arquivamento das suspeitas de fraude fiscal, Eduardo Tavares já havia dito que este processo nunca foi “um ajuste de contas” contra ninguém, nem contra nenhuma empresa, sendo “apenas e só” para defender os interesses da região.

O Ministério Público, que foi coadjuvado pela AT na investigação, calcula que o Estado tem a receber 120,9 milhões em Imposto do Selo, 99,6 milhões de euros em IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis) e 114,7 milhões de euros em IRC.

O advogado destes municípios já havia dito que “há 335,2 milhões de euros que são dos contribuintes portugueses, dos quais 221 milhões de euros das pessoas da Terra de Miranda, Baixo Sabor e Foz Tua”.

A EDP insistiu que cumpriu as regras fiscais na venda das barragens do Douro em 2020 e promete “defender os seus interesses” depois de saber que o MP reclama 335,2 milhões de euros em impostos em falta.

Num comunicado oficial em reação ao desfecho da investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) conhecido na semana passada, a elétrica portuguesa afirma que “a decisão de arquivamento do processo-crime por parte do Ministério Público não consubstancia uma surpresa”, porque, no seu entendimento, o grupo “atuou em conformidade com a lei e com os padrões de mercado neste tipo de operações”.

O inquérito que investigou a venda de seis centrais da elétrica portuguesa ao consórcio francês liderado pela Engie foi concluído no final de outubro, tendo o arquivamento sido conhecido a 5 de novembro.

A vertente fiscal das barragens começou a ser discutida na sequência da venda pela EDP de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie, tendo o negócio ficado concluído no final de 2020.

Fonte: Lusa | Fotos: HA e Flickr

Vimioso: 30 milhões de euros são insuficientes para a construção de ponte sobre rio Maças

Vimioso: 30 milhões de euros são insuficientes para a construção de ponte sobre rio Maças

O concurso público para a construção da ponte sobre o rio Maças e respetivos acessos na ligação Vimioso-Carção, não recebeu propostas dentro do orçamento de 30 milhões de euros, informou o autarca de Vimioso, António Santos, o que obriga a Infraestruturas de Portugal (IP) a reajustar o valor da empreitada e a lançar um novo concurso público.

“Eu não sei se todos os procedimentos para este concurso público foram acautelados pelas entidades intervenientes no processo. O que é certo é que o concurso para empreitada que estava inicialmente orçada de 30 milhões de euros ficou deserto”, indico o presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Santos.

O autarca vimiosense considerou “lamentável” que este concurso público internacional “tenha ficado deserto”.

A ligação à capital de distrito, Bragança, é considerada de vital importância, não só para o concelho de Vimioso, mas também para os concelhos vizinhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Freixo de Espada à Cinta.

“A construção da ponte Vimioso – Carção anunciada no passado mês de julho, com a visita do ministro da Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, gerou enorme expetativa na população, pelo que a inexistência de propostas válidas no concurso público causa desânimo e frustração”, disse António Santos.

Fonte da Infraestruturas de Portugal (IP) esclareceu que não foram apresentadas propostas válidas ao concurso para a empreitada de construção da Ponte sobre o rio Maçãs, na Estrada Nacional 218.

“Iremos ajustar os procedimentos prévios necessários para, com a maior brevidade possível, promover o lançamento de um novo concurso público”, indicou a mesma fonte, sem indicar datas.

A 4 de abril de 2025, o Governo autorizou a IP a disponibilizar 30 milhões de euros, repartidos por quatros anos, para prosseguir com os estudos e ações para a construção da ponte rodoviária Vimioso–Carção, sobre o rio Maçãs.

“Conforme decorre da Resolução do Conselho de Ministros nº 69/2025, de 10 de março, a ponte sobre o rio Maçãs é um dos investimentos rodoviários identificados como prioritários por este Governo, tendo sido determinado à Infraestruturas de Portugal, S.A. que prossiga com os estudos e ações tendo em vista a concretização do mesmo”, indicou na altura o Ministério das Infraestruturas.

Em 20 de março, foi publicado em Diário da República que a dotação financeira para dar andamento aos trabalhos da ponte sobre o rio Maçãs terá uma cabimentação pública de 500 mil euros para 2025, oito milhões de euros para 2026, 14,5 milhões de euros para 2027 e sete milhões para 2028.

O concurso público internacional foi lançado em junho de 2025.

Na apresentação do projeto “EN218 – Ponte sobre o rio Maçãs e Acessos”, o presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Miguel Cruz, indicou que a nova ponte terá 850 metros de extensão e o pilar mais alto terá 120 metros de altura.

“A construção desta ponte e respetivo viaduto sobre o rio Maçãs vai reduzir em cinco quilómetros a ligação Vimioso-Carção, ou seja, dos atuais 11,7 quilómetros para apenas seis quilómetros. Para além da ponte vai ser construída na margem de Carção. uma variante com 2,9 quilómetros extensão, com vários cruzamentos”, adiantou.

Fonte: Lusa e HA | Fotos: HA

Meteorologia: Chuva até Domingo

Meteorologia: Chuva até Domingo

A chuva está de regresso ao nordeste transmontano, entre esta quarta-feira, dia 12 de novembro e Domingo, dia 16 de novembro, sendo que até sexta-feira, a região está sob aviso amarelo, anunciou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Todos os distritos de Portugal continental vão estar sob aviso amarelo por diferentes motivos – agitação marítima, vento ou precipitação – em distintos períodos entre os dias 12 e 14 de novembro.

Nos distritos de Viseu, Porto, Guarda, Setúbal, Santarém, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra e Braga, o sinal laranja vai estar em vigor entre as 21:00 de quarta-feira e as 09:00 de quinta-feira, devido à “precipitação, por vezes forte e persistente”.

O aviso laranja é emitido pelo IPMA sempre que existe “situação meteorológica de risco moderado a elevado, e o amarelo, quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

Fonte: Lusa | Imagem: IPMA

Micologia: Verão seco atrasou o aparecimento de cogumelos silvestres no nordeste transmontano

Micologia: Verão seco atrasou o aparecimento de cogumelos silvestres no nordeste transmontano

O presidente da associação micológica “A Pantorra”, com sede em Mogadouro, indicou que o aparecimento de cogumelos silvestres nos concelhos do nordeste transmontano está atrasado devido ao verão seco que se fez sentir neste território.

O presidente da Pantorra, Manuel Moredo explicou que o ano micológico está atrasado em relação a anos anteriores devido à seca durante o verão e à falta de humidade nos solos, o que retardou o aparecimento de de várias espécies de cogumelos silvestres.

Mesmo com fracas expectativas, os lameiros, soutos e pinhais do nordeste transmontano são locais ideais para a apanha, que são batidos palmo a palmo nesta altura do ano pelos recoletores de cogumelos silvestres, alguns dos quais o fazem por gosto e outros porque encontraram nesta atividade uma forma de sustento, mas este ano “deverá haver menos rendimento para os apanhadores devido a este atraso”.

“Num ano normal, a partir de finais de setembro até meados de outubro, já havia muita quantidade de cogumelos silvestres. Só há duas semanas é que começaram a aparecer os primeiros cogumelos, em alguma quantidade”, disse Manuel Moredo.

O especialista referiu ainda que há espécies de cogumelos que requerem mais humidade e calor e pouco frio, uma situação que leva ao seu aparecimento, faseado, face às condições climatéricas e que podem prolongar-se até ao fim do ano.

Esta revelação acontece na véspera do 25.º Encontro Micológico de Mogadouro, que acontece entre sábado e domingo, que prevê juntar cerca de meia centena de participantes vindos um pouco de todo o país.

“O nosso encontro micológico, inicialmente, estava programado para outubro, mas devidos a estes fatores só o vamos realizar no próximo fim de semana”, frisou

Durante a iniciativa, haverá uma saída de campo com a identificação de cogumelos silvestres que são “comida de risco”.

“Todos os anos alertamos em vários encontros espalhados pelo país, e pela vizinha Espanha, para o risco de colher cogumelos silvestres, sem os conhecer. Há uma maior sensibilização por parte dos apreciadores. Mas todos os cuidados são poucos.”, indicou. Manuel Moredo.

Apesar do valor económico e todo o potencial gastronómico ou medicinal dos cogumelos silvestres, em Portugal ainda não há legislação que regulamente o setor e esse “vazio legal” não permite a “certificação” das mais variadas espécies para que se tornem numa mais-valia económica.

“Há mais de 25 anos que a associação A Pantorra, com sede em Mogadouro, luta por um código de conduta para a apanha dos cogumelos silvestres. Tem de haver legislação que acabe com a anarquia que tem havido, e há, em matéria da apanha destes fungos únicos”, reiterou Manuel Moredo.

A Pantorra já identificou mais de 1.200 espécies de cogumelos silvestres no Nordeste Transmontano nos últimos 25 anos.

“Neste sentido, temos trabalho com especialistas em micologia da Universidade de Trás-os-Montes [ UTAD]  e do Instituto Politécnico de Bragança [IPB], para identificar as espécies, já que muitas delas são tóxicas e algumas até letais ”, explicou.

Sanchas ou setas, boleto, repolgas, línguas de vaca, frades ou míscaros são algumas das espécies de cogumelos silvestres, caraterísticos do outono e mais procurados pelos apreciadores e recoletores na região do Interior Norte.

Fonte: Lusa | Fotos: Flickr e Pantorra

Fiscalidade: Deputados afirmam que venda das barragens foi injustiça social e cobrar os imposto é histórico

Fiscalidade: Deputados afirmam que venda das barragens foi injustiça social e cobrar os imposto é histórico

Os três deputados eleitos pelo circulo eleitoral do distrito de Bragança, Hernâni Dias e Nuno Gonçalves (PSD) e Júlia Rodrigues (PS) apelidaram a venda das seis barragens transmontanas de injustiça social e que a decisão do Ministério Publico (MP) de ordenar a cobrança de impostos é histórica.

Para os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Bragança, Hernâni Dias e Nuno Gonçalves, a venda das barragens da EDP ao consórcio liderado pela Engie veio expor, de forma muito clara, uma injustiça que se arrasta há demasiado tempo.

“Os municípios onde se localizam estas barragens e que contribuem, há décadas, para o desenvolvimento energético do país, não recebem o que lhes é devido — nem as rendas de concessão, nem o IMI correspondente a infraestruturas de enorme valor”, indicaram.

Segundo estes parlamentares, estas grandes infraestruturas tiveram implicações várias no território, com custos sociais e ambientais que, ainda, hoje, se fazem sentir.

“Por outro lado, usando as águas dos nossos rios tiveram um retorno financeiro imenso, mas que, infelizmente, não fica no território”, disseram.

Por isso, depois de o Ministério Público (MP) ter dado razão às autarquias transmontanas na luta pela cobrança das quantias devidas, os parlamentes social-democratas afirmaram que a EDP não tem alternativa senão pagar o valor apurado de 335,2 milhões de euros em impostos pela venda de seis barragens.

Segundo deputados do PSD, “mais do que uma questão fiscal, esta é uma questão de justiça territorial e coesão nacional, pelo que não se devem recorrer a expedientes judiciais para tentar atrasar o pagamento do que é devido”, afirmaram.

Também a deputada eleita por Bragança nas listas do PS, Júlia Rodrigues, disse à Lusa que o país assistiu a um momento decisivo na longa novela do negócio das barragens da EDP.

“Depois de cinco anos de investigação, o MP determinou aquilo que as populações de Trás-os-Montes sempre souberam ser evidente: a venda das seis barragens nos rios Douro, Sabor e Tua não podia ficar imune à lei fiscal portuguesa. A cobrança de 335,2 milhões de euros em impostos é, antes de mais, uma vitória da justiça e da transparência”, frisou.

Segundo Júlia Rodrigues, esta decisão “corrige uma injustiça histórica, porque as barragens erguidas nos rios e vales transformaram o território, deixaram marcas profundas nas comunidades e nos ecossistemas”.

Para a parlamentar do PS, as declarações do ministro das Finanças, afirmando ser “extemporâneo” falar em arrecadação de impostos, caíram como um balde de água fria.

“O MP foi claro: a Autoridade Tributária deve liquidar os montantes devidos. O papel do Governo não é relativizar a lei, mas garantir que ela se cumpre. Nenhum contribuinte, seja qualquer cidadão ou empresa, pode estar acima do Estado de direito”, vincou.

“O despacho do MP é, portanto, um ponto de viragem. Cabe agora à Autoridade Tributaria agir com celeridade e transparência, e ao Governo assegurar que os 335,2 milhões de euros entram nos cofres do Estado e que uma parte deles reverte para os municípios do Douro e de Trás-os-Montes. Só assim, este processo deixará de ser um símbolo de impunidade e passará a ser um exemplo de justiça”, destacou.

A venda das barragens de Miranda, Bemposta, Picote, Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro foi acordada no final de 2019 e concluída entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, por 2,2 mil milhões de euros, através de uma operação de cisão e fusão societária entre empresas criadas pela EDP e pelo consórcio comprador liderado pela francesa Engie.

Desde então, o Movimento Cultural Terra de Miranda (MCTM) e vários deputados têm considerado que o negócio deveria ter resultado no pagamento de cerca 400 milhões de euros de impostos devidos pelo negócio da venda das seis barragens transmontanas, sendo que destes 110 milhões de euros são em imposto do selo.

O MP arquivou as suspeitas de fraude fiscal na venda de seis barragens da EDP à Engie, mas concluiu que o Estado tem a receber 335,2 milhões de euros em “impostos em falta”, incluindo Imposto do Selo, IMT e IRC, além de juros.

O inquérito, conduzido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), afastou contornos criminais na operação, mas determinou que a Autoridade Tributária deve proceder à cobrança dos tributos “em falta e que não foram pagos”.

Fonte: Lusa | Fotos: Flickr e HA

Política: Pedro Lima e Isabel Ferreira dividem presidência da CIM Terras de Trás-os-Montes

Política: Pedro Lima e Isabel Ferreira dividem presidência da CIM Terras de Trás-os-Montes

O autarca de Vila Flor, Pedro Lima e a autarca de Bragança, Isabel Ferreira, foram eleitos presidentes da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), alternando a presidência e dividindo mandato.

O social-democrata, Pedro Lima vai manter-se como presidente da CIM-TTM até 2027. Os restantes dois anos serão presididos pela socialista, Isabel Ferreira, que foi recentemente eleita presidente da câmara municipal de Bragança

“É uma deliberação para assegurar o consenso em torno das duas maiorias, da maioria de municípios e da representatividade a nível de maioria de eleitores. Como não estão as duas do mesmo lado, tomámos esta deliberação que respeita e acima de tudo sai reforçado o espírito de união da CIM Terras de Trás-os-Montes”, adiantou Pedro Lima, garantindo que estes dois critérios são sempre tidos em consideração em momentos de deliberação, sendo a primeira vez que um mandato é dividido nesta comunidade intermunicipal.

Os vice-presidentes serão Isabel Ferreira (que em 2028 assume a presidência da CIM-TTM) e António Pimentel, presidente do município de Mogadouro, eleito pelo PSD.

A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) é composta por nove municípios: Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Mogadouro, Miranda do Douro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais.

Após as eleições autárquicas de 12 de outubro, cinco câmaras são lideradas pelo PSD e quatro pelo PS. O mesmo resultado de há quatro anos, com a diferença que Macedo de Cavaleiros mudou do PS para o PSD e Bragança, com o maior número de eleitores do distrito, passou do PSD para o PS.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: “Atravessando a Raia” até 8 de dezembro

Miranda do Douro: “Atravessando a Raia” até 8 de dezembro

Está a decorrer de 1 de novembro até 8 de dezembro, a II edição do projeto transfronteiriço “Atravessando a Raia: Sabores da Fronteira”, uma iniciativa ibérica que pretende promover turisticamente as regiões raianas através da gastronomia, do património e da cultura.

O programa das jornadas combina gastronomia, cultura, turismo de natureza e visa dar a conhecer o património material e imaterial das regiões raianas de Portugal e de Espanha.

Na gastronomia, as jornadas decorrem em restaurantes de Bragança e da Guarda (Portugal) e nos restaurantes das províncias espanholas de Salamanca e Zamora. Em ambos os países, o público tem a oportunidade de degustar os pratos típicos de cada região, acompanhados pelos vinhos das denominações de origem Beira Interior, Trás-os-Montes, Arribes e Douro.

Entre as atividades culturais estão programados passeios transfronteiriços de moto “Cruzando a Raia, Rotas da Fronteira”, para conhecer os dois territórios raianos de Portugal e Espanha.

Na localidade de Aldeadávila de la Ribera, pertencente à província de Salamanca, o público pode visitar a exposição “Transumância e Artesanato”.

A 22 de novembro realiza-se em Alcañices (Espanha) um debate sobre a evolução histórica e cultural da raia.

Na cidade de Miranda do Douro (Portugal) está programado a 29 de novembro, um concerto interpretado pelo Quinteto da Orquestra Sinfónica de Castela e Leão, na Concatedral, às 17h00.

O presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, afirmou que o turismo desempenha um importante papel na valorização do interior .

“O turismo é hoje a maior indústria do mundo, responsável por 11% do PIB global e 319 milhões de empregos. O sucesso da atividade turística deve medir-se pela inclusão, sustentabilidade, inovação e participação das pessoas que vivem nestes territórios”, disse.

Por sua vez, o onselheiro de Cultura, Turismo e Desporto da Junta de Castela e Leão, Gonzalo Santonja disse que “a cultura, a língua, o património, a gastronomia e o vinho são vasos comunicantes que passam por debaixo das fronteiras. As pessoas comuns, de um e outro lado, procuram conhecer-se e descobrir a riqueza cultural do outro”.

De 1 de novembro a 8 de dezembro, as jornadas “Atravessando a Raia 2025” unem Portugal e Espanha num roteiro de sabores, cultura e natureza, promovendo o turismo sustentável e a cooperação transfronteiriça.

HA

Paradela: Festa de “San Martinico” celebra-se a 16 de novembro

Paradela: Festa de “San Martinico” celebra-se a 16 de novembro

Para celebrar o São Martinho, as populações de Paradela, Ifanes e Aldeia Nova vão voltar a reunir-se no Domingo, dia 16 de novembro, na pequena ermida de “San Martinico”, num programa festivo que começa com a celebração da eucaristia, seguida de um almoço convívio e do tradicional magusto de castanhas assadas e jeropiga.

A festa em honra de “São Martinico” é uma das mais originais do concelho de Miranda do Douro, dado que se celebra numa pequeníssima capela, edificada em 1918 e dedicada a São Martinho de Tours (316 a 397 d.C.).

“A designação “São Martinico” é um palavra mirandesa, que significa o carinho e a afeição que as populações das três localidades de Aldeia Nova, Paradela e Ifanes, têm para com este santo”, explicou o presidente da União de Freguesias de Ifanes e Paracdela, Nélio Seixas.

Antigamente, esta festa religiosa, que se celebra num local ermo situado entre as aldeias de Paradela, Ifanes e Aldeia Nova. era mesmo uma romaria que atraía a vinda de muitas pessoas.

“Os pastores e os contrabandistas que passavam pela capela do São Martinico depositavam aí as suas esmolas e eram essas dádivas que depois financiavam a festa de São Martinho, que se celebrava todos os anos, no dia 11 de novembro”, explicou Nélio Seixas.

Este ano, a festa de San Martinico está agendada para o Domingo, dia 16 de novembro e começa com a celebração da eucaristia, às 12h00. No final da missa, realiza-se a procissão com a imagem de São Martinho (uma pequena escultura feita com madeira de castanheiro), ao redor da ermida.

Após a celebração religiosa, segue-se um almoço-convívio, cuja inscrição tem um custo de 7 castanhas. Durante a tarde, o convívio entre as populações de Paradela, Ifanes e Aldeia Nova prossegue com a realização do tradicional magusto de castanhas assadas e jeropiga.

A festa em honra de “São Martinico” é uma iniciativa conjunta da Associação Cultural e Fronteiriça de Paradela, da União de Freguesias de Ifanes e Paradela e do município de Miranda do Douro.

Lenda de São Martinho

Segundo reza a lenda, num dia frio e tempestuoso de outono, um soldado romano, de nome Martinho, percorria o seu caminho montado a cavalo, quando deparou com um mendigo cheio de fome e frio.

O soldado, conhecido pela sua generosidade, tirou a capa que envergava e com a espada cortou-a ao meio, cobrindo o mendigo com uma das partes. Mais adiante, encontrou outro pobre homem cheio de frio e ofereceu-lhe a outra metade.

Sem capa, Martinho continuou a sua viagem ao frio e ao vento quando, de repente e como por milagre, o céu se abriu, afastando a tempestade. Os raios de sol começaram a aquecer a terra e o bom tempo prolongou-se durante três dias.

Desde essa altura, todos os anos, por volta do dia 11 de novembro, surgem dias de calor, a que se passou a chamar “verão de S. Martinho”.

Em Portugal, na Festa de São Martinho é tradição fazerem-se os magustos de castanhas assadas e beber-se água-pé ou jeropiga. Esta é também a época do ano em que se prova o vinho novo. Como diz o ditado popular, “no dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”.

HA