Espanha: Alunos podem concorrer às universidades espanholas
O acordo foi assinado entre os governos de Portugal e de Espanha e permite que os alunos portugueses e espanhóis, de 57 escolas nas zonas de fronteiras, vão poder concorrer livremente às instituições de ensino superiorde ambos os países.
O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Fernando Alexandre, que considerou que este “é um passo inicial” para uma “união ibérica”.
“Neste momento, que nós temos na Europa, são espaços de ensino superior nacionais, em que, quem estuda num país, fundamentalmente candidata-se a universidades desse país e depois tem reconhecidas as qualificações que obtém nesse país também apenas nesse país”, descreveu.
Fernando Alexandre defendeu um “espaço europeu de ensino superior”, com o qual “a Europa possa atingir o mesmo nível de competitividade dos Estados Unidos (EUA), que são, de facto, um país onde o talento circula livremente e na Europa ainda não é assim”.
Espanha: Cultura e património aproximam portugueses e espanhóis
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) pretende reforçar a cooperação transfronteiriça com a Comunidade Autónoma de Castela e Leão (Espanha), no âmbito do património e da cultura, eixos considerados estratégicos para o desenvolvimento de ambas as regiões.
No certame “AR-PA” que decorreu em Valladolid (Espanha), o vice-presidente da CCDR-N, Jorge Sobrado, explicou que o património cultural e a cultura são eixos estratégicos de desenvolvimento e cooperação transfronteiriça.
“Com Castela e Leão não é possível falar de cooperação sem colocar no centro da agenda das relações [bilaterais] o património cultural, o património natural ou a cultura entendida como setor criativo ou do turismo cultural”, indicou o responsável pelas áreas da Cultura e Património, dentro da CCDR-N.
Jorge Sobrado acrescentou que, com esta forte presença na AR-PA – que reúne seis parceiros, desde o Porto a Vila Nova de Foz Côa (Guarda), passando por Miranda do Douro e o território do Baixo Sabor, dá-se um sinal de compromisso regional no estreitamento das relações culturais e patrimoniais com Castela e Leão.
“Há laços históricos e centenários, milenares, mesmo, entre o Norte de Portugal e Castela e Leão que são hoje verificáveis e experienciados em património, como, a título de exemplo, {as rotas] do românico e o património romano, [cujos] elementos territoriais devem ser explorados de forma conjunta”, explicou o responsável.
Neste contexto, Sobrado disse que nesta edição da AR-PA, haverá oportunidade “para dar mais um passo no sentido do diálogo e na aposta” a “desenvolver, como é caso do património romano de Três Minas [Pouca de Aguiar] com Las Médulas [Castela]”.
“Esta cooperação abre as portas ao complexo mineiro de Três Minas beneficiar do ‘selo’ da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura [UNESCO], como já foi atribuído a Las Medulas. É esta cooperação que permitirá a extensão dessa classificação a Três Minas, abrindo as portas deste património nortenho à sua internacionalização, mas também, a um processo conjunto de valorização, investigação ou de marketing territorial”, destacou Jorge Sobrado.
Trata-se assim de um processo conjunto de aprendizagem, experiência e de caminho feito com Las Medulas, sublinhou.
O vice-presidente da CCDR-N para o Cultura e Património destacou ainda a cooperação da província espanhola de Zamora com a região Norte de Portugal para a articulação das rotas do românico.
Do lado da Junta de Castela e Leão, o diretor-geral do Património Cultural, Juan Carlos Prieto, adiantou que é preciso contar com fundos do programa transfronteiriço INTERREG para reforçar toda esta cooperação entre o Norte de Portugal e região raiana com Espanha.
“Não podemos desenvolver projetos culturais e patrimoniais em separado e terão de ser explorados conjuntamente, entre Espanha e Portugal, e tudo isto num só projeto comum”, vincou o responsável castelhano.
Para Juan Carlos Prieto o património cultural de Portugal e Espanha é único e é ibérico.
No Dia Mundial dos Pobres, assinalado a 17 de novembro, a Cáritas Portuguesa deu início à campanha solidária de Natal «10 Milhões de Estrelas – Um gesto pela Paz».
“Esta campanha não é uma campanha de distribuição de alimentos, é uma campanha de chamada de atenção. Se conseguirmos convocar as pessoas para a situação de precariedade dos seus vizinhos, já é bastante importante”, disse a presidente da Cáritas Portuguesa, Rita Valadas.
O lançamento da campanha «10 Milhões de Estrelas – Um gesto pela Paz decorreu em Santarém, no Convento de São Francisco, com uma mesa redonda dedicada ao tema ‘Construção da PAZ – um contributo’.
A iniciativa conta também com uma caminhada, um momento artístico (bailado) e um manifesto sobre a paz.
“‘Dez milhões de estrelas’, eu gosto muito desta campanha porque é referência aos dez milhões de portugueses, já não são dez milhões, mas pronto… é referência que cada um de nós pode ser a estrela na vida de alguém. E, às vezes, não é com muito, é mesmo com proximidade e com pouco”, contou Rita Valadas.
Dos valores recolhidos, 65% destinam-se a financiar ações de impacto social em Portugal, enquanto os restantes 35% suportam o Fundo Lusófono Laudato Si, que financia projetos de Ecologia Integral nos países de língua oficial portuguesa.
“Por isso, o desafio é que esta campanha, naturalmente, nos dê condições para chegar o mais perto possível das pessoas que precisam e também com uma percentagem para algumas comunidades que nós também apoiamos, que são as comunidades ‘Laudato Si’, dos países de expressão portuguesa”, acrescentou a presidente da Cáritas Portuguesa, Rita Valadas, na entrevista conjunta Ecclesia/Renascença.
As velas estão disponíveis do site da Cáritas Portuguesa, nas 20 cáritas diocesanas, paróquias, lojas ‘Pingo Doce’ e farmácias aderentes.
A campanha ‘10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz’ nasceu em França, numa diocese, em 1984, com dois objetivos – sensibilizar para os valores da paz como vivência cristã do Natal e a ajuda financeira para uma causa concreta num país em dificuldades –, em 1991, transformou-se numa campanha da Cáritas Francesa (Secours Catholique), e estendeu-se à Europa em 2002.
Em Portugal, surge em 2003 e desde esse ano apoiou diversos projetos em Portugal, através da ação da rede nacional Cáritas, mas, também projetos de emergência nacional e de emergência internacional.
XXXIII Domingo do Tempo Comum / Dia Mundial dos Pobres
Tudo passa, só Deus permanece
Dan 12, 1-3 / Slm 15 (16), 5.8-11 / Hebr 10, 11-14.18 / Mc 13, 24-32
As passagens apocalípticas do Evangelho fazem-nos estremecer. Talvez porque o quadro nos pareça sempre tão assustador que nem reconhecemos a esperança que as acompanha. No Evangelho de hoje, Jesus fala-nos do fim dos tempos, de como os astros deixarão de brilhar e as trevas cairão sobre a terra, para em seguida afirmar que é então que Ele virá sobre as nuvens, na sua glória. Ele diz-nos que vem e que traz a luz com Ele.
O Senhor não deixará que o cosmos simplesmente se dilua no nada. Ele virá ao encontro dos seus escolhidos. É esta a história do nosso Deus, que vem sempre até nós na necessidade. Ele tenta consolar-nos e apela a que tenhamos confiança no seu auxílio e presença salvífica. A nós, cabe-nos estar atentos aos sinais.
Para aprender a reconhecer os sinais de que o Senhor está perto, Cristo conta-nos a parábola da figueira. Quais são os sinais da sua proximidade? Não os cataclismos em si, mas a iminência do fruto. Tal como quando olhamos uma figueira, ao ver que «os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas, sabeis que o verão está próximo», também ao ver estes prodígios e sinais podemos confiar que o Senhor se aproxima.
Estas passagens apocalípticas não são fáceis de interpretar. É compreensível que fiquemos pelo estrondoso e ameaçador. Mas estas passagens são, como diz Adrien Candiard, no seu livro «Algumas palavras antes do Apocalipse», aquelas que mais luz trazem aos tempos da desesperança. É através delas que o Senhor pretende confortar-nos no seio das tribulações, começando realisticamente por não negar o mal que podemos presenciar, mas apontando desde logo para a bonança que já se entrevê entre as nuvens.
Alcobaça: Monjas Trapistas mostram a doçaria conventual
As Monjas Trapistas do Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, estão a participar na 26ª Mostra Internacional de Doces & Licores Conventuais, que decorre de 14 a 17 de novembro, no Mosteiro de Alcobaça, no distrito de Leiria.
As monjas trapistas de Palaçoulo integram os cerca de 40 expositores presentes na Mostra de Doces e Licores Conventuais, sendo uma oportunidade para divulgarem a sua doçaria conventual.
Entre os doces fabricados pelas monjas de Palaçoulo, destacam-se os rabiscos de amêndoas, torroncinhos vestidos, ‘amaretti’ tenros, amêndoas vestidas, amêndoas pimentinhas, amêndoas salgadas, pãozinho do peregrino, trancinhas e ‘torrones’.
Na 26ª Mostra Internacional de Doces & Licores Conventuaisparticipam também as comunidades das Monjas Cistercienses de Rio Caldo, do Santíssimo Sacramento do Mosteiro do Louriçal, do Mosteiro de Bande (Paços de Ferreira) de São Bento de Singeverga (Santo Tirso), o Mosteiro Cisterciense de Boa Vista (Brasil) e a Abadia de Herkenrode (Bélgica). com chocolate e cerveja.
No certame há centenas de iguarias, como as Cornucópias, Pão de Ló de Alfeizerão, Licor de Ginja de Alcobaça, Pastéis de Santa Clara de Coimbra, Brisas do Liz de Leiria, Licor de Singeverga de Santo Tirso, D. Rodrigo de Portimão, Pão de Rala do Alentejo, Trouxas do Mondego de Tentúgal, Pudim Abade de Priscos de Braga, Ovos Moles de Aveiro, cerveja e chocolate belga.
Desde 1999, a Mostra Internacional de Doces & Licores Conventuais mantém o legado dos monges e monjas cistercienses.
A 26ª edição realiza-se no Mosteiro de Alcobaça, considerado património da UNESCO, com um programa que inclui showcooking, concertos, atividades e exposições.
Migrações: Portugal é o principal destino de imigração de sete países
Portugal está entre os principais destinos de imigração de sete países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), entre os quais o Brasil, Reino Unido, Itália, Índia, Cabo Verde, Angola e França.
Os principais destinos da emigração portuguesa são a Suíça, Países Baixos, Bélgica, Itália, Espanha e França, segundo o relatório de 2024, sobre Migração Internacional, no qual a OCDE analisa os dados da imigração de cada país-membro.
O relatório faz uma análise cruzada das migrações dos 38 países-membros da organização.
Em Portugal, no que diz respeito à população nascida fora do país, além dos países lusófonos, com Brasil e Angola no topo da lista – com 271,3 mil pessoas e 157 mil, respetivamente), destaca-se a França, com 103,3 mil, um país onde existem muitos lusodescendentes.
De acordo com os dados oficiais, Portugal tem 10,8% da população nascida no estrangeiro, em linha com a média da OCDE, que é de 11%.
No que diz respeito à taxa de desemprego, entre os portugueses é de 6,3% (acima da média da OCDE, 5,2%) e entre os estrangeiros é de 8,3% (um ponto percentual acima da OCDE).
Em 2023, o número de primeiros requerentes de asilo aumentou 31%, atingindo cerca de 2.600. Das 440 decisões tomadas em 2023, 71% foram positivas.
Refletindo a situação internacional, países como a Venezuela, Índia, Gâmbia, Afeganistão, Israel ou Argélia que não tinham pedidos de asilo em 2012 ou 2013 passaram a estar entre as 15 nacionalidades que mais requereram este tipo de proteção em 2022.
No que diz respeito à emigração de portugueses para países da OCDE, houve um aumento de 15% em 2022, para 59.000, com cerca de um quinto (19%) a optarem por Espanha, seguindo-se França (17%) e Suíça (16%).
No relatório, a OCDE destaca a criação em 2023 da Agência para a Integração, a Migração e o Asilo (AIMA) e “os esforços para aumentar a digitalização dos processos”, as “alterações às regras do programa de residência por investimento (Golden Visa)”, o novo Plano de Ação para a Migrações, o acordo de mobilidade dentro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Em 2023, cerca de 75 mil pessoas foram diagnosticadas com diabetes, elevando para mais de 900 mil o total de diabéticos registados nos cuidados de saúde primários, o valor mais elevado de sempre em Portugal.
Os dados constam do relatório de 2024 do Programa Nacional para a Diabetes (PND) da Direção-Geral da Saúde (DGS) e que indica que em 2023 foram registados 75.661 novos diagnósticos da doença, em Portugal continental.
“Em Portugal, em dezembro de 2023, estavam registadas mais de 900 mil pessoas com diagnóstico de diabetes nos cuidados de saúde primários, correspondendo a cerca de 8,6% do total de utentes inscritos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o valor mais elevado de sempre”, salienta o documento.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) alerta que se mantém a tendência crescente verificada nos últimos anos e estima que, tendo em conta o elevado número de pessoas que desconhecem o seu diagnóstico, deverão existir mais de um milhão de portugueses com diabetes.
“O que é preocupante é que temos muitas pessoas identificadas, muitas pessoas em risco e isso faz prever que, nos próximos anos, possivelmente estes números vão continuar a aumentar”, adiantou a diretora do Programa Nacional para a Diabetes (PND).
Em causa está uma doença com “custos muito elevados”, uma vez que se estima que cerca de 12% do orçamento da saúde esteja relacionado com a diabetes, referiu Sónia do Vale, ao salientar que em Portugal “ainda falta fazer uma aposta na prevenção”, uma vez que é mais barato prevenir do que tratar a doença.
A despesa total com antidiabéticos estabilizou em 2023 – 494 milhões de euros em 2022 e 493 milhões de euros em 2023 -, após aumentos acentuados nos anos anteriores, adianta o documento.
O relatório indica também que em 2022 verificaram-se 254.516 admissões hospitalares de pessoas com diagnóstico de diabetes, sendo que em 21,1% dos casos a doença constituiu o diagnóstico principal, com uma duração média de internamento de 10 dias, superior à média geral dos internamentos no SNS que foi de 8,6 dias.
Nesse ano, a diabetes foi responsável por 3.727 mortes, correspondendo a 3% dos óbitos em Portugal, dos quais 9,4% ocorreram em pessoas com menos de 70 anos.
“Em 2022, a diabetes foi responsável por 2.838 anos potenciais de vida perdidos abaixo dos 70 anos, com uma média de 8,1 anos de vida perdidos por cada óbito ocorrido abaixo dessa idade”, alerta ainda o relatório.
De acordo com o documento, os novos casos de diabetes registados em 2023 tiveram uma cobertura elevada no acesso a cuidados de saúde em termos de vigilância médica e de enfermagem e estima-se que entre 35.000 e 40.000 pessoas em Portugal tenham diabetes tipo 1.
Em 2021 e 2023, nos cuidados de saúde primários foram identificados cerca de 3,4 milhões de utentes com pelo menos uma avaliação de risco de diabetes tipo 2, correspondendo globalmente a 55% da população alvo, dos quais mais de um milhão (31,9%) com risco moderado, alto ou muito alto.
Esses números permitem também dizer que mais de metade da população alvo está rastreada, realçou a diretora do PND, que elencou a obesidade, mas também o sedentarismo e o envelhecimento da população, como as causas para a elevada prevalência da doença em Portugal.
“Se conseguíssemos prevenir a obesidade, iríamos prevenir a maior parte dos casos de diabetes”, referiu Sónia da Vale.
Quanto ao rastreio das complicações da diabetes, em 2023 já foram alcançados os valores de pré-pandemia, no entanto, no caso da retinopatia diabética a taxa de cobertura populacional não ultrapassou os 51% e a taxa de rastreio populacional foi de 32%.
Para 2025-2027, o PND propõe um plano de ação para reduzir o desenvolvimento da diabetes em pessoas em risco, aumentar o número de diagnósticos precoces e reduzir a morbilidade e mortalidade por diabetes.
Sónia do Vale adiantou que foi delineado um programa para prevenção baseado nos cuidados de saúde primários, mas defendeu a necessidade de “dar o salto” para envolver também a comunidade e as autarquias, no sentido de apoiarem programas de prevenção e controlo da diabetes.
Já em relação aos programas para quem está com risco elevado, os “cuidados de saúde primários são muito importantes e, portanto, era importante reforçar as equipas e a ideia de que a educação terapêutica faz parte da atividade das unidades”, preconizou a diretora do PND.
O Santuário de Nossa Senhora do Naso, na Póvoa, acolhe no sábado, dia 16 de novembro, o tradicional magusto, uma iniciativa da Comissão de Festas com a finalidade de preservar a tradição, promover o convívio e angariar dinheiro para a festa do próximo ano.
Aquilino Ginjo, da Comissão de Festas em honra de Nossa Senhora do Naso 2023/2025, indicou que o “Magusto no Naso” inicia-se a partir das 16h30, sendo que as inscrições são feitas no local e o valor a doar é livre.
“O magusto é sobretudo um momento de convívio, que inclui um misto de carnes, castanhas assadas, vinho novo e jeropiga. Dado que é uma atividade que tem como propósito angariar receita para a festa do próximo ano, convidamos todos a virem até ao santuário no Naso e a participarem no magusto”, disse.
A cada triénio, a festa em honra de Nossa Senhora do Naso é organizada por casais da aldeia da Póvoa, que assumem a missão de trabalhar ao longo do ano, na organização da festa em honra de Nossa Senhora do Naso.
“Durante o ano trabalhamos no bar da confraria, na loja de artigos religiosos e na organização de várias atividades como o magusto de São Martinho, a festa de São João Baptista e os jantares convívio mensais, com o objetivo de juntar dinheiro para a festa que decorre nos dias 6, 7 e 8 de setembro”, explicou.
A festa deste ano contou com a visita do bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, que presidiu à missa campal, uma celebração que juntou milhares de portugueses e espanhóis no santuário mariano do Naso.
Carção: Um “cachico” de Mercado Rural nos dias 15, 16 e 17 de novembro
No fim-de-semana de 15, 16 e 17 de novembro a localidade de Carção, no concelho de Vimioso, organiza o VI Cachico – Mercado Rural, um certame que tem por objetivo a promoção e comercialização dos produtos locais e que conta com a animação do passeio noturno todo-o-terreno, uma oficina de ervas aromáticas e a atuação do Rancho Folclórico de Vimioso.
O certame inicia-se na sexta-feira, dia 15 de novembro, com a cerimónia da abertura oficial, que conta com a atuação do grupo “D’Alma Fado” e o passeio todo-o-terreno noturno “Charneca TT”.
No Domingo, dia 17 de novembro, o VI Cachico – Mercado Rural tem como motivos de interesse a Missa com a benção dos produtos da terra, os cantares e as danças do Rancho Folclórico de Vimioso e o Magusto com porco no espeto, castanhas assadas e jeropiga.
O Cachico – Mercado Rural é um evento anual coorganizado pela freguesia de Carção e a AMARTES – Associação de Desenvolvimento Artístico, Cultural e Desportivo e que conta com o apoio do município de Vimioso.
Trás-os-Montes: Colheita de azeitona poderá aumentar entre 10 a 15%
A colheita de azeitona poderá aumentar 10 a 15% em Trás-os-Montes, perspectivando-se bons rendimentos do fruto e mais produção de azeite nesta campanha, em que volta a indicar-se a falta de trabalhadores para a apanha.
O administrador da Associação dos Olivicultores de Trás-os-Montes (AOTD) e presidente da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça, Francisco Ribeiro, afirmou que se prevê um aumento de cerca de 10 a 15% em azeitona, uma produção acima da colheita de 2023, mas ainda abaixo dos valores de 2020/2021.
Prevê-se também, acrescentou, que o rendimento seja melhor do que no ano passado, ou seja, que sejam precisos menos quilos de azeitona para fazer o litro de azeite.
Logo, especificou, com taxas de rendimento superiores a produção de azeite poderá ser ainda maior, podendo chegar aos 20%.
“Em setembro foi a chuva essencial para criar o teor de gordura”, afirmou.
No entanto, ressalvou que a meteorologia poderá influenciar a produção, lembrando que se prevê chuva forte para o final da semana, e que as temperaturas amenas que se fizeram sentir são propícias ao aparecimento de pragas, como a mosca da azeitona.
Em murça, a cooperativa abriu na segunda-feira, uma semana antes do previsto, porque as maturações aceleraram nas últimas semanas.
Emigrante em Espanha, Hugo Carvalho tirou férias para ajudar os pais na apanha da azeitona, em Martim.
“No ano passado, tínhamos pouca quantidade de azeitona, este ano melhorou bastante a quantidade”, referiu.
A apanha, iniciada segunda-feira, faz-se com oito pessoas, varas mecânicas e lonas no chão e, segundo Hugo Carvalho, atualmente a principal dificuldade de um agricultor é a mão-de-obra.
Em terrenos íngremes, é mais difícil a introdução de outra maquinaria, como os tratores com toldo articulado.
Manuel Pereira, de Sobredo, tem mais azeitona. Na terça-feira, a sua equipa de cinco pessoas esteve a ajudar um vizinho que “não tem quem lhe faça o trabalho”.
“Anda tudo a pedir pessoal para trabalhar e não têm e isso é mesmo complicado”, frisou.
João Morais, de Noura, disse que, de quantidade, este ano é “capaz de haver mais alguma coisa”, apontando para uns mais “10 a 20%”. No ano passado colheu cinco mil quilos de azeitona. “Já colhi 10 mil quilos, mas estes últimos anos têm sido fracos”, realçou.
A apanha faz-se “com a prata da casa” e, segundo disse, a azeitona já está a cair bem.
João Morais mostrou-se preocupado com o preços dos fatores de produção, como combustíveis, fitofármacos e adubos, e disse temer uma descida do preço do azeite por causa do aumento da produção.
“Acho que disparou muito rápido, podia ter sido mais calmo e não se notava tanto, é que agora também se nota ao descer”, referiu.
A colheita da azeitona começou com a apanha da castanha ainda em curso o que, em concelhos como Murça, intensificou as dificuldades em contratar trabalhadores.
Para a própria cooperativa é difícil arranjar trabalhadores sazonais e, segundo Francisco Ribeiro, foi criado mais um posto de trabalho para colmatar essa dificuldade.
Em 2023, Murça colheu dois milhões de quilos de azeitona, menos que os três milhões de quilos da campanha 2020/2021.
“Este ano perspetivamos entre os 2,3 e os 2,5 milhões de quilos”, referiu, acrescentando que as “vendas estão a correr bem” e que 25% da produção é destinado à exportação.
Questionado sobre uma possível descida do preço do azeite, devido ao aumento estimada da produção, Francisco Ribeiro disse que, havendo um ajuste no preço, dificilmente acontecerá antes de janeiro ou fevereiro, mas referiu ter esperança que a redução, a acontecer, “não seja grande”.
Frisou que os custos de produção “vieram para ficar” e que o “grande problema foi que, durante décadas, o valor do azeite esteve imutável”.
“O valor agora se calhar está justo, considero é que este reajuste devia ter sido mais progressivo. O que é preocupante é se houver também queda desta forma e isso seria uma machadada na região”, considerou.
Na sua opinião, o grande desafio passa por promover o azeite de português.
“Precisamos de colocar o azeite a um valor acrescentado, nomeadamente para territórios de baixa densidade”, defendeu, considerando que tem que haver pelo menos uma cultura que ajude o agricultor a pagar os custos.
Outras culturas, como a uva e a amêndoa, desvalorizaram e a castanha sofreu uma quebra.